Assim que chegamos ao hotel me instalei novamente no quarto do Jeff, para minha sanidade mental eu realmente esperava que ele não pedisse para eu sair de lá novamente, o show seria naquela mesma noite, o que para mim foi bem complicado de lidar, afinal eu havia acostumado com a idéia de que chegávamos, dormíamos e só no dia seguinte seria o show.
- Está tudo bem?
- Que? Sim, está. – Falei virando em direção ao Jeff que estava na porta. – Só estou chocada de o show ser no mesmo dia de chegada.
- Ah isso, bom amanhã cedo vamos para Curitiba, mal vamos ficar aqui, Avenged ter show amanhã mudou nossa programação, afinal queremos ir assistir ao show.
- Ah por isso as coisas vão ser mais corridas que o esperado.
- Sim. – Ele sorriu.
- Bom, vou me ajeitar.
- , chegamos super cedo, dá tempo de descansar se precisar.
- Não precisa, dormi bem noite passada e no avião.
Deixei minha mala em um canto e desci para conhecer o hotel, resolvi ir dar uma volta e acabei parando em um boteco que havia duas quadras acima do hotel, pedi um café e me sentei em uma mesa do lado de fora do lugar, quando reparei nas pessoas vi que muitas usavam a camiseta da banda mas não vi ninguém conhecido, resolvi responder a mensagem do Matt.
“Hey, Matt!
Que bom que ela te passou meu número, eu acabei dormindo noite passada.
Espero que esteja se divertindo no programa.
See you”
Guardei o celular no bolso e fiquei apreciando o café enquanto observava as pessoas, vi dois rostos conhecidos em meio a confusão que estava aquele boteco, a Dan e o Paulo estavam lá dentro comendo, cada um com seu respectivo grupo de amigos. Suspirei pensando no que havia rolado em relação ao Jeff, talvez ele também não seja tudo aquilo que pensei, talvez ele e o David sejam bem parecido no fim das contas.
Balancei a cabeça afastando os pensamentos, me levantei e fui lentamente em direção ao hotel, eram duas quadras só, porém eram duas quadras bem grandes, no caminho ouvi algumas meninas comentando sobre o ocorrido no outro show, do David cantar perfect perfectly para mim, sorri de canto com a lembrança e foquei no caminho.
Chegando no hotel vi o mar de fãs que tomava conta da frente do hotel, contornei todos e depois de muita dificuldade consegui entrar no hotel, passei pelo restaurante e o Pierre estava sentado sozinho, sem pensar duas vezes fui até a mesa dele e me sentei, fiquei encarando ele até ele notar que não estava mais sozinho.
- Que foi, ?
- Preciso de um conselho. – Apoiei os braços na mesa e entrelacei os meus dedos das mãos. – Jeff.
- O que quer saber?
- Ele é o que estou pensando ou é igual ao David?
- Bom, aí você vai ter que esperar para ver.
- Mas Pierre.
- Não posso contar sobre nada, por mais que eu queira, não dá.
- Por que?
- Por não ser justo com ele, se eu não falei sobre o David, por que falaria sobre o Jeff?
- Olha você tem um ponto a seu favor.
- Então, concorda comigo que não é justo?
- Concordo, porém não se trata de ser justo ou não, eu só quero um conselho, não precisa dizer nada diretamente.
- Hm, nesse caso, cuidado onde pisa. – Ele falou sem precisar pensar muito.
- Que?
- É, cuidado onde pisa, está andando sob gelo , a camada é fina e você está com patins afiados.
- Meu deus, eu tenho uma raiva dessas analogias.
- Brincando com fogo?
- Tá, já deu. – Cruzei os braços. – Chega de analogias, e você como está?
- Estou bem , assim, não sei se a contou mas eu e a Lach demos um tempo.
- Ela contou, inclusive contou que já é a terceira vez só essa turnê.
- Então, é que eu e ela somos iguais, aí a gente acaba brigando, sabe? Tanto ela quanto eu ficamos com ciúmes um do outro.
- Ela está ficando com alguém enquanto você tá aqui?
- Sim.
- Nesse caso, não é justo nenhum de vocês dois brigarem um com o outro, entende?
- Concordo, mas o ciúmes é difícil de controlar.
- Eu sei, mas vocês têm que ter em mente que ambos estão ficando com outra pessoa. – Dei de ombros. – Ou vocês lidam com o ciúmes ou vocês aceitam que não rola ter relacionamento aberto.
Ele ficou em silêncio me olhando pensativo, sorri em resposta e me levantei dei um beijo na bochecha dele que corou levemente, caminhei até a parte de fora do hotel passando por todos os fãs que estavam ali, me sentei no chão um pouco mais para trás da multidão e peguei meu celular.
“Bom dia, !
O programa foi bem divertido, todos nós demos risada de algumas coisas, vai ao ar hoje a noite se quiser assistir.
Te vejo amanhã em Curitiba?”
“Com certeza estarei lá Matt!
Que bom que se divertiram!”
Sorri encarando o celular, olhei para a multidão e notei uma movimentação em direção a entrada do hotel, me levantei para olhar e notei que eles haviam saído para falar com os fãs, respirei fundo e fui encontrar as meninas que estavam lá dentro.
- Bom, vamos com eles ou vamos antes? – A falou encarando as pessoas.
- Por mim vamos antes. – Falei enquanto guardava o celular.
- , vi você falando com o Pierre.
- Ah , tava dando conselhos pra ele.
- Sobre?
- A Lachelle, afinal ela também está saindo com outra pessoa, não é justo ela ficar dando piti com ele.
- Oremos para ele ter te ouvido. – Ela deu risada. – Bom, então vamos antes deles?
- Para a fila? – A perguntou parando ao nosso lado. – Bora.
Pegamos nossas coisas e fomos até a casa de shows de uber, aparentemente uma estava jurando que a outra havia avisado os meninos, no fim nenhuma de nós havia falado nada, deixamos na mão da avisar o Chuck, afinal ele seria o único que iria ver a mensagem rápido. Assim que viramos a esquina da casa de shows já podíamos ver a fila imensa que estava, olhamos meio assustadas uma para a outra afinal, não esperávamos tanta gente assim nessa cidade.
- Vocês tem certeza que querem ficar aqui do lado de fora?
- Ih ficou com medo de fãs agora ? – Falei rindo.
- É sério, vamos ser linchadas, já pensaram nisso?
- Que nada mana, relaxa. – A falou vendo a Dan e um grupo de amigas delas. – Vem, vamos ficar com elas que ficaremos seguras.
- Fechado. – Paramos do lado da .
- Gente, essas são a , e .
- Oi gente. – Falamos em coro.
- Vocês tem um rosto familiar. – Uma das garotas que estava mais distante falou e caminhou em nossa direção.
- Bom, eu to sempre postando foto com elas. – A deu de ombros. – Pode ser por isso.
- Olha, bem provável que seja por isso.
Nos sentamos no chão junto com elas e ficamos conversando horas até darem sinal de que iria abrir os portões, Danny veio distribuir as pulseiras e logo passou por nós quatro meio abatido só colocando a pulseira, para ser bem sincera naquele momento era tudo que eu precisava, a sensação de ser somente mais uma fã, nós entramos no pré show do sp crew e foi maravilhosa a sensação, curtimos o show, tiramos fotos com eles e de lá eu e a fomos para o camarim beber algo, peguei um refri assim que passei pela porta do camarim e me joguei no sofá, fiquei prestando atenção nas conversas alheias, coisa que claramente não devia ter feito.
- Não, , não dá para falar para ela essas coisas.
- Ah é? Por que não Pierre?
- Poxa, eu não me meti quando era em relação ao David, o quanto seria injusto falar algo sobre o Jeff? Não que eu não queira avisar ela que ele é o mais galinha de todos nós, e que literalmente estaria com uma por noite se possível.
- Hm. – Ela olhou para mim e sorriu de canto notando que eu estava prestando atenção. – Então ele é a mesma coisa que o David?
- Aham, só não dá para eu contar diretamente, entende?
- Faz sentido.
Cruzei meus braços e inconscientemente fuzilei o Stinco com o olhar, quem reparou foi o David que logo se sentou ao meu lado e me encarou com uma sobrancelha arqueada, olhei para ele e rolei os olhos.
