Autora: Li
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Finalizada em: 11/08/2021.
Capítulos: Parte I | Parte II | Parte III | Parte IV






arruma sua mala decidida a ir embora. Já não faz mais sentido viver com uma pessoa que nem ao menos tenta compreender seus sonhos, seus objetivos. Guarda seu notebook na mochila que levaria como bagagem de mão e confere mais uma vez em seu cartão de embarque, no celular, o horário de seu voo.

Viagem Internacional
. Embarque dia 14/02/2021, às 19h, portão C.


Lê as informações e volta a bloquear o celular. Seu relógio marca 11h45 da manhã. Com tudo arrumado, vai tomar um banho relaxante. Logo mais estaria no aeroporto.
Ela mora com seu namorado, Caio. Ele sempre foi alguém que não demonstra interesse pelas coisas que faz, nunca se importou. Ela é amante da cultura do Japão, até estuda japonês para poder consumir conteúdo sem legenda. O grande objetivo da moça é viajar para o país asiático e conhecer de perto tudo que a fascina há anos. E é justamente isso que ela fará nessa viagem de hoje.
Ao sair do banheiro, enrolada em sua toalha, seca os cabelos cacheados com outra toalha menor, levanta o rosto e vê Caio sentado na cama, suspirando fundo ela caminha até a poltrona, do outro lado do quarto, onde está sua calça. Veste a peça e volta ao banheiro, Caio apenas segue seus passos com o olhar. A moça começa a arrumar os cabelos se olhando no espelho do banheiro, pelo reflexo viu que Caio está encostado no arco da porta. Sem dizer nada, o rapaz observa ela sem desviar o olhar. Quando termina, sai do banheiro e esbarra nele inevitavelmente, o rapaz logo se manifesta irritado.

— Vai fingir que eu não estou aqui agora? — reclama ele, virando-se para acompanhar o caminhar dela. nada diz, apenas pega sua blusa e a veste com cuidado para não bagunçar os cabelos. — Não fala comigo agora? — insiste ele.
— O que você quer, Caio? — pergunta ela, bruscamente — Não está vendo que estou ocupada?
— Seu voo é às 19h, mal deu 12h, . Não precisa ir tão cedo — ela ri, debochada.
— É uma viagem internacional e eu tenho uma mala para despachar. Eu não vou sozinha no voo para me dar ao luxo de chegar lá faltando dez minutos para a partida do avião. — revirando o olhar, vira-se de costas para ele e lê a mensagem que o toque do celular acusa ter chegado.
— Presta atenção em mim! — irritado com o desprezo dela, ele a surpreende e puxa o celular de suas mãos. Ela vira para ele furiosa.
— Devolve!
— Estou cansado disso tudo! Cansado! — em uma ataque de fúria, Caio arremessa o celular de na parede, a tela do aparelho apaga na mesma hora.
— Você ficou louco!? Meu celular! — berra, tão furiosa quanto ele.
— Ah… — Caio parece estar arrependido do seu ato impensado. — Eu não queria, , mas você me…
— Eu não fiz nada! — brada ela e completa: — Não coloque a culpa em mim pelo seu descontrole, seu imbecil!
— Aonde você vai? — caminha a passos firmes até a sala e ele a segue.
— Eu preciso viajar, para de me seguir, Caio! — ela foi até a mesinha de centro, Caio fica parado na entrada do corredor observando a namorada, pega a carteira dele e a abre.
— O que está fazendo com minha carteira? — Caio está aflito com os atos da moça. Ela tira o cartão de débito do rapaz de dentro da carteira. Cogita deixar o de crédito ali, mas logo o pega também. — Meus cartões, . O que vai fazer?
— Escuta bem, pois vai ser a última vez que irá me ouvir: — começa ela com o dedo indicador erguido — eu vou para o Japão, mas antes irei comprar um celular novo com o seu dinheiro. Não ouse bloquear os cartões ou eu vou te denunciar para a polícia por aquele seu negócio. — Caio engole em seco e sente verdade na fala dela. — Ah, você sabe do que estou falando, não sabe? Pois bem, se tentar me impedir de viajar ou de comprar um novo celular, a polícia inteira saberá sobre suas artimanhas.

Sem falar mais nada, ela volta ao quarto e termina de se arrumar. Calça as botas e conclui sua maquiagem leve. Apanha a mala, pegou o celular quebrado do chão e o guarda na mochila, saindo do quarto em seguida.
Na sala, Caio ainda está sentado no sofá, atônito com os acontecimentos recentes. Ao passar por ele, não diz nada, está tão aborrecida que seria capaz de bater em Caio. O rapaz aspira o perfume da namorada, desesperado, ele levanta e puxa o braço dela. Fuzilando ele com o olhar, ameaça falar algo, mas Caio a solta e balança a cabeça, frustrado.
Ela abre a porta, passando por ela e fecha sem olhar para trás.

[🎡]


A moça caminha por entre as pessoas no aeroporto, olhando para a tela do novo celular. Bem melhor que o antigo, o novo aparelho satisfaz e muito as necessidades dela.
Ela ainda tinha tempo. São 17h e ela já despachou sua mala, ficando apenas com sua mochila. O embarque está marcado para daqui a uma hora, seu estômago reclama de fome, então resolve comer algo. Não quer esperar até o avião fazer escala quase dez horas depois.

