“A modelo brasileira (24 anos), foi um dos destaques da Semana de Moda parisiense dentro e fora das passarelas devido ao seu carisma contagiante.”
Essa e outras manchetes estavam tomando conta da internet nos últimos dias, a temporada de desfiles havia sido um sucesso em todos os aspectos e eu estava extremamente feliz com o resultado. Afinal, depois das inúmeras críticas positivas que havia recebido, imaginei que grandes marcas viriam me procurar para que eu fizesse alguma campanha. Depois de anos lutando para ter um destaque no universo da moda, finalmente meu momento havia chegado.
Apesar disso, não conseguia ficar inteiramente feliz, visto que estava abrindo mão de muitas coisas para ter sucesso na minha carreira. Isso inclui ficar longe da minha família e do meu país. Eu sabia que aceitar novos contratos só afastaria ainda mais as possibilidades de tirar férias e, principalmente, de passar um tempo no Brasil ao lado das pessoas mais importantes para mim.
Ser modelo pode parecer uma vida glamourosa e até certo ponto, realmente é. No entanto, também pode ser uma jornada solitária, ainda mais por ser difícil se estabelecer em um único lugar por muito tempo. Com o tempo, seu maior vínculo passava a ser o seu agente, no meu caso, Ana Brown se tornou mais do que uma boa amiga, éramos como irmãs e sua companhia tornou-se algo extremamente importante.
Abri meus olhos lentamente, encontrando a imensidão branca dos travesseiros e lençóis. Devido à minha boa noite de sono, não tive dificuldade em me levantar e começar minha rotina matinal, isto é, um café da manhã saudável e uma corrida pelo parque próximo do meu apartamento. Vesti uma calça legging lisa na cor preta com listras horizontais de tule na altura da panturrilha e uma camisa branca folgada, pegando minha abraçadeira com suporte para celular em seguida.
Enquanto tomava o meu desjejum, aproveitei para dar uma olhada nas últimas notícias, ver as redes sociais e responder algumas mensagens. Apesar de ser uma pessoa pública, desde o início da minha carreira optei por não expor tanto a minha rotina, logo, 90% das minhas postagens eram relacionadas com os meus trabalhos. Quando terminei, fiz meu alongamento, peguei meus fones, colocando na minha playlist favorita e saí do meu apartamento.
Assim que pisei fora do edifício, comecei a acelerar meus passos no ritmo da música e fui em direção ao parque. Correr por ali me trazia uma sensação de paz, pois conseguia sentir o cheiro das flores, a brisa mais úmida devido a maior quantidade de árvores no local. Corri o mais rápido que pude, aproveitando ao máximo aquele instante de tranquilidade, e só quando me dei por satisfeita, fiz o caminho inverso, retornando para o meu apartamento.
— Olha você aí! — Ana falou assim que apareci no corredor do meu apartamento, com a respiração um pouco ofegante pela corrida. — Eu já ia te ligar.
Observei a morena se levantando, já que a mesma estava sentada no chão enquanto me esperava, os longos cabelos negros estavam soltos, formando uma cascata em seus ombros e ela deu um pequeno ajuste na sua franja, uma mania que ela tinha e eu achava fofo. Ana estava bem arrumada, provavelmente iria para a agência quando saísse daqui, usava uma calça jeans escura e uma camisa azul claro de manga comprida, com uma maquiagem leve.
— Oi, Ana. — disse sorrindo para a minha agente e amiga. — Não esperava te ver por aqui hoje.
— Eu sei, mas trouxe boas notícias! — proferiu de um jeito empolgado e contagiante, fazendo com que eu sorrisse ainda mais para ela enquanto abria a porta do apartamento. — Mas primeiro, vai tomar um banho! — exclamou rindo — Não quero que você me abrace toda suada.
— E como você sabe que eu vou querer te abraçar?
— Tenho certeza que vai! E — Ana me chamou quando eu já estava caminhando para o quarto. —, não demore e vista uma roupa arrumada.
— Meu Deus, amiga, quanto suspense.
Ana deu uma risada e gesticulou para que eu me apressasse, assim o fiz. Me dirigi para o quarto e entrei no banheiro em seguida, tomando um banho super rápido, pois estava bem ansiosa pela notícia que a Ana teria. Quando terminei, fiquei enrolada na toalha enquanto olhava as minhas opções.
Depois de ponderar um pouco, optei por colocar um vestido marrom, ajustado no tronco e com uma saia no modelo godê cujo comprimento vai até a panturrilha, deixando pouca pele à mostra. O vestido possui um decote V, alças finas, e seu fechamento é na parte frontal por botões.
Coloquei um salto fino, de altura medida, na cor preta; fiz uma maquiagem leve e peguei minha bolsa, colocando dentro dela tudo o que julguei ser necessário. Quando voltei para a sala, Ana estava mexendo distraidamente no seu telefone, mas logo percebeu a minha presença e abriu um grande sorriso que externalizava carinho e sua empolgação transparecia por meio do brilho em seus olhos.
— Você está me deixando muito curiosa, amiga. — proferi, dando uma pequena risada.
— Ok — Ana falou enquanto me puxava para sentar ao lado dela —, primeiro sente-se.
— Ana, por favor, fala logo. — disse, implorando para que ela acabasse com aquela enrolação.
— A Chanel quer você para fazer as fotos da nova linha de primavera-verão e... — Ana deu uma pausa dramática — As fotos serão feitas no BRASIL!
— ANA! — gritei me jogando nos braços da minha amiga. — MEU DEUS! Eu não consigo acreditar! Não sei nem o que dizer.
— Pois já vai pensando aí em como me agradecer, porque eu ainda conseguir colocar um recesso de 15 dias para você logo após a sessão.
— Eu não tenho palavras para te agradecer isso. — falei dando mais um abraço em Ana, que ria descontroladamente da minha reação.
Ela estava, literalmente, realizando um dos maiores desejos, pois há um bom tempo queria ir ao Brasil para conseguir rever minha família e ter um tempo de descanso. Agora isso finalmente se tornaria realidade, tudo graças à minha amada agente.
— Agora, vamos! Nossa reunião é às dez horas. — Ana informou, quebrando o nosso abraço e já se levantando.
— Vamos! — falei de um modo empolgante, dando alguns pulinhos de alegria enquanto saímos do meu apartamento.
Fomos no carro da Ana até a sede da Chanel e em pouco tempo estávamos na grande sala de reuniões, esperando pelo senhor Richard Moore, que é diretor administrativo da marca. O local era muito elegante, com uma longa mesa de vidro rodeada por cadeiras pretas extremamente confortáveis. Em uma das paredes tinha uma grande tela, enquanto que do lado após existiam vários quadros com fotos de várias campanhas.
— Senhoritas! — o Richard disse quando entrou na sala, acompanhado de uma mulher, provavelmente a advogada da empresa. — Bom dia, é um prazer conhecer vocês pessoalmente.
— O prazer é todo nosso. — Ana disse, levantando-se e apertando a mão dele, que repetiu o gesto comigo logo em seguida.
— Bom dia. — a loira ao seu lado falou, também sorrindo na nossa direção.
— Bem, sentem-se e vamos ao que interessa. — falou sentando-se na nossa frente e entregando uma cópia do contrato para a Ana, que começou a folheá-lo.
— Fizemos os ajustes solicitados e espero que esteja tudo nos conformes. — a loira falou olhando para a Ana, que concordou em seguida.
— Como havia explicado — Richard começou a falar olhando diretamente para mim —, desejamos fazer as fotos em Fernando de Noronha.
Fernando de Noronha? MEU DEUS!
