POV
Finalmente estou no quarto com minha mulher e minha filha, sãs e salvas. Bem, Sophie ainda está com o no outro quarto. Estou aqui cuidando da , pois ela ainda não se sente bem. Está se lamentando, pois ela sentia um pressentimento ruim e mesmo assim marcou a viagem. Mas, não é culpa dela. Não é culpa de ninguém, simplesmente aconteceu. Não dá para adivinhar que sonhos assim se realizarão. Dá para prevenir e, da próxima vez, temos que trancar a porta do quarto para Sophie não sair andando por aí sozinha.
- Olha quem está aqui! - A voz do invadiu o quarto.
- Mamãe! Papai! - Sophie disse feliz e veio correndo na nossa direção.
- Meu amor! - Deu um abraço forte em mim. - Que bom sentir esse abraço gostoso! Está tudo bem, mocinha?
- Uhum! Eu estava com o dindo e a dinda no outro quarto. Eu já tomei café da manhã. – Ela disse sorrindo.
- Comeu tudo, mocinha? - falou e apertou de leve o nariz dela.
- Ai, mamãe! Comi sim! Tudinho! - Ela disse num tom orgulhoso de si mesma.
- Princesa, diz para seus pais o que disse para mim e para dinda. - disse e nós olhamos para ele com cara de interrogação. - Ela vai explicar o porquê de ter sumido ontem, não é mesmo, Sophie? - Ele cruzou os braços e fixou o olhar na Sophie. Todos fizemos o mesmo.
- Fala Sophie, por que você sumiu ontem? - Eu perguntei meio angustiado.
- Eu fui ver as montanhas que o dindo tinha prometido me levar. - Ela falou cabisbaixa. Eu levantei seu queixo.
- Sozinha? De noite? - Eu falei firme. Nunca fiquei assim antes ao falar com a Sophie, acho que a nunca me viu assim. Eu estava sério, com o cenho franzido. – Por que não esperou seu padrinho te chamar? Hein, Sophie? - Ela olhava para mim com um bico de choro. Estava me dando pena (ela está fazendo a mesma carinha que a faz, puta merda), mas era necessária a bronca.
- É por que o dindo disse ontem que hoje a gente ia ver as montanhas e na escola a professora falou que quando é meia-noite, já começa outro dia, e eu olhei no relógio do quarto e mostrava que era meia-noite já; aí eu peguei minha roupa, vesti e saí para chamar o dindo, mas ele estava dormindo; aí eu fui sozinha porque eu queria muito ver as montanhas, mas estava nevando; aí estava escuro e começou a chover. Quando eu percebi eu estava perdida; desculpa, papai. Desculpa, mamãe. Desculpa, dindo. Eu sei que não devo sair sozinha na rua, mas eu queria ver muito as montanhas.
Ela falou, disparadamente e depois começou a chorar. Não resisti e soltei um sorriso junto com um barulho. me olhou e eu logo entendi que não devia ser tão duro com ela, apesar da gravidade do ocorrido.
- Tudo bem, Sophie, não chore, vem cá. – Peguei ela no colo e enxuguei suas lágrimas. - Prometa que nunca mais fará isso, está bem? - Ela afirmou que sim com a cabeça.
- Eu expliquei para ela que, da próxima vez que formos sair, será de dia e, mesmo se for à noite, vocês dois ficarão sabendo. E que ela só pode sair acompanhada por um de nós. - disse sorrindo.
- Foi. Verdade, papai, e eu já entendi que fiz besteira. Prometo que não faço mais, ‘tá? Não fica bravo comigo, papai! – Ela inchou as bochechas e fez biquinho de novo. Eu não resisto a essa carinha que ela faz.
- Tudo bem, meu amor! – Eu disse, depositando um beijo em sua testa.
Ficamos mais dois dias aqui. Depois, arrumamos nossas coisas e voltamos para Quebec e de lá para LA. , Sophie e eu fomos para San Diego para nossa casa. Assim que chegamos, a primeira coisa que Sophie fez foi ir para o quarto dormir. Disse que estava cansada da viagem. Ainda é cedo, nem deu 19h. Acho que nossa pequena está cansada da aventura que teve nesta viagem. agora está mais calma. Ficou o tempo todo, durante a viagem de volta, me contando sobre sua peregrinação atrás de nossa filha no meio da floresta e da neve. Contou do medo que sentiu ao ver a Sophie dentro daquele enorme buraco. Do medo que sentiu da nossa filha ficar doente ou algo pior. E, enquanto ela me contava, eu sentia calafrios e um medo imenso. Medo de perder as minhas duas preciosidades.