- Você claramente sabia.
- Do que? Estava ouvindo conversa alheia né, dona ?
- Que nada. – Dei risada.
- Te conheço.
- Você que é dona fifi, não eu.
Nós gargalhamos e ficamos conversando sobre o pré show e sobre como seriam as coisas em Curitiba, era nítido que ele estava empolgado para o show do Avenged, inclusive aquilo me surpreendeu, eu realmente não esperava ele a fim de ir em um show de uma banda tão diferente da dele.
Eu e a voltamos para a plateia assim que o Danny veio avisar sobre estarem abrindo os portões para o post game, encontramos a e as amigas dela já na grade, o show foi incrível e pela primeira vez em algum tempo não aconteceu nenhuma surpresa vindo do David ou do Jeff, o show simplesmente rolou como tinha que rolar, sem surpresas nem nada e sinceramente foi incrível.
No post game eu e as meninas ficamos mais para o canto deixando os fãs irem falar com eles, vimos vários rostos conhecidos de outros shows, eu peguei um pedaço de pizza e fui até um canto e me apoiei em uma parede e fiquei saboreando a pizza de atum com catupiry, assim que terminei fui tirar fotos com eles, afinal se eu estava no post game era necessário tirar fotos mesmo estando com eles todos os dias.
Quando começaram a organizar a fila da saída logo depois da foto em grupo eu e as meninas ficamos bem para trás na fila, foi quando eu notei o Jeff conversando com uma garota, automaticamente eu cruzei os braços e bufei, nesse momento senti meu celular vibrar.
“Hey! Chegamos em Curitiba, quando chegarem aqui me avisa, se quiserem podemos todos sairmos juntos para beber”
“Hey Matt!
Ainda estamos aqui em Ribeirão Preto, pelo jeito vamos amanhã cedo para Curitiba.
Assim que chegarmos te aviso”
“Ok! See you!”
Sorri de canto com as mensagens e guardei o celular em seguida, a fila começou a ir mais rápido e logo chegou nossa vez, pedi a pose de subir nas costas do Pierre, assim que subi o Chris tirou a foto, abracei um por um agradecendo a foto, realmente agindo como uma fã comum e não como se estivesse com eles todos os dias, fui para o canto e esperei as meninas, enquanto isso fiquei editando as fotos para postar no instagram.
- Quem te mandou mensagem para você ficar com aquele sorriso bobo?
- Ah , o Matt claro.
- Hm... – Ela deu risada. – Ele tá super a fim de você.
- Para de brisar.
- É sério, lembro dele ter falado que queria ficar com você e que era uma pena você não estar lá no bar.
- Bom, se ele realmente quiser em Curitiba vai ter a oportunidade.
- Certíssima, mas e essa noite, vai passar onde?
- No quarto do Jeff, ele quer jogar então vamos jogar.
- Você não presta .
- Só eu, né?v
Demos risada e caminhamos junto com os meninos até as vans que iriam nos levar ao hotel, me sentei entre o David e o Jeff e fiquei editando fotos o caminho todo até o hotel, quando estacionamos todos estavam empolgados para ir ao bar beber algo mas o Chuck sendo a voz da sabedoria do rolê nos lembrou que iriamos embarcar no dia seguinte super cedo para Curitiba e que provavelmente aquilo não era uma boa idéia.
Fui para o quarto, tomei um banho e me joguei na cama, assim que coloquei meu celular na mesa de cabeceira ouvi ele vibrar.
“Hey , separei o ingresso de vocês, quando chegarem não esquece de me avisar.”
“Oi Matt!
Fica tranquilo que assim que desembarcarmos eu te aviso!”
“Até amanhã.”
“Até!”
Deixei o celular apoiado na mesa de cabeceira e me ajeitei para dormir, logo ouvi o Jeff entrando no quarto e indo para o banheiro, rolei na cama pensando no que havia ouvido o Bouvier falar e sinceramente aquilo estava consumindo a minha mente, acabei adormecendo antes dele sair do banheiro. Acordei na manhã seguinte com ele abraçado em mim dormindo tranquilamente.
- Jeff desliga seu despertador. – Murmurei enquanto empurrava ele.
- Hm? – Ele rolou e desligou o alarme. – Bom dia.
- Bom dia. – Falei enquanto bocejava. – Partiu Curitiba?
- Sim! – Ele sorriu. – Parece que tem alguém animada para chegar em Curitiba, só por que vai encontrar o Matt é?
- Achei que você não fosse tão podre assim Jeff. – Dei risada. – Tô empolgada por ir no primeiro show do Avenged na vida, só isso.
- Vai querer ficar na plateia, né?
- Obvio que sim!
Eu sorri enquanto ajeitava a minha mala, finalmente iria realizar o sonho de ir em um show do Avenged, antes tarde do que nunca não é mesmo? Terminei de ajeitar tudo e fui ao banheiro escovar os dentes, quando saí encontrei o David sentado na cama, eu bufei e me sentei ao lado dele.
- Que foi?
- Nada, por que?
- Tá com cara de cu além do normal.
- Preocupado , só isso.
- Com o que?
- Como com o que ? Preocupado com o que rolou entre nós caralho!
- Meu Deus, nem parece o mesmo David que estava me prometendo que não iria sair do meu lado. – Passei a mão pelos meus cabelos ajeitando eles em um coque. – Olha, tomei pílula do dia seguinte, chá de quebra pedra e estamos com o teste para fazer juntos em Curitiba, certo?
- Não parece estar preocupada.
- Por que não estou, prometi para mim mesma que iria curtir o role e depois pensar nisso.
Ele bufou e saiu do quarto, eu virei os olhos com a atitude besta dele, peguei minha mala e fui até a recepção do hotel, naquela manhã realmente parecia que todos estavam mais preocupados que eu com o assunto da gravidez, que patada ser bem sincera eu estava preocupada mas não tanto, afinal al se estivesse grávida iria ter o bebê e já havia dito isso a todos.
Fomos para o aeroporto em completo silêncio dentro da van, quando fomos para a sala de embarque depois de despachamos a mala me sentei em uma das cadeiras e ali decidi que realmente iria focar na turnê, em curtir cada momento com eles, eu estava sentindo que daquela turnê em diante tudo iria mudar, embarcamos no avião e fizemos uma viagem curta e tranquila, logo que desembarcamos mandei mensagem para o Matt.
“Hey, chegamos em Curitiba, te vejo hoje a noite!”
“Mal posso esperar!”
Sai da sala de desembarque me esquivando das fãs junto com as meninas, esperamos por eles ao lado da van que estava no estacionamento ao lado do aeroporto, quando chegaram entramos na van ainda naquele silêncio horrível e fomos até o hotel, aparentemente o mesmo hotel onde Avenged estava hospedado.
- Vamos ficar no mesmo hotel deles?
- Sim, vamos. – David respondeu seco.
- Hm, sei não se é uma boa ideia. – Comentei observando alguns fãs de Avenged olhando feio para umas pessoas com a camiseta do Simple.
- Ué, logo você está falando isso? Achei que iria querer aproveitar os três dias aqui junto com o Matt. – Jeff comentou sem desviar o olhar do celular.
- Meu deus como vocês dois são. – Bufei e cruzei os braços. – Estava falando em relação a segurança dos fãs, só isso.
Os dois ficaram em silêncio e começaram a observar os fãs também, revirei os olhos notando que até então eles não tinham olhado para fora, quando a van parou no estacionamento eu logo desci e peguei minha mala, fui até a recepção onde ironicamente encontrei os caras do Avenged se preparando para encontrar aos fãs.
- Hey Matt. – Falei passando por ele em direção a recepcionista.
- ! Finalmente chegaram! – Ele me parou e me abraçou.
- Sim! – Senti meu rosto queimar com o abraço.
- E ai como você está? – Ele me olhou e sorriu, senti meu inglês voando para longe com aquele sorriso, dei graças a deus que o Jeff chegou.
- Oi Matt.
- Jeff. – Ele o cumprimentou com um abraço. – Fizeram boa viagem?
- Sim! Como estão as coisas por aqui?
- Tranquilas aparentemente, notei que está cheio de fãs de vocês lá fora também.
- Sim notamos isso, será que vai dar algum problema?