— Oi, ! Já estou no aeroporto! — diz , empolgada por falar com sua amiga. Nem parecia que elas se encontraram há algumas horas. — Não esquece de vir buscar meu carro, hein? — comenta ela, dando mais uma mordida em seu hambúrguer e comendo uma batata em seguida.
Claro que não vou esquecer, ! Assim que o Ryan chegar para ficar com as crianças, eu vou aí e pego ele — responde , do outro lado da linha. — Como é o novo celular? — questiona , já sabendo de toda a confusão que houve com a amiga e ri logo após perguntar. acompanha ela na risada.
— Maravilhoso! Vou poder gravar vídeos em 4K, eu amo!
Ahhh, eu quero experimentar ver minha imagem em 4K quando você voltar, amiga!
— Pode deixar, meu amor — responde , carinhosa e toma um gole de refrigerante.
Aliás, quando você volta?
— Hum, em trinta dias, meu visto não é tão longo, infelizmente. Por mim, ficaria lá para sempre — lamenta-se ela. Conseguiu o visto de turista e foi o máximo de tempo que lhe foi dado. — Mas, não tem problema, eu irei me virar para visitar tudo que quero.
Fico preocupada com você, amiga — o tom de é muito preocupado.
— Já disse que ficarei bem. — está preocupada com o fato de estar viajando sozinha.
Tem certeza de que não quer que eu vá? Ainda dá tempo — ambas riem.
— E largar meus afilhados e o Ryan sozinhos? Nem pensar! — ambas riem novamente. suspira e diz: — Eu vou ficar bem, não se preocupe.
Está bem, confio em você, meu amor.

e ficam conversando mais alguns minutos sobre o roteiro de viagem que faria assim que chegasse no Japão. Ela preparou um vasto roteiro pelas principais cidades do país e, principalmente, por Tóquio.

Ah, diz, no meio da conversa — você soube que fará show em Tóquio dia 02/03, não sabe?
— Hm… — engole o refrigerante que acabou de beber e prossegue: — Claro! Já comprei o ingresso online!
Ahh, curta por mim! E dá um beijinho no fofo do — diz com um tom de decepção, pois queria muito ir ao show. Ela só não vai por causa dos filhos e do emprego.
— Ai, ! Eu não vou chegar no e beijar ele assim, do nada. — elas riem. A fama de timidez dos asiáticos era notável. , integrante do , banda que as amigas amam, era um grande exemplo dessa timidez.
Aquele homem é um príncipe de tão fofo. Ai, eu amo! Com todo respeito, amiga. Sei que o é seu.
— Hey, ele não é meu. Doida — ri e completa: — Eu gosto dele como ídolo, admiro demais o sr. . — conclui, referindo-se ao sobrenome do rapaz.
Sei… Aposto que gostaria de ser a sra. !
! — não resiste à brincadeira e ri junto com a amiga. — Ai, meu Deus, olha a hora — o relógio do aeroporto marca 18h10.
Devem ter chamado seu voo e nem notamos. Vai lá, amiga! Boa viagem e me liga quando chegar lá, tá?
— Ligo sim! Beijo, te amo amiga!

desliga a chamada e apressa-se em juntar suas coisas para ir para a fila de embarque. Sorte que ela está perto. A fila anda rápido e , como imaginou, é a última da fila.
Quando finalmente coloca sua mochila no compartimento de cima de seu assento e senta-se nele, ela suspira. Está prestes a realizar seu grande objetivo.
Japão, aí vou eu!, pensou ela, eufórica.
Quais serão as surpresas que a esperam lá?




A moça é acordada pela aeromoça de seu voo. Desperta e sente o ar condicionado do avião mais forte. Agradece a aeromoça que sorri de volta e vai acordar outros passageiros que também haviam dormido. espreguiça-se e tira o cinto de segurança; levanta, pega sua mochila no compartimento e aproveita para tirar o celular do modo avião.
Caminhando pelo corredor do avião, a moça observa pelas janelinhas à sua esquerda o tempo lá fora. Tudo parece tão acinzentado, só então se lembra que é inverno no Japão. Teve a comprovação assim que pôs os pés para fora do avião, ainda no corredor que dava acesso ao local de desembarque, ela sente muito frio. Rapidamente tira de dentro da mochila um sobretudo que comprou exclusivamente para viagem.
Antes de sair, é orientada a usar uma máscara pelo menos enquanto estivesse dentro do aeroporto, como não tinha, ganha uma descartável da aeromoça.
As pessoas caminham apressadas de um lado a outro sem ao menos olhar ao redor. Ela senta-se em um dos bancos do salão principal do aeroporto e disca o número da .

Boa noite, ! — ela diz em japonês.
Bom dia, né? — responde do outro lado da linha.
— Amiga, já é de noite aqui. São exatamente — ela olha para o relógio do celular — 19h do dia 15/02.
Ah, mas aqui são 7h da manhã! — diz e completa: — Sua sorte é que as crianças acordam cedo — fala a outra um pouco mal humorada.
— Meus afilhados já estão acordados que eu sei. Sem drama, — a amiga de bufou do outro lado e a moça ri lá do Japão.
Já sabe onde fica o hotel? — diz , trocando de assunto.
— Já — responde e olha a movimentação do aeroporto — Vou pegar um táxi para ir para lá. Dormi a viagem toda da escala para cá. — suspira, ainda está com sono.
Fuso horário, querida. Ame-o ou odeio-o.
— Pois é — elas riem e prossegue: — Já vou, amiga. Só liguei para avisar que cheguei.
Chegar no hotel, avisa, tá?
— Aviso sim. Beijo!

Despedindo-se da amiga, desliga a chamada. Vai até a esteira por onde passam as malas e aguarda a sua passar. Quando a avista, pega a pesada mala e arrasta pelas rodinhas até a parte externa do aeroporto. Colocando primeiro o pé direito para fora, sai e respira o ar frio da cidade, sentindo o corpo estremecer.
Finalmente está no Japão!