Hoje já é quinta-feira e já estamos no estúdio para gravar o nosso novo CD. Sábado temos um show em Orlando e depois em San Diego, pertinho de nossa casa, no domingo. Ainda tempos nosso apartamento, aquele que eu morei sozinho por um tempo e depois a veio morar comigo, em LA, então, quando nós viemos para cá (para gravar ou seja lá o que for), ficamos nele. trouxe Sophie para o estúdio para a gravação. Elas estão lá na outra sala, enquanto gravamos. De repente, para minha surpresa, ela entra no local de gravação com uma câmera nas mãos.
-
Wow, vai fotografar, gatinha? – Eu falei e fiz um olhar sedutor para ela que logo sorriu e arqueou as duas sobrancelhas e piscou para mim.
- Vim tirar suas fotos, senhor . – Falou com uma voz extremamente sexy e me deu um beijo estalado na boca.
- Vou fazer pose, então... – falei e comecei a fazer caras e bocas para ela, que logo ia registrando cada uma delas. Eu estava tocando. Ensaiando os acordes novos que irei gravar mais tarde.
- Prontinho senhor, fotos tiradas. – Ela disse e se aproximou do meu ouvido, sussurrando: – Quero meu pagamento depois... – e mordeu minha orelha. Suspirei, começando a ficar excitado, virei meu rosto para ela e sorri de canto de boca.
- Mais tarde eu te pago, ok? – Eu disse e ela sorriu safadamente.
saiu do local de gravação e me chamaram para gravar a minha parte. Me despedi da fotógrafa mais gostosa que eu já vi na vida, que mulher maravilhosa, e entrei na salinha de gravação. Ela tirou mais uma foto do lado de fora e voltou a sumir para fora da sala. Terminada a gravação eu saí e me juntei aos outros, só faltava a minha guitarra para gravar. Depois, fomos todos jantar num restaurante aqui perto. Os dias passaram e logo chegou o show de San Diego, foi insano! Após o show, e eu voltamos juntos para casa e encontramos a babá e a Sophie dormindo na sala, como sempre. Sophie sempre faz a babá esperar por mim ou pela , quando saímos, aqui na sala. Acordamos a babá e paguei um táxi para ela voltar para casa. Carreguei nossa filha até seu quarto e a coloquei na cama. Logo, e eu, também estávamos dormindo. No meio da madrugada, o celular dela começa a tocar. Ela estava tão cansada de ter fotografado o show inteiro, passou horas em pé tirando foto até da entrada dos fãs, que nem ouviu o celular tocar. Eu despertei, peguei ele e atendi a ligação. Nem vi quem era.
- Alô? Quem é? – Falei com a voz sonolenta.
- ? – Logo reconheci a voz do do outro lado. – Desde quando você atende o celular da minha irmã?
- Ela está dormindo, não ouviu tocar. – Respondi ainda sonolento e perguntei, curioso – O que houve, cara? São quase 2AM. – Falei e me sentei na cama, coçando os olhos.
- Abre a porta. Estou aqui fora. Posso dormir aqui, por favor? – Só agora notei que a voz dele tinha um tom entristecido. Com certeza, o havia chorado. Sua voz estava um pouco rouca também.
- Claro que pode. Espera. – Desliguei a chamada e levantei da cama, coloquei o roupão e, antes de sair, acordou.
- ... – falou com a voz manhosa – Volta para cama, amor. –
Awnt, que fofinha!
- Amor, seu irmão está aí na porta. Acho que aconteceu alguma coisa. Ele estava chorando. – Uma coisa para falar para e fazer com que ela desperte de qualquer sono: falar que o irmão dela está precisando de ajuda. De imediato, acordou e levantou também, vestindo seu roupão.
- ! O que houve, irmão? – disse após encontrar com o irmão na porta de nossa casa. Liberei o portão e deixei ele entrar. Ele tinha a feição bastante abatida.
- Briguei com a Chelle e saí de casa. – Ele disse cabisbaixo. ficou boquiaberta e foi abraçar o irmão. Pete encostou a cabeça nos ombros dela e fechou os olhos com força. – Posso ficar aqui hoje? – Questionou quase chorando.