Precisei conter a súbita vontade de sorrir que cresceu no meu peito com essa informação para manter a minha postura profissional. No entanto, estava explodindo de alegria por dentro e com muita vontade de sair abraçando todos presentes na sala. Ao mesmo tempo, sabia que a Ana tinha total consciência do meu estado, visto que a morena tentava conter um sorriso.
— E fechamos com o , ele vai fazer as fotos. Talvez consiga conhecê-lo hoje, ele tem uma sessão daqui a pouco.
?! MEU DEUS!
Mais uma vez precisei tentar manter a minha postura profissional, ouvi muitos elogios sobre ele. Apesar de nunca tê-lo visto, sua fama de ser um excelente fotógrafo era enorme. Além disso, tive a oportunidade de ver algumas das fotos tiradas por ele e seu talento era gritante.
— Bem — Ana falou terminando de folhear o contrato. —, está tudo nos conformes e estamos prontas para assinar.
— Estou honrada de trabalhar para a Chanel, senhor Moore. — disse educadamente e ele deu um sorriso.
— Nós é que estamos honrados em tê-la como o nosso rosto para a coleção de primavera verão, querida. E, por favor, pode me chamar apenas de Richard.
Ana me passou o contrato, confirmando que estava tudo certo e eu assinei nos locais indicados nas duas cópias. O Richard fez o mesmo, guardando uma e entregando a outra para a minha agente, que colocou o documento em sua pasta. Depois disso, ele continuou explicando alguns detalhes da coleção e eu prestei atenção nos mínimos detalhes.
— Então, nos vemos semana que vem para o teste das roupas. — falei me levantando e sendo acompanhada pelos demais quando todas as informações foram expostas.
— Perfeito — Richard disse enquanto se direcionava para a porta, sendo acompanhado de perto pela advogada. —, faço questão de acompanhá-las até a porta.
— Infelizmente, preciso ir resolver outras pendências e me despeço aqui. — a advogada falou educadamente e se despediu da gente em seguida.
Caminhamos lado a lado até a recepção do local e eu não pude deixar de notar os diversos ateliês que tinha por ali, bem como também notei que existiam alguns estúdios. Durante o pequeno trajeto, Richard e Ana conversam formalmente, enquanto meus olhos vagavam pelas fotos expostas nos corredores e observava rapidamente alguns funcionários trabalhando.
— Bem, Richard, foi prazer conhecê-lo. — Ana disse apertando a mão dele quando paramos na recepção da agência.
— Estou ansiosa para fazer as fotos. — falei em seguida, repetindo o gesto da morena.
— Acredito que teremos fotos belíssimas. — disse educadamente. — Ah, olha quem chegou! — ele exclamou olhando por cima do meu ombro. — ! Vem cá, quero que conheça a sua próxima modelo.
Me virei na direção que o Richard estava olhando, encontrando um homem , cujos braços bem desenhados chamavam a atenção. Ele estava usando uma calça jeans c, com uma camisa slim fit azul marinho de manga comprida, dobrada até a altura do cotovelo. Em uma de suas mãos, ele segurava pela alça uma Mochila Case Logic, provavelmente para a câmera, e com a outra mão retirava o óculos escuro que usava enquanto caminhava na nossa direção.
Puta merda, que homem é esse?
— . — falou quando parou diante de mim. — É uma honra fotografar você. — Completou colocando o óculos na gola da camisa e estendendo sua mão na minha direção.
— Digo o mesmo, seus trabalhos são impecáveis. — falei segurando na mão do rapaz e pude notar suas íris fitarem o meu corpo de um modo galanteador, como se estivesse admirando e ao mesmo tempo buscasse conhecer melhor os detalhes da sua próxima modelo.
— Tenho certeza que as suas fotos ficarão ótimas, afinal, você é uma modelo muito bonita. — ele disse com um sorriso discreto nos seus lábios e soltou minha mão em seguida, virando-se na direção da Ana.
— Ana Brown, prazer. — Ana disse prontamente, apertando a mão do fotógrafo. — Sou a agente da .
— Adoraria conversar mais com vocês, no entanto, preciso ir. Tenho umas fotos para tirar agora, mas a gente se vê na sessão de teste. — falou e voltou sua atenção para meu rosto antes de piscar com o olho esquerdo na minha direção e retirar-se do local.
Observei ele caminhando para o que deveria ser um estúdio e meus olhos involuntariamente vagaram pelas costas do rapaz, parando na sua bunda. Fiquei presa naquela região mais tempo do que o necessário, pois surgiu uma vontade nada profissional de apertá-la. E quando o desapareceu do meu campo de visão, ainda continuei estática.
Ouvi a Ana coçando a garganta e soube que realmente fiquei olhando demais para o meu fotógrafo. Respirei fundo, voltando para a minha melhor pose de profissional e terminei de me despedir do Richard que, aparentemente, não tinha percebido a minha leve atração pelo .
Saímos da Chanel, fomos resolver outras pendências, fazendo com que o dia passasse rapidamente. Apesar do cansaço físico, estava animada com as novidades do meu novo contrato, que trazia como bônus minhas tão sonhadas férias e, é claro, bem merecidas.
Não foi difícil para a Ana me convencer a sair para comemorar o meu contrato com a Chanel. Optamos por ir ao La Hermosa, um bar de pequeno porte, mas que era um dos meus favoritos na região devido a sua temática latina. E, justamente por conta disso, vivia lotado e era comum ouvir pessoas falando espanhol e até mesmo português por lá.
— Ana, eu já sei como vou te recompensar pelo contrato. — disse sorridente enquanto entrávamos no bar e sentávamos lado a lado no grande balcão.
Dei uma pequena olhada ao redor enquanto a Ana escolhia a bebida da vez. O La Hermosa era extremamente aconchegante, com uma decoração bem colorida e que possui várias referências aos países latinos. Além das pequenas bandeiras de todos os países da América Latina, o local era uma mistura harmoniosa de cores vibrantes, trazendo uma atmosfera divertida.
— Ah, é? Como?
— Dei uma olhada no calendário e as fotos vão ocorrer uma semana antes do carnaval, ou seja, vou te apresentar o melhor carnaval do mundo.
— Sério? MEU DEUS, amo você. — Ana disse visivelmente empolgada e me deu um abraço rápido.
— Aham! E a gente precisa escolher as nossas fantasias, porque é óbvio que vamos iguais! É tradição de carnaval. — falei e a Ana abriu um sorriso enorme.
— Sendo assim, vamos pedir uma caipirinha em homenagem a esse momento. — Ana falou e eu concordei, virando-me para o atendente e solicitando duas bebidas.
O que começou com duas caipirinhas para fazermos um brinde se transformou em incontáveis doses e logo eu pude notar que o álcool já tinha surtido efeito na Ana, que não estava tão acostumada com essas bebidas mais fortes. Portanto, comecei a desacelerar o meu consumo, pois existiam grandes possibilidades de eu precisar cuidar da minha amiga mais tarde.
— Amiga! — Ana falou rindo de algo que eu não consegui descobrir do que se tratava. — Eu preciso ir ao banheiro.
— Vou ficar bem aqui te esperando. — afirmei e a Ana concordou, levantando-se e indo na direção dos banheiros.
Girei no banco, ficando de frente para a pista de dança improvisada no meio do bar e aproveitei para observar o ambiente ao meu redor, agora estava mais cheio do que antes e com algumas pessoas se divertindo na pista. Pude reconhecer a voz do Luis Fonsi e prestei um pouco mais de atenção até perceber que estava tocando “Imposible”. Por isso eu amo esse lugar, sempre colocavam músicas latinas para tocar e eu conseguia me sentir um pouco mais próxima da minha cultura nativa.