[🎡]


larga as malas no chão do quarto ao lado da cama. Finalmente está no hotel e pode descansar um pouco. Deita-se na cama e relaxa. Está tão feliz por estar em território asiático e no país que sempre quis visitar e que ama tanto. Ela toma um banho quente e se aquece, faz frio na cidade e ela não está acostumada. Manda uma mensagem de “boa noite” para e fecha os olhos. Logo adormece.
No dia seguinte, acorda cedo. Quer aproveitar cada segundo para conhecer cada centímetro da cidade. Após se vestir, desce até o restaurante do hotel, estão servindo um típico café da manhã japonês. Ela não resisti e vai experimentar.
Após o recheado café da manhã, ela volta ao quarto, escova os dentes, pega sua mochila e câmera e sai pela cidade. Hora de turistar!
Tóquio é realmente deslumbrante. Dá jus ao título de metrópole. Altamente movimentada, a grande cidade conta com tudo o que uma metrópole exige: muitos prédios, restaurantes a cada esquina, pessoas lotando as calçadas, carro lotando as ruas, muito barulho que chega a enlouquecer… mas, contrapondo-se a essa loucura, tem a parte natural da cidade: parques com uma área verde lindíssima, crianças brincando, pracinhas onde casais namoravam escondidos, vários cantinhos da cidade em que se podia relaxar e sair de toda a agitação em volta.
pega o trem que a levou até um parque famoso da cidade, ela andou pelos caminhos do parque e tira muitas fotos. Queria registrar tudo, cada instante. Respira fundo o ar gelado e sente o frio começar a incomodar as pernas. A calça jeans está extremamente gelada, mesmo usando uma calça térmica por debaixo do jeans, ela sente muito frio. Resolve comprar um café quente para se aquecer. Ainda há muito o que visitar hoje.
Já está quase escurecendo, quando Li foi à estação onde desceu, pegar o trem de volta para o hotel. Já dentro do trem, ela descansa um pouco e revê as fotos que tirou.
Sonolenta, acaba cochilando, a estação do hotel era um pouco distante, não seria problema dormir um pouco.

— Senhora? Senhora? — ouve uma voz desconhecida a chamar e uma mão a sacudir. — Senhora? Está tudo bem? Já chegamos à estação final — essa última frase a fez abrir os olhos, assustada.
— Estação final? — diz ela, em japonês. O japonês dela é muito bom, sua conversação é excelente, não é à toa que ela é intérprete. O problema é sua leitura que é ruim ainda.
— Sim. Por favor, queira descer.

Atordoada, pega sua mochila e câmera e desce na estação final. E agora? O que ela fará para voltar para o hotel?
A estação está quase deserta e sua leitura em ideogramas é péssima. Eles sempre a confundiram, por serem parecidos ou um só significar palavras diferentes. Esse foi um dos motivos para ela ter focado na conversação. é intérprete nas três línguas: inglês-português-japonês.
precisa voltar para o hotel, então tenta ler as placas da estação, mas não entende bem se o que está escrito era a direção certa ou a direção para outra cidade.

— Inferno de ideogramas difíceis! — reclama ela em voz alta, em português.
— Com licença, quer ajuda? — assusta-se, pois estava distraída. Encara o jovem rapaz que a fita com um olhar solidário. ajeitou a postura e responde em japonês.
— Sim, por favor. Eu tenho que voltar para esse hotel. — ela mostra um cartão do hotel que pegou hoje de manhã, antes de sair turistando pela cidade. O rapaz analisa o cartão e sorri.
— Sei onde fica. Eu te levo lá — fala, educado.
— Me diga somente onde fica, eu pego o trem e vou sozinha — diz ela, educada.
— Você tem que pegar dois trens em estações opostas. É melhor que eu vá, pode acabar se perdendo novamente. — explica ele. analisa a possibilidade de ir sozinha e se perder por Tóquio. Está tão cansada que cogita a possibilidade de deixar o rapaz a acompanhar — Mas, caso não queira, posso apenas te explicar. — conclui o rapaz.
— Não, não, está tudo bem. Agradeço a gentileza. Vamos, então? — diz ela, aceitando a ajuda do rapaz.
— Sim, claro — eles caminham até o outro lado da estação, onde fica o primeiro trem que eles irão pegar.
— Qual o seu nome? — questiona , curiosa.
— Ichiro. Ichiro Ito. — ele responde, sorridente. O rapaz é bem jovem, se ele tem 20 anos é muito. — E o seu?
, mas pode me chamar de .
— Prazer em conhecê-la — Ichiro curva-se enquanto anda e faz o mesmo.

e Ichiro caminham até o outro lado da estação, onde o trem logo passará. Não é tão tarde, dá tempo de pegar o trem e chegar ao hotel a tempo do jantar que é servido até às 22h.
Eles embarcam no vagão não tão cheio e seguem meia hora de viagem até a primeira parada. Atravessam a estação e pegam um ônibus do lado de fora da estação que os levará até próximo ao hotel, mais trinta minutos de viagem. Descem do ônibus e caminham mais vinte minutos.

— Me desculpe por fazê-la andar, senhorita — Ichiro curva-se em desculpas. Já estão na porta do hotel.
— Não se preocupe, Ichiro. Eu gosto de caminhar — o mais novo sorri.
— Eu tenho que ir, meu trem passará daqui a pouco.
— Volte com cuidado. Obrigada pela ajuda — agradece mais uma vez e observa o jovem caminhar até a estação próxima.

Sua aventura foi tão intensa que pede para servirem seu jantar no quarto.
Após um longo banho e um jantar delicioso, a moça adormece profundamente.

[🎡]


Dois dias se passaram…
já conheceu boa parte de Tóquio, mas ainda falta muita coisa. Ela fez um roteiro pré-viagem, que logo foi modificando conforme os locais interessantes iam aparecendo pelo caminho.
Agora, entra em mais um parque que não estava no roteiro inicial. É o quinto que ela visita. Caminha com sua mochila às costas e sua câmera nas mãos, registrando tudo. Para em uma banquinha para comprar alguns doces e vai degustando enquanto anda. O parque não está tão cheio, mas movimentado.
As folhas das árvores colorem a grama coberta pela fina camada de neve. vê alguns funcionários do parque limpando as folhas.
Certo momento, ela nota que não havia ninguém em volta. Está tão encantada com a beleza do parque cheio de neve que não prestou atenção em mais nada. Continua andando, na esperança de ter uma saída do outro lado, mas quanto mais anda mais sozinha ela está. Até o momento em que ouve vozes.
Seguindo as vozes, logo viu algumas pessoas caminhando de um lado a outro, agitadas. Elas têm headphones na cabeça e se comunicam entre si. Ela vê também alguns instrumentos, caixas de som e câmeras apontadas para o centro de um espaço que há ali, tipo uma praça, mas sem bancos. Ao longe, vê um lado e, mais ao longe ainda, uma roda-gigante. "Deve ser aquele roda gigante famosa…", pensou ela, admirada.

