Após beijar , sentiu-se invasivo demais, pediu desculpas pelo que fez e saiu do quarto a deixando sozinha novamente. mal pôde acreditar que ele havia a beijado. Rezou para que ninguém tenha passado de relance pelo quarto e visto a cena.
se recuperou do susto e disfarçou na presença da que já havia voltado com a água dela. Ela notou que havia mais alguma coisa errada com a amiga, mas disfarçou e mudou de assunto. Desconfiada, obrigou a amiga a contar, sem ter muito para onde escapar, contou tudo que houve. A outra quase teve um ataque.
— ELE TE BEIJOU?! — berrou ela, abismada.
— !! Pelo amor de Deus, cala a boca! — gritou irritada.
— Ai, desculpa amiga — voltou a se sentar e arregalou os olhos para , curiosa — Me conta com detalhes, pelo amor de Deus.
— , foi um beijo. Que detalhes quer que eu conte? — questionou , impaciente.
— Todos os possíveis, amiga! Ele finalmente reconheceu você e do nada te beija! Meu Deus, isso é destino, ! — concluiu, empolgada.
— Destino ou não, eu não posso ficar com ele. tem namorada, esqueceu? — essa última frase foi sussurrada por .
— Ai, aquela doida… ela não merece ficar com ele, você é muito mais legal.
— Isso não é decidido por você, né amiga?! — disse , rindo.
— Infelizmente. — fez um bico com os lábios, retorcendo-os.
Ambas foram interrompidas por uma de suas colegas de quarto que foi avisar que o diretor estava convocando todos para uma reunião. Desceram as escadas e, assim que colocaram o rosto na sala, ouviram o grito de alegria do diretor.
— É ELA! Venha aqui, minha querida — disse o diretor e aponta para uma das meninas, elas não sabiam de quem ele falava exatamente. — É você que está apontando para si mesma agora. — olhou para a própria mão apontando para si, o diretor falava dela.
— Eu? — ela disse, esganiçada.
— Sim! Venha cá, querida. Traga ela até aqui, Hiroki — disse ele para um de seus assistentes. Prontamente o rapaz caminhou até e a conduziu até mais próximo ao diretor, que estava no centro da sala, todos olhavam para com olhar de interrogação. O diretor ainda não tinha dado seu grande anúncio.
— Eu fiz algo errado, senhor? — disse ela bem baixinho. O diretor deu risada e deu leves tapinhas nas costas da moça.
— Não, na verdade você, e nosso querido protagonista, me deram uma grande ideia para o clipe. — só agora que reparou que também estava ao lado do diretor, com uma expressão tão confusa quanto a dela. — Bom, vou explicar de uma vez: o clipe agora terá uma história de um
casal que vai ter um momento de vitória após passar por muitas dificuldades durante o clipe. É aí que vocês dois — puxou e para perto dele, os segurando pelos ombros — vão entrar. Quero que vocês repitam aquela mesma química que vi mais cedo lá no quarto. — de repente, fez-se silêncio. sentiu seu rosto esquentar e sentiu o mesmo. Estavam quase morrendo de vergonha.
— Como assim? — a voz de Ayumi se fez audível e quebrou o silêncio da sala — Que
química teve entre eles dois? — a voz dela transmitia toda a raiva acumulada que a moça sentia. Fuzilava com os olhos.
— Senhor, é melhor não… — ia alertar ao diretor para que ficasse calado, mas era tarde demais.
— Estou falando do baita beijo que eles dois deram mais cedo. Foi algo cinematográfico, tanta emoção… quase chorei! — respondeu ele, emocionado e mais uma vez caricato.
—
Beijo? ?! — berrou Ayumi, já descontrolada.
— Ayumi, por favor, vamos conversar só nós dois — é um rapaz tranquilo, ao contrário de sua atual namorada que é bem explosiva e ciumenta.
— NÃO! Essa
criatura tem o que que eu não tenho, ?! — bradou ela, chamando o rapaz pelo nome. respirou fundo e chegou mais perto da moça.
— Calma, Ayumi…
— Não encosta em mim, ! — Ayumi deu um tapa na mão de que logo recuou com os braços erguidos em rendição. — Você!! — enfurecida, Ayumi partiu para cima de .