- Claro que pode, meu amor. Claro que pode! Vem cá... – disse e puxou o irmão para dentro de casa. Eu acompanhei eles, calado. Imagino a dor que Pete está sentindo agora: brigar com quem se ama é destrutivo para o coração. – Quer tomar um banho? – Perguntou . sentou-se no sofá e deu de ombros. Ela olhou para mim, esperando ajuda. Eu nem sei o que dizer, amor...
- Quer comer algo, ? – perguntei e me olhou como se dissesse
“Que pergunta idiota, amor!”.
- Não. Estou sem fome. – Claro que está, comemos bastante no camarim após o show, antes de virmos para casa. Essa briga deve ter rolado quando ele chegou em casa. – Mana... me dá um abraço? – Pete disse com um olhar parecido com o olhar que a faz quando está triste ou quando quer algo de mim: um cafuné, por exemplo.
sentou-se ao lado do irmão e abraçou ele. Pete estava de costas, então nem viu quando ela disse, sem emitir som, que ficaria ali com ele. Eu falei, também sem emitir som, que subiria para ver a Sophie e deixei eles à sós. Ela deitou-se no sofá e deitou em seu colo, a cabeça apoiada na barriga dela. acariciou seus cabelos, como ele fazia com ela quando estava triste ou como ela faz comigo quando eu quero um colo dela. Eles acabaram adormecendo. Uma hora depois eu desci e encontrei os dois dormindo. Me aproximei deles e dei um beijo na testa da , que logo acordou.
- Desculpa, te acordei. – Falei sussurrando, para não acordar o .
- Tudo bem, amor. – Ela respondeu sorrindo e voltou a acariciar os cabeços do irmão.
- Quer que eu traga um cobertor?
- Por favor... – subi e peguei um edredom para cobrir eles. Ao voltar, joguei o edredom por cima do , que se ajeitou aninhando-se no colo da . – Obrigada, amor. – Ela disse selando nossos lábios. Trouxe também um travesseiro para ela colocar nas costas. – E a Sophie?
- Dormindo. –Sussurrei e ela sorriu. – Qualquer coisa me chama, ok? Vou ficar no escritório. – Falei e ela assentiu. Selei nossos lábios e fui até o escritório.
Já no escritório, que fica ao lado, e sentei numa poltrona. Acabei perdendo o sono. São 3:15AM. Peguei o notebook e apoiei no colo. Liguei e coloquei algo para ver na internet. Pus os fones, para não incomodar e que dormiam na sala. Não demorou muito e eu também adormeci.
Na manhã seguinte, eles despertaram primeiro que eu. foi até o escritório me acordar, enquanto Pete preparava café da manhã, hoje é o dia de folga da empregada. Ela me deu um beijo doce e quente na boca. Belíssima maneira de acordar.
- Bom dia, meu amor! – Ela disse sorridente e me deu outro beijo. – Dormiu todo torto na cadeira de novo, né? – Falou e tirou o notebook do meu colo. Me ajeitei na cadeira e cocei os olhos.
- Bom dia, minha querida. E o ? Está melhor? - Perguntei curioso.
- Parece que sim. Saí da cozinha porque ele recebeu uma ligação da Chelle. Parece que vão conversar e se acertar. Tomara! – Ela disse animada. – Meu irmão estava tão mal ontem. Fiquei morrendo de pena... – completou a frase sentando-se no meu colo.
- Pois é, espero que se acertem de vez. – Eu disse e ela concordou com a cabeça. – Vou ver como a Sophie está. – Falei e ela se levantou do meu colo.
- Olhei ontem, veja mesmo, pois ela estava um pouco quentinha, mas acho que era o aquecedor do quarto que está forte demais. Até diminuiu um pouco. – Ela disse e eu assenti.
- Já volto, amor. – Caminhei até a escada e subi. Antes de entrar no quarto da Sophie, pude ver entrando na cozinha. Abri a porta, que estava apenas encostada, e entrei. Sophie estava choramingando, sentada na cama. – Filha, o que houve, meu amor? – Perguntei, aproximando-me da cama dela e me sentando na mesma.
- Papai, ‘tô com dor de cabeça. – Ela disse manhosa. Passei a mão na testa dela, afastando os cabelos bagunçados, e constatei que ela estava queimando de febre.
- Você está com febre, filha. Caramba... – carreguei ela no colo e ela imediatamente encostou a cabeça no meu ombro.
- ‘Tá dodói, papai, tá doendo muito... – depois de ver a chorando, meu segundo ponto fraco é ver a Sophie chorar. Me corta a alma.
