A quantia que pediu por sua casa ao Mark compensou em sua conta bancária. Ela acabara de atender a uma ligação do banco confirmando a transação. Jacob estava no galpão esculpindo e, animada, ela foi andando até lá. Billy e Charlie foram pescar e todos os outros estavam na praia. Assim que entrou no galpão, Jacob quebrava algumas madeiras com um machado, mas notou a presença dela e parou o que fazia.
— Não precisava parar. Eu gostei da cena.
Ele sorriu maliciosamente e incrivelmente sexy para mulher que caminhou se aproximando dele, e tirando o machado de sua mão. O casal abraçou-se sentindo o carinhoso afeto desmedido que agora podiam demonstrar. Black e estavam cada vez mais apaixonados e próximos.
Na noite anterior as coisas esquentaram entre eles, e embora a nova quileute quisesse muito se entregar a ele, decidiu esperar. Não sabia ao certo, o quê, mas a cada passo mais íntimo entre Jacob e ela, tinha a certeza de que o seu compromisso se consolidava de uma maneira irreversível. E por mais feliz que estivesse, também sentia um pouco de medo. Sua vida mudou tanto em Forks, e de repente a mulher pegou-se novamente a um passo de se amarrar com alguém para a vida toda. Já havia tanto tempo desde Theo, que não sabia se estaria preparada para que a sua relação com Jacob se transformasse em um compromisso sólido o bastante para pensarem em família. Sobretudo, ela o amava e aquilo ainda era assustador porque antes, viveu uma relação normal e sem riscos. Tivera tudo para ser feliz e não deu certo.
Ela estava noiva de Theo. O casamento estava marcado, e ela o perdeu. Seu ex-noivo assassinado foi o seu grande amor e eles não tiveram a chance de viverem os seus planos. E Black pertencia a uma realidade totalmente perigosa, as chances de perdê-lo brutalmente também eram grandes. não queria se envolver tão rápido e até ali já havia quebrado esta regra. Por essa razão, ela tentaria ser cautelosa.
Ao se separarem daquele abraço seguido de um caloroso beijo, Black sorriu para a mulher e com as lembranças de Theo na cabeça, o olhava confusa.
— O que foi?
— Ando remoendo traumas antigos…
— Que traumas?
— Uma outra hora, eu prometo que falaremos disso. No momento, eu vim te atrapalhar por um assunto mais urgente.
Entortou a boca em reprovação para que antes de qualquer coisa, a burrada que ela fez fosse amenizada pela certeza de que poderia passar ao Jacob o quanto estava arrependida.
— Deixe eu me sentar para ouvir o problema. — Jacob suspirou preocupado sentando-se em um toco e de ombros relaxados, com os braços apoiados um em cada joelho olhou para cima.
— O banco me ligou. Mark depositou o dinheiro e já foi compensado. — estava de pé, de braços cruzados olhando para baixo atenta à expressão de Jacob.
— A cabana fica pronta em aproximadamente uma semana.
— É eu sei. Eu só quis te avisar porque, eu pensei em esvaziar a casa e trazer tudo aqui para o galpão ou falar com o Mark que…
— Você não vai falar com ele.
— Jacob, eu vendi a casa para ele!
— Eu mesmo vou até ele e falo que em uma semana a chave estará na corretora da cidade para ele pegar.
— A corretora não intermediou a venda, eu tenho que entregar a chave em mãos.
— Então tá, eu entrego.
Ele levantou impassível e voltou ao seu trabalho sem olhar para . Black estava extremamente incomodado pela presença de Mark. E ela não o culpava, pelo contrário, admitia que foi estúpida o suficiente para se envolver com o inimigo, o mínimo que fosse. Entretanto, ver Jacob ditar as suas ações, ou o que ela deveria ou não fazer, estava lhe dando nos nervos! Ao se tratar da venda da casa, deixaria passar. Após aquele problema ser resolvido, a mulher decidiu que não voltaria a abaixar a cabeça para o Black. Ela se retirou do galpão e retornou para a cabana, a fim de retomar alguns estudos.
Assim que os lobos voltaram da praia, Seth a procurou. Estava aflito para falar com ela sobre algo.
— Sua mãe disse que você queria falar comigo ontem. Aconteceu alguma coisa? — perguntou logo que ele se aproximou entrando no quarto de Jacob.
— Eu fiquei mal depois da conversa com a Paige e ela estava preocupada. Leah disse para mamãe que eu costumava desabafar com você, então ela queria que você fosse correndo resolver o problema do “meu filho feliz está sofrendo”.
sorriu para ele, puxando-o para se sentar na cama de Black e assim conversarem.
— Ela só não achou que fosse interromper você e o Jake… — Seth adicionou, gargalhando e zombando da amiga.
— Engraçadinho…! — deu-lhe um cutucão fingindo não ter ficado sem graça.
— Me conta! Como foi sua noite com Black, seu namorado? — Seth bateu em seu ombro como o amigo de confidências que era.
— Seth! Eu não vou te contar nada! Você é só um menino!
— E daí? Tudo o que vocês fizeram, eu também faço. Eu acho. — ele riu — Isso é normal, ! Ande, me conte algumas coisinhas, vai!
— Cala a sua boca, seu idiota. Não aconteceu nada.
— Por quê? — Seth perguntou parando de rir e provocar, agora realmente interessado em ser um bom ouvinte.
— Ainda não é momento para isso, Seth. Eu não quero atropelar as fases.
— Eu não entendo, mas tudo bem… E vocês estão bem?
— Sim, com isso sim. Mas, o Black está morrendo de ciúme do Mark e age como se fosse meu dono.
— Bom… Você pirou e sabe disso.
— É eu sei, por isso que não estou o culpando. Mas assim que este assunto for encerrado, ele vai parar de agir como se eu fosse uma das lobinhas da matilha dele!
— Ei!
— Ele não é meu alfa, Seth!
— Você que é a alfa dele, a gente sabe disso. — O rapaz zombou e os dois riram com a comparação boba de Seth em dizer, que entre Jacob e ela, as ordens eram dadas por .
O que era mentira. Mas também podia ser verdade.
— E então? Como foi com a Paige?
— Péssimo! Ela disse que quer ficar comigo… De um jeito, sério, entende?
— Sério?
— Ela se apaixonou, … — Seth abaixou a cabeça tristonho — Olha a idiotice que eu fiz!
— Ei, Seth… Você conhece a Paige, sabe das qualidades dela e por mais que ela seja gêmea da Anna, não é a Anna. E isso pode ser bom para te ajudar a superar. Talvez você devesse dar uma chance, não?
— Não. Eu definitivamente quero virar esta página. Não é justo com ninguém.
— E o que você falou para ela?
— Não falei nada.
— Como assim, Seth Clearwater?
— Ela se declarou e me beijou. Eu não consegui falar!
— Seth. O quê você fez?
— Beijei de volta, lógico. Presta atenção! Uma menina linda me beija e você quer que eu faça o quê? Bata nela?
começou a rir com a forma como Seth falou. Apesar de não estar bem humorado com aquele assunto, pelo contrário estava preocupado, nervoso e sério, Seth era muito engraçado.
— Olha a confusão que eu estou arrumando! , você não quer resolver isso para mim?
— Não, você deve lidar com isso sozinho. Mas, depois do beijo você fez o quê? Saiu correndo?
— Isso.
— Está brincando comigo, não é garoto? — deu um tapa na perna dele, com uma expressão de espanto e um risinho de escárnio no canto da boca.
— Pior que não. Saí de lá bem rápido porque ir embora não era bem o que eu queria… Se eu não me controlasse… Enfim… Eu cheguei em casa, me tranquei no quarto e fiquei pensando na merda que fiz.
— Certo! Você pisou na bola! — constatou e puxou o próprio celular do canto da cama e estendeu a ele ordenando: — Telefona para ela!
— Agora?
— Não, não, pode ser daqui uns noventa dias. Claro que agora Seth! Você deve uma explicação a ela! A garota fala que te ama, te beija, e você sai correndo? Está ficando doido?
— Beleza, beleza. Mas, eu não sei o que dizer!
— A verdade! Eu vou pegar um café pra gente e você liga aí que eu já volto.
saiu do quarto encarando-o encorajadora e escorou a porta. Caminhou até a cozinha ainda risonha pela história de Seth e naquele momento, Jacob apareceu na casa para buscar a chave do carro.
— ! — Ele chamou-a forte o suficiente para surpreendê-la com um pequeno susto.
Jacob ainda estava com a expressão de quando ela o deixou no galpão: enciumado. Estava suado e sujo de madeira, mas pegou uma blusa que estava jogada no braço do sofá e vestiu.
— Aonde você vai desse jeito, o que houve? — perguntou preocupada dando poucos passos até ele.
— Você sabe onde o frio mora?
— Como eu saberia?
— Não sei, você andou vendendo uma casa para ele… Provavelmente devem ter algum contato suficiente para saber algumas coisa, não é?
— O que está insinuando Black?
— Nada. — Jacob notou que ficar reagindo provocativo ao próprio ciúme, desgastaria uma relação que só estava começando, então ele suspirou profundamente, e mudou o tom: — Nada, me desculpe. Só… Deixa pra lá. Eu vou até a casa dos Cullen, foi o último lugar que o vi.
— Para quê vai atrás dele?
— Resolver de uma vez por todas esta pendência que você arrumou.
— Mas assim tão de repente? Tem certeza que…
— Estamos prontos, Jake! — Paul, Quil e Embry surgiram na porta da cabana interrompendo a fala de .
Os outros quileutes a abraçaram e se despediram, em seguida saíram correndo da porta da cozinha para fora da casa. pôde ver de longe os meninos subindo na caçamba da camionete nova de Jacob e seu namorado andando a passos fundos até o lado do motorista, enquanto Charlie entrava pelo lado do carona.
— Que raios de situação foi esta? — murmurou sacudindo a cabeça e voltando à tarefa de pegar uma xícara de café para si e para Seth.
Seth havia acabado de telefonar e Paige de atender, quando entrou no quarto segurando as xícaras, atenta e curiosa ao ouvir:
— Alô? — Seth disse e ficou mudo a olhando.
revirou os olhos, bateu em sua testa e sussurrou algumas palavras para Seth a fim de orientá-lo.
— Paige, me desculpa por ontem… Eu fiquei sem ação. — Seth repetiu, e dali por diante ele desenvolveu o diálogo sozinho: — Eu gosto muito de você, da sua amizade, mas não consigo lidar com isso. É doloroso demais para mim e será para você também. Então acho melhor, nós evitarmos que aconteçam outras vezes.
O garoto, aflito, ficou mudo por um tempo olhando para os próprios pés sobre a cama. E de repente encarou Luan, um tanto sério e ainda mais preocupado.
— Você não está fazendo isto por minha causa não é? — Seth perguntou ao telefone.
Mais um tempo em silêncio.
— Entendo. Desejo que você seja feliz, e é claro que eu irei até aí.
Mais algumas despedidas e Seth desligou, pegando a xícara de café da mão de . Tomou um gole, apoiou os cotovelos para trás na cama, olhou silencioso para o teto, se sentou e entregou a caneca para a amiga. E assim que pegou-a, curiosa e atenciosa, Seth retirou sua camiseta a jogando longe. não entendia nada, apenas observou-o voltar a pegar a caneca de sua mão, e deitou de novo recostando-se sobre os cotovelos. Uma cena bem sexy, porque Seth como os outros quileutes, era um belo rapaz.
— Que isso? Você arranca as roupas quando fica irritado? — , surpresa e sem entender o que ele pretendia, perguntou ao amigo enquanto encarava a expressão séria, quase bravia, do seu amigo na própria face.