- Que nada, se der a gente barra quem tá brigando no show, simples assim.
- Não seria certo fazer isso sem um aviso prévio – A chegou cumprimentando eles.
- Concordo. – o Brian falou chegando mais perto.
- Bom, então vamos fazer o anúncio agora lá fora. – O Matt juntou a banda dele e saiu.
Eu sinceramente estava em uma espécie de transe por causa do abraço que o Matt me deu, sai do transe quando o David pegou minha mala e começou a andar em direção ao quarto, comecei a seguir ele me perguntando se por acaso eu não iria ficar no quarto do Jeff, quando entramos no quarto ele colocou minha mala ao lado da dele e se sentou na cama com um pacote pardo na mão.
- .
- David isso não é o que estou imaginando, certo?
- Então, nós temos que conversar.
- Mano... – Me sentei ao lado dele. – Que foi?
- eu sei que você não é uma fã qualquer, mas nós da banda temos que fazer isso quando existe a suspeita, me perdoa, mesmo.
- Que? Espera, me explica direito David.
- , é o seguinte, eu não posso ir embora depois do próximo show sem ter a certeza se você está ou não carregando um bebê, entende? – Ele deixou o pacote na cama e passou a mão pelos cabelos. – Não é certo isso por que eu também tenho que me proteger, entende?
- David eu não sou uma fã aleatória, pelo amor de deus, não vou ter um bebê e falar que é seu depois!
- Eu sei disso , tenho plena consciência que jamais faria isso, mas você entende o motivo que eu preciso fazer isso? É meio que uma regra de nós cinco.
- Tá, eu entendo, vocês são famosos deve ter alguém que dá dessas toda hora. – suspirei. – Você falou para eles que tomei tudo o que tomei?
- Exatamente! – ele parou e me olhou. – Não, eu acho que esqueci de falar.
- Só que ai eu vou te explicar o porquê estou esperando para fazer esse teste. – Suspirei e encarei minhas mãos. – David, para saber se estou ou não vai levar uma semana desde aquele dia mas você não tem como ficar aqui uma semana, só se passaram dois dias David, entendeu agora por que falei que não quero me preocupar com isso agora?
- , vai matar fazer o teste de farmácia?
- Não, não vai, porém vai dar negativo e é possível que seja um falso negativo. – Eu suspirei. – É muito cedo, o certo é esperar uma semana.
- Como assim?
- Teria que fazer o exame te sangue, o beta hcg para ter certeza e ainda assim dependendo do tempo pode dar falso negativo.
- Por que?
- É mais preciso. – O olhei e passei a mão pelo seu rosto. – Você quer que eu faça o de farmácia eu faço sem problema nenhum.
- Mesmo?
- Sim, se isso vai te tranquilizar mesmo que seja um pouco eu faço. – sorri para ele. – lembra que até compramos um?
Ele sorriu aliviado e me entregou o envelope, me levantei e fui ao banheiro, quando sentei e peguei aquele copinho na mão senti meu corpo inteiro tremendo, eu estava tão nervosa quanto o David para ser bem sincera, mesmo sabendo que se saísse negativo existia a chance de ser um falso negativo sentia cada músculo do meu corpo tenso, coloquei a fitinha o xixi e a apoiei em cima da pia, fiquei esperando o que pareceu ser uma eternidade para sair o tal resultado.
- DAVID – Berrei do banheiro e em uma fração de segundos ele estava do meu lado.
- Que foi? – Ele apoiou a mão trêmula no meu ombro.
- Deu negativo. – Me levantei jogando o restante do xixi do copo na privada e dando descarga. – Fazemos outro mais para frente para termos certeza.
- Ok. – Ele respondeu aliviado. – Antes de eu voltar para o Canadá fazemos um de sangue, pode ser?
- Combinado. – Joguei o teste no lixo.
- Se você for sair com alguém...
- Claro que vou usar camisinha, não só por isso como também não sei se a pessoa tem IST ou não David, não se esqueça que no nosso caso a camisinha estourou.
Ele só concordou com a cabeça e eu me joguei na cama para descansar um pouco, afinal estava cedo para me preocupar com o show do Avenged, acabei pegando no sono enquanto olhava vídeos aleatórios no celular, acordei na hora do almoço com o David me chamando.
Me espreguicei e fui me ajeitar para almoçar, quando levantei senti meu estômago revirar e corri para o banheiro, me ajoelhei na frente da privada e vomitei horrores. Quando finalmente parei de vomitar notei que o David estava apoiado no batente da porta me olhando.v
- Será que foi um falso negativo?
- Sei lá, só sei que aquele patê de atum de hoje de manhã não caiu bem. – Me levantei e fui escovar os dentes. – Não entra na pira. – Falei colocando a escova de volta no estojo de viagem quando notei que ele ainda estava parado na porta. – Vamos almoçar?
- Vamos.
Saímos do quarto e fomos em direção ao restaurante onde já estavam todos sentados em uma mesa, nos sentamos junto com eles ambos em silêncio e pensando sobre eu ter passado mal momentos antes, escolhi um prato simples e leve para comer, assim quem sabe meu estômago aceitava melhor a comida.
Depois de almoçarmos fomos ao encontro dos caras do Avenged que estavam em um terraço no topo do hotel, nos sentamos com eles em uma mesa e de novo senti o inglês indo embora, fiquei em silêncio durante um tempo e presa dentro dos meus pensamentos, quando me dei conta estávamos só eu, a , o Brian e o Matt.
- ?
- Hm? Que foi?
- Se perdeu aí?
- Aham, como sempre. – dei risada. – Enfim estávamos falando de que mesmo?
- Sobre os fãs e que já deu confusão.
- Eu avisei na van isso.
- al que você avisou, mas não explicou.
- E precisa mesmo explicar? – Os três fizeram que sim com a cabeça. – Simple tem fanbase formada por emos antigos, Avenged tem fanbase formada pelo mesmo estilo de fãs que Metallica e afins, claramente não ia dar certo.
- Ela tem um ponto em que não pensamos.
- Poucos fãs de um são fãs do outro ué, e os que são preferem a época de city of evil do Avenged, digo os fãs por imagens tá, que em sua maioria não são fãs pela música e sim pelos caras. – Dei de ombros. – Achei que era óbvio ué.
- Correção Matt, ela tem dois pontos que não pensamos.
- Mas aí, vão me falar qual foi a treta ou não?
- Quando saímos para atender aos fãs tava rolando uma discussão sobre o pop punk ou emocore ser rock ou não.
- Tá e qual a definição de rock dessas pessoas? – Suspirei e ajeitei o cabelo enquanto notei que Simple havia voltado para a mesa junto com as meninas com bebidas e todos me observavam. – Ué que foi?
- Nada, continua, qual a definição de rock? – O Pierre falou empolgado.
- Bom, para mim, Villas Boas, Rock atualmente é algo associado à rebeldia e a intensidade das emoções e afins de quando se é jovem, para mim é isso, claro que originalmente não era marcado por isso e sim pelos solos de guitarra e coisas do gênero.
- Alguém andou estudando sobre.
- Não ué, é só o que eu acho sobre.
- Pois é, sua definição está certa.
- Então, o rock tem muitas divisões gente, subgêneros, tem o punk, o pop punk, o metal, o emo e quinhentos outros, aí entra o que falei de fãs que não entendem isso. – Dei de ombros e notei que estava ligeiramente irritada.
- Não se estressa, não vale a pena. – O Matt apoiou a mão na minha coxa e eu instantaneamente esqueci o stress.
- Não é stress, eu fico é brava com gente babaca, a vontade de sentar a porrada sabe?
- Olha mana eu sei bem como é. – a falou dando um gole na bebida. – Discuti agora pouco com uma fã babaca.
- Mas já ?
- Ah faz parte né? – Ela deu risada. – Sempre tem algum surtado, sabemos disso.
- Olha, real.
Ficamos conversando ali até perto da hora do show, quando os caras do Avenged começaram a ir aos quartos se arrumar foi quando desci para me trocar também, peguei uma regata que eu tinha com a estampa da caveira da banda, o meu guerreiro short com spikes e meu coturno, coloquei uma jaqueta de couro por cima e enquanto me olhava no espelho tentando identificar se estava bom ou não o David entrou no quarto.
