Autora: Li
    Scripts: Autora Independente
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Finalizada em: 15/08/2021.
Capítulos: Parte I | Parte II | Parte III






e ensaiam pela décima vez, só naquele dia, a coreografia que criaram juntas para participarem da promoção. A banda que são fãs, , está completando 13 anos de existência e, para comemorar, convocaram os fãs a gravarem um vídeo comemorativo de aniversário. No vídeo poderia ter qualquer conteúdo criativo que tivesse a ver com o aniversário da banda.
As amigas pensaram numa coreografia engraçada e alguns dizeres, mas, antes disso, precisam sincronizar os passos.

! Se concentra! — reclamou com as mãos na cintura, foi pausar a câmera pela décima primeira vez.
— Desculpe, ! — falou , curvando o corpo em sinal de desculpas. Ajeitou os cabelos ao se levantar e suspirou com um ar cansado. As amigas ensaiavam há mais de duas horas sem parar, desde que chegaram do trabalho.
— Precisamos gravar hoje para dar tempo de editar! A promoção acaba…
— … amanhã! — completou — Eu sei! Vamos de novo! — animou-se ela.

deu play na câmera novamente e voltou a ficar ao lado de . Recomeçaram a coreografia e, para felicidade de ambas, deu certo. Finalmente! Ficaram tão felizes pelo feito que gritaram e se abraçaram ao fim, tão genuíno que decidiram deixar essa parte na edição do vídeo.
terminou de editar o vídeo e enviou para o e-mail da produção do . Agora era só esperar, a parte mais difícil.

[✨]


e têm 30 anos de idade e trabalham juntas na mesma empresa de tecnologia, a Seven. é programadora de jogos, enquanto é programadora especializada em sites, front e backend.
As duas trabalham normalmente hoje, desde que chegaram à empresa, elas não pararam para descansar em um só minuto. Hoje sairá o resultado da promoção.
É uma bela quarta-feira de outono, não faz tanto frio e o dia está ensolarado. levantou de sua cadeira e esticou o corpo, sentindo as costas estalarem.

— Quer café, ? — apesar de trabalharem em ramos diferentes, elas ficam em mesas vizinhas. Na Seven não há divisão de setores, cada programador senta onde se sentir mais à vontade para trabalhar.
— Quero sim, por favor, amiga — respondeu a moça sem tirar os olhos da tela de seu computador.

caminhou devagar pelo longo corredor entre as baias que separam as mesas. A baia onde está é bem na janela, onde pode trabalhar observando a bela vista da cidade. Ao chegar à copa, cumprimentou um colega com quem trocou algumas palavras descontraídas e se despediram minutos depois.
A moça pegou café para ela e para a e voltou com as duas xícaras cheias de café com leite para sua mesa. Fez o caminho de volta ainda mais lentamente do que na ida, aproveitando cada segundo de “descanso”.

— Divirta-se, amiga — disse ela ao deixar a xícara de na mesa, ao lado da mão dela.
— Obrigada, olhou para e sorriu agradecida.
— Disponha, meu amor.

sentou-se em sua cadeira e deu um gole em seu café, girou a cadeira devagar enquanto pensava. Uma hora dessas, já deve ter saído o resultado, né?, pensou ela olhando o relógio que tem em cima de sua mesa. Pegou o celular e desbloqueou a tela, o plano de fundo era uma foto do , sorriu involuntariamente ao ver a foto com os rapazes sorrindo. Abriu o instagram, por onde seria dado o resultado e logo viu que havia uma mensagem não lida. O coração disparou. Antes de abrir a mensagem, foi até o perfil da banda e viu que realmente eles já tinham dado o resultado.
Ela não sabia se abria a mensagem de uma vez ou se esperava mais. Tomou outro gole de café e abriu a mensagem olhando para o lado em seguida. Respirou fundo, nunca ficou tão nervosa na vida. Quer dizer, ela lembrou-se de um momento em específico que ficou bastante nervosa, um momento em seu passado no ensino médio e envolveu o . Mas, isso é uma outra história*.
Nota: *A história mencionada é contada em Hajime no Ippo, que conta a história de como a banda surgiu, ainda no colégio.