Meus olhos continuam vagando pelo local até que uma figurinha familiar chamou a minha atenção:. Ele estava acompanhado por três amigos e todos gargalhavam devido algo que um dos rapazes havia dito. usava uma bermuda jeans c e uma camisa branca, que enfatizava seu corpo bem definido.
Acredito que o álcool que corria pelas minhas veias não me permitiu planejar muito bem o que estava fazendo, pois notei que um rapaz ao lado do cutucou o mesmo e indicou na minha direção.
Fiquei estática. Congelada.
Tentando encontrar um buraco para enterrar a minha cara.
No entanto, assim que seus olhos encontraram os meus, abriu um sorriso lindo, definitivamente o mais bonito que eu já tinha visto. Instantes depois, o se levantou e caminhou lentamente na minha direção, desviando de algumas pessoas que estavam dançando animadamente.
— . — Escutei sua voz familiar me chamando e fiquei fascinada enquanto ele aproximava seu rosto do meu, depositando um beijo discreto na minha bochecha quase encostando na minha boca.
se afastou logo em seguida, para sentar no banco ao meu lado. Girei meu corpo e ficamos frente a frente.
— — falei com um sorriso singelo nos lábios. —, não esperava encontrar você aqui.
— Já eu não posso afirmar o mesmo... Se eu não estiver errado, você é Brasil, certo?
— Certíssimo. — disse com um sorriso meio bobo e o repetiu meu ato. Ficamos nos encarando por alguns instantes até que ele desviou e voltou sua atenção para um grande quadro na parede à nossa frente com a lista das bebidas servidas no bar.
— Então, brasileira, qual bebida você me indicaria desse cardápio tão latino?
— Com toda certeza, caipirinha.
— Essa é famosa, mas eu nunca provei.
— Quer experimentar a minha antes de pedir? — falei deslizando meu copo na sua direção.
— Pode ser. — Ele pegou o copo, observando o seu conteúdo com cautela antes de dar um pequeno gole na bebida. — Tem gosto de suco de limão.
— É um dos ingredientes. — afirmei e fiz menção de pegar o meu copo de suas mãos.
No entanto, em vez de segurar no vidro, meus dedos foram de encontro às mãos do . Imediatamente pude sentir sua pele aveludada e desci meus olhos para o local, sentindo uma leve queimação no meu rosto, provavelmente, minhas bochechas estavam rosadas devido a súbita vergonha que cresceu no meu peito.
— Me desculpe. — Dei uma pequena risada, provavelmente pela mistura do álcool, nervosismo e timidez.
— Sem problemas, . — falou sorrindo e procurou o garçom com os olhos, erguendo um dos dedos para chamar a sua atenção. — Pode trazer uma caipirinha, por favor. — Solicitou quando o rapaz parou na sua frente.
— Pelo visto, você gostou.
— Acredito que terei uma excelente guia quando estiver no Brasil. — disse, voltando seu rosto na minha direção.
Fiquei sem muita reação de imediato, acho que a leveza que o álcool trazia para a minha mente também estava dificultando o meu raciocínio. E, é claro, tinha uma áurea própria, algo em volta dele tornava-o fascinante, uma mistura equilibrada entre o divertido e o sensual, tornando-o um galanteador nato.
Escutei os acordes iniciais da música Agosto do Álvaro Soler e automaticamente comecei a me balançar no ritmo um pouco mais lento daquela canção, sentindo cada um dos meus músculos responder aquela sensação de leveza que a música trazia consigo.
— Quer dançar, ?
Escutei a voz do s e olhei diretamente para as suas íris , baixando meus olhos em seguida para a mão do rapaz estendida na minha direção. O mesmo já estava de pé, apenas esperando por uma resposta minha, com um sorriso amoroso nos lábios que fez meu coração errar as batidas.
— Claro. — respondi sorrindo para o e segurei na mão do mesmo em seguida.
De mãos dadas, me guiou até a pista de dança improvisada. Senti uma de suas mãos pousar na base da minha lombar de uma forma extremamente gentil, enquanto a outra segurou mais firme a minha, entrelaçando os nossos dedos. Aproveitei para segurar na sua nuca e deixei que o me guiasse, adquirindo um ritmo tranquilo mas de acordo com as batidas da música.
Observei seus olhos percorrerem meu rosto como se tentasse memorizar cada um dos meus traços e um sorriso discreto surgiu nos lábios do ao mesmo tempo que sentia seus dedos fazendo movimentos circulares, depositando um carinho delicado nas minhas costas.
O calor das suas mãos em contato com a minha pele fez meu coração bater mais forte no meu peito e o jeito que me guiava pela pista de dança fazia era como se estivesse flutuando. Em nenhum momento consegui desviar minha atenção de seus olhos , era como encarar de frente o oceano mais turbulento e ao mesmo tempo a calmaria de um pôr do sol.
Era intenso. Hipnotizante.
E eu estava simplesmente fascinada.
— Você é realmente uma mulher muito bonita, isso fica nítido olhando assim… Mais de perto.
Não soube o que falar com aquele elogio. Mais uma vez, conseguia me deixar sem palavras. E a minha única resposta foi sorrir para o , que continuava me guiando pela pista de dança, enquanto sentia aquele queimor específico no meu rosto, que provavelmente agora estava com um certo tom avermelhado pela segunda vez na noite.
— Hm, então a grande modelo fica sem graça diante de elogios?
— Geralmente não. — respondi dando uma risada que foi acompanhada pelo rapaz.
Nossos olhos se mantinham conectados e o aroma envolvente que o exalava me deixava ainda mais vidrada naquele momento. Ele separou os nossos corpos, segurando a minha mão acima da minha cabeça, fazendo com que eu girasse sobre meu próprio eixo e rimos juntos. Em seguida, o uniu novamente os nossos corpos, diminuindo a distância que existia antes.
— Sabe, estou ficando cada vez mais ansioso para essa viagem.
— É? — Questionei arqueando uma sobrancelha. — Por quê?
— Bem...
— !! — Escutamos o grito da Ana ao mesmo tempo que ela jogava os braços ao nosso redor, apoiando um ao redor do pescoço do e o outro no meu. — Estava desesperada te procurando, sabia? — falou olhando na minha direção.
— Amiga, acho que você passou um pouquinho da conta. — falei rindo um pouco da situação dela.
— Só um pouquinho. — Ana falou enquanto soltava a gente e gesticulava com as mãos. — , uau, o que você faz aqui?
— Não é só você que tem amigos latinos, Ana. — ele respondeu com um tom divertido e a Ana deu um risada, provavelmente devido ao álcool.
— Ana, é melhor a gente ir.
— Eu te ajudo. — falou, já um pouco distante de mim, enquanto apontava a minha amiga com a cabeça.
Fui até o balcão para pagar a conta e a Ana tagarelava assuntos aleatórios com o , que tentava acompanhar o raciocínio alcoolizado da garota e ao mesmo tempo a segurava, evitando que a mesma tropeçasse nos próprios pés. Quando terminei de efetuar o pagamento, ele me ajudou a chamar um táxi e a colocar a Ana no carro.
— Obrigada. — falei voltando minha atenção para ele.
— Por nada, . — respondeu cordialmente e depositou um beijo na minha bochecha, novamente em um local perigosamente próximo dos meus lábios.
Cerca de trinta minutos depois já estávamos no meu apartamento. Tratei de colocar a Ana para tomar um banho e separei uma roupa confortável para a minha amiga. Quando a mesma já estava deitada na minha cama, fui tomar o meu banho, colocando um pijama leve e deitei ao lado da garota algum tempo depois.