— O que faz aqui?! Não pode ficar aqui! — assusta-se com a gritaria que se aproxima dela e vê um homem baixinho e mal humorado. — Hey! Rapaz do apoio? Onde está você, garoto?! — berra novamente, virando o rosto para os lados à procura de alguém. Ele se aproxima novamente de e segura forte em seu pulso.
— Me solta! — grita ela, em japonês bem claro, e puxa o braço de volta, mas o homem não a solta.
— Por que está aqui? Não sabe ler?! Não viu que tem uma placa onde diz que é proibido vir até aqui. — ele a puxa, como quem quisesse tirá-la dali a força. sente o pulso arder e começa a gritar por ajuda.
— Me deixa ir! Alguém me ajuda!! — ela grita, angustiada.
— Sr. Kunikida, por favor deixe-a ir! — uma voz conhecida a salva da confusão que se instaura.
— Ichiro! — o jovem olha para ela e a ajuda a se livrar do sr. Kunikida que ainda braveja irritação.
— Ito, você colocou a placa onde mandei?
— Não, sr. Kunikida, mas eu já ia colocar. — Ichiro se curva, desculpando-se.
— Meu Deus, que imprestável você é, garoto! Francamente! Tire-a daqui, agora! — brada e sai bufando, parecendo uma criança birrenta marchando.
— Me desculpe, srta. Li. Era para ter uma placa avisando da gravação, mas eu me esqueci de colocar, me desculpe. — Ichiro curva-se para Li dessa vez.
— Está tudo bem, Ichiro. Sei que não fez por mal. — ela diz num tom carinhoso.
— Você está bem? — questiona o garoto, preocupado.
— Sim, estou bem. E você? Seu chefe parece ser bem exigente…— comenta a moça espiando o sr. Kunikida bravejar com os demais funcionários.
— Estou sim. — responde Ichiro — Ele é bem exigente sim. Bom, Li, se você quiser ficar pode ficar. Já estávamos acabando a gravação — fala baixinho. — Estamos gravando um clipe, faça silêncio, por favor. Mas pode ficar.
— Oh, tudo bem, Ichiro. Farei silêncio.

encosta-se, um pouco afastada da área de gravação, na grade que cercava as árvores do local. Ficou observando Ichiro correr de um lado a outro, mais que seus companheiros de trabalho. "Pobre garoto…"
Fez-se silêncio e o diretor, que logo vê que é o sr. Kunikida, fez a contagem regressiva para iniciar mais um take.
Começa a música.
De imediato, sente os olhos arderem de emoção. Não será possível! De todas as bandas do Japão que gravam clipes ao ar livre, qual a probabilidade de ser o ? Justo no mesmo parque que ela está? O coração da moça dança no mesmo ritmo da música tocada pela banda.
Emocionada e ignorando a recomendação de Ichiro para ela ficar afastada, aproxima-se mais das câmeras, ficando bem de frente à banda que está performando conforme a música.
pôs as mãos na boca, espantada e começa a chorar. Não teve nem reação de tirar uma foto ou algo do tipo. Só quis admirar seus ídolos ali dançando quase que exclusivamente para ela, mesmo que indiretamente.
Ao fim da gravação, ela continua parada e chorando. Ichiro nota a presença dela ali e trata logo de tirar a moça antes que o chefe a visse, mas não foi rápido o suficiente.

— ITO! Por Deus, não sabe acatar uma simples ordem, garoto?! — berra ele ao ver que ainda está ali.
— Ela já está saindo sr. Kunikida — explica ele, enquanto puxa para fora da área de gravação.
— Será que eu mesmo terei que tirar ela daqui, Ito? — o diretor chegou mais perto deles e levanta a mão ameaçando bater na cabeça de Ichiro. rapidamente se pôs à frente do rapaz.
— Não vou deixar você fazer isso! — grita ela e prepara-se para o impacto da mão do pequeno e bravo homem, mas o outro logo recua o movimento de seu braço.
O que está havendo aqui? reconhece de imediato a voz de e seus olhos recaíram rapidamente sobre a figura alta do jovem rapaz. Os olhos de ambos se encontram.
! Não há nada, apenas uma invasora… — o sr. Kunikida muda o tom de voz e postura na presença de dele. O rapaz revira o olhar, cansado das desculpas do diretor e o interrompe.
— Ela não é uma invasora. — diz ele, simplesmente — Vocês dois se conhecem? — questiona à Li e Ichiro que o olham boquiabertos.
— Ajudei ela há algum tempo -san, ela estava perdida. Foi coincidência ela aparecer aqui hoje, ela é turista e não sabe ler direito nosso idioma, mas fala muito bem. — responde Ichiro, nervoso. agradece por isso, pois não sabia se seria capaz de falar algo compreensível nesse momento.
— Entendo. Bom, você pode ficar. Já estamos acabando, não vejo problema em ver a sessão de fotos. — fala por último com o diretor que assente contrariado.
— Ah, obrigada -san — agradece , curvando-se.
— Me chame só de , por favor. — ele sorri e sente o corpo amolecer. Como pode ser tão fofo quando sorri? — Qual o seu nome?
. Pode me chamar de , por favor. — responde ela com o rosto queimando de vergonha e frio. Por um instante, esquece-se novamente que é inverno.
— Prazer em conhecê-la, — ela curva-se em comprimento. — Está com frio? — observador, percebe uma leve tremedeira em .
— Ah, está tudo bem. Só preciso me acostumar — ela sorri sem graça. — Seria bom andar com um futon* pelo corpo, mas eu me acostumo sem ele. — ela ri do próprio comentário, ficando mais à vontade um pouco. Ele ri também, concordando com ela.
— Toma. Usa o meu sobretudo que é quase um futon — ele tira a peça do corpo e joga por cima do ombro dela que o fita sem graça.
— E você, ?
— Eu… — só agora ele percebe que ficará sem proteção contra o frio. — Me empresta o seu, por favor?! — o olha, surpresa.
— Mas, é feminino…
— Eu não ligo.