- Vai passar, bebê. Vai passar. – Peguei um casaco para ela e desci as escadas apressado. Cheguei à cozinha e encontrei e preparando o café. – Gente, a Sophie está com febre. Muito alta! – Ambos os olhares caíram sobre mim e veio apressada e pegou Sophie no colo.
- Meu Deus, filha! – Disse ela ao ver que Sophie está com febre alta.
- Mamãe, ‘tá doendo, faz parar. – Ela chorava desesperada com dor de cabeça.
- Calma, filha, vai passar. – Ela disse e depois se virou para mim dizendo: – Temos que ir ao hospital, agora!
- Já peguei as coisas dela. Vamos! – Eu disse e nós quatro fomos para o hospital. Sophie não quis ficar na cadeirinha dela, então, foi no colo do .
- Sophie? Sophie?! – Ele disse, de repente, já estávamos a caminho do hospital. – Gente, acho que ela dormiu... Sophie?!
- Meu Deus, corre, ! – disse desesperada, pois Sophie estava, na verdade, desmaiada. – Tudo culpa minha! Eu deveria ter ficado com ela ontem quando vi que ela estava quentinha. Idiota! – ela gritava para si mesma, se culpando pela febre da Sophie. – Irresponsável! – Começou a bater na porta do carro. Eu olhava para ela, angustiado, com medo dela se bater.
- ! Para, amor, por favor. Fica calma! – Falei e segurei seu braço com uma das mãos, a outra mantive no volante, já estamos quase chegando.
- Minha irmã, não é culpa sua, calma! – disse. parou de bater em tudo e chorou compulsivamente.
- Hey, amor... – falei chamando a atenção dela, ainda segurando seu braço. Quando ela olhou para mim, ainda chorando, eu disse: – Eu te amo! Vai ficar tudo bem com nossa filha, ok? Fica calma! – Falei e ela beijou minha mão, fiz o mesmo com a mão dela. Ao chegarmos no hospital, Pete foi o primeiro a descer, levando Sophie, ainda desacordada, com ele. foi atrás.
- Ajuda, por favor! Minha sobrinha está desmaiada e com uma febre muita alta! – disse ao entrar no hospital. Logo dois enfermeiros trouxeram uma maca e levaram minha filha para dentro do atendimento.
- Os documentos da paciente, por favor. – Disse a recepcionista. Neste momento, eu vinha entrando.
- Seb, os documentos da Sophie, cadê? Já levaram ela lá para dentro. – Pete disse, me abordando, antes mesmo de eu falar qualquer coisa.
- Aqui. – Falei, entregando os documentos dela e os meus para a recepcionista. – Amor... – falei ao receber um abraço da Li que me agarrou pelas costas. Virei ela para mim e acariciei sua nuca. – Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem!
Quase duas horas se passaram e nenhuma notícia da Sophie. Apesar de nossas insistentes idas até a recepção, atrás de alguma novidade, nada de novo vinha de lá. Até que, finalmente, o médico veio falar conosco. Ele disse que Sophie está fora de perigo, mas que precisará dormir no hospital porque ainda está com falta de ar. A febre está cedendo e sua dor de cabeça, segundo ela mesma, havia passado. O médico explicou ainda que ela teve um quadro de gripe leve, porém, se não fosse atendida rapidamente poderia se agravar. Fomos visitar a pequena e ela ficou bem contente ao nos ver. Queria descer da cama, mas é claro que não deixamos, né?
No dia seguinte, levamos Sophie para casa muito melhor que ontem. O médico passou alguns remédios para prevenir que a febre retorne ou que a falta de ar volte também. Ela está cansada e foi direto para cama quando chegamos. Pete voltou para casa dele, parece que se acertou com a Chelle. Que bom! e eu estamos tão cansados que fomos dormir também.
Na manhã seguinte, acordei com o barulho da vomitando no banheiro.
- Amor? – Perguntei, me levantando e caminhando até o banheiro. Chegando lá, encontrei a debruçada no vaso sanitário, vomitando. – Está tudo bem, bebê? – Pergunta idiota, né, ?
- Não... – disse rapidamente e voltou a vomitar. Segundos depois, ela me olhou meio enojada com o que acabou de fazer. – ... acho que estou grávida. Está atrasada... – ela disse e meus olhos se encheram de lágrimas de felicidade.
- Tem certeza, amor?! – Após ela confirmar com a cabeça, eu me aproximei dela, agachando ao seu lado – Que maravilha, amor! Estou tão feliz! Seremos papais de novo!! – Eu disse animado e ela me abraçou sorrindo, mas logo voltou a vomitar bastante enjoada.