- Está bonita!
- Obrigada, acho que vou assim para o show.
- Bom, vou comprar uma camiseta lá.
- Hm, será que tem alguma bacana?
- Segundo eles tem sim.
- Eles podiam dar uma de presente né? – Dei risada. – Enfim, vou ver se compro uma nova também.
Ele sorriu e foi se vestir para o show, me sentei na cama esperando ele ficar pronto e minha mente deu uma volta e ficou pensando no tal do “E se você estiver grávida, mesmo tomando aquilo tudo?” balancei a cabeça tentando ignorar o maldito pensamento que insistia em voltar, quando notei que o David estava pronto me levantei e fui em direção a porta.
- David, nós vamos fazer o teste de sangue agora. – eu parei e o olhei. – Não quero lidar mais com a dúvida.
- Tem certeza?
- Absoluta, vou marcar para virem aqui colher o sangue. – falei pegando o celular e agendando para as dez da manhã do dia seguinte. – Agendado.
- Ok, se você prefere assim.
Nós descemos em silêncio no elevador até o hall de entrada onde encontramos o restante do Simple Plan e as meninas, fomos juntos até a casa de shows, chegando lá tinha um segurança que parecia bem nervoso atrás de nós.
- Meu deus onde vocês estavam? O Matt está doido atrás de vocês.
- Calma, já chegamos, onde ele está? – respondi o moço antes que alguém falasse.
- Venham, por aqui.
Ele entrou pela porta lateral da casa de shows e todos seguimos ele, o labirinto por trás do palco era mais confuso que o normal mas logo estávamos dentro do camarim com a banda, quando o Matt nos viu abriu um sorriso enorme e logo fez menção aos sofás para nos sentarmos. Me sentei e fiquei observando o quão diferente era a rotina deles comparado com Simple, mais guitarras, mais detalhes para serem vistos, fiquei curiosa com como seria o palco então me levantei sem aparentemente ninguém reparar, sai da sala e fui em direção ao palco, para minha sorte tinha uma linha verde neon no chão que indicava o caminho.
Quando cheguei lá fiquei encostada no canto observando os staffs trabalhando, cada um ajeitando sua área do palco, até que notei que um deles não estava encapando os fios da maneira certa, claramente aquilo poderia desencadear um curto, comecei a caminhar em direção ao tal fio que passava bem próximo a plateia quando o segurança que nos encontrou do lado de fora me viu.
- Moça onde você vai?
- Olha, aquele fio desse jeito não é uma boa idéia não. – Apontei para o fio desencapado. – Imagino que aqueles fios sirvam para ligar a base da guitarra ou algo assim.
- Sim, são para isso mesmo. – O staff parou ao meu lado. – Está falando que eu não estou fazendo meu trabalho direito?
- Não, só estou falando que faltou encapar aquele pedaço onde tem fios que se encostarem um no outro dá curto e pega fogo.
- Ah é? Onde? – Ele perguntou irônico.
- Aqui, querido. – Apontei para o fio que já estava grudado no chão porém nitidamente faltando ser encapado. – Da próxima vez vai ser irônico com a sua mãe cacete, eu quero só prezar pela segurança da banda.
O staff bufou e foi arrumar o fio eu segui o segurança até o camarim de volta, passei pelo Matt e peguei um sanduíche que tinha na mesa, me sentei em uma das cadeiras e fiquei prestando atenção neles se arrumando.
- Tá brava? – O Jeff perguntou se sentando ao meu lado.
- Fui até o palco, comentei com um staff que o cabo estava desencapado e podia fechar curto ele achou ruim. – Bufei. – Mas tá tudo bem.
- Bom, geralmente os staffs não gostam quando alguém fala sobre o trabalho deles, achei que já sabia disso. – Ele comentou e deu um gole no refrigerante.
- Saber eu sei, porém quis prezar pela segurança da banda, faço isso no show de vocês também.
- A diferença é que nos nossos shows a crew toda já sabe quem são vocês.
- Espera, alguém foi grosso com você, é isso mesmo?
- Sim Matt, o staff que cuida dos fios no palco, falei para ele que um dos cabos estava desencapado.
- Ah, vou falar para o empresário ver isso, desculpa ele ter sido grosso.
- Imagina, que nem eu falei, acontece, vai ver ele não está tendo um bom dia. – Dei de ombros. – Deixa pra lá, se for falar algo só fala para ele prestar mais atenção nos fios, aquilo podia fechar curto e a casa de shows pegar fogo.
O Matt avisou o empresário que saiu rapidamente do camarim, eu me ajeitei no sofá e voltei a observar a todos, cerca de meia hora depois eles estavam entrando no palco, eu e as meninas fizemos questão de ficar na platéia para assistir melhor e poder curtir tudo que tinha direito. Eles tocaram as melhores músicas deles, quando começaram a tocar nightmare eu, a e a surtamos e cantamos junto, curtimos cada momento do show que foi mais incrível que o esperado, quando começaram a tocar Scream eu senti minha respiração falhar, o Matt desceu no vão entre a platéia e o palco e veio em nossa direção, aquela cena com certeza não iria sair da minha cabeça nunca mais.
Depois do show nós voltamos ao camarim onde encontramos os caras do Simple e a sentados conversando, eu, a e a completamente sem voz já, peguei uma coca cola e me sentei mais distante tentando curtir a ressaca pós show, quando Avenged voltou ao camarim todos aplaudiram por causa do show incrível que eles fizeram, nós curtimos um pouco com eles ali e logo todos voltamos ao hotel.
Chegando no hotel eu desci e fui para a área da piscina, me sentei em uma espreguiçadeira e fiquei curtindo cada memória do show, afinal no dia seguinte teria o show do Simple, o que me lembrava que a turnê estava acabando, senti borboletas no meu estômago e uma tristeza enorme só de pensar que iria ficar longe deles de novo e eu não fazia idéia de quanto tempo iria demorar, da última demorou dois anos para poder rever eles, vai saber se eles não vão demorar quatro anos para lançar CD, já aconteceu deles demorarem seis anos entre um CD e outro.
- ? – O Matt estava sentado na espreguiçadeira ao meu lado.
- Oi?
- Não ouviu eu falando com você?
- Para ser sincera não.
- Bem que o Jeff falou que você tem ressaca de show.
- Tenho. – Suspirei e olhei para ele. – O que estava falando?
- Perguntei se gostou do show. – Ele sorriu, o que me fez desviar o olhar e ter que controlar a vontade de pular em cima dele.
- Eu amei o show, Matt, foi incrível. – Falei sentindo minha voz falhar de novo. – Fiquei até sem voz.
- Cantou muito?
- Não, eu berrei muito mesmo. – Ele deu uma gargalhada gostosa de ouvir. – Ah cara, vocês tocaram nightmare, almost easy, god damn, scream, entre outras que eu não consigo não cantar.
- Sabe, é gostoso ver a reação de uma fã depois de um show. – Ele se ajeitou e olhou para o céu. – Não temos muito contato com os fãs depois do show, to considerando a idéia de fazer um meet pós show que nem o Simple faz.
- Olha, falando como fã eu recomendo, a experiência de ver os ídolos depois do show é incrível, a gente pensa em milhares de coisas para falar para vocês, desde o quanto ajudaram a gente com as músicas até parabenizar pelo show. – Sorri e olhei para ele que estava me olhando. – Mas chega na hora dá branco e não lembramos nem mesmo nossos nomes.
- É sério? – Ele deu risada.
- Claro! Pensa que na primeira vez que vi Simple ao vivo e a cores na minha frente eu esqueci como falava português, inglês, esqueci o nome deles e até mesmo quem eu era, tudo que eu queria era abraçar eles e tirar foto. – Dei risada lembrando da situação. – Foi bem engraçado.
- Olha pelo que você, a , a e a comentam eu vou falar com os caras para fazermos esse meet.
- Vocês já tem o fã clube, né? – Ele concordou com a cabeça. – Então aproveita ele, faz um meet pós show só com o fã clube, abre as vendas só para eles.
- Boa idéia! – Ele sorriu e ficou em silêncio.