O sono não demorou a tomar conta do meu corpo e da minha mente, sentia cada músculo do meu corpo relaxando e se deixando levar pela sensação de sonolência. Naquela noite, não soube dizer ao certo o motivo pelo qual existia um sentimento de leveza pairando sobre mim, possivelmente era causada por vários estímulos.
Álcool.
Viagem ao Brasil.
.
Estávamos no salão de embarque do aeroporto e era impossível afirmar quem estava mais ansioso para essa viagem. Era a primeira vez que Ana ia ao Brasil, portanto, estava imersa em uma empolgação e alegria contagiante. Por outro lado, eu estava ansiosa para aproveitar o pequeno recesso após as fotos, isto é, curtir o carnaval e depois passar uns dias com a minha família.
Ana estava sentada na minha frente fazendo umas caretas engraçadas enquanto praticava algumas palavras em português. Desde que soube da nossa vinda ao Brasil, minha agente tem se dedicado bastante ao idioma, tentando aprender o máximo possível e, de fato, ela conseguiu. Apesar do seu sotaque forte modificar um pouco a dicção das palavras, era possível compreender o que dizia.
— Olha quem está chegando. — Ana falou quando levantou o rosto, indicando alguém atrás de mim e, pelo tom da sua voz, já sabia que se referia ao .
Olhei na direção que Ana apontava com a cabeça e em de vê-lo meu coração acelerou, me causando uma sensação estranha. Ele estava incrivelmente bonito, andava de forma vagarosa na nossa direção enquanto tomava pequenos goles do seu café. Dessa vez, sua mochila Case Logic estava nas costas e usava uma calça chino bege escuro e uma camisa branca lisa.
Essa era a terceira vez que via o e a cada encontro, sua beleza ficava ainda mais marcante. Quando nos encontramos para a sessão de testes, teve que dividir sua atenção entre a modelo e o estilista, afinal, ele precisava entender os desejos do criador daquelas peças para incorporar aqueles sentimentos nas fotos. Apesar de conversarmos pouco neste encontro, pude prestar atenção nos detalhes do seu rosto, nos brilhos dos seus olhos e nos traços dos seus braços musculosos.
Agora seria diferente, estaria totalmente focado na modelo, ou seja, em mim. E, ademais, iríamos encarar todo o trajeto até a Ilha de Fernando de Noronha juntos. Seriam longas horas dentro dos aviões e uma semana inteira em um dos lugares mais lindos do mundo.
Ele demorou um pouco para perceber a gente, no entanto, Ana fez questão de acenar freneticamente na direção do rapaz, que abriu um lindo sorriso quando seus olhos se encontraram com os meus. Alguns segundos depois, parou na minha frente e eu me levantei para dar um abraço rápido nele, que fez o mesmo com a Ana em seguida.
— Ansiosas para a viagem? — Questionou para ninguém em específico dando o último gole no seu café e jogando o copo em uma lixeira próxima.
— Com toda certeza! — Ana respondeu antes de mim e rimos juntos.
Voltamos a nos sentar, o ficou ao meu lado e logo Ana começou a bancar a professora de português, ensinando algumas palavras para o ao meu lado. Entrei na conversa, explicando mais pausadamente como certas palavras eram pronunciadas.
Ouvimos uma voz feminina ecoar pelos alto-falantes do salão de embarque e nós levantamos juntos. gesticulou com a mão para que eu passasse e assim o fiz, indo em direção à pequena fila que se formava diante da porta que dá acesso às longas passarelas que levam ao avião.
Enquanto esperávamos na fila, fiquei em silêncio apenas escutando Ana e conversando descontraidamente. Aproveitei para enviar uma mensagem para minha mãe informando que já estava prestes a embarcar; era incrível como eu conseguia sentir toda a felicidade contida naquelas simples palavras.
Quando chegou a nossa vez, entreguei o passaporte e a passagem, que foram rapidamente verificados; em seguida meus companheiros fizeram o mesmo. Caminhamos pela passarela lado a lado e, pelo visto, os dois tinham se dado muito bem, pois não paravam de conversar e admito que estava um pouco perdida sobre qual era o assunto, então, permaneci calada.
Encontramos nossas poltronas sem muita dificuldade, aguardou por nossas malas de mão e depois Ana foi logo sentando na janela, seguida por mim e depois pelo . Colocamos os nossos cintos e, depois de uns trinta minutos, as portas da aeronave foram fechadas, dando início às orientações padronizadas que sempre ocorrem antes da decolagem.
Eu já sabia aquelas orientações de cor, entretanto, sempre prestava atenção e notei que não era a única, pois assistia de um jeito concentrado e fofo as instruções que estavam sendo passadas. Cerca de dez minutos depois, a aeronave já pegava impulso na pista e percebi a gravidade fazendo o seu papel quando a mesma decolou.
— Eu não sei o que acho pior, a decolagem ou a aterrissagem. — falou virando o rosto na minha direção quando o avião já estava na altitude de voo.
— Com certeza a aterrissagem. — disse sorrindo para o e notei seus olhos descerem pelo meu rosto até parar na minha boca.
— Eu vou tentar dormir um pouco. — Ana falou chamando a nossa atenção e a gente se virou na sua direção. — , você pode pegar a minha bolsa? Por favor.
— Claro.
respondeu já se levantando e pegando a bolsa da minha amiga, que agradeceu, pegou rapidamente sua máscara de dormir com vários gatinhos estampados e devolveu a bolsa para que ele pudesse guardar novamente no compartimento acima de nossas cabeças. O voltou a sentar ao meu lado e eu olhei para minha amiga, que já estava preparada para dormir e eu sabia que ela cairia no sono rapidamente.
— Você sente muita falta do Brasil? — Ouvi questionar e voltei minha atenção para ele.
— Muita, mais do que admito. — Fiz uma pequena pausa, suspirando profundamente. — Sinto falta da energia do povo brasileiro, é algo único, entende? E, é claro, sinto falta de estar próximo da minha família.
— E sua família é muito grande?
— Hum, diria que média. — falei dando uma risada. — Mas, tenho muitos primos, o que me renderam bons momentos na infância.
— Como? — questionou, seus olhos estavam fixos em mim e demonstravam um interesse genuíno em nossa conversa.
A pergunta do rapaz foi respondida com uma sequência de histórias engraçadas de quando eu era mais nova. Logo, começamos a compartilhar diversos momentos divertidos um do outro e acabei descobrindo que ele tinha começado a faculdade de arquitetura antes de resolver se especializar em fotografia e seguir essa carreira.
Em um determinado momento, resolvemos assistir a um filme, até porque ainda tínhamos algumas horas de voo. Depois de um bom tempo rodando o catálogo e dando boas risadas da nossa dificuldade de escolher um longa, optamos por rever o primeiro Missão Impossível, já que segundo o era um clássico do cinema.
Quando as primeiras cenas do filme começaram na pequena tela, todo o cansaço daqueles últimos dias começou a tomar conta do meu corpo. Sentia uma certa dificuldade em manter minhas pálpebras abertas e, de início, tentei lutar contra esse sono que estava se apoderando de mim, entretanto, ele foi mais forte. Logo, acabei adormecendo ainda nos primeiros minutos do filme.
— . — Ouvi a voz de ao mesmo tempo que sentia seus dedos correrem pela lateral do meu rosto. — Vamos aterrissar, você precisa colocar o cinto. — falou baixinho e eu fui abrindo os olhos lentamente.