Há meses que tenta convencer Ayumi de que o melhor para ambos é o término do namoro que já se arrastou por tempo demais. Já havia se desgastado há tempos. Porém, a moça sempre desconversa e o convence do contrário. Sempre quando Ayumi está desconfiada do vento que toca a pele de ou senão, o mais grave, das fãs que o tratam com um
carinho excessivo, ocorrem cenas como a que aconteceu com como vítima.
Ayumi puxou pelos cabelos e foi arrastando para fora da casa. Tudo foi tão rápido, que ninguém pôde impedir. Quando viram, já era tarde demais. já estava caída por cima da mesa onde estava o bolo de aniversário do que seria usado na gravação externa que aconteceria daqui a pouco, essa parte da gravação o diretor havia antecipado, mas, pelo visto, terá que adiar novamente. Sentindo o ombro doer e uma vergonha tremenda, tentou levantar-se, mas não conseguiu apoio, seu ombro doía muito.
Em meio a gritaria de espanto e os gritos de Ayumi com , ouviu um chamado e ergueu a cabeça para ver quem era.
— ? — o rapaz estendeu a mão e ajudou a moça a levantar.
— Você está bem? — ficou preocupado com a confusão toda. Já havia alertado ao amigo diversas vezes sobre a possibilidade de
realmente acontecer algo grave. Hoje, por pouco, não aconteceu. — Você não me é estranha… — comentou ele, intrigado ao ver a moça mais de perto.
— Eu… eu estudei com você no colégio e… e eu estava no festival que vocês tocaram — disse , muito tímida. fez uma expressão de quem se lembra de algo importante.
—
-chan! — lembrou-se ele, contente e deu um abraço rápido na moça. — Como você mudou, nossa, está muito bonita, -chan!
— O-Obrigada, — sorriu fraco e agradeceu. — Ai… — resmungou ela com a mão no ombro esquerdo.
— Machucou, não foi? — perguntou ele, óbvio. assentiu com cara de dor. — Vem, vamos lá para dentro.
Além de estar com o ombro dolorido, estava toda suja de bolo. Os outros membros da banda se aproximaram de e e também se lembraram dela. Realmente ela estava diferente fisicamente do que era quando estavam no colégio. O que não mudou foi sua timidez e seus sentimentos pelo .
Por falar nele, caminhava para dentro da casa novamente e logo viu rodeada pelos amigos. Suspirou frustrado e envergonhado, sabia que estava machucada por causa de Ayumi e sentiu-se culpado por isso. Não era surpresa para também que seus amigos não gostavam dela e não os culpava por isso. Talvez se ele tivesse terminado com mais firmeza antes, nada disso tivesse acontecido.
puxou com cuidado e a levou até o quarto onde estava com o restante da banda. Ela sentou-se em uma das camas e aguardou o rapaz, que mexia em silêncio nas gavetas e portas do guarda-roupas e da mesa de cabeceira. Foi ao banheiro da suíte e ela ouviu apenas o barulho das portas dos armários sendo abertas e depois fechadas. Minutos depois, ele apareceu com um kit de primeiros-socorros. arregalou os olhos.
— Não precisa, ! Eu não estou machucada — disse ela, erguendo os braços e se arrependendo em seguida, pois sentiu seu ombro esquerdo reclamar em dor. — Ai…
— E esse “ai” foi o que, então? — disse , sarcástico. — Deixa eu cuidar desse ombro.
tirou uma pomada para dores musculares de dentro da caixinha e algumas ataduras. Examinou o ombro de , viu que não estava deslocado e nem quebrado. Bom sinal. Com cuidado, ele passou a pomada no local indicado por ela, onde doía mais. Após isso, ele imobilizou o braço para que não piorasse a dor. Ele fazia parte da equipe de socorristas do colégio onde estudou com , disso ela também lembra com precisão. O rapaz ainda se lembrava dos procedimentos a serem feitos para cada caso.
guardou as ataduras que sobraram e o remédio que usou dentro da caixa de primeiros-socorros e a guardou de volta no armário do banheiro. Ao voltar, sentou-se novamente na cama, de frente para , que o fitava muito sem jeito.
— Eu nem sei o que dizer — começou , envergonhado —, me desculpa por tudo. — ele suspirou, cansado.
— , está tudo bem. — sorriu e segurou uma das mãos dele. Ele sorriu automaticamente.
— É bom estar com você de novo — não lembrava-se da última vez que viu o sorriso genuíno de de perto. É tão bonito e transmite uma paz tão grande à moça. tem vontade de vê-lo todo dia. — Se lembra de como éramos no colégio? — questionou ele, de repente.