O sorriso de é algo incrivelmente mais bonito e encantador pessoalmente do que nas fotos, não pode negar. " tem razão: vai ser difícil eu não beijar ele…", pensa ela, se condenando por pensar assim dele.
e trocam de casacos e, para surpresa de , seu casaco ficou muito bem nele. Agradecido, o rapaz volta para onde o restante da banda está e começam a sessão de fotos. Ichiro volta ao seu posto de "faz tudo" e Li fica paralisada em seus pensamentos.
O cheiro de está impregnado no sobretudo. É inevitável para não sentir seu cheiro, tão agradável e viciante. Ela quis mais, quis sentir esse delicioso cheiro direto da fonte. Começou a encarar com outros olhos. Parece que uma chavinha virou dentro da mente dela.

ídolo - OFF
homem cheiroso, disponível e gostoso - ON

Dentro da mente dela há uma placa em neon com o nome do aceso. sente-se confusa a respeito de um homem pela primeira vez na vida.
"E que homem… ah, , se controla!"
Essa viagem está cada segundo melhor.

*uma espécie de edredom mais acolchoado que serve como cama.



sente-se extremamente envergonhado pelas atitudes do diretor Kunikida e resolve, junto com os demais membros da banda, recompensar de alguma forma. Oferecem ingresso para o show que farão dia 02/03, mas a moça diz que já tinha comprado o ingresso no camarote. Então, além de oferecer acesso total aos bastidores do show, e seus companheiros resolvem fazer algo a mais pela moça brasileira que eles adoraram conhecer: um passeio pela cidade com eles como guias.
não poderia estar mais feliz. Realmente, passear pela cidade com os rapazes do não estava nos planos, mas ela está amando sair do roteiro. Os rapazes são bem engraçados e ficam zoando um ao outro o tempo todo.
é o mais tímido, mas ainda assim brincalhão. é calado a princípio, mas quando tem abertura fala bastante. é bem brincalhão e falante. E o é fofo, tímido, mas bastante zoeiro. está adorando conhecer eles como realmente são, sem o holofote das câmeras.
Dias depois, continua sua programação por Tóquio, sem os rapazes, que tem outros compromissos. Claro que ela não espera que eles fossem sair sempre, mas admite que sente falta da companhia deles.
Na semana do show, combinou com de todos se encontrarem em um barzinho para conversarem. A viagem de está quase acabando e ela queria aproveitar ao máximo, pois depois do show do dia 02/03 os rapazes iam viajar pelo país para fazer outros shows. Ela não tem dinheiro para ir atrás deles, senão certamente iria. Essa será a última semana perto deles e ela não perderá nenhum segundo.

[🎡]


Quando entra no barzinho na hora marcada com os rapazes, logo chama atenção. É muito diferente fisicamente e em fisionomia. Sua pele preta e brilhante e seus vastos cabelos cacheados chamam bastante atenção de todos, mas foi só a primeira impressão. Assim que chega perto dos rapazes, os olhares alheios param de prestar atenção nela.

— Abriram o bar, né? — brinca ela ao sentar-se ao lado de com quem adquiriu uma grande aproximação.
— Você sabe que gostamos disso, né? — brinca , de volta, e oferece uma bebida para a .
— Não embebeda nossa amiga, ! — alerta rindo.
não merece ficar bêbada em nossa despedida, — diz , ele tem as bochechas rosadas, sinal que já está bebendo.
— Ainda vamos nos ver no show, meninos. Calma! — diz acabando com a pequena discussão e erguendo o copo que acabara de encher para ela. — À nossa repentina e prazerosa amizade! — comemora e todos a seguiram, erguendo seus copos e gritando felizes.
— À ! — diz Pon e todos gritam junto.
— Jamais imaginei que estaria aqui hoje com vocês! — comenta ela após beber mais um gole de sua bebida e repousar seu copo na mesa.
— Ah, , você é incrível — abraça os ombros dela e põe a mão no rosto do rapaz.
— Vai devagar na bebida, -kun — ela diz, carinhosa e o rapaz fez um bico com os lábios, resmungando.
— Resmungão esse cara — brinca e todos riem.

O clima descontraído está muito agradável. Os mais novos amigos conversam e bebem alegremente.
Horas se passam e todos já estão bêbados, mas haviam parado de beber para aproveitar a comida que pediram especialmente para a . Enquanto degustam, ensina a alguns costumes do país. Eles estão um ao lado do outro conversando animados e não parecem ouvir ou se importar com as piadinhas sobre eles serem um casal que e fazem a todo momento. Eles não parecem notar também a aproximação de uma ameaça para eles.

— Então é aqui que você está me traindo?! — a voz de Caio bate nos ouvidos de , a fazendo levantar e encarar o semblante raivoso do rapaz. Os rapazes olham para ele atentos e apreensivos, prontos para agir se fosse preciso.
— O que faz aqui? — está surpresa e com raiva por ver o ex namorado ali. Sim, eles haviam terminado. Na verdade, Caio mandou uma mensagem para ela dizendo que tudo estava acabado entre eles.
— Eu que te pergunto, ! Vamos embora! — ele segura o braço dela com força. Esse movimento fez os rapazes se levantem, mais atentos ainda.
, você conhece ele? fala, em seu idioma, num tom muito preocupado.
— O que ele disse? — Caio diz com grosseria — É seu namoradinho? Você me trocou por ele? — questiona com desdém.
— Não é da sua conta, Caio! — berra ela e voltou-se para , falando no idioma dele — Ele é meu ex namorado, . volta seu olhar para Caio e puxa seu braço de volta. — Vai embora, não há mais nada para conversarmos.
— Temos sim! — Caio puxa o braço dela com força e se põe entre eles. Ele não está entendendo o que eles falam, mas, pelo contexto das atitudes de ambos, sabe bem que não quer ir com o Caio e ele está insistindo.
Não ouviu a moça? Ela não quer falar com você. fala, em inglês. Imagina que nesse idioma Caio pudesse entender e está certo. Caio arquea a sobrancelha irritado e empurra .
— Não se mete, japonês!
— Não encosta no ! — empurra seu ex e leva um empurrão que a faz cair por cima da cadeira atrás de si, quase derrubando a mesa.