Espantando os pensamentos, concentrou-se em ler a mensagem. O coração cada vez mais acelerado.

Para @

Obrigado por entrar no concurso Instagram Happy Birthday do !
Estamos felizes em parabenizá-lo como vencedor deste concurso !!!
Você receberá mais instruções em breve sobre como proceder daqui para frente.
Os membros e a equipe do estão ansiosos para encontrar você e seu acompanhante nesse dia tão especial para todos nós.


ficou paralisada. Sentiu seu corpo gelar e as mãos tremerem, quase derrubou café em seu celular. Colocou a xícara na mesa e arrastou a cadeira até ao lado da cadeira da amiga que bebia um gole de café na hora. Sem dizer nada, apenas esticou a mão com o celular na direção dos olhos de Aimi. A outra olhou a tela do aparelho, ainda com a xícara na boca e leu o que está escrito. Deixou voltar um pouco de café ao terminar de ler e puxou o celular da mão de dela, lendo o conteúdo exibido.

!! A gente ganhou?! — tremia tanto quanto a amiga.
— Sim! Sim! Aimi, nós vamos passar um final de semana com eles! — abraçou a amiga e elas giraram abraçadas nas cadeiras.

O prêmio da promoção é passar um final de semana em uma casa alugada pela produção dos rapazes, lá irão gravar um clipe do single atual e haverá uma confraternização após para comemorar os 13 anos de banda.
As amigas mal conseguiram cumprir suas tarefas do dia de tão ansiosas que ficaram. O encontro seria somente no final de semana, mas ambas já imaginavam como seria. Principalmente a .

[✨]


Alguns dias passaram e as amigas não poderiam estar mais felizes.
O staff do havia entrado em contato com elas naquele mesmo dia do resultado da promoção para avisar que uma van as buscaria na sexta-feira à tarde para levá-las até a casa onde aconteceriam as gravações.

— Será que os rapazes já estão lá? — comentou bem baixinho no ouvido de . Ambas já estavam a caminho da casa. Aliás, mais quatro pessoas ganharam e também viajaram com elas.
— Provavelmente sim — sussurrou de volta —, por favor, comporte-se, está bem?
— Por quê? — disse a outra, ofendida.
— Porque você sempre fala demais!

era bem comunicativa, às vezes, isso fazia com que ela falasse muito, principalmente sobre a vida da amiga.
Não demorou muito e a van estacionou na garagem da casa onde ficariam. E é uma bela casa, parece ser espaçosa. Combina perfeitamente com o single alegre e os dias ensolarados que estão fazendo ultimamente. Ao entrarem nas dependências internas da casa, todos foram recepcionados pelo produtor responsável.

— Bem-vindos! Por favor, entrem e fiquem à vontade. — disse ele, muito educado e indicou um grande sofá e poltronas para todos se acomodarem na sala. Após sentarem-se, todos prestaram atenção nas palavras do produtor. — Olá, me chamo Fuyuki, sou produtor do e venho aqui, em nome de todos, dar-lhes as boas vindas! Obrigado por se participarem de nossa promoção e por estarem aqui neste dia especial para todos nós. — o rapaz ia falando e todos fielmente prestavam atenção, mas o que todos queriam saber só foi respondido ao final de sua fala — … os rapazes vão chegar mais tarde, então, enquanto isso fiquem à vontade para se instalarem em seus quartos. A Harumi — apontou para uma moça tímida que estava ao canto da sala — irá mostrar onde ficarão.

Ao finalizar sua fala, Fuyuki fez sinal para Harumi e a moça logo se prontificou a levar todos até os quartos. São três quartos: os dez vencedores se dividirão em dois deles e a banda ficará com o último. A ideia é fazer com que a experiência dessa comemoração seja a mais intensa possível e a mais divertida, como manda a música single deles.
As amigas se instalaram em um dos quartos com mais três pessoas. Logo todos fizeram amizade, contando casos de encontros que tiveram com a banda, rindo e cantando as músicas que mais gostavam. também tinha uma história muito boa para contar, mas talvez ninguém acreditasse, então preferiu ficar calada. A única que sabia era , sua eterna confidente.