— Ela vai embora.
— Seth, eu não estou te entendendo!
— A culpa é minha! Ela disse que não, que já havia decidido isso antes de nós sairmos. E que depois do que aconteceu pensou em ficar, mas sabendo das minhas intenções ela prefere ir embora. E agora quer que eu vá em uma reunião íntima que acontecerá em despedida.
— Não foi culpa sua então. Seria culpa sua se ela ficasse, mas não é o que você quer, não é?
— Eu só quero que este sofrimento por Anna acabe!
Ele disse e deitou-se ao colo da amiga, e choroso. odiava vê-lo assim, simplesmente não tinha estômago para ver Seth daquele jeito. Tão homem para suas responsabilidades e tão menino para sofrer por amor.
— Isso passa Seth, uma hora você aprende a conviver.
— Você diz como se soubesse o que é perder um grande amor.
Foi então que ela expôs um silêncio culpado, e uma lágrima escorreu por seu rosto caindo na testa de Seth. não chorava por Theo há muito tempo, mas se lembrava dele com tanta frequência nos últimos tempos... Seth ergueu-se, e com mãos delicadas limpou a lágrima do rosto de sua amiga, encarando seu olhar vazio.
— Lu?
— Eu tinha um noivo. — As palavras saíram abafadas.
— O quê?
— Eu era noiva antes de vir para Forks. O nome dele era Theo. Bella, Theo e eu éramos um trio de amigos na época do colegial. Ele e eu começamos a namorar um ano antes da Bella ir embora de Phoenix. E ficamos juntos e noivamos. Iríamos nos casar naquela semana que… — Mais lágrimas que puxaram outras, e os olhos de escorriam sem que ela fizesse força.
— … — Seth a abraçou apertado, e ela retribuiu — Não precisa contar.
— Preciso. – A amiga se separou do abraço e confessou: — Esta história estava bem enterrada, mas tem se tornado um fantasma que eu não tenho com quem compartilhar.
— Tem sim, se é importante colocar para fora, então eu estou aqui. — Seth segurou o rosto de beijando-lhe a testa.
— Na semana do nosso casamento faltavam três meses para eu me formar na faculdade, e íamos casar na semana da formatura dele. Duas festas de uma vez. Theo colou grau em uma quinta-feira, e no domingo era o nosso casamento. Mas… — pausou e suspirou profundamente — Ele saiu de carro para buscar o smoking dele e parou no sinal. Me enviou uma mensagem bonitinha e, antes do sinal abrir, um carro passou ao seu lado em alta velocidade fugindo da polícia. Efetuaram disparos para trás quando o carro da polícia entrou na frente do dele, mas dois tiros o atingiram. Ele morreu ali, no sinal. Meia hora depois, me telefonaram do telefone dele porque a última mensagem aberta era a minha. “Esposa”. Ele estava radiante, por poder mudar uma coisa simples como o meu nome no celular dele…
Seth abraçou a amiga ainda mais forte, e ela se permitiu chorar com ele.
— “Eu quero que você seja muito feliz, por toda a sua vida”. Foi a última mensagem de Theo para mim. Não pudemos nos despedir.
— Eu sinto tanto, ! Você não merecia isso e tenho certeza que ele também não.
— Você lembra um pouco o jeito dele, às vezes. — sorriu para ele.
— Fico lisonjeado. E ... — Seth puxou o rosto dela para encará-lo — Você vai ser muito feliz, eu te prometo que sempre estarei ao seu lado para o que for necessário. Fomos feitos para sermos felizes, Lu!
— Obrigada pelo carinho, Seth. Apesar de tudo, o Theo é uma lembrança boa… Eu abandonei a dor junto ao luto. Mas foi cruel o que aconteceu com ele, sabe? Eu só queria que ele estivesse vivo. Não precisava ser comigo, mas ele tinha uma vida linda para viver…
— Tenho certeza disso.
— E é por isso que eu tenho medo de me envolver cada vez mais intensamente com o Jacob. Eu não posso aceitar perdê-lo. Já é forte demais, o que eu sinto…
— Não vai perdê-lo. De onde veio essa coisa absurda?
Seth, e continuaram conversando coisas aleatórias e falaram da arrumação da cabana dela. E do que Jacob e os outros estariam a aprontar, já que contou-o sobre Black ter ido atrás de Mark.
Mais tarde, por volta da meia-noite, Black e os meninos apareceram com a camionete lotada de coisas da antiga casa da . Eles haviam desmontado os móveis e trazido para a reserva. Paul gritou animado para ela algo como: “Agora você não tem mais escapatória!”, o que a fez sorrir animada. Quil também estava empolgado e correu até onde Seth e estavam sentados, ao lado de Billy na varanda. Quil beijou o rosto da morena e puxou Seth para o trabalho de descarregar o carro.
Black passou ao lado de e seu pai, mas quando ela sorriu para ele, o quileute alfa não a olhou. Sequer sorriu de volta. Entrou direto em casa, sem ao menos falar com o próprio pai. Billy, que já sabia do que se tratava, confortou com uma expressão debochada e apontou para Charlie que ia ao encontro deles. O delegado Swan beijou e abraçou a , e cumprimentou Billy.
— Eu andei tendo uma conversa com ele. De sogro para genro.
— Obrigada por isso, Charlie. — declarou — Mas isso não impede a conversa que ele e eu teremos.
— Não era nem mesmo a minha intenção. — Charlie afirmou sacudindo a cabeça e justificou por Jake: — Ele está com ciúmes . Se roendo de ciúmes, e com medo de perder de novo para um vampiro.
— Então ele não confia no que eu sinto.
— Foi mais ou menos nesta linha de argumentos que eu dei uns puxões de orelha nele.
— Certo Charlie… — sorriu — Obrigada.
— Embora você esteja se culpando e todos achando que você agiu mal, … Você fez o que achou certo: vendeu a sua casa para alguém interessado. Não é obrigada a acreditar em vampiros só porque acredita em lobisomens, mas eu gostaria de… Como um pai, assim como Charlie a considera filha, te pedir para ter cautela. Os seus instintos não falham, garota. Atente-se a eles. — Billy declarou a surpreendendo de todas as formas com aquela compreensão.
sorriu para ele também, e o abraçou beijando a sua testa, aceitando o conselho. Em seguida, ela se pôs a ajudar os garotos descarregando o carro. Assim que terminaram todos saíram para descansar, e como Jacob não havia retornado, entrou no quarto atrás dele. Encontrou Black deitado pensativo, olhando o teto. Pensou em falar, mas era melhor dar um tempo a mais para que ele pensasse em suas atitudes bobas. Os dois trocaram olhares, mas não falaram nada. revirou os olhos e caminhou até o móvel onde guardava suas roupas e saiu para tomar banho.
Quando voltou para o quarto e penteava seus cabelos, ela sentiu os braços de Black a envolverem em um abraço pelas costas. Ele cheirou o pescoço de sua Mani, como habitualmente fazia, desculpando-se ao sussurrar no ouvido dela:
— Desculpe Mani… Eu fui o idiota ciumento que havia dito que não seria…
— Se você não confia no que eu sinto por você, então não deveríamos estar juntos. — Ela disse se virando para ele e afastando — Fala sério, Black! O cara chegou ontem, praticamente! E eu não estou “nem aí” para quem ele é ou deixa de ser, eu não tenho interesse nele, tá? E pare de agir como se eu fosse a sua propriedade.
— Você tem razão, mas ele invadiu a sua casa e oferece um risco que você não pode imaginar!
— Então por quê ele não fez nada comigo quando teve chance?
A pergunta de gerou um silêncio em resposta, surpreendendo ambos. Ou melhor, despertando em Black aquela dúvida que não havia passado em sua mente: por quê ele deixou passar ilesa? Então, Jacob a encarou ainda mais frustrado.
— Eu não sei! Ele só pode querer alguma coisa de você!
— Ah é? O quê? Porque se fosse enriquecer a dieta dele, eu já não estaria aqui!
— Eu não acredito que isto está acontecendo de novo… — Black murmurou deixando os ombros caírem, passando as mãos ansiosas por sua face.
— Black, preste atenção no que direi: eu não sou a Bella, a menina dos vampiros! Okay? Eu me apaixonei por você e é aqui o meu lugar. Eu não vivo nem mesmo entre os meus, então não aceito você achar que um belo dia você vai acordar e eu terei fugido com o Mark! Porque isso não vai acontecer!
declarou enfática apontando um dedo acusador para Jacob, que ao vê-la menor, imperativa e tão graciosamente bravinha, não aguentou resistir. Ele a puxou em um abraço protetor guiando-os para que fossem deitar-se juntos.
— Seu lobo idiota! — declarou com bico, enquanto se aninhou no abraço dele em uma conchinha que fizeram ao preparem-se para dormir.
♦ = ♦
caminhava de um lado ao outro da cozinha da cabana de Sue. Ela, Leah, e Emy preparavam os lanches da cerimônia particular de inauguração da Oficina do Black. Uma semana havia passado, e já morava na sua nova cabana.
Paul, Quil, Embry e Jacob ajudavam guardando as comidas nas caixas térmicas e as levavam para os carros. Charlie e Billy haviam ido buscar bebidas na cidade para levar até a oficina. Aquela também seria uma festa de despedida para Leah, e a Clearwater já estava mais calma com aquela partida. Embry, embora triste, também já estava conformado que seria temporário, afinal, Leah precisava retomar seus estudos.
Depois de resolvidos os preparativos para ida, todos foram para a Oficina animados e ansiosos.
desceu do seu carro e Black do carro dele, já ansioso para abraçá-la e caminhando até a mulher. O pessoal retirava as coisas dos carros e levavam para dentro da oficina. Charlie e Billy já esperavam o casal apaixonado na porta, com suas respectivas cervejas em mãos e as demais bebidas nas tinas de gelo. Em seguida, Seth chegou de moto e foi abraçar Jacob e ao abraçar , ele estava com uma cara não muito feliz.
— E aí, como foi lá? — Ela perguntou se referindo à festa de despedida de Paige.
— Acabou. Acompanhei ela até a saída da cidade. Foi morar em Washington.
— Agora você tem uma amiga para visitar em Washington.
— Não Lu, quando eu disse que acabou, é porque eu não tenho mais nada a ver com esta história.
— Entendo… Pensemos então, que foi melhor assim, certo? — acariciou o ombro dele de um jeito encorajador.
— Seth, você pode fazer as honras de retirar o véu da placa? — Black o pediu apontando para a placa da oficina, até então coberta.
— Claro!
Seth subiu nas escadas e Black avisou a todos que revelaria o nome da Oficina e assim inaugurá-la.
— Leah eu gostaria que você viesse aqui comigo, por favor. — Jacob pediu — Esta reunião é também para comemorarmos a sua viagem, afinal, falta muito pouco para você realizar o seu sonho e voltar de vez para casa. Onde estaremos todos, com muitas saudades e ansiosos.
Black disse e Embry se aproximou ao lado de Leah a abraçando saudoso.
— Jake, por quê você é sempre tão dramático? — A filha dos Clearwater ironizou fazendo todos rirem.
Leah não faria a linha fofa por mais que a atitude de Black tenha a deixado emocionada. E como irmãos implicantes, ele a mandou calar assim que ela se prostrou ao seu lado, e eles se abraçaram. O pessoal fez uma pequena contagem regressiva e Seth retirou o tecido da placa. Todos aplaudiam e gritavam animados. deixou a boca cair de descrença ao ler:
— “Auto’s Mani”? Você colocou o meu nome no seu estabelecimento?
— Não deixou de ser uma conquista nossa. Você ajudou muito.
— Black, isto é… — tampou a boca com as duas mãos, em total surpresa.
