Era outubro de dois mil e dez e o clima estava agradável naquele dia, eu iria ao show do Green Day, não com a pessoa que eu tinha planejado ir mas com outras duas pessoas, amigas minhas do condomínio onde eu morava, eu só não sabia que o que me esperava naquele dia era completamente épico.
Meu pai nos levou até a arena Anhembi de carro, eu estava extremamente empolgada mesmo ficando sozinha na pista normal do show.
- , iremos nos encontrar aqui depois do show, qualquer coisa me liga.
- Combinado!
Ela foi para a fila da pista premium e eu fui com a prima dela para a pista normal, nós entramos naquele ligar gigante e caminhamos o mais rápido que pudemos até a grade. Sim, mesmo chegando depois da abertura dos portões conseguimos pegar a grade.
Era meu primeiro show de uma banda que eu realmente gostava, estava completamente perdida de como lidar com a situação, como eu estava apenas com meu celular Nokia velho, um maço de cigarros no bolso, algum dinheiro e meu RG eu grudei na grade como se eu estivesse na pista Premium.
O show começou assim que anoiteceu, eles estavam incríveis no palco, as luzes do show, a setlist, tudo estava perfeito, mais ou menos na terceira música vejo uma garota próxima de mim na grade falar que estava passando mal, não entendi como mas ela foi parar na pista premium em uma cadeira encostada na grade, coisa de dois minutos depois eu olhei a cadeira e ela não estava mais lá, também reparei que os seguranças não estavam nem um pouco preocupados com isso.
“Vamos, , cria coragem, é a sua chance, você está aqui sozinha, a prima da já sumiu na multidão.”
Respirei fundo e fingi que estava passando mal, o mesmo segurança que ajudou a garota também me ajudou, assim como ele fez com ela, também fez comigo, me colocou na tal cadeira de plástico da pista premium.
- Fica aqui até melhorar, depois te acompanho até a enfermaria.
- Obrigada. – falei fingindo que a voz estava falha.
Fiquei sentada ali durante a música Iron Man que eles estavam fazendo cover inteira, e olha que eles tocaram ela completa, são cinco minutos de música, eu já com vontade de fumar tentando achar uma forma de sair dali, até porque claro que eu não achei que iria funcionar comigo. Foi quando senti o cheiro de cigarro e comecei a procurar de onde vinha, olhei para um lado, nada, nem pessoas próximas tinha, olhei para a frente também não tinha ninguém, quando olho para o outro lado vejo uma figura conhecida se aproximando, ou melhor, conhecida para mim que sou fã da banda, naquele momento eu estava mais curiosa com o que um gringo estava fazendo no Brasil no meio do show do Green Day, do que de o motivo de ele estar caminhando em minha direção me olhando fixamente.
- Está tudo bem? – ele parou ao meu lado e me olhou curioso.
- Então, sim, na verdade meu lugar nem é aqui, é ali atrás. – suspirei já imaginando que ele iria contar para os seguranças. – fingi que estava passando mal e vim parar aqui, agora eu só queria fumar um cigarro mas não posso, porque posso ser pega pelo segurança.
- Você é ligeira... – ele olhou o segurança que não estava prestando atenção em mim. – Vai acende que qualquer coisa eu pego.
- É sério?
- Sim.
Eu sorri aliviada, acendi o cigarro e dei um longo trago, assim que soltei a fumaça vi o segurança vindo em minha direção, o Matt no mesmo instante pegou o cigarro da minha mão e fingiu estar cuidando de mim. Eu entrei na onda e fingi estar passando muito mal, o segurança olhou acenou com a cabeça para o Matt e continuou andando.
- Obrigada. – falei pegando de volta meu cigarro.
- Você quer continuar aí ou quer vir comigo? – ele estendeu a mão para mim.
- Que? Claro que vou com você. – peguei a mão dele e me levantei.
Nós fomos para o meio da multidão, vi de longe algumas bandas brasileiras que ouvia na minha adolescência, curtimos o show juntos o tempo todo, próximo do fim do show ele se aproximou colocando a mão em minha nuca e ao ver que eu não hesitei ele selou nossos lábios, foi um beijo intenso, nossas mãos percorreram o corpo um do outro, beijo esse que deve ter durado pelo menos três minutos, quando ele terminou o beijo me abraçou forte.
- Você é o tipo de fã que surta?
- Não, na verdade eu acho que não, eu vi ali atrás algumas bandas que já fui fã. – olhei na direção onde eles estavam. – Mas estou aqui para curtir o show do Green Day, não ir atrás de outras bandas.
- Bom, quer ir no camarim?
- É sério? Claro que quero!
Quando o show acabou ele pegou minha mão e me guiou até a parte de trás do palco, entramos em um caminho escuro, cheio de fios, realmente um lugar fácil de tropeçar e cair, segurei mais forte na mão dele que notou o meu medo, ele soltou minha mão e passou o braço pelo meu ombro, em pouco tempo de caminhada chegamos a uma sala de drywall onde na porta estava escrito Green Day, naquele momento senti borboletas no estômago, aquilo tudo estava parecendo um sonho.
Ele abriu a porta revelando um camarim pequeno, com bastante iluminação e umas quatro penteadeiras com espelho, os caras da banda estavam sentados um pouco mais para o lado das penteadeiras, em um sofá preto que parecia ser de couro, na frente deles tinha uma mesa de centro com mini salgados, cervejas e refrigerantes.
- Matt achei que você não vinha!
- Eu te mandei mensagem avisando que viria, mas acho que você já estava no palco. – ele sorriu cumprimentando o amigo. – Bom, essa é a , minha amiga.
- Prazer! Fique à vontade!
Eu me limitei a sorrir, até entendia o que eles estavam falando, mas por não ser fluente em inglês eu tinha o receio de errar o que queria falar, sinceramente não sabia como estava falando com o Matt até então, meu cérebro estava funcionando no automático. Ficamos ali um pouco, eles conversaram e eu interagi como pude, com muita vergonha e com o inglês torto que eu falava. Tudo o que eu queria era um celular com câmera mas o meu Nokia não tinha isso, eu sabia que aquilo tudo iria ficar apenas na minha memória então curti o momento o máximo que pude.
Depois do camarim fui em direção a saída junto com o Matt, ele me parou no caminho e selou nossos lábios novamente, dessa vez eu já estava com a sensação de que sentiria falta dele.
- Me passa seu número. – ele me entregou o celular. – Quem sabe quando eu estiver por São Paulo de novo a gente se encontra.
- Claro! – peguei o celular e coloquei meu número. – Pronto, é só salvar.
Ele sorriu, me abraçou novamente e nossos caminhos seguiram separados, eu fui em direção a saída encontrar a e a prima dela, estava completamente em êxtase com tudo que havia acontecido, encontrei as duas e fomos caminhando até o posto de gasolina onde eu combinei com meu pai de nos encontrarmos. Na semana seguinte, o Matt me mandou uma mensagem, fazendo eu crer que tudo o que havia acontecido era real.
“Hey, !
Daqui a uns meses estarei em São Paulo para um evento, quem sabe a gente se encontra?
Te chamo mais perto do dia.
Beijos.”
Fim.
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Nota da autora: Oioi!
Espero que tenham gostado, essa fic foi inspirada em uma aventura real que eu tive, claro que mudei alguns detalhes, foi graças a Li e a Ray que escrevi essa história, não esqueçam de comentar <3
Nota da scripter: E a história original é tão boa quanto essa hahahhahah eu amo! <3