Precisei piscar algumas vezes para que a minha visão focasse, percebendo que estava deitada no ombro dele. Levantei um pouco o rosto, encarando seus olhos verdes, que me fitavam com uma certa admiração. Minha única resposta foi abrir um sorriso amoroso na sua direção, balançando a cabeça em um sinal positivo em seguida.
Ao fundo, escutei os avisos de que deveríamos nos preparar para o pouso, no entanto, só conseguia prestar atenção no rosto que estava tão próximo do meu.
Fevereiro/2021, Fernando de Noronha - Pernambuco.
Quarta, 14:00 p.m.
Quando finalmente entramos no táxi a caminho do Hotel XXX, agradeci mentalmente diversas vezes. Estava cansada de tantos voos, visto que foram três voo diferentes para Fernando de Noronha. Felizmente, por se tratar de uma ilha pequena, chegamos rapidamente na hospedagem e me ajudou a tirar as malas do automóvel enquanto minha amiga fazia o check-in.
— Bem, aqui estão os cartões de seus quartos. — ela falou quando se aproximou novamente da gente, entregando um cartão magnético para cada um. — Estamos no mesmo andar e eu acho que não é exatamente uma coincidência.
— Não é. — disse piscando para mim e eu fiquei levemente envergonhada, mas estava cansada demais para processar aquela informação.
Fomos rapidamente até os quartos e , educadamente, me ajudou com minhas malas. Nos despedimos rapidamente, mas não pude deixar de sorrir com o beijo delicado que o rapaz depositou na minha bochecha antes de sair do meu quarto. Logo em seguida tomei um banho rápido, vesti uma roupa confortável e me joguei na cama; estava pronta para dormir por longas horas.
✿❀✿
Abri meus olhos tranquilamente, estava com as minhas energias reforçadas depois de uma longa noite de sono, mas meu despertador ainda não havia tocado, portanto, optei por continuar na cama, desfrutando dos meus minutos de descanso antes que eu precisasse me levantar e me preparar para as fotos.
Quando meu despertador tocou informando que já eram três e trinta da madrugada, levantei rapidamente e fui logo tomar meu banho, colocando um roupão em seguida. Fiquei conferindo as minhas redes sociais até que escutei batidas na porta e a voz da Ana me apressando.
— Boa madrugada — Ana disse rindo enquanto entrava no meu quarto, sendo acompanhada por uma morena que não conhecia arrastando um cabideiro com as roupas que eu usaria durante as fotos —, já, já sua vitamina chega. E, enquanto isso, vamos logo colocando a roupa da vez.
Concordei e Ana me entregou a primeira roupa. Fui até o banheiro, trocando de roupa rapidamente e quando voltei para o quarto minha vitamina já havia chegado, tomei a mesma tranquilamente enquanto estávamos esperando pela maquiadora. Quando a mesma chegou, só fiz escovar os dentes e sentar em uma das poltronas do quarto.
Aproximadamente 30 minutos depois já estávamos a caminho da praia onde as fotos seriam tiradas, Ana havia me informado que tinha uma equipe maior por lá e ela fez questão de enfatizar que havia mandado mensagem anunciando que estavam apenas esperando a modelo.
Chegamos à praia por volta das 04:45 e toda a estrutura para montar as fotos já estava montada, pude ver que alguns tripés já haviam sido instalados na área em que o fotógrafo se encontrava ajustando seu posicionamento, sob o olhar atento do seu assistente, que segurava o rebatedor. Me aproximei rapidamente dele, enquanto a Ana se dirigiu para a tenda que havia sido montada para dar suporte.
— Bom dia. — falei anunciando a minha presença e o se voltou na minha direção.
Os looks haviam sidos organizados em uma ordem específica para tirar as fotos, sendo o primeiro uma opção que ainda tinha a saída de banho, o que eu agradeci mentalmente, afinal, o sol ainda estava tímido naquele momento do dia e a brisa que vinha do mar estava gelada.
— Bom dia, , se você estiver pronta, podemos começar. — disse usando toda a sua formalidade, apesar do seu sorriso demonstrar que já tínhamos passado dessa fase.
Assim que me posicionei no lugar indicado por ele, deixei de ser a para me tornar a modelo. O andava de um lado para o outro, apenas dando algumas orientações enquanto eu ia me posicionando para as fotos. O assistente dele fazia o mesmo, sempre por perto dando os ajustes necessários.
— Vamos para as últimas fotos, ok? — falou aproximando-se de mim quando eu já estava com a última peça.
— Tudo bem. — respondi educadamente e com uma de suas mãos livres, colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.
— Preciso admitir algo — falou baixando o tom da sua voz —, você está me deixando fascinado, .
Não tive tempo de responder, pois o piscou e se afastou logo em seguida, posicionando-se a uma certa distância e indicando que iria tirar mais fotos. Fiz algumas poses antes que ele se aproximasse e começasse a tirar fotos do meu rosto. Naquele momento, não conseguia focar na câmera, meus olhos estavam todos sobre as íris verdes do fotógrafo que tinham um brilho intenso.
percebeu isso, pois tinha um sorriso discreto nos seus lábios enquanto tirava as últimas fotos e quando ele abaixou a câmera, seus olhos transpareciam tudo o que ele estava sentindo, sendo o suficiente para que eu soubesse que estávamos na mesma sintonia.
— Bem — falou chamando atenção da equipe —, tenho o material necessário. Parabéns a todos! — Completou batendo palma e sendo acompanhado por todos os membros da equipe.
✿❀✿
— Parabéns, ! — falou quando chegamos na recepção do hotel. — As fotos ficaram maravilhosas.
— Eu é que devo te parabenizar, você é um excelente fotógrafo. Obrigada.
— Foi uma honra trabalhar com você. — ele disse estendendo a sua mão na minha direção e eu apertei a mesma, dando uma risada da situação.
— Eu vou para o quarto, preciso salvar logo as fotos no computador e no HD externo.
Ele ergueu a sua câmera enquanto falava e abriu um lindo sorriso antes de se despedir com um beijo delicado na minha bochecha. Ele se virou logo em seguida, começando a andar em direção ao elevador.
— ! — chamei e ele se virou novamente na minha direção, voltando a se aproximar. — Queria te fazer um convite.
— Pode fazer. — falou franzindo a testa, como se estivesse curioso para entender o que eu queria.
— Quer passar o carnaval com a gente? — questionei rapidamente em um sinal de nervosismo. — Digo, eu e a Ana vamos aproveitar o carnaval de Recife.
— Bem — falou, ponderando um pouco. —, vai ser um prazer.
Fevereiro/2021, Recife - Pernambuco.
Sexta de Carnaval, 07:30 a.m.
Como dizemos no Brasil: sextou!
No meu caso, é um “sextou” com um sabor de liberdade em dobro, afinal, é CARNAVAL e o começo das minhas FÉRIAS.
A semana havia sido longa, com muitos voos, maquiagens, trocas de figurinos e muitas fotos. Mas, agora eu estava tomando meu café da manhã no Hotel Atlante Plaza, um dos melhores hotéis que ficam na beira mar de Boa Viagem, uma das melhores praias urbanas do Brasil. Desfrutando de pratos típicos da região e da sensação maravilhosa de estar de férias.
— De que horas a gente precisa se arrumar? Tenho que separar as nossas fantasias. — Ana falou enquanto tomava um gole do seu café.
Estávamos sentados em uma das mesas da área de refeição do hotel, Ana na minha frente e o ao meu lado.
— Certo, eu não tenho uma fantasia, afinal, não tinha planejado ficar. — falou um pouco constrangido.