— Um passo a mais?
A resposta dele a fizera perder um pouco do controle das pernas. Era aquilo, não era? Leah começou a rir ao lado de , e aplaudia esbarrando o cotovelo no braço de . Então Embry e Black se colocaram, de repente, em frente às duas mulheres. Houve um silêncio e atenção geral dos presentes. Elas se encararam desconfiadas, e tímidas quando os dois tiraram uma caixinha de seus bolsos. O pessoal da reserva começou a gritar e fazer mais barulho.
— Calma pessoal, ainda não é um pedido de casamento! — Embry gritou para todos e virando-se para as duas, perguntou sacana ao amigo: — Ou é, Jake?
levou seus olhos das mãos de Black para seu rosto, com uma expressão brava de quem advertia com o olhar: “você não me apronte uma dessas!”.
— Ainda não, pessoal. São apenas formalidades. — Black riu sem graça.
— Finalmente Embry! Eu achei que iria embora sem este anel! Deixa eu ver o tamanho do diamante! — Leah arrancou mais risadas de todos.
— Até parece… Amo você. — Embry declarou colocando o anel na mão dela e a beijando em seguida.
— Ei… Eu sei que você disse que não precisava, mas é… Isso é um passo a mais. — Jacob se aproximou de e disse, beijando-a de um jeito cauteloso. — Tudo bem por você?
— É claro! — Ela respondeu deixando-o colocar o anel em seu dedo, mas a verdade é que ela estava extremamente nervosa com aquilo.
Aplausos. Beijos. Abraços. Felicitações. Risadas. Bebedeiras. Comerias. Alegrias. Família. Assim seguiu aquele dia de inauguração. Na manhã seguinte, Leah partiu. Todos acordaram cedo para se despedir dela antes de irem trabalhar, e Embry foi quem mais se sentiu mal com aquele “até breve”. Ele deixou Leah no aeroporto de Seattle e depois foi trabalhar na loja do pai de Quil.
— Os meninos estão mesmo crescendo, não é Emy? — disse Sue ao lado de Emily e após vê-los voltando cada um do trabalho no final da tarde.
— É. Estão sim.
notou que Emy parecia sem graça com aquela conversa, e não entendendo, ela apenas foi pegar o chá que apitava na chaleira da sua cozinha. Quando retornou à varanda, Emy e Sue conversavam algo que a pôde perceber, desconversaram com a sua chegada. Ela sabia que o assunto não era especificamente sobre ela, mas Emy estava nervosa. Não nervosa do tipo brava, e sim nervosa do tipo, incomodada.
Sam surgiu com seu uniforme amarrotado após um longo dia de trabalho na trilha de escaladas de Forks. Emy foi até ele, o beijou e direcionaram-se à sua casa. Sue os observava de longe de uma forma como ainda não havia visto e nem saberia dizer o que aquele olhar significaria. Ela ficou quieta, observando as reações da matriarca quileute e a chegada dos amigos.
Seth surgiu após seu banho, e ao ver contou como foi produtivo o dia de trabalho na farmácia. Ele já estava se tornando amigo de Steve. Ambos tinham quase a mesma idade, Seth também contou que Peter estava irritado com ele por aquilo.
— Não me diga que Peter está com ciúme do amigo? — falou jocosa para Seth.
— Peter é um tipo possessivo de amigo. — Ele riu ao se referir do melhor amigo, e o acompanhou em um sorriso sereno.
Quil e Paul se aproximavam e logo, mudou o assunto aproveitando para zombar com os dois:
— Vocês andam muito afastados! O que aconteceu, eu fiz alguma coisa ruim para vocês dois? — Ela disse a eles enquanto os rapazes se sentavam em sua varanda.
— Jamais, ! A gente se amarra na sua! — disse Quil.
— Eu ando muito ocupado nas trilhas, aliás, Sam e eu. É alta temporada de turismo agora, então… — Paul sorria demonstrando o cansaço.
— Bebam. — falou apontando para o chá que Sue, já adiantou-se em servir aos rapazes, e que estava posta numa mesinha de centro, ao canto da varanda de — Logo La Push também terá de lidar com visitantes, não é?
— É! Jacob ficará uma pilha de nervos com isso, se prepare! — Paul reclamou apontando para ela como se fosse papel de lidar com aquilo.
— Por que?
— Seu namorado não gosta de gente, . Achei que soubesse disso! — Quil a respondeu fazendo os outros meninos rirem.
— “Seu namorado”! Finalmente, uh? — Paul a olhou com um sorriso sacana e assim começaria a zombaria.
— Eu vou buscar um pedaço de torta para vocês três… — riu e se levantou desconversando.
— Ela ficou toda vermelhinha, vocês viram? — Paul gritou sacaneando-a e os meninos riram, enquanto Sue dizia a eles para serem menos bobos.
Quando se preparava para sair da cozinha, Bruh lhe surpreendeu. Ela estava na soleira da porta dos fundos de cozinha e não havia notado. Bruh Ateara, com braços cruzados e uma expressão de desdém comentou:
— Então esta é a cabana da índia branca?
— É Bruh… Esta é a minha cabana, bem-vinda. — respondeu tentando soar menos agressiva.
Elas ficaram se olhando em silêncio. Era notória a revolta em torno das irises de Bruh, assim como a tentativa de em lhe passar um clima ameno, pois, ela já estava farta daquela rincha sem sentido com uma adolescente recém-saída da puberdade.
— Quil me contou que você e o Jake estão juntos. Isso é verdade?
— Por que não foi perguntar ao Black?
— Ele daria qualquer resposta que me afastasse.
— Por que você aceitou este tipo de humilhação, Bruh? — perguntou com tom de pena.
— Você pode responder a minha pergunta?
— Estamos namorando sim. — respondeu pousando a bandeja sobre a mesa.
— Este anel… — Bruh apontou para a mão de : — Foi ele quem te deu?
— Sim. Aliás, você não foi até a inauguração da oficina dele. Onde estava?
— Não te devo satisfações da minha vida!
Depois da resposta malcriada, Bruh continuou em silêncio, desta vez olhando para os seus pés. Não chorava. Não mostrava raiva. E não sabia ler os sentimentos dela naquele momento.
— Olha Bruh… Nunca foi a minha intenção magoar você e…
— Eu sei. — Ela interrompeu — A culpa foi minha, eu que idealizei conquistar o coração amargurado de um cara mais velho que só me enxerga como uma pirralha.
não soube o que dizer. “É verdade, você se iludiu”, seria bastante rude mesmo para Bruh que era apenas uma garota desiludida com o primeiro amor.
— Está tudo bem, índia branca. — A Ateara mencionou e pela primeira vez, ela esboçou um meio sorriso sincero para — Vocês tem mesmo tudo a ver. E é bom ver o Jake feliz de novo. Eu não vou te dar mais trabalho, e depois… Ainda terei um imprinting algum dia, então não é como se você ganhasse.
As duas mulheres sorriam e naquele momento, Seth apareceu na cozinha perguntando se estava tudo bem e por quê estava demorando. Quando viu a Bruh, ele encarou a outra, preocupado, e então contou que elas estavam só conversando. Seth se assustou com aquilo, ele sempre se mantinha sorrateiro quanto à Bruh.
— ! — Charlie gritou do lado de fora, e Seth dissera que levaria a bandeja, no entanto, Bruh queria ajudar também. saiu deixando-os sós.
— Deixa comigo Seth! — Bruh pegou a bandeja ao mesmo tempo que ele e quase a deixou cair.
Seth foi mais rápido e pegou a bandeja no ar. Olhou para Bruh, ainda desconfiado.
Charlie disse que avistou um cara estranho com Mark nos arredores da escarpada da praia, assim que apresentou-se diante dele.
— Você tem algum conhecimento, se este tal Mark vive sozinho? — perguntou para ela.
— Não pai, não tenho.
— Eu tenho que contar isso ao Sam…
— Era outro frio?
— Provavelmente. — Charlie declarou e foi diretamente à cabana de Sam sem trocar palavras com ninguém.
Paul, Quil, Seth e Bruh perguntaram para se havia acontecido alguma coisa para Charlie estar tão sério.
— Nada para nos preocupar por hora… — E foi ela terminar de falar para Sam sair correndo de casa indo em direção à mata.
Os meninos o gritaram da varanda, perguntando se necessitava de alguma ajuda e ele apenas gritou que estava tudo bem. Black chegava em sua camionete e todo sujo de graxa, afinal, já estava trabalhando em sua oficina.
— Aonde o Sam foi? — perguntou após cumprimentar com um beijo.
— Venha. — o puxou para a sala — Charlie avistou um cara desconhecido com Mark nas escarpadas da praia. E pediu para Sam averiguar, mas acho que ele quis ir sozinho.
— Outro frio? E o Sam foi sozinho? — Jacob perguntava enquanto corria de volta para fora.
— Você vai atrás dele? — gritou o acompanhando para fora.
— Não sabemos a intenção deles, ele não devia ter ido sozinho. São dois contra um!
— Jake! — Seth gritou, Quil e Paul estavam de pé ao seu lado.
— Fiquem aqui, e vigiem a reserva. Não se preocupem. Sam e eu damos conta!
Os meninos obedeceram e quando olhou para o lado, ela não viu a Bruh. Jacob já havia partido.
— Quil… Onde está a Bruh? — perguntou a .
— Droga… — resmungou Quil ao constatar: — Ela foi atrás deles.
— E agora? — perguntou.
— Bruh sabe se meter em encrenca, mas sabe sair delas também. Vamos seguir as ordens de Jake. — Paul finalizou e sentou-se para comer, logo os meninos o acompanharam.
Charlie surgiu na varanda da casa de Sam e ao seu lado estavam Sue e Emy. Emy continuava cabisbaixa, sem esperar aproximação, caminhou até elas.
— Jacob foi atrás dele, Emy. — falou na tentativa de acalmá-la, seja lá o que estivesse acontecendo com Emy, previa ter algo a ver com o ocorrido.
Sue e Charlie me abraçaram e saíram, então já que estavam sozinhas, aproveitou:
— Emy, estou notando que algo está deixando você tensa. E é algo que a Sue tenha falado. Você quer conversar?
— … Eu estou com um mau pressentimento, desde ontem. E eu acho que vai acontecer alguma coisa com o Sam.
— Acalme-se! — a abraçou — Nem sempre maus pressentimentos são reais.
— Pode ser, mas somos tendenciosos a isto. — Emily sorriu desanimada.
— E tem mais alguma coisa acontecendo?
— Sue tem conversado muito comigo sobre… — olhou sem graça para e a puxou para dentro da cabana, dizendo baixinho: — Bebês.
— Bebês? — perguntou sem entender.
— Ela acha que está na hora de Sam e eu começarmos a pensar em família. Ela disse que está chegando o momento em que Sam deixará de ser o alfa.
— Por que? Tem algum prazo?
— Não… Ela somente sente, mas diz não ter certeza das provisões… E aí, eu fico ainda mais preocupada com estes maus pressentimentos que sinto em torno de Sam.
— Sendo assim, eu vou dizer aos garotos para irem atrás deles!
— Será que o Jake não ficaria bravo?
— Vocês são uma alcateia! E defendem-se uns aos outros, precisam estar juntos.
Ao chegar de volta à cabana para pedir a eles que fossem atrás de Sma e Black, os meninos não estavam mais lá.
— Onde estão os rapazes? — perguntou aos mais velhos que restaram ali.
— Foram atrás do Jake e do Sam. — Billy disse ansioso.
— Billy… O que vai acontecer? — Emy perguntou.
— Não vai acontecer. Já aconteceu.