Irritado com a grosseria e desrespeito de Caio, perde a cabeça e dá um soco nele, mesmo não sendo tão forte. Furioso, Caio começa a bater no rapaz. e saem em defesa do amigo e entram na briga. ajuda a a se levantar, ela reclama de dores nas costas, o empurrão que levou foi muito forte e o impacto mais ainda.
Os seguranças do bar chegaram finalmente, separando a briga e expulsando Caio dali. Eles viram que foi Caio quem começou toda a confusão. Com o rosto sangrando, vai ver como está. A moça se espanta ao ver o rosto machucado do rapaz.

— Meu Deus, , seu rosto! — ela se levanta e coloca ele sentado no lugar dela. põe outra cadeira para que ela também se senta. — Me perdoe por isso, é culpa minha! — ela curva o corpo, está tão irritada e envergonhada com a atitude agressiva do ex que nem sabe o que falar direito.
— Está tudo bem, suspende ela pelos ombros, ela se ajeita na cadeira. — Não é sua culpa — repousando a mão sobre o rosto de , ele diz e sorri, gemendo um pouco por estar com o rosto machucado.
— Posso cuidar de você? Me sinto culpada, preciso te recompensar — diz ela e ele sorri.
— Pode, mas não se sinta culpada, está bem? — ele fala, carinhoso. Ela assente e volta do balcão do bar com um kit de primeiros-socorros.

Com todo cuidado do mundo, cuida dos ferimentos na boca de e embaixo de seu olho que está com um arroxeado bem marcante. Ela odiou ainda mais seu ex namorado. E adorou ainda mais o por ter ajudado ela.

[🎡]


Dia 02/03, show do em Tóquio, às 13:26 da tarde.
já está dentro da casa de shows aguardando a chegada da banda. Ichiro acomoda a moça dentro do camarim e pede para ela ficar à vontade. Obedecendo ao rapaz, Li serve-se de alguns sanduíches que haviam ali e pega uma bebida para acompanhar.
Distraída enquanto come, não nota que havia entrado no camarim, sozinho. Ele vê a moça se lambuzar com um sanduíche cheio de molho e ri com a cena. Notando a presença dele, levantou o olhar e encarou com a maior cara de "não é bem isso que está pensando…".

— Está bom? — pergunta ele, referindo-se ao sanduíche. engole o pedaço que havia mordido e sorri sem graça. Ele ri e senta ao lado dela no sofá, pega um guardanapo e estende até o rosto dela — Com licença — diz ele, ainda sorrindo e limpa o canto sujo de molho da boca da moça.
— O-Obrigada, sente seu rosto esquentar de vergonha. Parece que ele a deixa assim quando a flagra em situações que ela não gostaria de se expor na frente dele.
— Por nada — ele dobra o guardanapo e coloca na mesa. — Chegou cedo.
— Sim, estava esperando aqui e Ichiro disse que eu…
— Está tudo bem, pode ficar à vontade — fala ele, mesmo vendo que ela já está à vontade.
— O sanduíche está ótimo! — ela diz bem empolgada.
— Pelo jeito que você comia quando eu cheguei, certamente está. — sorri e quis se enfiar embaixo do sofá de tanta vergonha que está sentindo agora — Não fique com vergonha — comenta ele, de repente. — Toda vez que está desconfortável você balança as pernas e evita me encarar, como está fazendo agora — para imediatamente de balançar as pernas. Ela não consegue evitar, é um movimento involuntário de seu corpo.
— Ah, , você é muito observador — dá outra mordida no sanduíche, dessa vez mais educadamente.
— É você que é muito transparente, . Me desculpe por pontuar isso — ele se ajeita no sofá e olha para os lados. Ela sorri e coloca o sanduíche no prato sobre a mesa, limpa as mãos e o rosto e se vira para . O sorriso maroto nos lábios.
… — o rapaz vira-se para ela — Ah! Te peguei, mocinho! — ela diz, eufórica e ele a observa confuso.
— O que eu fiz? — questiona, inocente.
— Você está com vergonha! Já conheço suas reações, sorri vitoriosa e ergue o corpo no sofá.
— Por que diz isso?
— Porque você está parecendo um coala envergonhado.
Um coala? — ele ri, involuntariamente — Como assim, ?
— Vou explicar: — ela dobra a perna direita por debaixo do corpo e senta sobre ela, segurando as mãos de em seguida que faz o mesmo movimento com sua perna esquerda. Ambos se encaram agora. — você tem um rosto redondo e rosado — ergue uma das mãos e repousa no rosto dele. tem uma reação inesperada e imediata ao toque dela, mas prefere ignorar. prossegue —, tem orelhas grandes — a mão de sobe até a orelha mais próxima dele e a puxa de leve. O rapaz tem a mesma reação de antes. Ignora novamente —, bochechas gordinhas e… — faz uma pausa, voltando a repousar a mão no rosto dele. Os olhos grandes e castanhos de a encarando ansioso a deixam ansiosa e sem saber se deveria mesmo prosseguir com sua fala.
— E… — ele diz quebrando o silêncio. quis externar suas reações naquele instante, mas não quis ser desrespeitoso com ela. Preferia esperar.
— E é extremamente fofo. Um coala fofinho — completa ela, ofegante e ansiosa por externar suas reações também. Porém, foi ele quem tomou a iniciativa.

usa sua mão livre para puxar mais perto dele. Ela se deixa envolver e dá passagem para que ele segure seu rosto com delicadeza e a beije. põe sua outra mão na cintura dele enquanto a outra brincava com os cabelos próximos à nuca do rapaz. Cada toque era um arrepio sentido por ambos. Ainda que tímidas, as carícias de são muito prazerosas.
Os dois estão tão envolvidos que não percebem que a porta do camarim foi aberta e fechada em seguida. Eram , e que, assim que viram e se beijando, recuaram em silêncio e fecharam a porta.
As carícias recatadas do rapaz começaram a ficar menos castas quando deita no sofá e derruba seu peso sobre ela. sentiu o que ele queria e o quanto ele queria. Apesar de nervosa, ela não demonstra querer recuar.