Minha mente deu voltas depois da conversa, quem diria eu conversando com um de meus ídolos e ainda dando idéias de o que fazer nos próximos shows, realmente as coisas mudam não é mesmo? Logo em seguida meus pensamentos foram invadidos pela história da gravidez novamente, por tudo que estava acontecendo em relação ao David e ao Jeff, eu bufei e cruzei os braços deixando os pensamentos rolarem, para ser sincera eu não tinha o que fazer, só esperar o dia seguinte para fazer o teste e então ver no que ia dar, afinal a merda já tinha sido feita.
- , se precisar conversar...
- Ah Matt a coisa é mais complicada que parece. – Bufei e olhei para ele. – Sabe, eu e o David temos um histórico super conturbado, não dá pra falar que eu e o Jeff não temos mas é menos, acontece que recentemente a camisinha estourou comigo e com o David e bom, por mais que eu tome anticoncepcional, tenha tomado a pílula e um chá, existe a neurose né.
- Ah então é por isso que tá esse clima estranho entre vocês?
- Sim, também tem o fato que ele falou que não me abandonaria.
- E você acha que ele abandonaria?
- Sim, sem dúvidas, ele iria era tomar um chá de sumiço e desaparecer do mundo, ele fez isso da primeira vez que nós transamos, simplesmente sumiu, não mandou mensagem, não porra nenhuma, por que agora seria diferente?
- Você tem um ponto importante, se ele não se importou anteriormente com você por que se importaria agora, não é mesmo?
- É EXATAMENTE ISSO! Meu deus alguém entende! – me ajeitei e o olhei.
- Claro que entendo! – ele se ajeitou de frente para mim. – Sabe, a primeira gravidez da Valary não foi planejada, foi bem complicada inclusive, eu estava no meio de uma turnê e não dava para parar a turnê e acompanhar ela de perto, ainda bem que ela tinha a Michelle por perto que conseguiu dar todo o suporte necessário, um dos motivos do nosso término foi isso, nas duas vezes que ela ficou grávida eu não pude acompanhar ela, me sinto bem mal com isso mas na época não tinha o que eu fazer. – Ele suspirou. – Sabe, me arrependo de não ter acompanhado mas hoje em dia entendo que não deveria ter sido assim.
- Obrigada por compartilhar isso comigo Matt. – Eu sorri.
- Mas olha, se der positivo fala com ele na mesma hora.
- Sem dúvidas Matt.
Ele se levantou sorrindo e foi em direção ao restaurante, fiquei sentada ali por mais uns cinco minutos até que vi o Matt conversando com o David, me levantei e fui em silêncio até próximo deles, parei apoiada na bancada do bar da piscina, dali eu conseguia ouvir tudo o que eles estavam falando.
- Não David, eu tenho certeza, o que eu estou te pedindo é só para cuidar dela, não seja o babaca que foi há um tempo atrás, entendeu?
- Caralho Matt até você sabe disso?
- Ela acabou de me contar o resumo do que aconteceu.
- e sua mania de espalhar isso por aí.
- Ela contou por que se sentiu confortável, apenas isso, agora é sério, cuida dela ou eu vou cuidar.
- Ah pronto, mais um que tá me falando isso, é o que? Quer pegar ela? Vá em frente.
- Caralho mano, como você é infantil, e olha que sou mais novo. – ele bufou. – Não é isso, não tem nada haver com querer ficar com ela ou algo assim, eu só to falando que uma mulher grávida merece a atenção do pai do bebê, entendeu?
- O que tá acontecendo? – o Jeff chegou e eu escondi mais o rosto.
- Aconteceu que o Sr. Sanders aqui tá jurando de pés juntos que a tá grávida.
- Bom, se estiver o problema é dela e seu David.
- Meu deus, eu to falando para ele cuidar da , não fazer a cagada que eu fiz com a Valary ou que o Pierre fez com a Lachelle, está difícil dele entender isso.
- Ah, você diz não ficar distante?
- Sim, não sumir do mundo.
- Você realmente não conhece a né?
- Meu deus vai colocar a culpa na garota agora?
- To falando que existe a chance dela não contar.
- Ela falou que vai contar e que espera compreensão dele. – Ele cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha. – Ela só espera que ele não suma do mundo de novo.
- Aparentemente já está sabendo das brigas.
- Sim, estou, mas olha eu não vou me estressar com isso não, só queria deixar bem claro desde já que se por acaso vocês não derem atenção a ela quando ela falar para vocês que está grávida eu vou estar aqui para ela, entenderam?
- Mais um com essa história. – o Jeff riu balançando a cabeça. – Olha amigo, eu já estive na sua situação, só não envolvia um bebê no meio...
- Meu deus como vocês são egoístas. – o Matt apertou levemente as têmporas. – Eu estou falando sobre a porra da gravidez, não sobre o que vocês tiveram ou deixaram de ter com ela caralho, to falando de uma fucking vida que ela está possívelmente gerando que não merece crescer sem o mínimo de apoio do pai, caralho.
- Bom, nesse caso eu não opino, não é filho meu. – Jeff deu de ombros. – A única coisa que falo sobre é que sim, o David tem que dar apoio.
- Finalmente você entendeu Stinco! Caralho eu não tava falando sobre querer ficar com a , sobre porra nenhuma desse gênero, vocês definitivamente tem que trabalhar a mente de vocês em relação ao que aconteceu. – O Matt bufou e saiu andando.
Continuei sentada durante um tempo ali no mesmo lugar até que recebi uma mensagem da me falando para encontrar com ela dentro do restaurante, me levantei e fui tranquilamente até o restaurante onde a encontrei sentada em uma mesa mais distante próxima as janelas que davam para um jardim de inverno.
- Que foi? – Me sentei na frente dela.
- , que auê é esse que tá rolando com o Matt, David e Jeff?
- Auê?
- É, o Brian veio me perguntar se eu sabia o que aconteceu, porque o Matt passou por ele super bravo.
- Bom, eu expliquei pro Matt metade da treta toda, sabe?
- Aham.
- Então, aí chegamos na desconfiança da gravidez, ele me deu uns bons conselhos e foi falar com o David, enquanto ele falava com o David o Jeff chegou e rolou uma pequena discussão. – Expliquei para ela em detalhes tudo o que eu havia acabado de ouvir. – Entende?
- Olha, faz sentido, só não entendi uma coisa, se o Matt aparentemente não tem interesse romântico em você, por que ele ficou tão bravo?
- Por que não acha justo mulheres passarem pelo que a Valary e a Lachelle passaram na gravidez.
- Fez sentido. – Ela sorriu e olhou para trás. – Brian tá vindo aí com o Matt.
- Thanks por avisar.
Eles se sentaram com a gente e pediram algo para comer, eu fiquei em silêncio pensando na conversa do Matt com o David e o Jeff, também fiquei com a frase do Matt que ele estaria lá para mim caso eu precisasse na cabeça, meu instinto dizia que vindo dele aquilo era a pura realidade mas ao mesmo tempo minha mente dizia que eu queria acreditar naquilo somente por ser fã.
Depois de comermos eu voltei para o quarto, eu estava extremante cansada e no dia seguinte teria o show do Simple, dei boa noite a todos e voltei calmamente ao quarto, olhei pela janela enquanto esperava o elevador e notei que ainda haviam fãs lá na frente, das duas bandas, mesmo sendo duas e meia da manhã, eu sorri pensando no quão fã aquelas pessoas eram e entrei no elevador já apertando o quinto andar, apoiei na parede e suspirei a fim de relaxar um pouco meus músculos que estavam ficando já doloridos, a famosa ressaca pós show né.
Quando o elevador parou eu caminhei até o quarto, entrei e fui direto ao banheiro tomar uma ducha, logo em seguida me joguei na cama onde o David já estava deitado e adormeci até o dia seguinte. Acordei eram dez da manhã com o David acariciando meu rosto e me chamando para acordar.
- Good morning sunshine. – Ele falou sorrindo.
- Bom dia baby. – Respondi enquanto me espreguiçava. – Hoje é o show né?
- Sim, o Pierre pediu pra avisar que vamos para a casa de show meio dia caso vocês queiram carona.
- Vou ver com as meninas, mas antes, logo logo devem chegar para fazer o teste de sangue, vou fazer mais um de farmácia também. – eu o olhei. – David, desculpa o caos ontem com o Matt.
- Então você ouviu?