Billy respondeu e tanto Sue, Charlie que já estavam cientes, quanto e Emily ficaram apreensivos olhando para a mata, aguardando o menor sinal dos rapazes. Cerca de vinte minutos depois, Bruh surgiu ensanguentada e ofegante. E antes mesmo que pudessem lhe perguntar qualquer coisa, Seth atrás dela surgiu a segurando. Bruh havia desmaiado. Foi assim, que os outros correram da varanda de , em direção aos dois.
— Seth, o que houve?! – Sue perguntou preocupada checando-os.
— Ela está bem, só desmaiou de cansada. — Ele disse referindo-se à Bruh.
— Leve ela para dentro. — pediu o chamando para dentro da cabana.
Eles subiram até o quarto dela onde Seth deitou Bruh na cama, e Emily rapidamente se pronunciou:
— Seth… Me conta.
Sue retirava as roupas da garota dentro do quarto, e Billy e Charlie aguardavam no andar debaixo. Seth, em uma tentativa de desconversar olhou para Sue e para Bruh, dizendo:
— Mãe, quer alguma ajuda?
— Responda à pergunta de Emily, Seth. — Sue ordenou, séria.
Sue saiu com as roupas sujas de Bruh e deixou a garota de roupas íntimas deitada dormindo sobre a cama. Seth não conseguia olhar para Emily, e aquilo era um mau sinal. cobriu o corpo da mais nova e foi até Seth segurando sua mão de um modo firme. Também segurou a mão trêmula de Emily.
— Foi o Sam… Emy…
Mal Seth falava, e Emily começou a chorar silenciosa de olhos arregalados para ele.
— Seth, o que exatamente aconteceu ao Sam? — perguntou a fim de acabar com aquele martírio pelo qual Emy passava.
— Ele está ferido. Os garotos o levaram para o hospital de Forks.
— Quanto está ferido? — Emy perguntou.
— Eu não sei dizer o estado em que ele está, Emy…
Emily chorava, Seth tremia e apertava ainda mais a mão da amiga.
— Seth! Ajude sua mãe a cuidar da Bruh. Eu vou levar Emy até lá. Vamos, Emy!
, decidida, arrastava Emily pela casa, que a seguia sem olhar para trás. Elas saíram sem falar nada ao Billy e ao Charlie, mas Seth os explicaria. Embry chegava na reserva no momento em que elas entravam no carro e o rapaz, estranhou o clima que estava no lugar trocando olhares duvidosos para .
— Entra no carro! — gritou para ele.
Dirigia até o hospital de Forks, enquanto Emily no carro falava com Embry o que havia escutado. Eles encontraram os garotos sentados na sala de espera do hospital, e quando avistaram Emily, correram para a abraçar. Inclusive Black, que após confortar e apoiar Emily como o alfa mais velho, caminhou até a e despejou sua fraqueza pelo momento em um abraço com .
— Você está bem? — Mani o perguntou.
— Não sei se vou ficar. — sussurrou em resposta.
— Céus, Black, o que aconteceu? — Emily perguntou chorando desesperadamente e sendo abraçada pelos amigos.
— O outro frio... Na batalha, ele… Arrancou um braço de Sam e causou ferimentos mais graves. Ele está sendo operado.
sentiu-se chocada e seu estômago embrulhou. Ela apertou ainda mais o corpo de Jake em um abraço e Embry se concentrou em dar apoio à Emy. Logo, estava ao lado dela afagando seus cabelos, enquanto a mulher magoada recostava em seu ombro.
O médico surgiu um pouco depois dando a notícia de que Sam ficaria bem, no entanto, seu braço esquerdo foi amputado e não havia chances de implantá-lo. Muitas terminações nervosas foram dilaceradas e a urgência foi estancar o ferimento para preservar a vida dele.
Sam estava vivo. Iria se recuperar. Mas, não seria mais um lobo guerreiro. E embora todos estivessem assustados, também estavam aliviados por saber que Sam sairia dali com vida. Emy mostrou-se muito confortada, apesar da notícia de que seu marido havia perdido seu membro esquerdo. Talvez, por ela já ter passado por um risco como aquele e ter escapado com vida, ela soubesse que eles se adaptariam àquilo.
Quão pior seria ter de se readaptar à morte?
Naquele instante, precisou sair dali de dentro e tomar um ar fresco. Ao sair, ela se sentou nos bancos externos da rua, e Mark surgiu ao seu lado, sorrateiramente, sem que ela notasse.
— Seu namorado é bem bravo. — O vampiro disse ao pé do seu ouvido, assustando-a.
Imediatamente, se levantou afastando dele.
— O que você está fazendo aqui?
— Meu amigo e eu fomos surpreendidos pelo lobo, apenas nos defendemos. Logo o seu namorado chegou e então recuamos. Ele está bem? Digo… O cara que Darak atacou.
— Ele vai ficar, mas não tão bem quanto antes. E é culpa de vocês! — declarou de um jeito bravo e incontido.
— Você namora um lobo…
— E isto não é da sua conta! O que o outro frio veio fazer aqui?
— Frio? Então você sabe o que somos… — Mark a encarou de um modo surpreso, mas lançou a ela um sorriso indecifrável.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Ela se aproximou com raiva dele. — Aqui não é o lugar de vocês!
— Também não é da sua conta! — Mark falou firme, enciumado por vê-la defender os outros com tanto afinco, mas logo retomou sua frieza comum: — Bem, eu só vim saber como o cara estava. Como eu disse nós apenas estávamos de passagem.
— Em La Push? Acaso não sabiam que a reserva é proibida para seres como vocês?
— Seres como nós… — Ele riu — Você também é uma loba por acaso?
— Não.
— Eu sabia… E é estranho ouvir você falar assim, afinal, você é uma humana. Uma presa tanto para nós, quanto para eles!
— Saia daqui Mark! — vociferou irritada.
— Nos vemos por aí. Desculpe pelo seu… O que o cara que atacamos é seu?
— Você está sozinho agora Mark, já eu tenho quatro lobos lá dentro! — ameaçou.
— Ok… Acalme-se gracinha… Eu não vim para provocar. Mas, acho bom você saber que será intermediadora dos seres como nós, para os lobos. — Ele sorriu, um sorriso ingênuo e assustador.
Quando o vampiro se virou, distanciando, sentiu-se tonta. Bastante tonta. Como da última vez que estivera com ele na casa dos Cullen.
— Ah! A propósito! Passe lá em casa para tomarmos um chá qualquer hora. — disse o frio com sarcasmo com aquele sorriso branco e afiado estendido na direção dela.
gelou. Seu olhar mortal se distanciou aos poucos dos olhos dela, e a mulher estava extremamente enojada. Suava frio. Alguma coisa acontecia ao seu corpo, e ela não sabia o que era, mas sabia que tinha algo a ver com a presença de Mark.
Voltou para o hospital, trôpega. Assim que apontou no corredor da sala de espera, os meninos a olharam com cara de nojo. Ela andava cambaleante até cair nos braços de Jacob, que notou a sua fraqueza vindo ao seu encontro.
— Você está com o cheiro de um deles . – Quil falou a olhando enojado.
— Black… Mark… Lá fora. — Ela falou aos poucos, ainda sentindo-se zonza.
— Ele fez algo a você?
— Não.
— Maldito! Ainda teve a coragem de aparecer aqui! — Jacob declarou com ódio.
Black primeiro ajudou a sentar em uma das cadeiras, mas o corpo dele estremeceu e ele preparava-se para sair atrás de Mark, então a namorado o segurou pelo punho impedindo.
— Ele já foi.
Paul estendeu para um copo de água, que recuperava pouco a pouco os sentidos.
— O que ele estava fazendo lá fora?
— Eu estava sentada no banco quando ele me surpreendeu… Disse que estavam de passagem e foram pegos de surpresa por vocês. Ele disse que não queria confusões. E aparentemente não sabiam que La Push é um território quileute e restrito.
— Por quê este cara continua procurando por você, ? — Black estava tão irritado quanto sempre ficava ao se tratar de Mark.
— Eu não sei! Mas ele disse que eu seria a intermediadora entre vocês. O que ele quis dizer com isto?
— Que ele não te fará mal porque precisa de você para se comunicar com nós. — Quil afirmou.
— A questão é: o quê ele tem a tratar conosco? — concluiu Paul.
♦ = ♦
Dias se passaram desde aquele ocorrido. Mark não apareceu mais aos caminhos de . La Push estava tranquila e Sam recuperava-se em casa.
havia comprado o terreno para seu laboratório. Os irmãos Vincent, como prometido, tomaram as rédeas da construção do laboratório junto a ela, e em breve a construção daria início.
A rotina continuava a mesma. Black entre a oficina e o artesanato. Embry e Quil trabalhando juntos. Paul cobrindo a falta de Sam na empresa local de ecoturismo. Sam voltaria a trabalhar exatamente no mesmo posto, mas algumas adaptações seriam tomadas. Ele passaria por um novo preparatório que a empresa bancaria para se readaptar ao serviço e às novas medidas de segurança, uma vez que, agora ele seria instrutor de escalada, mas principalmente, em escalada adaptada. A empresa enxergou no acidente de Sam, uma ótima oportunidade de incorporar uma nova atividade para um novo público. Nenhuma novidade mundial, mas para Forks aquilo era uma grande novidade. Emy também estava mais calma em relação ao Sam e a todas as preocupações.
Seth trabalhava bastante e voltou a sair com a Lili Parker. Ele e Bruh se aproximaram um pouco mais após a mudança da garota. previa que pelo jeitinho da lobinha, Seth encontraria uma nova paixonite em seu pé. Contudo, Bruh também parecia mais madura e a amizade deles fluía como a de todos os rapazes da alcateia. Seth até descolou para Bruh, um emprego na floricultura. Segundo ele, a dona procurava uma moça nova para trabalhar como florista e ela não queria mais ajudar o pai na loja dele. E lá estavam Bruh e Seth trabalhando juntos, pelo menos por meio período.
Seth confessou para em um final de manhã que almoçaram juntos que, Bruh não era o tipo de pessoa que amadurecia rápido, ou que desistia fácil de um objetivo. Ele não confiava nas atitudes da novata, e por causa disso se dispôs em segredo a vigiá-la de perto. E por mais que lhe dissesse para esquecer aquela história e dar uma chance à menina, ele a alertava:
— Seth, por causa deste tipo de descrença que a Bruh vive revoltada. Dê uma chance, afinal, com traumas vem a maturidade, não é?
— Lu, você não pode confiar que todas as pessoas vão agir assim. Bruh Ateara é totalmente o oposto do irmão, ela não é o tipo de pessoa que muda da água para o vinho.
— Acho que você pode estar enganado, ela me pareceu muito sincera aquela tarde em minha cozinha.
— Só um aviso: cuidado com a Bruh. Eu vou continuar vigilante.
Black e também estavam cada vez mais apaixonados. E a mulher decidia pouco a pouco embarcar mais fundo em seu romance. A semana corria, assim, tranquila com passando os dias pós-expediente acompanhando as obras do laboratório e retornando à casa somente ao final do dia.
— , posso falar com você? — perguntou Billy.
Ela havia acabado de chegar da obra do laboratório, estava exausta. Precisava de um bom banho e um jantar apetitoso. Black prometera cozinhar para os dois naquela noite. Então, ela já estava bastante ansiosa. As luzes de sua cabana estavam acesas, e supôs que Jacob estaria lá. Foi então que ela notou que Billy se aproveitou daquilo para lhe falar alguma coisa. fechou a porta do carro e caminhou até ele.
— Boa noite Billy.
— Boa noite, querida.
— Por que eu tenho a impressão de que, alguma coisa aconteceu e o Black não pode saber? — perguntou com uma sobrancelha arqueada.