— Mas isso não é um problema. Nós vamos até o centro da cidade, lá tem várias lojas que vendem fantasias.
— Tudo bem, confio em você.
— Quer ir com a gente, Ana? — perguntei, me virando para a minha amiga que estava distraída com o seu café da manhã.
— Dispenso, preciso fazer algumas coisas para ficar o resto do dia livre. — disse e depois deu um longo gole em seu café.
Terminamos o nosso café da manhã alguns minutos depois e a minha agente seguiu para o quarto, enquanto eu e fomos para a recepção do hotel, solicitando um táxi. Ficamos conversando sobre alguns assuntos aleatórios enquanto esperávamos pelo automóvel e durante todo o trajeto até o centro da cidade.
O táxi parou diante de uma das ruas mais movimentadas do centro, que não era permitido a circulação de carros, portanto, pagamos e descemos do mesmo rapidamente. Segurei na mão do , tentando evitar que o mesmo ficasse perdido naquela multidão, cujo idioma ele conhecia muito pouco. Logo avistei a loja que estava procurando e entramos nela que, por sinal, estava lotada.
De fato, existem dois tipos de pessoas: aquelas que quando o carnaval termina já começam a escolher as fantasias para o próximo e as que decidem de última hora. E, nesse caso, o se enquadra perfeitamente no segundo grupo.
Continuamos andando de mãos dadas pelos corredores da loja, parecia um pouco perdido no meio daquela bagunça, olhando de um lado para o outro, tentando entender a alguma coisa que as pessoas falavam ao seu redor. E eu nunca imaginei que isso seria algo tão fofo de ser observado.
Para a sorte do rapaz, identifiquei rapidamente onde ficavam as fantasias masculinas e fui puxando-o até lá, que estava mais vazia e silenciosa, com poucas pessoas por ali. soltou minha mão e ficou observando as opções que estavam penduradas, olhando de uma por uma, mas sem passar muito tempo nelas.
— Alguma sugestão? — perguntou, aparentemente estava um pouco perdido.
— Bem, a gente não tem muitas opções. — falei quando dava uma olhada nas fantasias, notando que a maioria era de uma versão diferente do mesmo personagem. — Entre super heróis e piratas, prefiro pirata.
— Então vai ser pirata. — piscou na minha direção e começamos a ver cada uma das opções de fantasias com essa temática.
Ficamos um bom tempo olhando as opções até que encontramos uma que servia direitinho e cujo tecido era mais leve. Afinal, estamos falando do nordeste brasileiro, cujas temperaturas são bem distintas daquelas que o está acostumado.
✿❀✿
O táxi parou diante do Clube Português, o local onde tradicionalmente ocorre o Baile dos Artistas, um dos primeiros eventos do Carnaval e que conta com um Concurso de Fantasia e apresentações de diversos artistas locais e nacionais. A movimentação em frente ao clube estava intensa, portanto, descemos rapidamente do automóvel.
Olhei rapidamente para Ana, que parecia super animada e pedia para que tirasse uma foto nossa, visto que tínhamos escolhido a mesma fantasia; girassol.
Estávamos usando uma saia cintura alta feita em tule amarelo, cujo comprimento ficava um pouco acima do joelho. Espalhados pela saia, existiam alguns girassóis que também estavam distribuídos na parte da frente do top amarelo. Optei por deixar meus cabelos soltos, usando um diadema com um único girassol e fazer uma maquiagem leve, cujo destaque era o batom vermelho.
Afinal, nada mais justo do que fazer menção a música do artista pernambucano Alceu Valença:
“Um girassol nos teus cabelos. Batom vermelho, girassol”
Ana e eu fizemos algumas poses diferentes antes da garota pegar rapidamente o celular da mão do e praticamente me empurrou para o lado do . Ele deu uma risada, antes de me envolver e segurar minha cintura, sorrindo em direção à minha amiga. Acabei observando o rapaz por alguns instantes antes de voltar a atenção para a Ana e sorrir para a foto.
O estava usando uma calça marrom com botas pretas e uma camisa folgada de manga ¾ na cor branca. Além do chapéu clássico de capitão, estava com um colete do mesmo tom da calça, imitando um couro, e preso na cintura por um cinto preto. Por fim, ele segurava uma espada, terminando de compor a sua fantasia de pirata.
Entramos no Clube Português após algumas fotos, indo direto para o lounge vip. Ao nosso redor, tudo estava arrumado de acordo com a temática do ano: circo. Foi inevitável sorrir ao ver que ao meu lado, estava encantado com a grande diversidade de fantasias usadas pelas pessoas ao nosso redor, sendo uma mais criativa do que a outra.
O espaço estava muito bem decorado, com vários ornamentos que lembravam o tema central do evento. No teto havia sido montado um mosaico com tecidos de diversas cores, imitando a estrutura de um circo. No lounge vip, os garçom e outros atendentes também estavam caracterizados e a decoração do local era composta por vários itens temáticos.
Em pouco tempo, a Ana já tinha conhecido um rapaz e literalmente sumido, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde a garota iria reaparecer com uma boa história para contar. Enquanto isso, eu e ficamos conversando besteira e analisando as fantasias das pessoas.
— Aquele veio de faraó. — falou indicando com uma das mãos enquanto a outra permanecia apoiada na estrutura do mezanino.
Olhei na direção que ele havia indicado, observando de longe um rapaz vestido como um faraó, com uma estrutura grande na cabeça.
— Essas fantasias devem pesar muito. — comentei e negou com a cabeça.
— Talvez essas não, já que aparentemente não é algo profissional. — Olhei na direção dele e o rapaz sorriu antes de continuar. — Você me disse que tem um concurso, certo? Com certeza deve ser algo mais elaborado e extravagante.
— Ah, , você nem imagina. — falei em meio a uma gargalhada e o rapaz me acompanhou.
Continuamos observando as diversas fantasias ao nosso redor, agora estava com uma long neck na mão e dava pequenos goles enquanto fazemos análises técnicas das roupas. A criatividade das pessoas era incrível e, literalmente, vimos de tudo. Desde fantasias mais clássicas, como heróis, até reproduções de memes que ficaram famosos na internet.
— ? — Ouvi uma voz atrás da gente e me virei, dando de cara com a Fátima Bernardes.
— Fátima. — falei sorridente dando um abraço na jornalista.
— Que surpresa vê-la por aqui, curtindo o carnaval recifense?
— Aproveitei a vinda ao Brasil para fazer umas fotos e aqui estou. — disse sorrindo e notei a Fátima olhar para o ao meu lado. — Ah, deixa eu te apresentar, esse é o , foi ele que fez minhas fotos.
— É um prazer. — ele falou em português, com um sotaque carregado fazendo com que eu e a Fátima demos uma pequena risada.
— Fátima, prazer. — ela disse educadamente. — E o que está achando do Brasil?
começou a contar um pouco sobre a sua curta experiência no nosso país, até que o apresentador chamou a nossa atenção, fazendo com que eu e o olhassem na direção do palco. Fátima se despediu logo em seguida e eu comecei a traduzir para o ao meu lado o que o apresentador estava falando, basicamente anunciava que o concurso da melhor fantasia iria começar.
Os candidatos começaram a entrar um por um e todas as fantasias eram grandiosas, cheias de detalhes e de cores vibrantes. À medida em que eles desfilavam pelo palco e pela passarela improvisada, eu e íamos dando nossas próprias notas e ambos já tinham as suas favoritas.
