Friends?



Finalizada em: 19/02/2025
Capítulo Único




Revirei os olhos, rindo comigo mesma. Mais uma reportagem nos tabloides dando a entender que eu e estávamos em um relacionamento secreto. Tínhamos nos conhecido há muitos anos, quando eu ainda era apenas uma figurante e ele estava começando a ganhar fama, e nos aproximamos logo no primeiro dia no set; desde então, não desgrudamos mais, e era quase certeza que algum canal de fofocas ia falar que tínhamos algo pelo menos uma vez a cada seis meses. Até de estarmos chifrando nossos respectivos parceiros um com o outro já tínhamos sido acusados.
No começo incomodava, mas com o tempo a gente passou a achar graça, até porque nunca rolou nada entre nós dois. Nem perto, na verdade, apesar de eu reconhecer que ele era um homem muito atraente.

— Bom dia, linda. — Ouvi sua voz e ergui a cabeça, sorrindo pra ele. — Já soube que estamos namorando de novo?
v — Tava vendo a notícia agora mesmo — respondi divertida. — Dessa vez parece que é pra aproveitar a divulgação da série, já que a gente nunca fez par romântico antes.

Ok, eu podia admitir que a forma como a gente se tratava não ajudava a acabar com os rumores, mas a gente não fazia de propósito, era só como a gente era um com o outro depois de tantos anos de amizade e intimidade.
riu.

— A mídia vai ficar no nosso pé até acabar a divulgação, eu tenho certeza.

Dei de ombros.

— Não é novidade.
— Falando nisso, já viu qual é a cena que a gente vai filmar hoje? — perguntou, o tom divertido conforme andávamos em direção ao estúdio.

Ergui uma das sobrancelhas para ele.

— Ainda não. Por quê? — Ele abriu um sorrisinho, olhando para frente. Estreitei os olhos. — É uma das cenas de sexo, não é?
— Ainda não, mas quase. — Ele riu, voltando os olhos castanhos para mim. — É a cena da biblioteca. A produção ta aproveitando que a gente já se conhece bem pra colocar as cenas que precisam de química já no começo, pra ter mais tempo pra editar. Ta cheio de cena assim no nosso cronograma pros próximos dias.
— Tudo que passaram os últimos dez anos achando que a gente tinha feito, vamos fazer agora, é isso? — respondi, rindo.
— Tipo isso.

Nos separamos para ir cada um para seu respectivo trailer e fazer a maquiagem e o cabelo, e realmente, quando peguei o roteiro e o cronograma do dia, tínhamos a primeira cena em que os nossos personagens se pegavam. Era o momento em que toda a tensão entre os dois alcançava o ápice e eles acabavam se rendendo à atração, e eles só não transavam porque eram interrompidos por um dos outros personagens.
Estava sendo cômico interpretar personagens que se odiavam no início, e durante as leituras de roteiro e alguns dos ensaios, a gente tinha acabado caindo na gargalhada várias vezes. Eu não sabia como a gente ia conseguir chegar no final das gravações sem estragar nenhuma cena por começar a rir no meio do caminho.
Começamos a gravar, partindo da discussão, em que estávamos gritando na cara um do outro, e o diretor nos deixou bem livres para a progressão das ações.
Gritei a última fala, e nós estávamos muito próximos, nos encarando e respirando com dificuldade. Desci os olhos para os seus lábios e, em seguida, agarrou meu rosto com as duas mãos e me puxou para um beijo. Um beijo que não estava exatamente parecendo um beijo cenográfico, não com o jeito que meu coração começou a acelerar. Nem com o jeito delicado, mas firme que ele estava me segurando, me puxando para perto, seus lábios se movendo de forma urgente.
Me permiti desligar o cérebro por alguns instantes, me entregando ao beijo e esquecendo todo o resto. Agarrei sua camiseta, puxando-o o mais perto que consegui enquanto senti suas mãos descerem pelas minhas costas, me causando um arrepio. deu dois passos, me prensando entre ele e a estante de forma que todo o seu corpo estava contra o meu, e aprofundou o beijo ainda mais, me arrancando o pouco ar que tinha sobrado. Enterrei uma das mãos no seu cabelo e ele grunhiu contra meus lábios, o som tão baixo que eu mais senti do que ouvi, me arrancando um suspiro em resposta.
Quando meu cérebro processou a voz da diretora gritando “corta”, a realidade me atingiu como uma avalanche, e me vi sem chão quando partiu o beijo e se afastou, imediatamente sentindo falta do seu calor. Limpei a garganta, desviando o olhar, mas não antes de vê-lo me encarando com desejo nos olhos.