— Preciso que faça uma coisa e Jacob não pode saber, realmente.
— Certo, vamos entrar?
A mulher entrou na cabana de Billy e foi até a cozinha beber um copo d’água. Ela também se sentia em casa dado o tempo que passou por ali.
— , preciso que você fale com os frios.
Billy fora direto. Sem rodeios, como sempre.
— Um novo acordo deve ser feito. Temos que proteger nossas terras e eles não podem andar por aqui. Assim como fiz com os Cullen, faremos um acordo com eles se desejam viver em Forks.
— Eu ajudo, é claro. Mas isto não deveria ser responsabilidade do alfa?
— Jacob será nomeado o alfa daqui há uma semana, .
— Como?
— É o momento dele. Sam não pode ser mais um alfa. E como Jacob não está confortável com a presença dos frios, não podemos contar que ele aceitará um acordo. Por isso, eu estou agindo antes da nomeação dele. Até porque, se os frios não aceitarem…
— Teremos uma guerra… Entendo. E você quer que eu vá em seu lugar acordar com os frios?
— Eles disseram que você seria intermediadora, não é?
— Sim…
— Não te farão mal. Contudo, o Quil irá com você. Ele é o mais discreto.
— Tudo bem! Quando quer façamos isto?
— Quanto antes melhor. Mas, … O antigo acordo proibia os Cullen de frequentar as terras da reserva e também de ferir qualquer cidadão de Forks.
— Billy desculpe a minha ignorância, mas de quê eles viviam? Se é que você me entende.
— Os Cullen caçavam animais. E este é o ponto difícil neste novo acordo, estes frios não são os Cullen.
— Entendi. Pedir aos vampiros para caírem fora das terras e não beberem o sangue de nenhum humano… — riu sarcástica — Não tem nada mais difícil?
— Eu sei que pode ser difícil, mas por alguma razão eles estavam certos: você é a mediadora entre nós.
— Sabe o que eu acho? — perguntou retórica e cansada ao Billy: — Que vocês confiam muito que eu não seja parte da dieta deles.
— Se fosse já saberia. — Billy riu, prosseguindo: — E é bem curioso eles não te atacarem, não acha?
— E acho também que é bom que eu desenvolva algum tipo de poder como vocês, porque para uma reles humana, eu ando rindo muito na cara do perigo.
A mulher falou sacudindo a cabeça negativamente, sorriu para Billy e se direcionou à sua cabana onde o cheiro do jantar estava realmente apetitoso.
Aquele tipo apaixonado estúpido, que olha o ser amado com brilho nas íris e esboça um sorriso tolo pela face. não curtia ser este tipo de “garotinha apaixonada”, em seus relacionamentos ela era como diziam “segura demais para pouca coisa”. E ela deixava externalizar essa imagem de uma mulher bem resolvida que não solta suspiros vassalos, mas sim, os arranca. Contudo, quem era a mulher escorada à porta da própria cabana a admirar o ser amado de avental na cozinha? Aquela mulher esboçava um sorriso tolo e encantado, ainda discreto, no cantinho esquerdo dos lábios a ser denunciado.
descruzou os braços e pernas e se desprendeu do batente da porta, tirou os tênis empoeirados deixando-os na varanda. Entrou em sua cabana colocando a sua bolsa e pasta sobre a mesinha do escritoriozinho abaixo da escada. Black assobiava uma canção desconhecida por ela. foi em direção à cozinha como uma gatuna mansa e atacou as costas largas do seu lobo preferido enquanto ele picava legumes.
No habitual e corriqueiro gesto entre eles, ela mordeu seu ombro e Jacob, girando-se para ela cheirou ao seu pescoço. Aquele ritual era a identidade da relação desde o princípio. Bastava a proximidade da ponta do nariz dele na pele dela, para que se abandonasse em um abraço confortável dos braços do homem.
— Agora eu posso parar de chorar, você chegou. — Jacob falou manhoso.
Manhoso, com aquele trovão de voz. Como manter a sanidade? não sabia como ela conseguia mantê-la junto ao Jacob, mas mantinha. A fim de desvendar a piada em seu recente comentário ela espiou a tábua de carnes. Ele estava cortando cebolas e assim, estava explicado o motivo de um olhar avermelhado e dos cílios, desnecessariamente longos para alguém que não se importava com este tipo de vaidade, umedecidos.
beijou o seu lobo, num selinho casto e saiu de volta para seu quarto. Deparou-se com sua cama arrumada, onde uma camisola confortável e um robe quentinho estavam separados. Aquela seria uma fria noite e o corpo de , exausto pelas obras do laboratório pediam pelo máximo de conforto que ela o pudesse permitir. Embora ela não fizesse nada comparado aos empreiteiros, na obra, acompanhar o passo a passo da construção, a execução dos planejamentos e andar de um lado para o outro também a tornava exaustiva para a mulher. Após o banho, desceu as escadas no rastro de um cheiro apetitoso e apertava-se em um abraço friorento contra o próprio corpo. De novo, em sua cozinha, na bancada central havia posto um jantar quase romântico. E a comida os preenchia de água na boca. Black e ela trocaram sorrisos demonstrando uma ansiedade pelo primeiro jantar dos dois, na nova casa da .
— Ainda me lembro da primeira vez que jantamos juntos.
— Você com aquele seu ar sombrio, me apavorando e ao mesmo tempo me entorpecendo.
— Louco de vontade de sair de perto de você, e ao mesmo tempo de te tomar em meus braços.
— Você realmente me passou a impressão de que poderia me devorar, sabia? Não que eu goste de confessar isto, mas às vezes eu senti medo.
— Como se você também não intimidasse, Mani…
A conversa entre eles também esboçava uma aura de sedução. Eles sorriram tocando a mão um do outro, e não suportando a falta do contato entre suas bocas, os dois se beijaram. E foi ao chocar lábio contra lábio que a energia da casa faltou. Pela ironia de um momento repetido, recém relembrado, Jacob e iniciaram uma gargalhada. Aconteceu como da primeira vez em que ele havia passado a noite na casa dela, e os dois tiveram que acender velas por toda a parte.
— Bom, podemos dizer que este, dessa vez será um jantar romântico. — Ele falou acendendo as velas nos castiçais sobre a bancada.
Durante todo o jantar o casal ria e conversava tranquilamente. sentiu como se um prenúncio de eternidade se repousasse naquele momento. E mesmo que a energia estivesse demorando a se reestabelecer, como não era apenas em sua cabana, eles não se preocuparam. Jacob e ela acabaram por deixar as louças para o outro dia já que o frio natural da reserva, não espantado pela ausência do aquecedor, os impelia de fazer qualquer coisa que não fosse se recostarem à uma lareira. Por isso, Black saiu pela porta dos fundos da cozinha em busca de lenha, enquanto guardava o restante do jantar na geladeira. Não demorou muito para que ele retornasse com um feixe de madeiras lenhadas, nos braços.
— Eu preparei tocos de lenha para que você queime em sua lareira quando necessário e os coloquei em um suporte ao lado de fora da cozinha.
— O que seria de mim sem você? — A disse em tom meigo, de modo brincalhona.
— Você saberia se virar… — Jacob disse rindo abafado caminhando em direção à lareira da sala.
— Eu vou até o quarto buscar um edredom para nós ficarmos aninhadinhos, enquanto você acende a lareira.
— Traga um bem pesado, Mani, parece que teremos uma cerração bem fria esta noite.
— Oras… Não é você quem não sente frio?
— Ei! Eu ainda sou um ser humano, ok? Pode não parecer, mas lobos também sentem frio.
O tapete da sala da cabana foi coberto de almofadas por ele, Black estava de frente à lareira soprando o fogo e aquecendo suas mãos e logo chegou com os cobertores, estendendo-os sobre o tapete e se acomodando. Black girou-se no chão engatinhando até onde a mulher estava e tal como ela, o quileute se acomodou sob o edredom e ambos ficaram abraçados em silêncio.
— Obrigada Black, este foi um jantar especial.
— Por ser o primeiro em sua cabana?
— Também. Mas, principalmente por ser o primeiro feito pelo meu namorado. — sorriu em seguida sentindo-se tal como uma adolescente.
— O primeiro de muitos. — Jacob disse e suspirou feliz, apertando a mulher em seus braços.
— Você vai dormir aqui hoje, Black?
— Você quer que eu durma?
— Sim. E eu gostaria de dormir aqui no tapete, em frente à lareira porque meu quarto está bem frio e este clima é muito romântico e acolhedor.
— Se eu estiver com você, estará sempre aquecida. Não importa o lugar... — Jacob respondeu-lhe encarando a fogueira.
E enquanto o observou, ela pôde notar o fogo refletir em seus olhos distantes. Era mais um momento de nostalgia dele. Algo naquele instante o recordava o passado. Contudo, ela não se preocuparia com as lembranças do passado dele, uma vez que o seu próprio passado também a assombrava recentemente. Encarando a fogueira em um gesto de imitá-lo, recordou-se, mais uma vez, de Theo. Recordou-a uma memória em que ela estava em uma cabana com ele, onde haviam ficado juntos em uma de suas viagens. Theo e ela tinham viajado ao Canadá para esquiar, e embora a detestasse as baixas temperaturas, aquela era uma data especial. E como Black e ela naquele momento, o ex-noivo e se aqueceram sob uma lareira.
Despertando de suas lembranças, o quileute e a namorada se encararam ao mesmo tempo e trocaram um beijo calmo. Como se estivessem, os dois, na busca de construir novas recordações em cima das antigas. Não querendo as apagar, mas tornar a nova realidade melhor do que os seus passados.
Ao romper do ósculo, Black acariciava o rosto dela e mantinha um fulgurante olhar. O fogo em suas íris já não eram reflexo da lareira, mas sim, do desejo por ela.
— Nunca fui tão feliz por Bella não ter me escolhido desde que você chegou.
— Como? — indagou confusa.
— É isso mesmo. Ela não é um terço do que você é. E nem chegaria jamais a me causar as sensações que você me causa, .
— Nós sempre fomos muito diferentes, e eu agradeço por isso. — comentou sincera, com um meio sorriso.
Houve um silêncio breve e aconchegante entre eles, ela se aninhou mais nos braços dele, e o silêncio foi interrompido pelo estralo do fogo em uma das madeiras ao mesmo tempo em que a voz grave dele ecoou:
— Eu te amo, .
— Black...? — não achou ter escutado certo. Ela o encarou surpresa, e enxergou que ele estava sendo sincero com ela, então, sorriu abobalhada ao confessá-lo: — Eu também estou te amando.
— Você sente esta mesma intensidade?
— Desde que o vi na praia eu soube que você me traria muita curiosidade, e cada dia ao seu lado fazia eu me sentir na obrigação de chegar aonde ninguém chegou dentro de você.
— E já sentiu isso antes por outra pessoa, Mani?
Ela se silenciou em um ato reflexivo de avaliar aquela pergunta. Avaliar as experiências anteriores.
— Não foi idêntico ao que é contigo, e nem poderia ser. São relações diferentes e momentos diferentes da minha vida.
— Qual o nome dele... Digo, do outro que existiu antes de mim?
— Theo.
— E o que aconteceu? Ele também trocou você?
— Não. Nós íamos nos casar.
Black arregalou os olhos em uma surpresa.
— E o que houve?
— Ele faleceu um dia antes do casamento.
Diante da revelação rápida dela, Black ficou em silêncio, em choque. Lançou diante dela o seu olhar fulgurante e não penoso. Ele buscava a desvendar de alguma forma, e observava suas reações. Talvez esperasse lágrimas se derramando na face da mulher, mas elas não vieram e então, pôde sorrir ao notar aquilo. A ferida estava fechada novamente e graças ao Black.
