Unspoken Promises




Última atualização: 08/02/2025.
Prólogo





Abril de 2024, Hampstead - Maryland, Estados Unidos

As mãos dela tremiam com intensidade enquanto andava nervosamente de um lado para o outro no banheiro, o silêncio quase ensurdecedor ao seu redor contrastando com a tempestade dentro de si. ainda sentia o eco da tragédia que havia destroçado sua vida poucos dias antes. A imagem de , seu noivo, parecia se repetir sem parar em sua mente: o sorriso dele tão vivo, os olhos cheios de planos para o futuro que nunca chegariam a acontecer.
A perda ainda era crua, uma ferida aberta que parecia latejar com cada respiração. Dois dias. Haviam se passado apenas dois dias desde o enterro, mas a dor já parecia uma eternidade. A moto, que antes era símbolo de liberdade e aventuras compartilhadas, havia se tornado a causa do fim abrupto de tudo o que ela mais amava.
apertou o teste entre os dedos, sentindo o peso da incerteza esmagando seu peito. Se o resultado fosse positivo, sua vida mudaria para sempre, mas, ao mesmo tempo, seria como se uma parte de ainda estivesse com ela. E isso a aterrorizava tanto quanto a confortava.
Os pensamentos continuaram girando enquanto ela olhava o relógio pela milésima vez. Será que conseguiria ser forte o suficiente para enfrentar o que vinha pela frente? Será que estava pronta para encarar mais uma reviravolta tão grande enquanto ainda tentava juntar os pedaços do seu coração despedaçado?
Ela fechou os olhos, deixando uma lágrima escorrer pelo rosto. costumava dizer que ela era a mulher mais corajosa que ele conhecia. Mas naquele momento, enquanto aguardava o resultado, não se sentia nada além de perdida.
parou de andar de um lado para o outro e encarou a porta do banheiro. Seus pés pareciam presos ao chão, como se cada passo em direção à pia exigisse mais coragem do que ela tinha. Respirando fundo, ela reuniu todas as forças que restavam e cruzou o pequeno espaço até o lugar onde o teste aguardava, solitário e carregado de respostas.
A pia parecia mais distante do que deveria, e quando finalmente chegou lá, sua visão ficou turva pelas lágrimas que insistiam em cair. Ela fechou os olhos por um momento, tentando reunir coragem para encarar a verdade. A mão tremia quando ela estendeu os dedos para pegar o pequeno objeto, mas parou antes de tocá-lo. Não precisava. Mesmo à distância, o resultado estava claro.
Duas linhas.
A confirmação caiu sobre ela como uma onda esmagadora, roubando o ar de seus pulmões. deixou escapar um soluço enquanto a realidade se firmava. Ela estava grávida.
Por um instante, uma mistura de emoções explodiu dentro dela. Medo, choque, tristeza... e uma pontada inesperada de algo que ela mal conseguia nomear. Era esperança? Talvez fosse o vestígio de , uma parte dele que ainda viveria nela.
Ela pressionou uma mão contra o ventre, ainda plano, enquanto tentava absorver o que aquilo significava. O amor da sua vida havia partido, e o vazio deixado por sua ausência parecia insuportável. Mas agora, dentro de , algo estava crescendo. Não era apenas uma lembrança dele, mas uma vida nova. Não apenas uma, ela logo descobriria, mas duas.
se fora, mas ele havia deixado algo para trás. Algo que a puxaria para frente, mesmo quando ela sentisse que estava desmoronando. "Eu vou cuidar de você. Eu prometo", sussurrou, quase sem perceber.
O teste ainda estava em sua mão, mas ela não precisava mais olhar para ele. sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. E, por mais assustador que fosse, uma pequena fagulha de determinação começou a nascer dentro dela. Ela não estava sozinha.

💨💨💨

Novembro 2024, Hampstead - Maryland, Estados Unidos

Os meses que se seguiram foram os mais solitários da vida de . A gravidez avançava, mas o luto por parecia não ter fim. Cada dia era uma batalha entre a dor de sua ausência e a necessidade de seguir em frente por causa dos pequenos corações que agora batiam dentro dela.
A família de havia deixado claro desde o início que não a apoiaria. Eles nunca gostaram dela, julgando-a inadequada para o noivo que consideravam "bom demais". Quando tentou compartilhar a notícia da gravidez, buscando algum tipo de conexão ou ajuda, recebeu apenas silêncio ou respostas frias.
“Não vamos apoiar essa loucura”, foi o que a mãe de dissera, com um tom que mais parecia um veredito. “Não concordávamos com o noivado, muito menos com isso.”
, com o coração em pedaços, percebeu que estava completamente sozinha.
Ela precisou se agarrar ao pouco que tinha. Trabalhando como garçonete em uma cafeteria local, ela passou os primeiros meses de gravidez escondendo a barriga crescente, com medo de perder o emprego. Seus colegas viam o cansaço em seus olhos, mas ela evitava qualquer conversa sobre sua vida pessoal. Não queria se abrir, não queria parecer fraca.
Cada turno era uma luta contra o cansaço e as dores no corpo que só aumentavam. Mesmo nos últimos meses de gestação, continuava em pé, limpando mesas, servindo cafés e sorrindo para clientes que jamais imaginariam o peso que ela carregava.
À noite, em seu pequeno apartamento, ela permitia que as lágrimas caíssem. O silêncio era ensurdecedor, e a falta de era quase insuportável. O quarto que seria do bebê permanecia vazio, sem berço, sem roupas. Ela não tinha condições financeiras para preparar nada, e isso a deixava ainda mais assustada.
Houve momentos em que se perguntava se conseguiria continuar. A solidão, o luto e o medo pareciam esmagadores. Mas sempre que pensava em desistir, sentia os pequenos movimentos dentro de seu ventre. Era como se os bebês soubessem quando ela estava no limite e enviassem pequenos chutes de esperança.