[✨]


descia as escadas, tinha acabado de tomar banho e descia para jantar junto com todos. Ela olhava para tela de seu celular enquanto descia as escadas, distraída e nem notou direito onde pisava. O óbvio aconteceu e, ao pisar em falso, se viu caindo em câmera lenta e já se preparava para o impacto nos degraus da escada se não fossem os braços ágeis de um certo vocalista.

— Você está bem? — questionou a voz de para a moça. Trêmula pela situação e pela presença dele, se viu ainda mais nervosa por a estar segurando em seus braços. Ela ficou sem reação, o rapaz a encarava com seus olhos castanhos tão bonitos e vívidos.
!

A dona de uma voz feminina vinha subindo as escadas e parou às costas de , as mãos dela o agarraram pelo peito em um abraço. imediatamente saiu do abraço de e se endireitou na escada, de pé e desceu as escadas sem dizer nada, de cabeça baixa.

— Quem era? — questionou a moça com o queixo repousado no ombro dele.
— Não sei, mas ela quase caiu. Ia se machucar feio se eu não tivesse chegado… — o dedo da moça em sua boca o calou, a moça o virou para frente.
— Você é um herói, lindinho! — a voz fina dela soou pelos ouvidos de e beijou-lhes os lábios.

Após retribuir ao beijo, puxou a moça para descer com ele.
A barulheira de pessoas conversando na sala de jantar indicava que já estavam todos lá. O jantar foi servido e fez-se silêncio, todos agradeceram e começaram a comer. e estavam sentadas uma do lado da outra, comendo e evitando olhar para o lado oposto da mesa. , às vezes, olhava discretamente na direção de . Ele estava sentado ao lado da namorada, Ayumi, e de seu amigo e companheiro de banda .
Após o agradável e saboroso jantar, todos foram para a sala principal, onde se encontraram pela primeira vez, para conversarem com a banda. Todos se apresentaram dizendo seus nomes, idade, o que fazem da vida e como conheceram a banda, coisas desse tipo. Na vez da , ela ficou muito nervosa, mas conseguiu falar. Omitiu apenas um detalhe, mas isso não vem ao caso agora.




O sábado chegou glorioso e ensolarado. A brisa fria da manhã não espantou a animação de todos para a gravação do clipe que será essa tarde. Logo cedo, todos tomavam café, incluindo a banda, quando o diretor do clipe aparece para falar com eles.

— Bom dia! — disse o diretor.
— Bom dia!!! — todos disseram em uníssono, muito animados.
— Hoje vamos começar a gravar a primeira parte do clipe na área externa da casa e algumas cenas com a banda na área interna. — começou explicando — Espero que estejam dispostos a trabalhar hoje, hein! — concluiu animado.
— SIM!! — todos gritaram em resposta, fora de ordem. Houve uma explosão de gritos.
— Vamos começar por qual cena, senhor Diretor? — questionou , após engolir um pedaço de mamão que ele deixou para comer por último. Ele gosta muito de mamão.
— A sua cena, meu querido protagonista! — exclamou o diretor de forma bastante caricata. levantou-se e deu um pulinho, batendo palmas.
— Vamos, então! Estou pronto!

seguiu com o diretor e seus assistentes até a parte dos quartos onde já haviam preparado um dos cenários do clipe.
e já tinham acabado a refeição e foram escovar os dentes. Após isso, se juntaram aos demais fãs para algumas instruções de um dos assistentes do diretor. A participação dos fãs no clipe será simples: irão aparecer de figuração executando uma coreografia bem simples, que logo eles aprenderam, enquanto a banda toca a música.
Algumas horas de ensaio depois, e voltaram para o quarto, já estava no começo da tarde daquele dia ensolarado e as outras gravações com a banda já estavam encerrando. estava com as costas doloridas de tanto repetir a coreografia. Apesar de todos terem aprendido rápido, o diretor os viu ensaiando e mandou repetirem mais e mais vezes até realmente ficar bom aos olhos dele.