Quando o concurso terminou, permanecemos conversando sobre as fantasias enquanto o resultado não saía, os dois com os braços apoiados na varanda do mezanino. Estávamos muito próximos um do outro e precisava ficar falando no meu ouvido devido ao som ao nosso redor. Ouvimos a multidão ficar empolgada quando um frevo começou a tocar e rimos juntos da felicidade contida naquele momento.
— Casal! — Escutamos a voz da Ana e viramos juntos para encarar a morena que se aproximava sorridente da gente. — Estava procurando por vocês, vivem sumindo.
— A gente? — perguntou rindo e a Ana fez uma careta engraçada.
— Aham, vocês. Eu sempre estive aqui, quietinha. — ela falou piscando.
— Sei, quietinha. — disse de um modo irônico e começamos a rir.
— Eu vou buscar outra bebida, meu amores. — Ana anunciou voltando a se afastar e quase caiu quando tropeçou nos próprios pés, mas o a segurou rapidamente.
— Amiga, eu vou com você. — falei rapidamente enquanto a morena agradecia ao fotógrafo e ria da sua situação.
— Nada disso, não vou atrapalhar o casal. Volto rapidinho. — ela falou e logo sua silhueta sumiu entre aquelas pessoas que estavam no camarote.
Continuamos rindo da Ana até que a nossa risada foi cessando vagarosamente, se transformando em um silêncio reconfortante, que tomou conta da nossa pequena bolha, mesmo que o ambiente ao redor estivesse barulhento. passou seus dedos delicadamente pelo meu rosto, contornando-o e eu senti seu polegar roçando no meu lábio inferior. Automaticamente, seus olhos verdes se direcionaram para a minha boca, que eu prontamente umedeci.
aproximou seu rosto do meu e eu subi minhas mãos pelos seus braços, pousando-as na nuca dele e entrelaçando meus dedos. Ao mesmo tempo, ele me puxou delicadamente para mais perto, colando os nossos corpos. Aproveitei a nossa proximidade para tentar memorizar cada parte do seu rosto, queria que aquele momento ficasse para sempre nas minhas lembranças.
— Eu já estou pensando nisso há um bom tempo. — falou e eu senti seu hálito quente batendo no meu rosto.
— Nisso o quê? — questionei quase em um sussurro.
— Em beijar você.
Quebrei o resto da distância que existia entre nós, unindo nossas bocas e, surpreendentemente, o beijo começou sereno, mas foi o suficiente para fazer cada célula do meu corpo vibrar. Nossos lábios se misturavam, explorando um ao outro, em uma carícia lenta e prazerosa até que a mão do se afundou na parte de trás da minha cabeça, tornando o beijo mais profundo.
Separamos as nossas bocas algum tempo depois quando sentimos que precisávamos de oxigênio e simplesmente sorrimos um para o outro. Esse não foi o último beijo da noite, ao contrário, só fez com que nós ficássemos mais próximos, usando todas as oportunidades possíveis para unir nossos lábios novamente.
Fevereiro/2021, Recife - Pernambuco.
Sábado de Carnaval, 03:00 a.m.
As ruas da cidade estavam desertas. Pela janela do carro conseguia ver poucas luzes acesas nos prédios e casas, afinal, eram três horas da manhã. E longe dos locais onde ocorriam as festas carnavalescas, parecia que era um sábado normal como qualquer outro do ano.
Ana estava sentada ao meu lado, com a cabeça apoiada no meu ombro, totalmente entregue ao sono. Já estava sentado ao lado do motorista, tentando desenvolver algum diálogo em português, o que estava rendendo boas risadas para ambos. Só mais uns dez minutos foram necessários para o táxi estacionar em frente ao hotel.
Pagamos pela corrida e eu fui logo acordando a minha amiga, que ficou resmungando todo o trajeto até os nossos quartos. Como sempre, muito educado, me ajudou a colocar a garota na cama, que negou com todas as suas forças tomar um banho e colocar um pijama, fato que rendeu boas risadas para nós dois.
— Bem, obrigado por hoje. — disse quando parou na porta do quarto, encostando-se no batente. — Gostei de conhecer o carnaval brasileiro. — Ele mantinha um sorriso simpático no rosto e seus olhos estavam vidrados no meu rosto.
— E eu gostei muito da sua companhia.
me fitou por mais alguns instantes e com um sorriso no rosto, levou sua mão até a minha nuca, puxando-me na sua direção. Sem nenhuma resistência, seus lábios tocaram os meus e, de início, foi um beijo lento, como se ainda estivéssemos em um momento de reconhecimento ou até mesmo querendo fixar na memória a textura e o gosto um do outro.
A mão livre do foi até a minha cintura, eliminando qualquer distância que ainda existisse entre nós e eu acabei sorrindo por entre o beijo. Aos poucos, nossos lábios se separaram, mas continuamos com os nossos corpos próximos, sendo o suficiente para que eu pudesse ver o brilho intenso nos seus olhos verdes.
— Até amanhã, . — ele falou após alguns instantes e eu fechei meus olhos sentindo seu hálito quente em contato com a minha pele.
— Até amanhã.
A gente se afastou lentamente e piscou na minha direção antes de virar as costas, caminhando em direção ao seu quarto. Em seguida entrei no meu, fechando a porta atrás de mim e me jogando na cama, ciente de que estava com um sorriso apaixonado estampado no meu rosto.
Fevereiro/2021, Recife - Pernambuco.
Quarta-feira de Carnaval, 08:00 a.m.
Olhei meu reflexo no espelho mais uma vez, estava usando uns shorts jeans de cor c e uma camisa amarela de algodão, afinal, a capital pernambucana é conhecida pelas suas altas temperaturas e, realmente, é quente. Escutei Ana contendo um riso, olhei em sua direção, cruzando os braços e esperando uma explicação da minha amiga.
— O quê? Estou achando fofo você toda nervosa para quem vai apenas se despedir do fotógrafo. — A Ana se explicou, deixando escapar um sorriso maroto por seus lábios.
— Amiga — falei sentando ao seu lado na cama —, eu não quero me despedir só com um abraço.
— Isso já está óbvio, ! E o meu conselho é muito simples. — Ana fez uma pausa dramática e eu dei um pequeno tapinha no seu ombro, fazendo a morena rir. — Vai com tudo, amiga! Só tenho pontos positivos em relação ao .
— Quer saber? Você está certíssima. — disse já me levantou e indo até a porta do meu quarto. — Prometo que quando voltar vamos curtir a nossa quarta-feira de cinzas na praia.
Informei antes de sair do nosso quarto e ir caminhando até o de . Por mais que o trajeto fosse curto, meu coração batia freneticamente no peito e eu conseguia sentir minhas mãos suando devido ao meu nervosismo.
Estava com o coração apertado, pois sabia que o rapaz voltaria hoje para a Europa, em outras palavras, isso significa que esse seria o nosso último momento juntos. Por outro lado, algo dentro de mim dizia que seria uma despedida em grande estilo. Bem, pelo menos se depender de mim, sim.
Bati na porta, que foi aberta alguns instantes depois. Assim que me viu, abriu um lindo sorriso. Fiquei fitando seus olhos por alguns instantes, sem saber ao certo o que eu deveria dizer. Como sempre, o estava lindo; usava uma bermuda preta e camiseta branca, deixando seus braços musculosos expostos.
Ficamos olhando diretamente um para o outro, em um diálogo silencioso sobre o que eu realmente estava fazendo parada diante da porta do quarto do rapaz.
foi rápido em decifrar os meus desejos, me puxando pela cintura e fechando a porta atrás de mim. Minhas mãos foram direto para o peitoral do fotógrafo, enquanto Steve me segurava firmemente entre a porta e o seu corpo com uma de suas mãos. A outra estava apoiada na porta, bem ao lado do meu corpo, deixando claro que ele me queria ali.