— Alguém pode entrar, melhor trancar a porta, — comenta , ofegante por vários motivos. O principal deles a encara com um sorriso inocente.
— Não quero que seja assim e nem que seja só essa vez, eu me excedi um pouco. Você… você quer que seja depois? — ele pergunta, temeroso da resposta ser negativa e de o odiar por ter interrompido o momento tão prazeroso para ambos. Ela sorri e põe a mão no rosto dele.
— Se você ainda me quiser, eu também te quero, meu coala. — sorri e solta a respiração aliviado, dando um beijo caloroso nela em seguida.

Ambos se ajeitam no sofá e ficam conversando. Minutos depois, os rapazes voltam ao camarim como se não tivessem visto nada, mas zombam das caras de culpados que e faziam. Os dois não comentam nada sobre o beijo nem sobre mais nada. Antes dos outros invadirem o camarim, ambos combinaram de sair após o show, só os dois, para se conhecerem melhor.
e , em seus íntimos, não viam a hora disso acontecer: ficarem sozinhos novamente.




O show do foi mais incrível do que imaginou. Ela curtiu muito! Dançou e cantou as músicas enquanto cantava e lançava-lhe olhares significativos. Aliás, o rapaz estava extremamente feliz no palco.
Agora, ao fim do show, se joga na plateia e arranca gritos eufóricos de todos e um grito angustiado de , que logo depois ri do surto do rapaz.
No camarim, os rapazes comemoram mais um show executado com sucesso. está lá, feliz em interagir com seus ídolos, seus novos amigos. Desejou que sua amiga estivesse lá com ela para aproveitar o momento. Durante a conversa animada do grupo, faz um sinal para e sai da roda indo até a mesa de petiscos. Segundos depois, faz o mesmo.

— Me encontre em quinze minutos na lateral da casa de shows. — sussurra ele assim que encosta ao seu lado. Ela resmungou um "sim" em resposta e pega um sanduíche.

inventa que precisa sair mais cedo e vai embora. Depois do tempo combinado, inventa uma ligação urgente de e se despede dos rapazes, afinal é a última vez que os veria. Depois de hoje, não sabe quando os verá de novo.
sai do camarim e vai até a saída da casa de shows, do lado de fora foi surpreendida por uma nova visita indesejada.

— Caio! — espanta-se ela. O rapaz está visivelmente bêbado e a segura pelo braço com força.
— Finalmente você saiu, . Precisamos conversar, ! — berra ele.
— Me solta! Imbecil, você está bêbado! — ela diz o óbvio e puxa o braço de volta. — Volta aqui! — a moça já saía quando Caio a agarra, tentando beijá-la à força.

Estranhando a demora de , volta até a saída e vê Caio agarrando-a à força. Acometido de muita raiva, ele puxa Caio pelos ombros e dá-lhe um soco no rosto. Sente a mão doer, mas não se importa e se põe à frente de .

— Nunca mais encoste na minha namorada! — berra , cheio de coragem e puxa pela mão.

Caminhando rápido, eles vão até a rua de trás e pegaram um táxi. No caminho para algum lugar que não sabe qual é, se desculpa com a moça.

— Por que está se desculpando, ? — eles estão no banco de trás do táxi.
— Por ter dito que você é minha namorada — ele está muito envergonhado, mas nem um pouco arrependido de ter feito o que fez. ri de leve e segura a mão dele que está em cima da coxa do rapaz.
— Tudo bem, . Obrigada por me ajudar mais uma vez. — ela acalma o coração angustiado dele e completa: — Sua mão está doendo? — ela alisa as costas da mão dele. não queria, mas sente um arrepio com isso.
— Nã-Não muito. — nervoso, ele tenta controlar suas reações.

não quer mostrar à que está sedento por ficar com ela. Que ele quer isso desde o momento em que ganhou intimidade com a moça, quando viraram amigos. Ao mesmo tempo, é difícil ficar ao lado, tão intimamente, e não demonstrar nada. É involuntário.
O caminho restante é feito em silêncio por eles. não solta a mão dele, que ainda está avermelhada pelo soco que deu em Caio. Ao finalmente chegarem, paga ao taxista e agradece pelo serviço prestado. Eles descem e logo vê o prédio onde pararam. Não precisa muito para ela deduzir que estão indo para o apartamento de . Os nove andares que sobem de elevador até lá são os mais angustiantes para ela. E para também.

[🎡]


O apartamento de é típico de um solteiro nerd e músico. Há muitos itens colecionáveis de animes e filmes da Marvel e DC espalhados pela estante, quadros pendurados nas paredes que mostram mais personagens famosos. O lado músico era percebido pelos violões e uma guitarra espalhados pelo sofá e mesinha de centro.
observa atentamente os itens quando chama sua atenção.

— Quer beber algo? — questiona ele, um pouco tímido.
… Se você quiser pular essa parte, eu estou preparada. — isso foi o suficiente para ele relaxar, soltando o ar aliviado, ele caminha até ela e a segura firme pela cintura.

O rapaz passa uma das mãos na nuca dela e puxa sua cabeça para perto dele, a beijando com desejo. Como sentiu falta desse beijo. Poucas horas foram o suficiente para fazer o jovem se viciar no beijo da moça.
Ambos caminham, ainda se beijando, desengonçados até o quarto dele. não teve como reparar na decoração, não é o momento para isso. É colocada com delicadeza na cama macia do rapaz e sente o corpo dele pesar sobre o dela. volta a beijá-la com carinho e aperta a cintura dela com força. Não é costume dele fazer isso, ir para cama com uma pessoa assim tão rápido, mas uma atração muito forte o puxava para perto de e ele realmente não conseguia evitar sentir esses desejos incontroláveis por ela.
Ofegante, começa a tirar a própria roupa, começando pela grossa camisa que usava e depois a regata que vinha por baixo, o que revela parte de seu corpo. já tinha tirado sua blusa e casaco. Ele pede licença para tirar a calça que ela veste, sorrindo, assente e ele desabotoa a calça dela, a retirando. O corpo de é do jeito que imaginou, mais bonito, perfeito para ele.
Tudo estava extremamente perfeito para o rapaz. Nada estragaria sua felicidade.