- Sim. – peguei meu celular e mandei mensagem para as meninas
“Booom diaaaa!
Boom dia!
Que horas vamos para lá?
Bom, por mim vamos junto com eles, que acha e ?
Fechou!
Por mim fechou, já vi que tem gente na fila, é bom que curtimos na fila também.
Então vou levantar e me arrumar para ir, encontro vocês lá em baixo
Até daqui a pouco!”
- Vamos com vocês. – Falei rolando na cama e abraçando ele.
- Você tá bem?
- Sim, só tive um sonho ruim. – Falei enfiando o rosto no peitoral dele.
- Bom você reclamou bastante durante a noite.
- Sério?
- Sim, fiquei preocupado.
- Desculpa, atrapalhei seu sono.
- Que nada! – Ele deu um beijo na minha testa. – Vamos nos arrumar que daqui a pouco saimos.
- Okay.
Me espreguicei na cama e ouvi o telefone tocar informando que o carro que eu havia solicitado estava na garagem, eu avisei ao David e fomos juntos, até tinha pensado no caso de virem colher o sangue e depois mandar o resultado mas desisti, afinal assim sairia muito mais rápido, chegamos na clínica e logo fomos atendidos, expliquei a situação toda para a médica que então disse que a probabilidade de ter um bebê dadas as circunstâncias eram mínimas.
Ela tirou meu sangue e levou para ser feito o exame, coisa de vinte minutos depois o resultado estava nas nossas mãos, a tensão tomou conta de mim e do David, assim que abri o exame eu o olhei, nós respiramos fundo juntos e puxamos o papel com o resultado
- Negativo... – falei aliviada. – Viu, está tudo bem.
- Nossa... – ele sorriu. – Não sei se fico feliz ou triste. – ele deu risada.
- Para ser sincera, estou feliz David. – sorri para ele. - Você será um ótimo pai, mas no momento certo, espera ficou chateado?
- Um pouco, o que o Matt falou ontem me fez parar para pensar, sabe?
- Sei, David, não é que eu jamais teria um filho seu, só não é o momento.
Voltamos para o hotel e subimos em silêncio, entrei no quarto, peguei a roupa que iria usar no show e me vesti, antes que ele pudesse falar alguma coisa eu desci para encontrar a todos na recepção do hotel, assim que cheguei o Matt estava falando com o Pierre, parei junto com as meninas que é nitidamente prestando atenção na conversa.
- É sério Pierre, alguém tem que fazer isso entrar na cabeça dele.
- Matt ele não é pai, ele não vai entender.
- Sobre o David? – Perguntei em um sussurro para a que fez que sim com a cabeça. - Ele não é pai e não vai ser agora que vai se tornar. – falei meio alto chamando atenção dos dois. – fizemos o teste de sangue, está aqui o resultado bem claro, negativo.
- ...
- Não, eu cansei, cansei de vocês querendo resolver e decidir por mim, todo mundo aqui é adulto. – suspirei. – Fomos até a clinica agora de manhã e tiramos a dúvida, pronto, não estou grávida. – pude ver o Pierre e o Matt sorrindo.
Notei que todos da banda já estavam ali prestando atenção no que eu havia falado e caminhei em direção a saída onde estava a van nos esperando, confirmei com o motorista se era ali mesmo e entrei pegando o assento do passageiro na frente, ao lado do motorista.
- você vai na frente? – O Chris apoiou na janela.
- Sim.
- Então tá. – ele deu de ombros. – Tem certeza?
- Absoluta Chris, deixa eles discutindo sobre o que quiserem, não to mais com paciência pra essas coisas não, já tirei a dúvida e pronto.
- Okay, você pode ir atrás nessa van, afinal é a van dos staffs.
- Ah é?
- Sim.
- Ótimo. – desci da parte da frente e logo me enfiei em um banco vago ao lado da staff de cabelos rosa. – Prazer, acho que não te conheço.
- Sou a fotógrafa que eles contrataram para o show daqui e de Uberlândia. – ela falou empolgada. - Prazer, Ana.
- Sou a , mas pode chamar de .
- Ouvi falar bastante de você.
- Espero que bem. – dei risada. – Mas tudo depende de onde você ouviu falar de mim.
- Na fanbase... – ela falou sem graça. – Sou fã da banda.
- Ah... – olhei para o Chris que deu uma risada sarcástica.
- Vocês duas vão se dar bem, vai por mim.
- Espero que sim.
- Olha, eu acho que você ter saído com o David e com o Jeff foi pouco para ser bem sincera, eu no seu lugar teria pego todos.
- Agora entendi o que você falou Chris. – sorri para a Ana. – Miga o problema é que minhas amigas estão pegando o restante da banda, entende?
- Sei com é, mas fala que não tem vontade.
- Estaria mentindo se dissesse isso. – nós duas demos risada.
- Bom, chegamos na casa de shows. – Chris falou descendo da van.
- Caraca mas já?
- Sim, é realmente muito perto.
- Se eu soubesse tinha vindo a pé, assim pelo menos desestressava – falei em tom mais alto do que deveria.
- Miga mas tá tudo bem?
- Não, mas isso é assunto pra outro momento. – olhei para ela. – Sabe eu acho que te conheço de outros shows...
- Então provavelmente sim, sou amiga da . – ela sorriu quando viu a descendo da van que parou atrás. – !!
- Ana! Quanto tempo! Não sabia que estava no Brasil!
- Sim mana! Voltei mês passado do intercâmbio.
- , , , essa é a Ana, uma das amigas que a bandinha me trouxe,
- Oi meninas.
- Oi Ana. – nós sorrimos todas ao mesmo tempo.
- por que foi na outra van? – a parou na minha frente antes que eu pudesse andar.
- Ah , eu to exausta dessa coisa sobre a gravidez, uma hora é o David e os caras do Simple insistindo que estou grávida, ai tem o Matt também que tem falado com eles sobre, sabe isso cansa, eu dei piti, fui fazer o teste deu negativo e pronto, assim quem sabe eles desencandam entende?
- Claro que entendo mana. – Ela me abraçou. – Sabe que estou do seu lado não importa o que aconteça né?
- Eu sei, você sempre esteve e sempre estará ao meu lado. – Abracei ela mais forte. – Obrigada por tudo isso inclusive.
- Pelo que doida? – Ela deu risada. – Sou sua irmã cacete, claro que vou te apoiar.
-Não criatura, obrigada por nos primeiros shows você fazer por onde para estarmos aqui hoje. – Dei risada. – O resto é sua obrigação como irmã mais nova. - Ela gargalhou e me deu um beijo na testa.
- Vem, bora para a fila.
- Bora.
Eu e a fomos para a fila e notamos que as meninas logo acompanharam a gente, a Ana também veio junto conversando com a sobre o tal intercâmbio dela para estudar fotografia, pegamos nossos lugares na fila e eu me sentei no chão, em questão de meia hora sentada minha mente girou e lembrou que estava na semana de menstruar, nitidamente em desespero eu peguei meu celular e fui conferir o calendário que tinha tudo marcado, vi que iria menstruar naquela noite, encarei o celular mais um tempo pensando que não estava preparada e precisava comprar absorvente.
- ? – A me chamou.
- ...
- Que houve?
- Eu preciso comprar absorvente.
- Calma, para quando?
- Para hoje, pelo menos é o que o calendário diz.
- Não entra em surto, calma, vai dar tempo.
Eu suspirei tentando manter minha sanidade mental que naquela altura do campeonato já estava bem comprometida, o Danny saiu ajudando na minha distração, ele colocou as pulseiras nos braços das pessoas e voltou para dentro levando a Ana junto com ele.
Me levantei para acompanhar a fila, entrei meio no automático dentro da casa de shows e quando me dei por mim já estava começando o show, o Pierre entrou já cantando Boom e agitando toda a platéia, era até difícil de ouvir a voz dele com o coro que ecoava na casa de shows, mais ou menos no meio do show eles começaram a tocar Promise, o David desceu no vão entre a platéia e o palco, parou na minha frente e cantou sem o microfone.
- Break down i can't take this, I need somewhere to go, I need you, I'm so restless, I don't know what to do, we've had a rough time from fighting all night. – Ele saiu andando até o outro lado do palco e voltou no segundo refrão, parou na minha frente e estendeu a mão. - I promise, I won't let you down if you take my hand tonight, I promise we'll be just fine, this time if you take my hand tonight.