Seus transbordavam um sentimento novo, uma mistura intensa de desejo, admiração e carinho. Eu sabia que estava esperando por uma resposta, por algum sinal meu de que ele podia avançar. Então, optei por demonstrar com um gesto.
Terminei com toda a distância que existia entre a gente, unindo nossos lábios em um beijo feroz, ao mesmo tempo que minhas mãos subiram até a nuca do , puxando-o na minha direção. correspondeu ao beijo com o mesmo entusiasmo, apertando minha cintura com uma certa força, no limite entre o doloroso e o prazeroso.
Senti o impulsionar o meu corpo para cima e, em um ato de puro reflexo, dei um pequeno impulso, prendendo minhas pernas ao redor da cintura dele no momento seguinte. Uma das mãos do ficou espalmada na minha bunda, apertando-a sem nenhum pudor, e a outra ainda segurava firmemente na minha cintura.
andou pelo quarto indo em direção a cama ao mesmo tempo que nossos lábios assumiram um ritmo próprio, que era intenso e transbordava luxúria. Logo fui colocada delicadamente na cama, me apoiando sobre os cotovelos para observar com atenção enquanto o tirava lentamente a camiseta que usava.
Ele não era um cara com muitos músculos, mas possuía um abdômen bem definido e incrivelmente atrativo. ficou apoiado sobre os joelhos na cama, logo aproveitei o momento para tirar minha camisa e em seguida o deitou sobre o meu corpo, fazendo com que o contato das nossas peles trouxesse uma sensação incrível.
O fotógrafo beijava meu pescoço enquanto suas mãos desciam lentamente pela lateral do meu corpo, gravando suas digitais em cada centímetro que passava. Não fiquei para trás, passando minhas unhas pelas costas largas dele, deixando marcas em sua pele.
Fechei meus olhos quando senti seus beijos descendo pela minha clavícula até chegar na altura dos seus meios. Levei uma de minhas mãos até o feixe do sutiã que estava usando e rapidamente aquela peça foi parar em algum lugar daquele quarto.
No momento seguinte, os lábios do já estavam ao redor do meu mamilo, sugando-o e dando leves mordidas. Junto com esse estímulo, notei a mão dele entrando em meus shorts e calcinha, atingindo o ponto mais sensível e iniciando uma carícia delicada.
— . — gemi seu nome, mordendo meu lábio inferior em seguida.
— Hm? — perguntou erguendo o rosto na minha direção enquanto começava a tirar o restante das minhas roupas.
Ele se afastou um pouco e eu ergui meu quadril para facilitar a retirada das demais peças de roupas que eu estava usando, ficando totalmente despida na frente dele. manteve a conexão dos nossos olhos por alguns instantes antes de admirar cada pedacinho do meu corpo e só a forma como ele me olhava foi suficiente para me deixar ainda mais excitada.
— Acho que tem algo desigual aqui. — falei apontando para ele, que deu uma risada anasalada ao mesmo tempo que sorria discretamente.
Não deixei voltar a se deitar, o empurrando levemente e o mesmo ficou em pé diante da cama. Comecei a depositar alguns beijos no abdômen do enquanto desabotoava a bermuda que ele usava e empurrava o tecido para baixo, juntamente com a cueca box.
Seus dedos se afundavam na parte de trás da minha cabeça, entrelaçando-se aos meus cabelos e me puxando em direção ao colchão. Deitei sobre o mesmo em um baque silencioso e rapidamente os lábios do buscaram os mesmo, entretanto, o beijo foi rápido, pois o rapaz separou nossas bocas, traçando uma trilha de beijos e mordidas por todo o meu tronco.
já brincava na minha entrada com dois dedos antes mesmo da sua língua atingir a região que já estava úmida devido a toda excitação que sentia naquele momento. No entanto, no momento em que seu órgão quente roçou no meu clítoris, soube que aquele homem estava prestes a ter total controle do meu corpo.
O atrito da sua língua com a minha região sensível era delicado, mas estava trazendo consigo uma sensação deliciosa. Em conjunto, dois dedos adentraram na minha intimidade, em um movimento de vai e vem que ia acelerando aos poucos e todas as minhas células do meu corpo entraram em um frenesi, vibrando com os estímulos que o me proporcionava.
— , por favor, eu quero você. — falei praticamente sussurrando.
se afastou subitamente, indo até a sua mala e retirando uma pequena embalagem, abrindo-a em seguida. Peguei o preservativo da mão dele e eu mesma coloquei no seu membro, mantendo meu olhos fixos nas íris do . Ele abriu um sorriso amoroso, segurando delicadamente na minha nuca e puxando meu corpo para trás.
Ele deitou sobre mim, posicionou-se entre as minhas pernas e se enterrou de uma única vez, fazendo com que um gemido prazeroso escapasse de ambas as bocas. O ficou para pôr em pouco tempo antes de iniciar um movimento lento e preciso, ele manteve uma mão na minha cintura, enquanto a outra explorava o meu corpo.
Sua mão foi subindo pela lateral do meu tronco no mesmo ritmo lento em que o rapaz me penetrava, apesar disso, era uma sensação incrivelmente prazerosa. Quando sua mão atingiu meu seio, ele apertou com uma força certa, no entanto, seus dedos buscaram pelos meus e ele segurou firme na minha mão antes de intensificar seus movimentos.
Ele olhou diretamente nos meus olhos, acelerando as suas investidas e logo todo o meu autocontrole foi embora. Palavras desconexas escapavam de ambos e cada vez que o Steve saía e entrava, a fricção das nossas intimidades fazia com que uma onda deliciosa se espalhasse por cada parte do meu corpo.
As estocadas de ficavam cada vez mais intensas e ele acelerava ainda mais o ritmo à medida em que meus gemidos tornavam-se mais audíveis e em poucos minutos, o quarto se tornou uma mistura de sons e cheiros. Cravei minhas unhas no ombro do rapaz no exato momento em que ele foi fundo dentro de mim, me guiando na direção do meu prazer.
Gemi o nome dele enquanto sentia a musculatura da minha vagina se contrair involuntariamente, anunciando que o meu orgasmo havia me atingido completamente. deu mais algumas investidas antes de atingir o seu próprio clímax, jogando seu corpo ao meu lado no instante seguinte.
Nossas respirações estavam descompassadas, mas ambos tinham um sorriso estampado nos lábios. Ficamos em silêncio durante um tempo, encarando o teto e tentando normalizar nossas frequências respiratórias e cardíacas. Após alguns minutos desse jeito, senti o me puxando na sua direção e eu apoiei minha cabeça no peitoral dele.
— Quando você volta para Paris? — questionou enquanto seus dedos traçaram um caminho delicado pelo meu braço, fazendo um carinho amoroso.
— Daqui quinze dias. — respondi enquanto me encolhia ainda mais naquele corpo, deixando o cheiro do tomar conta da minha mente.
— Eu te pego no aeroporto e depois a gente poderia sair para jantar.
Ergui meu rosto, olhando diretamente para que estampava um sorriso discreto nos lábios. Ele aproximou sua boca da minha, depositando um selinho singelo. O gesto delicado do rapaz me fez abrir um sorriso ao mesmo tempo que sentia uma sensação diferente tomar conta do meu corpo.
— Será um prazer jantar com você, . — falei envolvendo o rosto do rapaz com as mãos e unindo nos lábios, em um beijo cheio de sentimentos e de expectativas para o futuro que nos aguarda.
Fim
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