— Sim — respondeu e sorriu.
— Você nem falava comigo direito e, quando falava, era cheia de formalidades — lembrou-se ele, soltando uma risada abafada. —
“Ah, -san…”, odiava quando você me chamava assim. — ela sorriu sem jeito, mas não podia negar, sempre foi difícil para controlar seus sentimentos perto do . Chamá-lo pelo apelido era mais difícil ainda para ela, na época, então preferia chamá-lo mais formalmente, assim, podia manter as coisas de um jeito menos íntimo.
— Eu tinha vergonha de estar perto de você — confessou ela.
— Sério? Não notei — falou , sarcástico e o encarou de maneira debochada.
— Seu bobo! — deu um tapinha no braço dele, ambos riram. — … — ela ficou séria de repente — eu preciso confessar uma coisa que eu fiz anos atrás. — completou, sem graça. franziu o cenho, curioso e apreensivo ao mesmo tempo.
— O que você fez? — teve medo até de perguntar, mas sua curiosidade foi maior.
— Lembra do dia que você e os rapazes estavam na nossa sala, após as aulas, e vocês escolhiam nomes para a banda? — puxou pela memória e logo assentiu que “sim”. continuou: — Teve uma hora que vocês saíram da sala e… bom, eu entrei e deixei uma sugestão de nome no quadro… — antes de concluir sua fala, a interrompeu, muito surpreso.
— Você sugeriu o nome de nossa banda? — questionou ele, quase eufórico. assentiu e ele abriu um sorriso ainda mais largo e genuíno que o anterior. —
Você é incrível, ! Nós nos perguntamos quem teria colocado aquele nome ali, sabíamos que não tinha sido nenhum de nós, mas… foi você!
— Não está bravo?
— Como eu ficaria bravo com você, ? — ele fez uma pergunta que para ele era retórica, mas quase respondeu. Antes, ele se apressou em falar — Impossível, . Você é adorável e muito legal para que fiquemos bravos com você — a moça suspirou aliviada e sorriu. Pareceu ter tirado um grande peso dos ombros.
— Tem mais uma coisa, … ela recomeçou — a falar, mas a interrompeu de novo. Ele estava tão feliz por poder conversar com de novo que precisava falar, antes que lhe faltasse coragem novamente.
—
, eu gosto de você! — surpresa, a moça engasgou-se com o ar e começou a tossir. — Está tudo bem, -chan? Meu Deus, me desculpe por te fazer engasgar — ele bateu de leve nas costas dela, que logo se recuperou da tosse, mas ainda estava em choque pela declaração dele. estava
se declarando para ela!
— Hã?
— Eu gosto de você desde o colégio, -chan. Quando eu finalmente tinha tomado coragem para me confessar para você, infelizmente você sumiu do colégio. Ia ser durante a festa de encerramento que eu ia me declarar, mas você não apareceu. — recordou-se bem o motivo de não ter aparecido.
— Meu pai teve que se mudar para outra cidade, para um novo emprego e tínhamos que ir logo. Ah, eu queria ter ido à festa. — lamentou-se ela. sorriu de canto.
— Te garanto que a festa seria maravilhosa com sua presença lá — disse ele e segurou a outra mão da moça, notou que estava fria de nervosismo. — Você gosta de mim, -chan? — ela engoliu em seco e sorriu, não contendo mais sua emoção por tudo que estava acontecendo.
—
Gosto…
Não se contendo, soltou as mãos de e agarrou o rosto dela, beijando-lhe os lábios que ele tanto deseja há tantos anos. Ela retribuiu o beijo, também desejava tocar os lábios do rapaz por muito tempo. O desejo de ambos foi saciado naquele beijo apaixonado, trezes anos de espera valeram a pena. Ambos deitaram, ainda se beijando, na cama e deixaram seus corpos guiarem suas atitudes dali para frente.
Aquele dia ensolarado que começou glorioso e quente, terminou de forma ainda mais brilhante e aquecida com o calor dos corpos de e , que se desconectaram totalmente do mundo lá fora. Nada mais importava. Só a felicidade daquele momento juntos.
“Há quantas pessoas em seu coração?
Elas são a prova que você não está sozinha
Para que todas as pessoas se tornem felizes
Nós devemos cantar”
Sunny Day, LUCKLIFE