Eu sorri e apoiei minha mão na dele que corou no mesmo instante, ele deu um beijo na minha mão e voltou ao palco, senti os olhares das meninas em mim mas continuei olhando para o palco. Durante o tempo em que eles passaram fora do palco notei a silhueta do Matt atrás da bateria apoiado em uma das caixas observando a platéia, sorri quando notei que ele realmente estava ali, eu não tinha certeza se ele havia vindo, afinal eu vim na van dos staffs. O Chuck entrou no palco com a bandeira do Brasil fazendo a platéia surtar, afinal aquilo era sinal de que o show estava acabando, o restante do show foi incrível, eles finalizaram com Perfect, Perfetcly Perfect e Untitled músicas que me fizeram surtar mais do que nunca, até palehta do Pierre eu ganhei em Perfect por estar chorando mais do que metade da platéia aparentemente.
Quando o show acabou e as luzes se ascenderam novamente eu sai do transe que estava, ouvi duas garotas falando sobre a tal silhueta que apareceu atrás da bateria no momento da pausa do show, eu sorri quando ouvi elas chegando a conclusão de que deveria ser segurança particular dos caras do Simple.
- Que foi ?
- Nada não , só tava ouvindo conversa alheia.
- Hm...
- Aquelas duas ali. – Olhei para as duas e rapidamente voltei a olhar para a . – Elas estavam brisando sobre a tal silhueta que apareceu no intervalo do show atrás da bateria.
- Matt?
- Olha eu imagino que sim pela pose mas vai saber.
- Sabe que ele tá aqui né?
- Imaginei, por isso eu acho que era o Matt.
- , sobre o que você falou com a lá fora antes do show, eu tenho aqui, me lembra de te entregar ok?
- Obrigada , de verdade, vai me salvar a vida.
Fomos junto com as meninas até o camarim, chegamos e mal olhamos para os meninos, fui ao banheiro colocar o absorvente porque estava pressentindo que viria uma cachoeira dessa vez, assim que me sentei pude ver a mancha de sangue.
- CARALHO. – berrei dentro do banheiro.
- ? – ouvi a voz do David do lado de fora.
- David, chama as meninas. Agora.
- Mana, somos nós, abre. – eu abri a porta e as três entraram. – Mano, puta que pariu, tá descendo uma cachoeira.
- Meu deus . – a olhou para a minha roupa. – Há quanto tempo?
- O que?
- Está desse jeito.
- Senti no meio do show, tanto que coloquei o moletom na cintura.
- Nós temos que ir para o hospital, tipo agora.
Ela saiu para o camarim, lá estavam todos reunidos, tanto do Simple quanto do Avenged, pude ouvir ela falando para o Pierre e para o David o que estava acontecendo, eu sinceramente estava morrendo de cólica, mal conseguia me mexer, coloquei o absorvente por desencargo e me vesti, assim que levantei minha vista ficou preta e só ouvi a e a me chamando e escancarando a porta pedindo ajuda, depois disso eu acordei no hospital com o Mat, David, Jeff, Pierre e as meninas ao meu redor.
- Gente, onde eu estou?
- , você acordou, está no hospital.
- Mana... – a pegou minha mão com delicadeza.
- O que aconteceu?
- Você teve efeito colateral de ter tomado a pílula do dia seguinte enquanto tomava anticoncepcional, acabou que a bomba de hormônios fez isso, mas está tudo bem.
- Fizeram teste de novo
- Sim, foi necessário.
- Ok. – falei plena. – E o resultado?
- Negativo, como já sabíamos.
- Cara, que horas são?
- , passou das onze já, você ficou muito mal, perdeu muito sangue, te colocaram no soro e você não voltava de jeito nenhum.
- Puta merda...
- Mas está tudo bem, inclusive a menstruação parou, falaram que a próxima que vier pode ser que venha meio bagunçada.
- Ta... – olhei ao redor e notei todos ali. – Sério que vieram todos me ver?
- Claro, você estava sangrando tipo MUITO mana, eles fizeram um pizza rápido e vieram para cá, o Matt quem te trouxe.
A médica veio, me deu alta e voltamos para o hotel, eu por estar com fome fui direto até o restaurante comer algo, onde encontrei o Pierre que estava nitidamente preocupado comigo, ele me parou no caminho e me abraçou, foi um abraço apertado e forte, o mundo parecia que havia parado de girar e que finalmente tudo iria ficar bem, tudo o que eu precisava era de um abraço daquele, principalmente dele, o vocalista da banda que sou tão fã, eu simplesmente não sabia do quanto estava precisando daquele abraço provavelmente há meses já, eu fiquei completamente perdida naquele abraço, um abraço realmente de segurança e conforto, fiquei sem entender direito o motivo mas peguei um lanche e me sentei em uma mesa mais distante pensando na cagada que eu havi feito e por causa disso parei no hospital. Depois de comer caminhei sem rumo pelo hotel e acabei indo parar no andar onde o Matt estava hospedado, encontrei com ele no corredor e ele me abraçou perguntando se eu estava bem.
- Obrigada. – murmurei sem me mover.
- Você parecia realmente estar precisando desse abraço. – ele sorriu - o que faz acordada?
- Poderia te perguntar o mesmo. – olhei para ele e senti meu rosto queimar. – Mas imagino o motivo.
- não vou conseguir ir embora.
- Vai sim Matt, fique tranquilo que está tudo bem, mas se quiser ficar eu também não irei te impedir.
- Talvez mais uns dois dias. – ele sorriu e soltou o abraço.
- Obrigada por tudo, principalmente por ter corrido comigo para o hospital.
- Obrigada você , por deixar eu estar junto com você.
- De qualquer forma estaria, Matt, Avenged e Simple sempre estão em todas as situações da minha vida.
Ele sorriu e apoiou a mão sobre o meu ombro, notei a tatuagem da caveira com asas de morcego em homenagem ao Jimmy, eu acariciei a mão dele.
- O que acha de beber uma cerveja?
- Olha , foi recomendado repouso absoluto para você.
- Eu sei, mas eu posso beber enquanto fico meio deitada em alguma cama ou espreguiçadeira.
- Seu argumento é válido. – ele deu risada. – Quer ir no meu quarto beber então?
- Claro!
Fomos para o quarto dele, ele pediu duas long neck de heinekein e uma porção de batatas, eu me ajeitei na cama e senti meu corpo agradecer por aquilo, eu nem sabia exatamente o que tinha se passado no hospital e ninguém melhor que ele para me explicar, afinal foi ele quem me levou até lá. Quando as bebidas chegaram nós nos sentamos meio encostados na cabeceira para poder beber e comer.
- Matt, me conta, afinal o que rolou no hospital?
- Ah aquilo que a te contou.
- Eu vi sua cara, sei que não foi isso.
- Você tem certeza que quer saber?
- Claro, é o meu corpo, é importante eu saber o que está acontecendo.
- , você perdeu o bebê, sim, você estava grávida mas perdeu, não souberam explicar exatamente o motivo, se foi a bomba de hormônios, se foi o fato de você ser prensada na grade no show, simplesmente deram a notícia e foram embora.
- Mas... Então...
- Sim, você estava grávida , mas infelizmente perdeu.
- Quer que eu seja sincera? Não sei se foi infelizmente. – falei pensativa enquanto dava um gole na cerveja. – Creio que ele será um ótimo pai um dia, mas pensando na situação toda, não seria um bom pai de um filho meu, seja lá o motivo agradeço aos céus por não ter seguido em frente.
- Olha, faz sentido isso tudo.
- Então... De verdade Matt, obrigada por estar comigo. – apoiei a mão na dele.
Ele se aproximou lentamente e selou nossos lábios, dando início a um beijo intenso, o qual sinceramente eu estava disposta a me entregar, aos poucos ele foi deixando o beijo se intensificar, minhas mãos percorriam lentamente o corpo dele, a fim de memorizar cada detalhe, notei que ele também estava percorrendo meu corpo com as mãos, foi quando ele interrompeu o beijo.
- Não acho que seja o momento...
- Faz sentido. – sorri para ele. – Quem sabe mais pra frente.