— Uau vocês dois — comentou a diretora. — Isso que mal chegamos nas cenas picantes. Ficou ótimo, adorei. — Ela olhou de mim para ele, abrindo um sorrisinho. — Tomem uma água, daí a gente faz o próximo take, pra gravar o Brandon interrompendo.
— Claro — murmurei em resposta, torcendo para ninguém notar como minhas mãos estavam tremendo.

O que é que tinha dado em mim? Dez anos de amizade e nunca tinha me afetado dessa forma, agora do nada, só por causa de uma cena, eu tava me tremendo toda? Tomei minha água devagar, tentando colocar a cabeça em ordem – especialmente por saber que ainda iríamos fazer no mínimo mais um take assim. Somos só amigos, eu repetia na minha cabeça, pensando que talvez aceitar esse papel não tenha sido uma ideia tão boa assim.

***


— Quer carona pra casa? — perguntou assim que sai do meu trailer.
— Ah, não, valeu. Combinei de jantar com uma amiga hoje. — Menti. Eu só não queria ficar sozinha com ele no carro, precisava desesperadamente organizar meus pensamentos e processar a bagunça que passar metade do dia beijando ele tinha feito com a minha cabeça e meus sentimentos.
— Ah, ok então. Bom jantar — respondeu, e por um segundo seu olhar pareceu decepcionado. — A gente se vê amanhã?
— Claro. — Forcei um sorriso, acenando ao me afastar.

Passei o caminho inteiro dentro do táxi até o meu apartamento em silêncio, revivendo os beijos que gravamos durante a manhã. Claro que eu sempre achei atraente. Eu não era cega. Mas porra, ele sempre foi só um amigo. Nunca houve interesse de nenhum de nós dois em mudar isso, apesar de não terem faltado oportunidades. Por isso sempre foi tão fácil lidar com os rumores, porque a linha sempre esteve muito clara pra nós… até agora, pelo menos. Como eu ia conseguir gravar o resto das nossas cenas de casal e fazer toda a divulgação desse jeito? Quando tudo o que eu queria era dar o endereço do pro taxista e ir lá agarrar ele?

***


— Você ta fugindo de mim. — afirmou, invadindo o meu trailer quando eu estava prestes a ir embora do set três dias depois.
— Eu não to fugindo de você! — respondi, desviando dele para abrir a porta, mas ele segurou meu braço.
— Ta sim, desde o dia que a gente gravou a cena do beijo. Você pediu pra mexer em todo o cronograma pra gente não gravar quase nenhuma cena juntos, não tá aceitando minhas caronas pra casa, some na hora do almoço. Porra, , o que que ta havendo?
— Nada! Você ta bem doido, isso sim. — Menti, balançando a cabeça. Ele tinha total razão, e eu nem tinha sido discreta.
— Não to, .
— Não ta acontecendo nada, !
— Então olha no meu olho e diz que o beijo não te afetou. Que você não sentiu absolutamente nada. — Exigiu.

Engoli em seco, erguendo o olhar para o dele. Abri a boca para responder, para mentir, mas não consegui. Não tinha como. esperou e esperou, estudando o meu rosto, mas eu não conseguia dizer nada, então ele me puxou para perto e colou os lábios aos meus. E eu sabia que devia afastá-lo, que devia parar, mas meu corpo parecia agir por conta própria. Agarrei sua camiseta, derretendo contra ele e correspondendo ao beijo, um som desesperado escapando da minha garganta. Sua resposta foi passar um braço ao redor da minha cintura e me prensar contra a porta, aprofundando o beijo ainda mais. Quando ficou difícil respirar, se afastou só o suficiente para olhar nos meus olhos.

— O que a gente tá fazendo? — sussurrei.
— Algo que devia ter feito há muito tempo. Que eu queria há muito tempo — respondeu, acariciando minha bochecha.
— Quê? — Arregalei os olhos, surpresa, e ele abriu um sorrisinho.
— Eu sou doido por você tem tempo, linda. Por que acha que eu tava solteiro? — Ele passou o polegar pelo meu lábio inferior. — Quase recusei o papel.