— Vocês precisam de mim — ela sussurrava para a barriga, acariciando-a com ternura.

Os últimos dias antes do parto foram os mais difíceis. precisou abandonar o trabalho quando o inchaço e as contrações se tornaram constantes. Mesmo assim, ela continuava se forçando a se levantar todos os dias, a arrumar a casa, a planejar o mínimo possível para a chegada dos gêmeos.
No fundo, ela sabia que estava esgotada. Mas também sabia que não podia desistir. Seus bebês seriam sua nova razão para viver, a única luz no meio da escuridão que havia tomado sua vida.
E, mesmo sozinha, mesmo sem apoio, ela prometeu a si mesma que faria tudo o que fosse necessário para garantir um futuro para eles. Porque, apesar de toda a dor, ela sabia que o amor de ainda vivia – através dela e através das vidas que ela carregava.

💨💨💨

Dezembro 2024, Hampstead - Maryland, Estados Unidos

A noite já tinha caído, e o pequeno apartamento de estava em silêncio, exceto pelos murmúrios suaves dos gêmeos enquanto finalmente adormeciam. Ellie, com seus cachinhos dourados, segurava firmemente a manta que havia bordado às pressas durante a gravidez. , o menino que levava o nome do pai, dormia serenamente ao lado da irmã, a expressão tranquila que só os bebês pareciam ter.
ajeitou os cobertores ao redor deles, inclinando-se para depositar um beijo suave na testa de cada um.

— Boa noite, meus amores! — sussurrou com um sorriso cansado, mas cheio de ternura.

Enquanto caminhava para a sala, esfregando os olhos para afastar o cansaço, o som inesperado do celular sobre a mesa de centro a fez parar. A tela brilhava com um número desconhecido. Seu coração acelerou. Não era comum receber ligações, ainda mais àquela hora.
Por um momento, ela pensou em ignorar, mas algo dentro dela a fez atender.
“Alô?” — Sua voz saiu hesitante, carregada de cautela.
“Boa noite. Estou falando com a senhora ?” — A voz do outro lado era profissional, mas gentil.
“Sim, é ela” — respondeu, agora mais alerta.
“Sou Jennifer Andrews, do departamento de Recursos Humanos da Brighter Horizons, em Nova York. Estamos entrando em contato a respeito do processo seletivo que você participou conosco alguns meses atrás”
ficou estática, incapaz de processar as palavras de imediato. O processo seletivo... Ela quase tinha esquecido dele. Tinha sido meses antes, quando ainda estava vivo e a vida parecia ter algum tipo de direção. Na época, os dois haviam sonhado juntos com a possibilidade de se mudarem para Nova Iorque. Mas a resposta nunca veio, e, após a tragédia, ela tinha desistido de esperar.
“Eu... Sim, eu me lembro” — respondeu, a voz quase tremendo.
“Gostaríamos de informá-la que, após uma reavaliação do processo, decidimos oferecer a você a vaga para a qual se candidatou. Estamos muito impressionados com suas qualificações e acreditamos que você seria uma excelente adição à nossa equipe.”
precisou se sentar. As palavras ecoavam em sua mente, mas era difícil acreditar que eram reais.
“Nova Iorque?”, murmurou, mais para si mesma do que para a pessoa do outro lado.
“Isso mesmo. Entendemos que é uma mudança significativa, mas o cargo oferece suporte na transição, incluindo um bônus inicial para realocação.”
sentiu um turbilhão de emoções tomar conta dela. A oportunidade era como um raio de luz em meio à escuridão que havia dominado sua vida, mas também trazia dúvidas e medos. Ela pensou nos gêmeos, na solidão que sentia, na falta de apoio. Será que conseguiria recomeçar em uma cidade tão grande e distante?
“Eu... Eu preciso de um tempo para pensar” — respondeu com sinceridade, tentando manter a voz firme.
“Compreendemos perfeitamente. Vou enviar todos os detalhes por e-mail, e você pode entrar em contato assim que estiver pronta para nos dar uma resposta. Mais uma vez, parabéns, senhorita . Estamos ansiosos para trabalhar com você.”
A ligação terminou, mas continuou segurando o celular, encarando o vazio enquanto tentava assimilar o que acabara de acontecer.
Nova York. Uma nova vida. Uma chance de reconstruir tudo, não só para ela, mas para Ellie e .
Ela olhou em direção ao quarto onde os gêmeos dormiam.
Talvez... talvez seja isso que precisamos. — sussurrou para si mesma. Por mais assustador que fosse, a ideia de um recomeço começava a parecer possível – e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu uma faísca de esperança.




Continua...



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Nota da autora: Olá meu anjo! Se gostar, não se esqueça do comentário.








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