— Não quero ser insensível, mas que bom que não se casou. Do contrário, eu estaria no limbo até agora.
riu diante da reação de Jacob, que embora respeitosa, era um tanto cômica.
— Acho que posso cumprir o desejo do Theo agora... — A mulher revelou se aproximando do rosto de Jacob e recordando aquela última mensagem de despedida de seu noivo que a pediu para ser feliz.
Os olhos de estavam quase grudados aos de Jacob, ela segurava-lhe o rosto com as duas mãos de um jeito delicado e permissivo. Beijou o namorado lentamente, e até poderia ficar a noite inteira o beijando daquele modo casto, doce... No entanto, Jacob passou a mão pela cintura a colocando sentada em seu colo, ainda debaixo das cobertas, e sussurrou no meio do beijo para ela:
— Eu te quero, ...
Ela levou seu corpo, sutilmente, ainda mais firme para o colo de Black que lhe apertou ainda mais pela cintura. Uma das fortes mãos dele pressionaram a nuca da mulher contra o seu beijo. Os estalos da madeira incendiada na lareira seguiam servindo de trilha sonora, e o abraço do casal era quente.
poderia imaginar aquele momento de tantas formas, mas nunca o havia feito. Ela não pensava em planejar aquilo ou em como seria. Black puxou o cordão de seu pesado robe devagar, de modo que os ombros dela, sob as finas alças de uma camisola se fizeram aparecer. Depositando beijos cálidos no caminho do pescoço até as clavículas da , de maneira lenta, ele despia a parte de cima de seu corpo. E um arrepio pelo choque de temperaturas, perceptível sob a pele da mulher, o fizera grudar mais os dois corpos enquanto eles se beijavam. A camisa de mangas longas dele, pouco a pouco desaparecia de seu corpo também, assim como as outras peças de roupas que eles vestiam. Jacob puxou o edredom atrás das costas de , os protegendo do frio, embora ambos soubessem o que lhes manteria aquecidos a seguir. Seus sentidos foram se perdendo a medida que aquele momento ia se concretizando.
estremeceu com a pequena corrente fria que bateu em suas costas desnudas. Abriu os olhos devagar, e sentiu o cheiro das cinzas da lareira. À volta de sua sala a cena: a leve e discreta claridade da manhã do lado de fora da cabana, roupas espalhadas ao seu redor, as centelhas das últimas lenhas queimando, o edredom batendo de sua cintura para baixo — o qual ela puxou por sentir frio — e Black dormindo pesadamente. Seu rosto sereno e a mandíbula contraída. A mulher recordou-se da noite anterior com um largo sorriso, e apertou-se no abraço em que eles ainda se encontravam. Ela mordeu os próprios lábios passeando com a ponta de seus dedos sob o corpo dele. Então, o lobo apertou-a ainda mais em seu braço forte e tatuado, enquanto murmurava um suspiro prazeroso. A mulher não queria acordá-lo e também não queria sair dali. Por ela, o dia todo ficaria trancada com Black em sua cabana, apenas os dois deitados naquele mesmo lugar. Dormindo ou conversando.
estava abobalhada ao observar aquele homem sonolento diante dela, sentia-se uma meninota tolinha. Ela não sentia aquela sensação a tanto tempo, e até ousaria crer que nunca havia sentido algo igual, um sentimento de carinho daquela forma. Era como se fosse a primeira vez que aquilo lhe acontecia... Era um tipo de carinho orgulhoso donde só sente-se quando algo muito difícil acaba sendo conquistado. Uma mistura de afeto e ego, uma felicidade extasiante que a fizera decidir diante de seus próprios sentimentos de que, aquela era a primeira vez. Apesar de Theo, estava certa de que aquele amor por Jacob era único. Então, sim, aquela era a tão falada primeira vez que o amor genuíno acontece. Jacob Black roubara qualquer experiência anterior que ela tivera, e sentia seu coração bater junto ao dele.
Por volta das onze horas da manhã Jacob despertou com o cheiro vindo da cozinha. decidiu deicá-lo despertar sozinho, e também se dar folga aquele dia. Steve ficou confuso com sua repentina ligação, mas não reclamou quando o pediu educadamente para cobrir seu turno.
E embora, quase metade da manhã, a mulher também não abriu a sua cabana. Ainda fazia muito frio, e mesmo que não estivesse uns cinco ou dez graus lá fora, ela não abriria a casa. Não queria interagir com a reserva, e mentalmente agradeceu por ninguém bater em sua porta. já havia reacendido a lareira para mantê-los aquecidos, embora o aquecedor da cabana estivesse funcionando, uma vez que a energia fora estabelecida. Mas ela não queria perder o clima romântico da lareira, e portanto, manteve a brasa e foi à cozinha enquanto ele dormia.
Quando ele acordou, ela estava pensativa no quê faria aquele resto de dia e então pôde sentir o abraço nu de seu homem recém desperto surgindo atrás de si.
— Você deveria se vestir, ainda está muito frio. — Ela comentou sorrindo e beijando o braço dele diante de seu pescoço.
— Eu queria te sentir primeiro.
— Você apagou, huh? — respondeu correspondendo ao abraço dele.
— Não dormia tão bem assim desde que me lembro existir.
— Nossa! Que exagerado! — provocou ela, risonha.
— É sério — Jacob falou a encarando risonho, mas logo ficou sério ao confessar verdadeiro: — Essa noite para mim foi como recomeçar.
— Eu sinto o mesmo, Jacob.
— Obrigado, Mani... — Black sussurrou em seus ouvidos cheirando o pescoço da namorada.
— Obrigada também, Black... — respondeu mordendo o seu ombro.
Jacob saiu pela cabana dela para tomar banho e se agasalhar e permaneceu na cozinha preparando o almoço. Black também deu-se folga naquele dia, e o casal passou o dia trancados ali na cabana. Conversaram, assistiram filme, jogaram jogos de tabuleiro e quando julgaram que o restante da reserva estaria preocupado com seus desaparecimentos, os dois saíram. Encontraram todos reunidos na varanda da casa de Sue e lhes encarando curiosos. Ao vê-los reunidos, Black e abaixaram seus rostos, e começaram a rir como dois adolescentes flagrados em um namoro escondido por seus melhores amigos. O riso contagiou a todos os amigos quileutes que os encarava com expressão de malícia, felicidade e animação. Billy, Sue e Charlie, porém, os olhavam como se presenciassem o nascer de uma vida nova entre o casal, e de certa forma era bem como eles se sentiam.
— É! Está consumado! — Seth falou alto e brincalhão entre os amigos que voltaram a rir.
— Fique quieto, Clearwater! — Jacob sorriu sem graça, e trovejou com sua voz a bronca para o mais novo, sem soltar-se de no abraço em que estavam.
Sam começou a caminhar em sua direção, enquanto Black e se aproximavam dos outros.
— Eu sei que vocês estão ótimos, mas esperei o dia todo para falar com você Jake. Desculpe, . — Sam proclamou sorrindo amigável.
— Tudo bem Sam, já tivemos a nossa fuga da realidade.
A mulher saiu os deixando no caminho, e foi até Emy e Sue que sorriam entre si.
— Aproveitando que o Sam já está falando com Jacob, nós precisamos conversar ... — Billy declarou logo que a mulher estava diante dele.
— Billy, dê um tempo a ela! Logo hoje? — Sue comentou de forma gentil.
Ao notar que Billy tinha urgência em falar, mas ficou visivelmente sem graça com a fala de Sue, aceitou ter o diálogo.
— Tudo bem Billy, como eu disse ao Sam já fugi da realidade por hoje. Podemos falar sim.
— Obrigado. Me acompanhe até a cozinha de Sue?
— Claro.
Assim que adentraram, , que já conhecia seu sogro o suficiente para saber que toda conversa com Billy, incluindo as mais tensas exigiam aqueles seus amargosos chás, pôs-se a preparar a água em uma chaleira. No entanto, ela estava nas nuvens para tomar qualquer coisa amarga, portanto, recorreu a uma bebida que fosse quente e confortante daquela vez. E tamanha felicidade que ela tentava manter discreta, não passou em branco por Billy:
— A propósito, estou radiante por vocês dois.
trocou um olhar cúmplice com o velho Black, e os dois sorriram sem graça um para o outro.
— Agora eu acho que devo mesmo chamá-lo de sogro.
— Fique à vontade...
— E então Billy? — sorriu amarelo e logo voltou a focar no assunto que os levava àquela cozinha: — Suponho que seja sobre o acordo, correto?
— Sam está falando com Jacob sobre o cargo de alfa. E eu já avisei ao Quil sobre acompanhar você no encontro com os frios.
— Entendido. Vou procurar o Mark o quanto antes.
Billy esfregou as mãos observando cauteloso a maneira altiva com a qual a jovem mulher declarava sua próxima ação.
— , você precisa falar com ele, de forma que entenda que não devem surgir outros. Até porque em comparação aos Cullen, a dieta de Mark pelo que eu soube... É bem tradicional. — Alertou Billy, um pouco preocupado.
— Os ataques frequentes… — espantou-se um pouco e perguntou igualmente insegura: — Você tem confirmação de que foram eles?
— Eu só não tenho a comprovação.
— Amanhã mesmo Billy! Deixe comigo! Irei colocar o Mark no seu devido lugar!
— Eu não poderia ter uma nora melhor…
— Não mesmo, disso não tenha dúvidas.
Os dois sorriram e seguiram ao encontro dos amigos. ainda deveria manter segredo de Black sobre tudo aquilo, embora, não lhe agradasse a ideia de mentir para ele após tudo o que o casal passou.
Antes do anoitecer e de todos se despedirem para seguir às suas cabanas, conversou com Charlie algo referente ao plano do dia seguinte. Aquela noite, Jacob dormiu na cabana dela mais uma vez e poderia apostar que se tornaria um hábito cada vez mais frequente que ele estadiasse mais em sua cabana. Enquanto ele estava no banho, ela precisou telefonar para Erick, um pouco oculta de Jacob.
— ? Aconteceu alguma coisa? — O policial atendeu confuso pela chamada dela.
— Eu preciso encontrá-lo amanhã na delegacia para esclarecer algumas coisas referentes aos últimos ataques. Conversei com o Charlie, e ele me autorizou. E provavelmente ele entrará em contato com você para que confirme o que eu digo.
— Certo, a hora que você preferir. Estarei lá o dia todo. Mas… O que você poderia esclarecer?
— Vai ser muito importante também que você não me faça perguntas Erick. Apenas, confie em mim, ok?
— Veremos , eu não posso afirmar nada.
— Tudo bem, até amanhã, eu preciso desligar.
— Boa noite, até amanhã.
Erick estava com uma família de pulgas atrás das orelhas, e mesmo conversando com Charlie para saber a opinião dele e tendo a afirmativa como resposta, a indagava-se, se era correto envolver Erick naquilo. Como ela faria para explicar ao policial, o seu repentino interesse na investigação dos ataques?
Logo que amanheceu, acordou Jacob e eles se prepararam para seus trabalhos. Se despediram e quem quer que os visse, juraria que eram um casal de longo tempo. Para os dois era maravilhosa a sensação de eternidade e intimidade que crescia cada vez mais entre eles.
Erick aguardava a mulher na delegacia bem cedo, e aproveitou seu tempo livre pré expediente para resolver aquele assunto. Ele mostrou para ela os dossiês dos ataques com as fotos das vítimas e relatos. Charlie já havia dito ao policial que era permitido mostrá-la tudo aquilo e compartilhar informações, já que ele acreditava que poderia ajudar com depoimentos de quando estava morando só no Kalil. Os ataques em sua maioria ocorreram nas proximidades, e ela mentiu para Erick ao dizer que Charlie coletou informações com ela. E por isso, ela gostaria de entender melhor do caso e ver as fotografias a fim de saber se reconheceria algo.