— Esse diretor é bem exigente — comentou uma das fãs que dividiam o quarto com as amigas —, estou com as costas doendo de tanto repetir a coreografia. — completou ela fazendo o movimento de estalar as costas.
— Ah, eu também! — disse com a voz abafada, pois estava deitada na cama com o rosto enfiado no travesseiro.
— Com licença — uma voz fina anunciou a chegada de mais alguém no quarto. A figura de Ayumi surgiu na porta.
— Por favor, entre, Ayumi-san — disse uma outra fã em tom de respeito. Ao ouvir a voz de Ayumi, ergueu o corpo dolorido e se pôs de pé.
— É daqui a garota que quase caiu da escada ontem? — disse ao passar olhar por todas, só havia garotas naquele quarto, ao encontrar o semblante de , ela repousa o olhar sobre a moça. — Foi você! — exclamou ela, apontando o dedo para . As outras olhavam à tudo com confusão.
— Eu? — perguntou apontando para si mesma.
— Você! — Ayumi marchou até ela e empurrou o dedo no ombro de — Fique longe do ! Eu vi você se jogando de propósito em cima dela ontem — acusou ela. Ouviu-se o som de surpresa das demais garotas, menos de que sabia perfeitamente da história.
— Não foi isso, eu realmente caí da escada! — defendeu-se .
— Verdade, a -chan caiu da escada mesmo, mas o -san a ajudou, eu vi na hora — lembrou-se uma das garotas, em defesa de .
— Viu?! Eu não dei em cima dele, nunca faria isso! — completou , assustada com a reação de Ayumi. não queria brigar, não era de seu feitio, ainda mais com a namorada do .
— Fique longe dele! — Ayumi alertou e de repente, outra coisa chamou atenção dela. O porta-retrato que havia na escrivaninha perto da cama que dormia. — Que foto é essa?! — na foto havia os rapazes do mais novos, certamente na época de colégio.

Antes de explicar, Ayumi foi tomada por uma raiva tremenda e pegou o porta-retrato e jogou contra parede mais próxima. Isso gerou gritos de espanto de todas. Ayumi deu a volta na cama, pegou a foto e viu a continuação dela, a foto estava dobrada e ao desdobrá-la foi revelado o quinto integrante da imagem. Com ainda mais raiva, Ayumi rasga a foto em vários pedaços. Ouviu-se dessa vez os gritos desesperados de e a imagem da moça saltando à cama para tentar salvar sua preciosa foto, mas era tarde demais.

[✨]


pediu para as colegas de quarto deixarem ela e a à sós. Ayumi já havia saído há alguns minutos e continuava chorando em cima da cama com os pedaços da foto nas mãos.

— Quer um copo d’água, ? — questionou , mas não respondeu com nenhum gesto ou palavra. — Vou lá buscar, já volto. — sem resposta da amiga, desceu e foi buscar água de qualquer forma.

Li ficou paralisada, olhando os pedaços do que há alguns minutos era seu maior tesouro, a foto que ela guardava com tanto carinho e nostalgia, agora estava destruída, não tinha mais volta.
Distraída, Li não reparou que Aimi havia saído do quarto, só percebeu quando levantou a cabeça para olhar para a porta. Alguém havia batido.