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Na manhã seguinte, acorda primeiro que , que dorme tranquilo ao lado dela coberto pelo grosso edredom da cama do rapaz. Ela se encolhe, com muito frio se mexendo na cama. abre os olhos e via o rosto para olhar para ela, sorri tranquilo e abraça a moça com carinho.

— Está com frio, não é? — pergunta o óbvio e aninha em seus braços. Ela resmunga um “sim” e ajeita a cabeça no peito dele, sentindo o calor do corpo de muito próximo.
— Eu não quero ir embora — sussurra ela, com um ar triste. — Não quero me despedir de você, — completa ela e levanta o olhar para ele, que a olha de cima para baixo.
— A gente não precisa se despedir para sempre e nem por agora — diz ele, dando um beijo no nariz dela, fazendo ela rir.
— Mas você vai viajar em turnê amanhã e eu não posso ir junto. Minha viagem termina só dia 14, mas eu não tenho mais dinheiro para…
— E se você fosse conosco nessa turnê? — ele diz, interrompendo ela. o olha com uma cara de “Você está surdo? Eu disse que não tenho mais dinheiro!”, mas não externa isso, apenas diz:
— Eu não tenho mais dinheiro, ...
— E quem disse que você iria pagar? — ela o olha confusa e junta as sobrancelhas.
— Como, ?
— Eu dou um jeito nisso, não se preocupe. Só me responda uma coisa, … — ele se ajeita na cama para ficar com o rosto na mesma direção do dela. Ele repousa a mão no rosto dela e sorri. Respira fundo e fala aquilo que está pensando durante toda a noite. — Você gosta de mim? — sente que demonstrou demais a surpresa que foi a pergunta dele, mas logo sorri feliz pela pergunta.
— Gosto… — não esconde o sorriso de satisfação e completa seu raciocínio.
— Então vem comigo em turnê pelo país?
— Mas,
— Eu gosto de você, . Eu não consigo esconder esse sentimento, é muito mais forte que tudo. Você pode vir comigo? — começa a achar que ela não quer ir, mas não quis dizer para não magoá-lo. Vendo o sorriso morrer aos poucos no rosto do rapaz, se apressa em responder.
— Vamos… Claro que vamos, eu quero ir com você, !

Sentindo uma enorme satisfação e alívio, amolece o corpo e abraça com carinho. Está tão feliz naquele momento que não quer que as horas passassem, nunca.
Eles se arrumam para um passeio e ele trata logo de entrar em contato com a produção da banda pedindo mais uma passagem e mais uma hospedagem nos hotéis das cidades da turnê. Manda mensagem para os amigos e companheiros de banda avisando da novidade, todos ficam muito felizes e até já desconfiam que o amigo faria tal proposta à moça.

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O dia da viagem chegou e acorda empolgadíssima. Ela dorme no hotel onde se hospedou inicialmente e logo se arruma para a viagem com e a banda. Manda mensagem para ele avisando que já estava quase pronta e que encontraria com o rapaz na porta do aeroporto de Tóquio. desce com suas malas e avisou a , enquanto descia o elevador, sobre a viagem e todas as novidades dos últimos dias. mal acreditou que a amiga e dormiram juntos e estavam agindo como um casal e quase pegou um avião para Tóquio só para dizer pessoalmente para “EU TE AVISEI QUE O É IRRESISTÍVEL!!”.
fez o check-out no hotel e agradece a hospedagem. Pega um táxi e foi para o aeroporto. Chegando lá, ao desembarcar do veículo, ela sente a brisa fria do vento tocar sua pele e suspira feliz. Sorri ao ver caminhando pela porta de saída do aeroporto e indo na direção dela. O sorriso dele é realmente a coisa mais linda que ela já vira na vida.
abraça ela e deposita um beijo no topo de sua cabeça, descendo um pouco e dando-lhe um selinho rápido. , e vinham logo atrás de e zombam deles quando veem o selinho que deram. Logo eles entram e aguardam pelo voo que sairia em breve. não sabe, mas ao desembarcarem na cidade para onde estavam indo, tinha uma surpresa preparada para a moça. Uma surpresa que poderia mudar sua vida para sempre. Uma surpresa que o rapaz planejou a noite toda, sozinho em seu apartamento.
Algo óbvio, mas que ele queria muito fazer e que bom que ele tem a agora para realizar esse desejo.

"O vento sopra nesta cidade
E eu vou vivendo por mim mesmo
Então sentirei orgulho diante de você
Eu vou segurá-las, e nunca vou soltar
As coisas mais preciosas pra mim
Pois estou aqui, ainda estou respirando"

Kaze ga Fuku Machi, Luck Life



Fim.



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Nota da autora: Jesus Cristo, passei 3 meses escrevendo essa fic, mas saiu, aleluia igreja!
Essa música é extremamente importante para mim, pois é tema de um dos meus animes favoritos (Bungou Stray Dogs). E eu amo demais esse clipe e essa música. Pensei em outro plot para ele, mas ia ficar extremamente estranho kkkkkkk fora que eu não iria conseguir terminar a tempo e eu queria enviar ela finalizada e sendo uma short. O outro plot seria inviável.
Enfim, o Pon é o pp perfeito para esse plot: fofo e engraçado. Amo esse homem <3

Espero que tenham gostado e não me matem por causa do final meio "em aberto". Como eu disse lá "é o óbvio"... então, o óbvio, nesse caso, seria ele pedir ela em namoro ou algo a mais.
Anyway...

Beijinhos e não esqueçam o comentário, hein!





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