Após ver todas aquelas imagens de corpos, o coração de acelerava em pensar que estivera tão próxima de Mark. Tudo ali poderia ser apontado como causado por vampiros, isso, é claro, para ela e para os quileutes que sabiam da verdade. Sua cabeça latejava em pensar como seria ter que encontrar Mark de novo depois de ver aquelas cenas, e mesmo com Quil ao seu lado, não estava tranquila sobre o encontro.
Erick, lógico, tentou arrancar informações mais contudentes sobre o interesse da no assunto, já que ele não acreditou nas justificativas do delegado Swan, e sequer compreendeu o protocolo que foi utilizado diante uma testemunha. não deveria ter acesso àquelas informações se ela era apenas um depoimento de testemunha possível. Na verdade, Erick já tinha desconfianças sobre o modo como o delegado Swan dava pouca atenção a algumas coisas ocorridas em Forks, em especial, se tratando da reserva indígena. E agora aquela história de ter que ver as provas... O policial não acreditava que Charlie era culpado de alguma coisa, mas certamente ele protegia algo ou alguém, mas Erick não imaginava o que poderia fazer para desvendar algum segredo de Charlie. , no entanto, quando notou a desconfiança dele já sabia que Erick continuaria tentando descobrir qual a relação dela com o assunto, mesmo depois que ela saísse da delegacia.
Como se ela não tivesse que se preocupar com coisas mais importantes, Daniela Parker a viu sair da delegacia e despedir-se do policial e já a encarava com a sua postura arrogante e acusatória. , porém, advertiu ao Erick antes de qualquer coisa:
— Se a sua cunhadinha for responsável por qualquer importuno da sua namoradinha no meu dia, eu juro que vou acabar com a palhaçada dessas duas. Não ando com paciência para as Parker!
— Nossa, calma! Por que tanto ódio?
— Não é ódio. Só que sou madura demais para lidar com a birra delas, e paciência tem limite. Tudo está ótimo na minha vida, e eu não quero me aborrecer. Entendido?
— Entendido capitã… — Erick riu ao respondê-la.
— É sério Erick! Você sabe que ela vai aprontar, não é? Então evite isso, por favor. Não é possível que não podemos ao menos conviver.
— Eu vou ter uma conversa definitiva com elas. Não tem motivos para implicância mesmo. Nós dois... — Erick abaixou a cabeça e concluiu com um sorriso triste: — Não temos qualquer possibilidade...
— Funcionamos muito melhor como amigos. — disse de modo certeiro para ele.
— É… — Erick concordou incerto e mudou o assunto: — E como andam as obras do laboratório?
— Está correndo dentro das expectativas!
— Fico feliz! Soube que vendeu a sua casa…
— Sim! Consegui! — comemorou com as mãos para o alto — Estou morando na reserva.
— Nossa! Então é oficial… Você se tornou uma quileute.
— Sempre fui uma deles, não é? — Ela revelou lembrando-se de algumas vezes em que Erick implicava com aquilo.
— Espero que seja muito feliz por lá, de verdade. Apesar de você sabe... Eu realmente desejo que você seja feliz.
— Já estou sendo. Obrigada, Erick.
sorriu e acenou saindo em direção à farmácia. Antes de se afastar totalmente, ela virou-se em direção ao Erick que ainda lhe observava afastar e perguntou com uma curiosidade e empatia no rosto:
— E você? Está feliz?
— Não como você.
— Torço para que seja feliz, Erick.
— Sei disso, Lu.
—Até mais, policial!
Depois de realizar muitas das suas atividades na farmácia, o relógio tiquetaqueava as dez horas da manhã. telefonou ao Quil para saber quando ele preferia e poderia a acompanhar. E em seguida telefonou ao Mark que atendeu-lhe com sua voz sedutora e até animada:
— A que devo a honra?
— Preciso como você mesmo disse… Intermediar uma mensagem dos quileutes a você.
E assim que ela terminou de falar, Mark encerrou a chamada. A mulher ficou confusa encarando o aparelho celular, até que sentiu uma corrente fria percorrer seu corpo. E aquela sensação sempre surgia quando Mark se aproximava dela. olhou para frente e o viu atravessar a rua em direção à farmácia. No momento em que seu olhar cruzou com o dele, recordou as fotos que Erick lhe mostrou e o arrepio percorreu toda a sua coluna.
O caminhar lento, gingado, e o céu nublado atrás de Mark mesclavam terror e sedução. Por quê era sempre assim quando se tratava de Mark? sentia-se atraída por ele e aquilo a incomodava de uma forma absurda. Ele adentrou lentamente pelo estabelecimento com um sorriso sacana. Apoiou-se no balcão à frente da mulher e os dois ficaram se encarando por um raso meio minuto.
— E então gracinha? Não vá dizer que, me chamou aqui apenas para ficar admirando a minha beleza.
— Não te chamei aqui. Disse que tinha um recado e mal pude terminar já que você desligou a chamada na minha cara!
— Sempre é brava assim, ou é só comigo?
— Tenho, de fato, uma repulsa por você.
— Não tem não… Suas reações dizem o contrário. — Ele sorriu jocoso encarando a veia alta do pescoço dela.
— Ah por favor, cale-se.
— E então? — Mark perguntou voltando a concentrar-se nos olhos dela e não no sangue pulsante que ele poderia sentir de distâncias, a percorrer o corpo dela. estava nervosa e ele sabia das reações que causava nela.
— Fui delegada para estabelecer um acordo com você. Os Cullen e os quileutes tinham um acordo e agora que você está aqui, é necessário um novo acordo.
Mark sorriu debochado, e quando sorria seus olhos pequenos se apertavam ainda mais, tornando-o uma figura extremamente sexy. Mais do que já era. Aliás, aquilo também era um talento inato aos frios: a sedução e a beleza.
— Ah… As tradições quileutes! Não podemos pular este misticismo todo? — Mark perguntou irônico.
— Creio que não.
— Se está neste papel é porque você já tem certeza de quem eu sou, correto, gracinha?
— Do que você é… — revelou engolindo a saliva com nervosismo e confirmou: — É, eu tenho.
— E está tão tranquila em estar tão perto, assim?
— Nós sabemos que se fosse para tentar algo contra mim, você já teria tentado.
— Tão confiante... — Ele sorriu e ficando sério se aproximou ainda mais dela, aconselhando-a: — Pois, não fique.
prendeu a sua respiração por poucos instantes e o encarou impassiva, tentando livrar-se dele:
— Amanhã, eu te telefonarei para dizer onde devemos nos encontrar.
— Por que não tratamos logo?
— Porque não é assim que funciona! — Ela respondeu um pouco revoltada, já que havia sido pega de surpresa pela presença inesperada dele.
— Entendi… — Mark sorriu debochado e ela pôde ver que os dentes dele eram afiados onde seriam as suas presas, apesar do tamanho comum — Você terá escolta. Quantos deles?
— Apenas uma companhia por segurança.
— Segurança? — Mark debochou ainda mais: — Então é melhor que ele seja melhor do que o outro que perdeu a patinha.
— Seu idiota! — ofendeu-o com a raiva latente na sua garganta.
— Eu levarei companhia também. — Mark ergueu-se do balcão, batendo de leve no mesmo e a encarou profundamente antes de despedir-se: — Até mais, gracinha.
Saiu rapidamente da loja sem dar para ela, ao menos chance de falar qualquer outra coisa. suspirou pesadamente depois que ele se distanciou do outro lado da rua, caminhando com seu porte elegante e lento. Ela foi até a porta do estabelecimento que trabalhava e acompanhou Mark distanciando-se ainda mais até que a silhueta dele entrou em um rua paralela e ela não mais poderia vê-lo.
Mani sacudiu seus cabelos e encarou o relógio em seu punho percebendo que estava quase na hora de seu almoço marcado com Seth. Steve chegou na farmácia, e então ela foi até o restaurante local, onde encontraria o amigo. Logo que Seth chegou e sentou-se junto dela, fizeram os pedidos e ela contou a ele sobre o ocorrido da manhã. Não lembrava se devia manter segredo para ele também, mas, Seth tornara-se um confidente e não poderia ficar calada sobre tudo aquilo.
— Esse Mark não me desce... , se precisar de qualquer coisa você me avise! Eu sou quem está mais perto do seu trabalho, caso esse idiota apareça de novo! — Seth declarou a ela superprotetor. A mulher assentiu e então, ele a observou divertido, mudando o assunto: — Agora… E sobre o dia de ontem, não tem nada a me dizer?
— Não.
— Qual é, Lu! Sabe o quanto eu estou curioso?
— Sei! — Ela riu e o encarou de modo rabugento: — E parece uma velha futriqueira.
— Você não vai contar nada?
— O que você espera que eu diga?
— Vocês já… Você sabe... O Jake é mesmo um alfa? — Seth perguntou e gargalhou logo em seguida, causando rubor em .
— Seth! Quando você vai entender que não é para termos este tipo de conversa?
— Só quando te convém não é, espertinha?
gargalhou também se lembrando que o fizera lhe contar as intimidades dele antes.
— Certo… Estabelecemos uma relação de brothers, então.
— Para de dizer isso, por favor! — Seth levou a mão ao rosto como um adolescente achando algo vergonhoso.
— Qual o problema em compartilharmos as coisas como irmãos?
— Você por acaso acha que eu conto para a Leah sobre as garotas com quem eu durmo? Que vergonha!
— Que difícil. Ok... Então não somos parceiros e nem irmãos... Garoto temperamental. — debochou rindo.
— Somos dois amigos íntimos. Melhores amigos, só isso!
— Certo Seth, como quiser.
— Desembucha logo, ! Fica rodeando para não me contar!
— Sim! — Ela respondeu alto e as pessoas ao redor os encarou, e então sussurrando ela beliscou o braço de Seth e disse: — Ele e eu fizemos! Satisfeito?
— Quem tem que me dizer se ficou satisfeita é você. — Seth disse maroto e aos risos.
— Céus, como você é idiota, Clearwater!
— E aí, como foi? — Seth perguntou de um jeito mais carinhoso segurando a mão dela, e tocou as bochechas de ao vê-la ruborizar de novo e fugir ao olhar dele.
— Foi perfeito... Eu jamais sonharia que seria tão... Não sei, Seth... Acho que ele é o meu imprinting.
— Eu estou tão feliz por vocês dois! Quem diria que chegaríamos até aqui, não é mesmo?
— Verdade. No fim, Embry estava certo... — declarou rememorando as conversas e conselhos que o amigo lhe dera tempos atrás, e desconversando ela perguntou para Seth: — E como você está?
— Não tenho razões para dizer que não estou bem.
Naquele restante de dia nada de novo ocorreu. E no dia seguinte, Quil e ela combinaram de encontrar com os frios às quatro horas da tarde. passou todo o dia até o horário do encontro, ansiosa e nervosa. Não poderia negar que, se até o Sam não foi suficiente para defender-se de Mark e o outro vampiro, então não seria Quil sozinho o suficiente para defendê-la também. E para piorar, Quil dissera a ela, um pouco antes de irem até Mark, que ele passou o dia todo sentindo um mal estar estranho. Então, não poderia estar mais nervosa. Queria contar para Jacob, mas sabia que se o dissesse as coisas desandariam de um jeito ainda mais perigoso, por isso, tivera que fugir de encontrar Jacob até aquele horário.