? — o rapaz alto estava parado à porta e logo notou que chorava, ao ver o rosto inchado da moça.
— Posso entrar? — questionou ele, assentiu e então ele entrou no quarto. O rapaz aproximou-se e indicou a cama com um gesto de cabeça, perguntando se ele podia se sentar. assentiu novamente e sentou-se, pegando um dos pedacinhos da foto. — Aconteceu algo?
— Meu… meu porta-retrato quebrou e...
— Não me diga que a foto se rasgou sozinha? — brincou e riu em seguida, mas ela não esboçou nenhum sorriso. — Hey, qual seu nome? — ele ergueu o queixo da moça com a mão e lhe fitou os olhos. não conseguiu ficar nem meio segundo olhando para , logo desviou o olhar. — Desculpe. — sem graça, o rapaz pigarreou e soltou o rosto dela.
— Está tudo bem, — sussurrou ela.
— Você é a única que me chama somente de … — disse ele, curioso. Todos os fãs o trataram como “-san”, mas era a única que o chamava apenas de , com intimidade. Isso logo chamou a atenção do rapaz.
— Me desculpe a falta de respeito, -san! — tratou-se de se redimir.
— Não, pode me chamar somente de . — ele deu um sorriso fofo que fez olhar diretamente para ele pela primeira vez. De repente, um outro pedacinho da foto chamou a atenção do rapaz — Esse é o — disse ele ao reconhecer o amigo, mais novo —, bem mais novo, é claro, mas é o — completou ele, rindo. — Me lembro desse dia, foi o primeiro show que fizemos como , ainda no colégio, em um festival de talentos. Onde conseguiu…

Antes de concluir a pergunta, viu um outro pedaço da foto que revelava o rosto de uma outra pessoa que não fazia parte da banda. Naquele dia, após o show, ele se lembra de ter tirado foto com vários colegas de colégio que aguardaram ele e os amigos saírem só para tirar uma foto. reconheceu na hora quem era aquela garota tímida que aquele pedacinho de foto mostrava.

-chan!? — emocionado, disse e sentiu o corpo gelar.
— Você me reconheceu, afinal — ela disse, muito mais tímida que o normal. sentia o coração quase lhe saltar pela boca. Como que ele não a reconheceu antes?
— Por que não… por que não disse que era você? — a voz falha do rapaz quase inaudível fez se questionar o mesmo: ela poderia ter dito apenas para ele quem ela era, mas acha que lhe faltou coragem de confessar. Havia tanta coisa para ela confessar para ele.
— Me desculpe, , eu… não tive coragem de dizer — ela também tinha a voz falha pela vontade de chorar que lhe surgiu novamente.
— É muito bom te ver novamente, -chan — de repente, abraçou e a moça não teve reação imediata, segundos após ela conseguiu reagir a abraçar ele. O cheiro bom que ele exalava anestesiava a moça.

estava tão feliz em reencontrá-la que nem se importou se seriam ou não flagrados naquela situação. Ele só queria expressar a saudade que sentiu e a vontade reprimida por anos que ele finalmente expunha. Tomado pela coragem da surpresa em encontrá-la, afastou-se um pouco dela e segurou seu rosto com as mãos, sussurrando o nome dela, ele aproximou seu rosto da moça e a beijou.


Após beijar , sentiu-se invasivo demais, pediu desculpas pelo que fez e saiu do quarto a deixando sozinha novamente. mal pôde acreditar que ele havia a beijado. Rezou para que ninguém tenha passado de relance pelo quarto e visto a cena.
se recuperou do susto e disfarçou na presença da que já havia voltado com a água dela. Ela notou que havia mais alguma coisa errada com a amiga, mas disfarçou e mudou de assunto. Desconfiada, obrigou a amiga a contar, sem ter muito para onde escapar, contou tudo que houve. A outra quase teve um ataque.

— ELE TE BEIJOU?! — berrou ela, abismada.
!! Pelo amor de Deus, cala a boca! — gritou irritada.
— Ai, desculpa amiga — voltou a se sentar e arregalou os olhos para , curiosa — Me conta com detalhes, pelo amor de Deus.
, foi um beijo. Que detalhes quer que eu conte? — questionou , impaciente.
— Todos os possíveis, amiga! Ele finalmente reconheceu você e do nada te beija! Meu Deus, isso é destino, ! — concluiu, empolgada.
— Destino ou não, eu não posso ficar com ele. tem namorada, esqueceu? — essa última frase foi sussurrada por .
— Ai, aquela doida… ela não merece ficar com ele, você é muito mais legal.
— Isso não é decidido por você, né amiga?! — disse , rindo.
— Infelizmente. — fez um bico com os lábios, retorcendo-os.