- Ahhh, eu não vomitei tanto assim na gravidez da Sophie... Aff! – Ela disse e revirou os olhos. Eu ri e ela riu junto comigo.
Alguns meses se passaram e confirmamos a gravidez dela. Ela já está com sete meses. É um menino! Gustavo será o seu nome. Sophie ficou muito animada em ter um irmãozinho. Não fala em outra coisa e está mais empolgada do que eu e juntos para o nascimento do Gustavo.
[...]
No dia do nascimento do Gustavo eu estava presente desde o início. Desta vez, ele nasceu em um dia planejado, no tempo certo e, por sorte, não tínhamos show no dia. Estávamos todos juntos na casa do e Chelle, comemorando mais um aniversário da Chelle, quando a bolsa da estourou e fomos todos para o hospital. Chelle ficou feliz pelo Gustavo nascer no mesmo dia que ela. Só não está mais contente do que eu e a . No nascimento da Sophie eu estava no palco gravando o DVD ao vivo da banda, mas, desta vez, eu pude acompanhar todo o processo: desde o rompimento da bolsa, as contrações, o esforço que fizemos para que o Gustavo saísse de dentro da (sim, pois minha mão dói até hoje pelos apertos da nela), até o primeiro chorinho do nosso bebê, todo gordinho, e melado de sangue. Realmente, foi muito emocionante acompanhar tudo desde o início. Sophie é só alegria com o irmãozinho novo. Toda babona, fica o tempo todo grudada na mãe para cuidar do irmão também. Ela disse que agora está mais responsável e que não dará trabalho para gente, pois ela sabe que o Gustavo já dá bastante trabalho. Essa nossa filha é uma coisa linda. Amo demais!
3 anos depois...
Hoje é meu aniversário. 39 anos, caramba, estou quase quarentão! HAHAHA fica me zoando, mas esquece de que é mais velho do que eu e que ele já fez 41 anos.
“Mas, continua bonitão!”, sempre dizia a quando o começava com esse papo de idade. Nesse intervalo de tempo, e Chelle tiveram uma filha também, a Soren, e eu sou o padrinho junto com a . O Gustavo está com três anos e e Chelle são os padrinhos.
- Dessa vez me escolheu para ser o padrinho! Achei que ia fazer quinze filhos e eu não seria padrinho de nenhum deles, maninha!
Lembro do choramingar isso durante a viagem que fizemos ao Canadá, foi quando levamos o Gustavo, ainda bebezinho, para nossos pais conhecerem. Oficializamos o Pete como padrinho dele durante o batizado na igreja e tudo mais. fez 29 anos no início deste ano, 2020, e eu estou tão feliz, pois comemoramos, semana que vem, mais um ano de casamento. Seis anos de casamento e doze anos juntos. Estamos preparando a festa do meu aniversário aqui em casa. As crianças estão lá embaixo correndo pelo quintal, enquanto eu estou aqui no quarto me arrumando.
- Hummm, está cheiroso! – disse, me abraçando por trás e me dando um beijo no pescoço.
- Tudo para agradar minha linda esposa. – Eu disse, sorrindo e ela me virou para si. Abracei-a pela cintura e dei um beijo gostoso.
- Te amo tanto, amor. Você nem imagina o quanto! – Ela disse manhosa, enquanto esfregava o rosto levemente pelo meu. Me encarou sorrindo e completou: – Feliz aniversário, amor.
- Obrigado, minha linda, estou feliz, sabia? – Falei e ela concordou com a cabeça. – E eu te amo tanto, mais do que você a mim. – Ela arqueou a sobrancelha rindo.
- Ah, mas isso não mesmo, senhor . – Disse, ainda arqueando a sobrancelha – Eu te amo muito antes de você parar de me notar apenas como irmã mais nova do seu melhor amigo – ela disse jogando na minha cara a minha covardia em admitir meu amor por ela antes.
- Ah, mocinha, mas isso não é verdade. – Falei e ela fez biquinho, retorcendo a boca em reprovação – Eu te amava, mas não queria admitir. – Falei – E desmancha esse bico, senão vou morder ele. – De imediato, ela desmanchou o biquinho que fazia e riu. Da última vez que ela fez um bico parecido, eu cumpri minha fala de morder o bico dela. Doeu mais em mim, pois apanhei bastante dela.