- Sabe , mesmo te conhecendo há pouco tempo, sinto como se a gente se conhecesse há anos, acabei criando um carinho enorme por você.
Ele sorriu e se sentou na cama, nós ficamos comendo, bebendo e conversando sobre os shows, a carreira dele e sobre meu lado fã, saí do quarto depois de dar boa noite para ele e caminhei tranquilamente de volta para o quarto, no outro oposto do corredor vi o Pierre sentado mexendo no celular.
- Psiu, o que foi?
- A sumiu com o Jeff. – ele me respondeu guardando o celular. – Como você está?
- Que? Estou melhor. – sorri para ele. – Obrigada por perguntar.
- Sempre vou perguntar, eles sumiram do bar, achei que ela estava aqui no quarto, não está, já bati no quarto do Jeff, nada também.
- Pierre, será que.
- Eles tão se pegando? Acho que não... - o não saiu da boca do Pierre como um sussurro, nós vimos o Jeff e a saindo do elevador se agarrando, praticamente arrancando a roupa ali no corredor, foram ainda aos beijos em direção ao quarto do Jeff e entraram batendo a porta. – Porra, ela nunca me falou que ficaria com ele.
- Você por acaso perguntou Bouvier?
- Não mas já comentamos sobre quem pegaríamos, ela falou do Seb, não do Jeff.
- Vai por mim, o Jeff tem lábia e conhecendo minha irmã deve ter simplesmente rolado.
- Sacanagem cara, ela sabe que ele é um dos meus melhores amigos.
- Ah e me fala qual dos quatro não é.
- Olha... – Ele se levantou nitidamente irritado.
- Ih lá vem o monstro.
- Ah vai tomar no cú .
- Vai você, Pierre. – Eu bufei e cruzei os braços encarando ele. – Vai falar o que ia falar ou vai ficar aí emburrado?
- Você me faz perder a paciência de uma forma surreal . – Ele bufou. – Me tira do sério de verdade.
- Por isso você se manteve distante de mim esse tempo todo? E o que foi aquele abraço mais cedo?
- Nitidamente o abraço que você precisava a julgar pela sua reação. – Ele colocou as mãos no bolso e encostou na parede. – E sim foi por isso que te mantive distante.
- Bouvier, entenda, você é o vocalista da minha banda preferida, literalmente a voz da banda, sabe o quanto significa pra mim ganhar um abraço que eu não pedi? – Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada. – Significa muito Pierre, muito mesmo. Sobre me manter distante de você eu notei isso mas preferi ignorar e não levar para o lado pessoal, afinal todo mundo sabe que suas mudanças de humor são bem estranhas.
- Legal que você nem reparou que eu te observo as vezes. – Ele encarou o chão. – Sabe, a tem ciúmes de você, ela já notou que eu te olho.
- Pierre? Como assim mano? Me olha... – Olhei para ele desconfiada. – Da forma que to imaginando?
- Se for da forma que o Jeff, o David e também o Matt te olham, talvez.
- Como é? Como nunca notei?
- A diferença é que você não me olha com esse interesse, pelo jeito para você eu sou como um amigo.
- Ah me poupe Pierre, na moral, era só o que me faltava o vocalista da banda que sou fã falar que eu nunca tive segundas intenções com ele. – Dei risada apoiando na parede atrás de mim. – Me poupe, se poupe e nos poupe.
- Então quer dizer que tem segundas intenções? – Ele apoiou uma mão na parede ao lado do meu pescoço e se aproximou.
- Pierre... – sussurrei sentindo meu rosto queimar pela proximidade. – Essa proximidade é perigosa.
- Depende, perigosa por que? – ele sussurrou ao pé do meu ouvido e senti um arrepio subir pela minha coluna.
- Por que vai chegar em um momento que não vou responder pelos meus atos. – apertei levemente a cintura dele.
- E isso é bom? – ele beijou meu pescoço.
- Provoca mais que vai descobrir. – puxei ele para mais perto e beijei seu pescoço.
Notei os pelos do pescoço dele ficaram arrepiados, logo ele selou nossos lábios dando inicio a um beijo intenso, o qual era nítido que os dois estavam segurando a vontade há tempos, minhas mãos percorriam o corpo dele com desejo enquanto as dele faziam o mesmo pelo meu corpo, ele me pegou no colo e me levou até o quarto dele onde gentilmente me deitou na cama, com certa ansiedade pelo que estava por vir nós dois tiramos as roupas um do outro as jogando pelos cantos do quarto, ele depositava beijos pelo meu corpo enquanto suas mãos seguiam firmes em meu quadril, quando eu estava próxima do meu ápice eu inverti a situação, deitei ele na cama e fui beijando cada pedaço de seu corpo exposto.
- Eu estou perto.
Ele sussurrou em meio a um gemido, me puxou para um beijo intenso, colocou a camisinha com agilidade e me puxou me deixando de quatro na cama, nós chegamos ao ápice juntos e em seguida eu me deitei na cama ofegante enquanto ele foi até o banheiro. Senti ele voltando para a cama e me abraçando, deu alguns beijos em meu pescoço e se aproximou mais.
Ali naquele abraço com sensação de segurança e de sonho realizado eu adormeci, acordei na manhã seguinte eram umas oito da manhã, me espreguicei e notei que estava em um quarto diferente, foi quando olhei para o lado e praticamente pulei da cama, peguei minha roupa e me vesti o mais rápido possível, sai de lá e desci direto para o restaurante onde vi todos sentados juntos, peguei no buffet o que eu queria comer e fui para uma mesa mais distante, quando olhei para o Pierre ele estava me olhando, senti meu rosto corar e desviei o olhar. Meu deus , você transou com o Pierre, você tem idéia disso!? PUTA QUE PARIU AMADA! TALARICA DA PORRA, ELA É TUA IRMÃ CACETE!
- ? – A se sentou na minha frente.
- ...
- , eu transei com o Jeff noite passada.
- , eu transei com o Pierre noite passada. – Nós duas falamos praticamente juntas.
- Sério? – ela perguntou curiosa. – E aí?
- nata do céu... – senti meu rosto queimar.
- Sei bem mana, ô se sei viu. – ela gargalhou. – Sobre o Jeff, como você nunca me contou?
- Eu contei mana, e sei BEM o como é bom. – dei risada. – Você não ficou brava?
- Claro que não mana! Sei que ele já foi sei favorito, e outra, querer monopolizar os ídolos é errado heim. – ela sorriu e apoiou a mão sobre a minha. – Você não ficou brava não né?
- Claro que não! Tava era preocupada de você ficar pistola comigo.
Nós duas demos risada, para ser sincera eu estava apreensiva sobre o que havia rolado em relação a mas nitidamente ela está de boa, terminamos o café e fomos ajeitar as malas para irmos para Uberlândia, quando cheguei no quarto o David não estava mais lá, provavelmente já estava na recepção com os outros caras, eu ajeitei minha mala e desci para a recepção, depois que demos a saída do hotel e entramos na van eu mandei mensagem para o Matt.
“Hey, boa viagem hoje.
Para vocês também!
Nem te vi agora de manhã, o David falou que você não estava no quarto.
Bom... Não no dele.
Jeff?
Não...
De quem então?
Pierre. A história é longa, deixa explicar, a e o Jeff estavam em altas pegações, para ser sincera eu aproveitei a deixa para poder ficar com o Pierre, aparentemente ele também queria, em resumo foi isso.
Três ? Não eram só dois?
Eram, falou bem hahahahah
Você não presta garota hahahahah
Só eu né Sanders, acha que não sei que tava com uma garota no quarto depois que saí.
Que? Quem contou?
A me contou, o Brian contou pra ela.
Ah sim faz sentido hahahahaha
See you later!
See you!”
Chegamos ao aeroporto e logo embarcamos, foi um voo tranquilo e assim que pousamos notei um clima tenso entre o Jeff, David e Pierre, eu estava torcendo para não ser nada relacionado ao que havia acontecido noite passada, mas no fundo sabia que tinha tudo haver. Entramos na van em completo silêncio e fomos para o hotel.
Continua
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Nota da autora: Sem nota.
Nota da Scripter: Capítulo 13 - Olha o David sabe ser fofo quando quer, vai chover.