Ambas foram interrompidas por uma de suas colegas de quarto que foi avisar que o diretor estava convocando todos para uma reunião. Desceram as escadas e, assim que colocaram o rosto na sala, ouviram o grito de alegria do diretor.

— É ELA! Venha aqui, minha querida — disse o diretor e aponta para uma das meninas, elas não sabiam de quem ele falava exatamente. — É você que está apontando para si mesma agora. — olhou para a própria mão apontando para si, o diretor falava dela.
— Eu? — ela disse, esganiçada.
— Sim! Venha cá, querida. Traga ela até aqui, Hiroki — disse ele para um de seus assistentes. Prontamente o rapaz caminhou até e a conduziu até mais próximo ao diretor, que estava no centro da sala, todos olhavam para com olhar de interrogação. O diretor ainda não tinha dado seu grande anúncio.
— Eu fiz algo errado, senhor? — disse ela bem baixinho. O diretor deu risada e deu leves tapinhas nas costas da moça.
— Não, na verdade você, e nosso querido protagonista, me deram uma grande ideia para o clipe. — só agora que reparou que também estava ao lado do diretor, com uma expressão tão confusa quanto a dela. — Bom, vou explicar de uma vez: o clipe agora terá uma história de um casal que vai ter um momento de vitória após passar por muitas dificuldades durante o clipe. É aí que vocês dois — puxou e para perto dele, os segurando pelos ombros — vão entrar. Quero que vocês repitam aquela mesma química que vi mais cedo lá no quarto. — de repente, fez-se silêncio. sentiu seu rosto esquentar e sentiu o mesmo. Estavam quase morrendo de vergonha.
— Como assim? — a voz de Ayumi se fez audível e quebrou o silêncio da sala — Que química teve entre eles dois? — a voz dela transmitia toda a raiva acumulada que a moça sentia. Fuzilava com os olhos.
— Senhor, é melhor não… — ia alertar ao diretor para que ficasse calado, mas era tarde demais.
— Estou falando do baita beijo que eles dois deram mais cedo. Foi algo cinematográfico, tanta emoção… quase chorei! — respondeu ele, emocionado e mais uma vez caricato.
Beijo? ?! — berrou Ayumi, já descontrolada.
— Ayumi, por favor, vamos conversar só nós dois — é um rapaz tranquilo, ao contrário de sua atual namorada que é bem explosiva e ciumenta.
— NÃO! Essa criatura tem o que que eu não tenho, ?! — bradou ela, chamando o rapaz pelo nome. respirou fundo e chegou mais perto da moça.
— Calma, Ayumi…
— Não encosta em mim, ! — Ayumi deu um tapa na mão de que logo recuou com os braços erguidos em rendição. — Você!! — enfurecida, Ayumi partiu para cima de .

Há meses que tenta convencer Ayumi de que o melhor para ambos é o término do namoro que já se arrastou por tempo demais. Já havia se desgastado há tempos. Porém, a moça sempre desconversa e o convence do contrário. Sempre quando Ayumi está desconfiada do vento que toca a pele de ou senão, o mais grave, das fãs que o tratam com um carinho excessivo, ocorrem cenas como a que aconteceu com como vítima.
Ayumi puxou pelos cabelos e foi arrastando para fora da casa. Tudo foi tão rápido, que ninguém pôde impedir. Quando viram, já era tarde demais. já estava caída por cima da mesa onde estava o bolo de aniversário do que seria usado na gravação externa que aconteceria daqui a pouco, essa parte da gravação o diretor havia antecipado, mas, pelo visto, terá que adiar novamente. Sentindo o ombro doer e uma vergonha tremenda, tentou levantar-se, mas não conseguiu apoio, seu ombro doía muito.
Em meio a gritaria de espanto e os gritos de Ayumi com , ouviu um chamado e ergueu a cabeça para ver quem era.