- Bobão! Nem parece que está fazendo 39 aninhos, continua gostoso e bobo! – olhou para mim de cima abaixo, sem sair do meu abraço, me analisando. – É, está muito gostoso esse meu maridão! – Concluiu o pensamento e piscou para mim.
- Se eu estou gostoso, imagina você... uma delícia de mulher e eu durmo com ela todo dia. Nossa! Que maravilha!
Ela começou a me beijar ferozmente, com desejo. Retribuí tal desejo e começamos a andar devagar até chegarmos até a cama. Antes mesmo de deitarmos nela, ouvimos um barulho de gritos. Paramos de nos beijar, sem sair do abraço, e olhamos para direção do barulho.
- Para, Gustavo, vem cá! – Sophie gritava. Ela agora está com oito anos (fará nove anos no fim do ano), uma meninona linda e inteligente, igual a mãe. Gustavo, agora com três anos, chegou primeiro que ela na corrida. – Deixa a mamãe e o papai conversarem, vem cá, Gu! – Sophie disse e puxou o irmão pela camisa e o carregou no colo.
- Devagar Sophie, para não derrubar seu irmão. – Alertei.
- Pode deixar, papai. – Ela disse e foi saindo com o Gustavo no colo.
- Eu
quelo ver o papai e a mamãe, me solta
Tchôfi. –
“Tchôfi” era como o Gustavo pronunciava o nome da Sophie. Ouvimos a voz dele reclamando até sumir quarto adentro. Na certa, Sophie levou ele para o quarto para brincarem lá. e eu nos olhamos e rimos.
- Nossos filhos são uns amores, né? – Ela disse rindo.
- Puxaram a você: uns amorzinhos iguais a mamãe. – Eu disse meio bobo e voltamos a nos beijar. – Amor, a festa? – Perguntei ofegante. Já estávamos deitados na cama. Ela sorriu maliciosamente
- Podemos nos atrasar alguns minutos, amor. – Disse e voltou a me beijar. – Ah, espera. – Levantou-se e me largou na cama, abandonado. Foi até a porta, fechou-a e se virou encostada na porta sorrindo de canto de boca. – Deixe-me te dar o seu presente de aniversário.
- ... – Eu não conseguia esconder a minha cara de desejo ao vê-la tirando a roupa devagar e jogando cada peça em cima de mim. Aspirei o cheiro dela em cada peça e depois de seu pescoço, quando ela se deitou por cima de mim. – Você é maravilhosa, ! – Ela não quis tirar o sobrenome da família dela quando nos casamos, mas isto não é importante agora. O que importa é que nos entregamos a alguns minutos de puro prazer e amor intenso. Após o maravilhoso ato, nos abraçamos, ainda na cama, e suspiramos aliviados.
- Amor... – ela disse e eu apenas resmunguei um
“hm...” – Você tem noção de que estamos há seis anos casados? – Ergueu um pouco o corpo e me encarou sorridente.
- E doze anos juntos. – Completei e ela sorriu ao saber que eu sabia exatamente quanto tempo temos de relacionamento – Achou que eu não estivesse prestando atenção nisso, né? – Ela concordou com a cabeça e nós rimos. – Pois estou, tudo que diz respeito a você ou aos nossos filhos me interessa. Eu te amo, . Muito!
Nos beijamos novamente com muito amor envolvido. Tomamos outro banho e nos arrumamos de novo. Ao descermos para a festa no quintal, já estavam todos lá. Questionaram nossa demora, mas logo despistamos aos risos. e eu temos uma história longa, doze anos não são doze dias, né? Uma história longa, mas nem por isso finita. Quero ter muitos e muitos anos a comemorar ao lado dela e de nossos filhos. Nossas conquistas, que são as coisas mais importantes em nossa relação. Além, é claro, do nosso imenso amor mútuo e respeito, da mesma maneira. Eu não consigo imaginar minha vida sem ela, acho que desde que a conheci melhor, há anos, que eu tive certeza, quando ela tinha dezessete anos e eu tive aquele pressentimento de que ela precisava de mim (e, de fato, precisava), que eu tive certeza de que ela é a mulher da minha vida. E de que o amor que eu sentia não era apenas proteção com a irmã mais nova do meu melhor amigo. Era amor de verdade. Era desejo. Era amor dos mais puros e intensos de que se pode sentir por alguém. E ele perdura além da vida. Pois, nós somos almas afins. Nossas almas se amam e nada nem ninguém as separará. Pela eternidade. E mais um dia, quem sabe.