Abri a boca, sem conseguir dizer nada, vendo apenas honestidade no seu olhar.

— Você… você nunca disse nada!

deu de ombros.

— Você nunca deu sinal de interesse. Não queria estragar as coisas — murmurou, segurando meu queixo e erguendo meu rosto para outro beijo de tirar o fôlego.

Suspirei, subindo minhas mãos por seu peito para enterrá-las no seu cabelo. Sua língua deslizou contra a minha em um movimento lento e sensual que fez meus joelhos fraquejarem e suas mãos desceram para o meu quadril. partiu o beijo outra vez, mordiscando meu lábio inferior e descendo a boca pelo meu pescoço.

— Eu ia te contar no dia que a gente gravou — sussurrou contra a minha pele, alternando mordidinhas e beijos demorados. — Não achei que ia conseguir continuar interpretando um casal. Mas você disse que tinha um jantar.
— Era mentira — admiti, inclinando a cabeça pra trás pra deixá-lo ter acesso a toda a minha pele. — Aquele beijo me bagunçou toda. Eu só não queria ficar sozinha no carro com você.

Senti seu sorriso se alargar e, logo em seguida, ergueu o rosto.

— E agora?
— Agora acho que eu te mato se você for embora.

Ele soltou um risinho e tomou meus lábios outra vez. Uma de suas mãos escorregou até a minha bunda e ele apertou, me trazendo ainda mais perto e me arrancando um suspiro, ainda mais por já ser capaz de sentir sua ereção. Corri os dedos pelas suas costas, encontrando o fim da blusa, e puxei, partindo o beijo pra tirar a peça e trancando a porta do trailer em seguida. Foda-se a racionalidade, foda-se o certo e o errado. Eu podia voltar a me preocupar com aquilo de manhã.
aproveitou o momento para tirar meu vestido, e seus olhos correram pelo meu corpo como se fosse a primeira vez que ele estava me vendo.

— Perfeita — murmurou, me puxando pela mão pro sofá.

Parei perto do móvel e puxei para perto, soltando sua mão e rapidamente abrindo sua calça. Ele arqueou uma sobrancelha para mim.

— Impaciente?
— Direitos iguais, lindo.

Em vez de tirar só a calça, ele ficou pelado e parou, me deixando correr os olhos por seu corpo. Empurrei seu peito de leve, fazendo-o cair sentado no sofá, mas me afastei, rebolando propositalmente conforme me afastava.


— Você tá me deixando doida — comecei, mexendo em uma das gavetas até achar uma camisinha, que ergui para ele ver quando me virei —, mas nem tanto.

Seu sorriso se alargou e relaxou, os olhos castanhos acompanhando cada um dos meus movimentos. Devagar, me sentei no seu colo com uma perna de cada lado das suas e abracei seu pescoço, puxando-o para outro beijo.
Suas mãos passearam pelas minhas costas, pelas minhas coxas, pela minha bunda, mapeando a minha pele e deixando um rastro de fogo por onde passavam. Quando chegaram aos meus seios, cobrindo-os e apertando de leve, soltei um gemido baixo. Aquilo pareceu ser todo o incentivo que ele precisava, e apertou com mais força.

— Gosta disso, ? — murmurou contra o meu pescoço, descendo uma trilha de beijos.
— Gosto muito — respondi, deixando a cabeça pender para trás, minha voz saindo desesperada.

Ele sorriu e parou o que estava fazendo só tempo o suficiente pra abrir meu sutiã e jogar ele longe. Em seguida, foram seus lábios que se fecharam sobre o meu mamilo, sua mão cobrindo meu outro peito, e soltei um gemido alto, arqueando as costas.

— Porra, . — Soltei, puxando seus cabelos, quando ele mordiscou de leve a pele sensível.

Sua outra mão desceu, seus dedos passando pela parte interna da minha coxa em provocação enquanto ele alternava entre sugar e mordiscar.

— Já disse que amo os seus peitos? — perguntou com a voz rouca, mudando de lado.
— Acho que já mencionou. — Brinquei, lembrando as várias ocasiões em que ele tinha me elogiado.
Mordi o lábio, rebolando em busca de um pouquinho que fosse de fricção, precisando de mais, e ele riu baixinho, se afastando um pouco outra vez.