? — o rapaz estendeu a mão e ajudou a moça a levantar.
— Você está bem? — ficou preocupado com a confusão toda. Já havia alertado ao amigo diversas vezes sobre a possibilidade de realmente acontecer algo grave. Hoje, por pouco, não aconteceu. — Você não me é estranha… — comentou ele, intrigado ao ver a moça mais de perto.
— Eu… eu estudei com você no colégio e… e eu estava no festival que vocês tocaram — disse , muito tímida. fez uma expressão de quem se lembra de algo importante.
-chan! — lembrou-se ele, contente e deu um abraço rápido na moça. — Como você mudou, nossa, está muito bonita, -chan!
— O-Obrigada, sorriu fraco e agradeceu. — Ai… — resmungou ela com a mão no ombro esquerdo.
— Machucou, não foi? — perguntou ele, óbvio. assentiu com cara de dor. — Vem, vamos lá para dentro.

Além de estar com o ombro dolorido, estava toda suja de bolo. Os outros membros da banda se aproximaram de e e também se lembraram dela. Realmente ela estava diferente fisicamente do que era quando estavam no colégio. O que não mudou foi sua timidez e seus sentimentos pelo .
Por falar nele, caminhava para dentro da casa novamente e logo viu rodeada pelos amigos. Suspirou frustrado e envergonhado, sabia que estava machucada por causa de Ayumi e sentiu-se culpado por isso. Não era surpresa para também que seus amigos não gostavam dela e não os culpava por isso. Talvez se ele tivesse terminado com mais firmeza antes, nada disso tivesse acontecido.
puxou com cuidado e a levou até o quarto onde estava com o restante da banda. Ela sentou-se em uma das camas e aguardou o rapaz, que mexia em silêncio nas gavetas e portas do guarda-roupas e da mesa de cabeceira. Foi ao banheiro da suíte e ela ouviu apenas o barulho das portas dos armários sendo abertas e depois fechadas. Minutos depois, ele apareceu com um kit de primeiros-socorros. arregalou os olhos.

— Não precisa, ! Eu não estou machucada — disse ela, erguendo os braços e se arrependendo em seguida, pois sentiu seu ombro esquerdo reclamar em dor. — Ai…
— E esse “ai” foi o que, então? — disse , sarcástico. — Deixa eu cuidar desse ombro.

tirou uma pomada para dores musculares de dentro da caixinha e algumas ataduras. Examinou o ombro de , viu que não estava deslocado e nem quebrado. Bom sinal. Com cuidado, ele passou a pomada no local indicado por ela, onde doía mais. Após isso, ele imobilizou o braço para que não piorasse a dor. Ele fazia parte da equipe de socorristas do colégio onde estudou com , disso ela também lembra com precisão. O rapaz ainda se lembrava dos procedimentos a serem feitos para cada caso.
guardou as ataduras que sobraram e o remédio que usou dentro da caixa de primeiros-socorros e a guardou de volta no armário do banheiro. Ao voltar, sentou-se novamente na cama, de frente para , que o fitava muito sem jeito.