— Com certeza você é impaciente, linda. Nem me deixa saborear o momento. — Provocou, correndo as pontas dos dedos pelo elástico da minha calcinha.
— Pode saborear mais depois. Agora eu quero o seu pau dentro de mim — respondi, e imediatamente suas mãos se apertaram contra mim.
— Sim, senhora.

Ele soltou meu peito, tirou a camisinha da minha mão e abriu o pacote, colocando em seguida. Fiquei em pé só tempo o suficiente pra tirar a calcinha, me sentando de volta no seu colo. segurou meu quadril com as duas mãos, me puxou para frente e me posicionou sobre seu pau. Olhando no fundo dos seus olhos, desci devagar, sentindo cada centímetro dele me preencher.

— Puta que pariu — falou entredentes, me segurando no lugar e apoiando a testa na minha. — Por que a gente demorou tanto pra fazer isso?
— Excelente pergunta — respondi e comecei a rebolar devagar, gemendo com a sensação.
agarrou minha bunda com as duas mãos, guiando meus movimentos, sua respiração saindo entrecortada. Ergui o quadril um pouco, descendo de novo em seguida e rebolando, estabelecendo um ritmo lento, mas muito bom, minhas mãos apoiadas nos ombros dele. apoiou as costas no sofá, se inclinando um pouco para longe, seus olhos castanhos me assistindo com um fogo que só me deixava mais excitada.

— Bem assim, . Rebola bem gostoso no meu pau — murmurou, mantendo uma das mãos no meu quadril e subindo a outra pra apertar meu peito outra vez.

Desci as mãos para o seu abdômen, arranhando de leve e vendo-o revirar os olhos de prazer. Aos poucos, fui acelerando até estar cavalgando no seu colo, nossos gemidos ecoando pelo trailer.

… — soltei, jogando a cabeça pra trás. Eu podia sentir o orgasmo se aproximando, minhas coxas começando a tremer com o prazer.

De repente, sua mão se fechou contra a minha garganta, fazendo só uma leve pressão e me deixando ainda mais sem fôlego.

— Fala de novo, linda. Quero ouvir você gritar meu nome — pediu, a voz rouca.

Gaguejei e seus dedos se apertaram um pouquinho mais.

! — Choraminguei, as pernas falhando e quebrando o ritmo. — Por… por favor…

Sua outra mão deslizou entre nossos corpos, seus dedos pressionando o meu clítoris.

— Diz meu nome mais uma vez. — Ele ergueu o tronco, sussurrando no meu ouvido, a nova posição fazendo meus mamilos roçarem no peito dele com cada movimento e enviarem pequenos choques pelo meu corpo.

Ele mordeu meu ombro com força o suficiente para deixar marca, e senti meu corpo todo convulsionar, gritando seu nome e fincando as unhas em sua pele quando o orgasmo me atingiu. passou os braços ao redor da minha cintura, estocando rápido algumas vezes até parar, gozando e parando de se mexer. Ficamos vários minutos parados, apenas abraçados e recuperando o fôlego.
começou a espalhar beijos pelo meu ombro e pescoço, me causando arrepios. Comecei a rir.

— Que foi? — perguntou contra a minha pele, sorrindo.
— Dez anos brigando com a mídia por causa de rumores que a gente tava junto pra não durar nem uma semana depois da primeira vez que a gente se beijou.

começou a rir também, correndo as mãos em um carinho pelas minhas costas.

— A gente pode dizer que dessa vez eles estão certos — sugeriu ele, o tom um pouco hesitante.

Me afastei para encará-lo, surpresa.

, tá falando sério?
— Se você quiser, sim. — Seus olhos castanhos eram sinceros, e ele colocou meu cabelo atrás da orelha. — A gente sempre se deu bem, e eu gosto pra caralho de você, . A gente pode continuar como foi até hoje, podemos continuar amigos e ter uma coisa casual, ou a gente pode ter algo sério. A escolha é sua. — Mordi o lábio, pensando. — Não tem pressa. — Ele se inclinou para me dar um beijo na testa. — Amigos?
— Amigos — respondi depois de uma pausa, precisando de tempo para decidir o que fazer.



Fim.



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Nota da autora: Sem nota.








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