— Eu nem sei o que dizer — começou , envergonhado —, me desculpa por tudo. — ele suspirou, cansado.
, está tudo bem. — sorriu e segurou uma das mãos dele. Ele sorriu automaticamente.
— É bom estar com você de novo — não lembrava-se da última vez que viu o sorriso genuíno de de perto. É tão bonito e transmite uma paz tão grande à moça. tem vontade de vê-lo todo dia. — Se lembra de como éramos no colégio? — questionou ele, de repente.
— Sim — respondeu e sorriu.
— Você nem falava comigo direito e, quando falava, era cheia de formalidades — lembrou-se ele, soltando uma risada abafada. — “Ah, -san…”, odiava quando você me chamava assim. — ela sorriu sem jeito, mas não podia negar, sempre foi difícil para controlar seus sentimentos perto do . Chamá-lo pelo apelido era mais difícil ainda para ela, na época, então preferia chamá-lo mais formalmente, assim, podia manter as coisas de um jeito menos íntimo.
— Eu tinha vergonha de estar perto de você — confessou ela.
— Sério? Não notei — falou , sarcástico e o encarou de maneira debochada.
— Seu bobo! — deu um tapinha no braço dele, ambos riram. — … — ela ficou séria de repente — eu preciso confessar uma coisa que eu fiz anos atrás. — completou, sem graça. franziu o cenho, curioso e apreensivo ao mesmo tempo.
— O que você fez? — teve medo até de perguntar, mas sua curiosidade foi maior.
— Lembra do dia que você e os rapazes estavam na nossa sala, após as aulas, e vocês escolhiam nomes para a banda? — puxou pela memória e logo assentiu que “sim”. continuou: — Teve uma hora que vocês saíram da sala e… bom, eu entrei e deixei uma sugestão de nome no quadro… — antes de concluir sua fala, a interrompeu, muito surpreso.
— Você sugeriu o nome de nossa banda? — questionou ele, quase eufórico. assentiu e ele abriu um sorriso ainda mais largo e genuíno que o anterior. — Você é incrível, ! Nós nos perguntamos quem teria colocado aquele nome ali, sabíamos que não tinha sido nenhum de nós, mas… foi você!
— Não está bravo?
— Como eu ficaria bravo com você, ? — ele fez uma pergunta que para ele era retórica, mas quase respondeu. Antes, ele se apressou em falar — Impossível, . Você é adorável e muito legal para que fiquemos bravos com você — a moça suspirou aliviada e sorriu. Pareceu ter tirado um grande peso dos ombros.
— Tem mais uma coisa, … ela recomeçou — a falar, mas a interrompeu de novo. Ele estava tão feliz por poder conversar com de novo que precisava falar, antes que lhe faltasse coragem novamente.
, eu gosto de você! — surpresa, a moça engasgou-se com o ar e começou a tossir. — Está tudo bem, -chan? Meu Deus, me desculpe por te fazer engasgar — ele bateu de leve nas costas dela, que logo se recuperou da tosse, mas ainda estava em choque pela declaração dele. estava se declarando para ela!
— Hã?
— Eu gosto de você desde o colégio, -chan. Quando eu finalmente tinha tomado coragem para me confessar para você, infelizmente você sumiu do colégio. Ia ser durante a festa de encerramento que eu ia me declarar, mas você não apareceu. — recordou-se bem o motivo de não ter aparecido.
— Meu pai teve que se mudar para outra cidade, para um novo emprego e tínhamos que ir logo. Ah, eu queria ter ido à festa. — lamentou-se ela. sorriu de canto.
— Te garanto que a festa seria maravilhosa com sua presença lá — disse ele e segurou a outra mão da moça, notou que estava fria de nervosismo. — Você gosta de mim, -chan? — ela engoliu em seco e sorriu, não contendo mais sua emoção por tudo que estava acontecendo.
Gosto…

Não se contendo, soltou as mãos de e agarrou o rosto dela, beijando-lhe os lábios que ele tanto deseja há tantos anos. Ela retribuiu o beijo, também desejava tocar os lábios do rapaz por muito tempo. O desejo de ambos foi saciado naquele beijo apaixonado, trezes anos de espera valeram a pena. Ambos deitaram, ainda se beijando, na cama e deixaram seus corpos guiarem suas atitudes dali para frente.
Aquele dia ensolarado que começou glorioso e quente, terminou de forma ainda mais brilhante e aquecida com o calor dos corpos de e , que se desconectaram totalmente do mundo lá fora. Nada mais importava. Só a felicidade daquele momento juntos.

“Há quantas pessoas em seu coração?
Elas são a prova que você não está sozinha
Para que todas as pessoas se tornem felizes
Nós devemos cantar”

Sunny Day, LUCKLIFE



Fim.



Encontrou algum erro de script na história? Me mande um e-mail ou entre em contato com o CAA.

Nota da autora: Essa foi a história mais difícil de fazer, pois foi o que eu mais demorei e no final ele ficou quase do jeito que imaginei no início (salvo algumas partes que eu tirei). Tirei a ideia do próprio clipe, onde a Luck Life completa 9 anos, na época. Só fiz atualizar para data de 2021, que eles completam 13 anos <3





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