Às quatro da tarde, lá estavam Quil e ela na mata a poucos metros dos limites da reserva. A neblina da tarde a deixava ainda mais nervosa por não conseguir enxergar claramente. Quil mantinha-se em guarda, porém, calmo. Pouco a pouco aquela sensação de arrepio, frio, e pânico se instalava aos órgãos e ossos de . Era a presença dos frios. já sabia identificar quando eles se aproximavam, e não demorou para que ela e Quil escutassem os passos cada vez mais perto. Entretanto, as sensações que ela sentia quando Mark se aproximava duplicaram. O que provava que havia mesmo, outro com ele.
— Prontos para o piquenique? — Mark zombou quando ficaram os quatro, cara a cara.
— Dispenso as piadinhas, Mark. Quem é o seu acompanhante? — perguntou.
Os dois frios se entreolharam. Mark sorria e o outro mantinha-se sério. O vampiro de pele escura e olhos de um vermelho vivo e aterrorizante, olhava para de um jeito profundo encarando-a dos pés à cabeça. Havia um ar de segredo entre eles. E para ficar ainda mais ansiosa, não bastasse o olhar cortante dele, o homem era um pouco maior do que Mark. Ou seja, se ela já sentia pavor do ruivo, não teria como não sentir pelos dois agora. Quil seria estraçalhado facilmente. Não o desmerecendo, mas, o que era um lobo sem a sua matilha? Sam, comprovou para ela de que um lobo sozinho não poderia detê-los.
— Este é Darak. E o seu acompanhante, quem é?
— Quil.
Assim que disse seu nome, os dois frios olhavam Quil com desafio e despreocupação. E ela surtava para que aquilo acabasse logo. Darak não manteve o contato visual com Quil tanto tempo quanto Mark. Rapidamente ele voltou a encarar a mulher e sabia que ele a analisava com um interesse incomum.
— Vamos logo com isso, Mark. — declarou louca para se afastar da presença deste tal Darak — Eu vim aqui para dizer que vocês não podem viver em Forks sem regras. Como você sabe os quileutes têm tradições que devem ser mantidas. Os Cullen nunca foram problema, porque rapidamente eles se adaptaram por aqui. No entanto, se vocês continuarem assassinando cidadãos de Forks não poderão ficar.
— E quem os quileutes são? Os donos da cidade?
— Mark vocês invadiram um territ... — começou, mas logo foi interrompida por Mark:
— ! Nós sabemos que dentro de seus territórios não poderemos transitar. E não pretendemos. Mas restringir nossa vinda à cidade é um tanto quanto prepotente, não acha?
— Só estou dizendo que os ataques de vocês tem causado muitos problemas e levantado suspeitas. Se ficarem na cidade, com a frequência que parece que ficarão… Terão de parar com os ataques.
— Não somos como os Cullen e ficaremos na cidade diante nossas próprias regras. — Mark declarou.
— Não é prudente que estouremos esta situação numa luta desnecessária. — Ela também declarou certeira.
— Concordo. Por isso, não nos metemos com vocês e vocês não se metem conosco.
— Mark, entenda, se você mexe com os cidadãos da cidade envolve as autoridades locais, e os quileutes serão obrigados a intervir também. E há grande chance de expor aos dois lados nesta situação.
— O que te faz pensar que nós escondemos o que somos? — Mark perguntou para ela com ar jocoso.
— O quê? — indagou surpresa. Eles não escondiam a própria identidade?
— Só porque os Cullen não podiam se expor, não significa que temos a mesma preocupação. Eles não andavam por aí porque fisicamente eram diferentes de nós também. Não percebeu?
— Ela não os conheceu. — Quil, que havia notado a diferença entre eles, logo interveio.
— Ah… E mandaram alguém que não sabe o que diz para nos convencer?
— Não se trata disso Mark, temos que manter um equilíbrio! — Quil tomou à frente.
— Certo… Quil, não é? Pois bem, façamos assim: nós não nos metemos com vocês e vocês não se metem com a gente.
— O que vieram fazer em Forks? — perguntou.
— Não é da sua conta, humana. — Darak respondeu surpreendendo-a, pois, até então apenas observava calado.
— Uma vez que a chegada de vocês interferiu na minha vida, é da minha conta sim! — respondeu tão agressiva quanto ele.
Mark ria da situação.
— Darak, acalme-se. — Ele sorriu para o outro.
— E tem mais Mark … — disse — Não é para Forks se tornar a nova Transilvânia de vocês, então esperamos que não surjam outros de vocês por aqui!
— Você nos ofende, sabia? Transilvânia?
— Pare de gracinhas e tratemos logo de estabelecer este acordo!
— Não pretendemos povoar Forks, fique tranquila.
— Então estamos acordados? Nada de ataques, nada de novos moradores.
— Não vamos prometer nada… Ou melhor... Eu prometo que não se preocuparão com outros de nós. Não a nosso convite, é claro. Certo Darak? — Mark comentou ao outro, com um ar de deboche — E como eu já disse… Nos manteremos longe da sua tribo. É só o que garantimos.
encarou ao Quil, e como se soubesse que era o melhor que conseguiriam garantir até ali, eles concordaram.
— E como selaremos o acordo? Um pacto de sangue?
Mark falou rindo com zombaria. Quil, Darak e se mantiveram sérios, enquanto Mark se divertia com o trocadilho.
— O diálogo basta por enquanto. — Quil respondeu.
— Tem certeza Quil? Você confia tanto assim em nós?
— Nem um pouco. Mas, é assim que será.
— Oras… Me parece tão corrompível um acordo de palavras… — Mark provoucou.
— Certo Mark, um aperto de mãos então! — já estava impaciente com as gracinhas dele e então estendeu a sua mão para ele.
Mark aproximou-se lentamente e a segurou puxando o corpo da mulher levemente para perto do seu. deu dois passos em sua direção e seus olhares estavam firmes um no outro, enquanto Mark sorria. Sem desfazerem o contato visual, humana e vampiro tocaram em suas mãos como se estivessem de acordo.
— Vamos Darak, se estou certo estamos há um metro e meio dentro da reserva. — Mark declarou ciente de que não poderiam fazer nada onde estavam.
— Vamos logo, tenho fome e pelo visto, teremos que buscar comida um pouco mais distante agora... — Darak comentou raivoso, embora contido em seus gestos e entonação de voz dando as costas ao lobo e à humana.
Mark assentiu em despedida para e Quil, ainda de um modo sarcástico e ambos deram as costas desaparecendo da frente de como um vulto. Ela estava surpresa, jamais imaginou que sentiria uma atmosfera tão pesada e magnética na presença dos vampiros, e principalmente, não achou que encontraria algo familiar ao encarar os olhos de Mark como fizera. Familiar e inomeável. Em sua breve distração, escutou o grunhido baixo de Quil e ao olhar para ele ao seu lado, lá estava o rapaz ajoelhado.
— Quil, o que foi? — Ela se aproximou dele, o sentindo suar.
— Aquele mal estar que falei. Vamos voltar rápido para a reserva, !
já desconfiava daquela reação. E assim que Quil levantou-se para que eles fossem embora, suas pernas sucumbiram ao chão novamente. Sua pele incendiava de tão quente. Era a febre da transformação. entrou em pânico, pois, mais uma vez não sabia como ajudá-lo.
— , corra para a reserva.
— Não posso deixar você aqui, aqueles dois podem voltar!
— , apenas vá!
Os dois escutaram um farfalhar na mata atrás de si, e quando olhou na direção do barulho, a velha indígena da tribo que Scott a levou, a sua avó, se aproximava. Mas, o que ela faria ali? Ela se aproximou dos dois e encarou com um sorriso plácido. Abaixou-se na direção de Quil e tirou um cantil de dentro da bolsa velha de panos gastos que carregava. O fez beber algo, e pouco a pouco Quil parava de se debater. A velha indígena falava algo que não conseguia compreender e foi então que Seth surgiu até eles.
— Seth?
— Billy se preocupou com a demora e pediu para eu vir atrás.
— Por quê ela está aqui?
— Não sei. Quem é ela? E o que houve com o Quil?
— Ela é uma indígena. Avó de Scott Carter. Quanto ao Quil… Apresentou os primeiros sinais da transformação.
Seth abaixou a cabeça tristonho. Logo que a senhora se levantou, eles se prepararam para voltar à reserva. auxiliou Seth a apoiar Quil nos ombros e a velha indígena começou a falar algo para ela, em um dialeto que a mulher não podia entender.
— Eu não a entendo… Desculpe.
tentou se comunicar e sem saber se ela compreendeu. A senhora sorriu e assentiu positivamente para ela, em seguida deu as costas para os três e continuou seu caminho pela mata. A encarou Seth, tão confuso quanto ela e partiram de volta à reserva com Quil nos ombros. No caminho para a reserva, estava pensando sobre toda a conversa do acordo. E alguns pontos iam sendo ligados em sua memória.
— Por que está tão quieta? Como foi o acordo? — Seth a perguntou curioso e preocupado.
— Não foi exatamente tão bom, eles se recusaram a cessar os ataques aos cidadãos de Forks, mas foi muito vago... Não dá para acreditar neles.
— Droga… Eles estão dificultando as coisas.
— Pelo menos disseram que não haverão mais deles, mas… Não sei se podemos confiar.
— Nunca podemos confiar em frios. — Seth declarou raivoso.
— No dia em que Sam fora atacado eu saí do hospital e encontrei Mark lá fora. Ele havia dito que não sabiam que estavam em território quileute e por isso atacaram Sam. Por defesa. No entanto, hoje Mark demonstrou saber sobre as tradições da tribo, sobre a relação dos Cullen com os quileutes. E antes de ir embora mencionou com exatidão reconhecer os limites de onde começa e termina a reserva. Eu acho que eles não estão sozinhos aqui, mas de certo modo, não estão junto de outros deles...
— Ou seja… Eles não andavam à toa nos nossos territórios quando Sam os atacou.
— O que o Sam falou sobre isso, Seth?
— Até agora nada que eu me lembre, ele apenas os sentiu e os abordou.
— Posso falar algo só entre nós? — olhou para Quil desmaiado em seus ombros apenas para comprovar que ele não escutaria.
— Sim.
— Acho que o ataque ao Sam foi algo planejado.
— Isso faria bem mais sentido.
— E o que, afinal, a avó de Scott fazia por aqui? — tentava ligar os pontos — Céus, Seth! Será que não teremos paz?
— O que foi que ela disse a você?
— Eu sei lá! Mas, vou descobrir. Assim que chegarmos na reserva eu vou até o Scott.
— Sabe que eu poderia carregar o Quil sozinho, não é? E já estaríamos na reserva.
— É verdade… — o encarou se dando conta da situação — Idiota! Por que ficou quieto? Ele pesa, tá!?
Seth riu e soltou Quil de seus ombros, sem avisá-lo. Seth rapidamente o apoiou em suas costas e saiu em disparada. Sabendo que se ela não se apressasse não o alcançaria, se prontificou a correr atrás de Seth. Logo que chegou à reserva, reportou ao Billy todo o ocorrido. Em seguida, pegou as chaves do seu carro e foi à cidade atrás de Scott. Estacionou o carro em frente ao mercado e avistou Scott no caixa estalando sua cervical, visivelmente exausto. Então ela desceu e caminhou até ele.
— Olá Scott.
— ! — O rapaz esboçou seu sorriso costumeiro ao vê-la: — Como você está?
— Bem, mas preciso da sua ajuda.
— O que houve?
— Sua avó surgiu na reserva, num momento inesperado, e… Ai, é muita coisa para explicar agora. Pode me acompanhar até a reserva de seu povo?
Scott franziu o cenho confuso e seu sorriso se desfez em seriedade. Olhou em volta à procura de Peter e não o encontrou. O senhor Carter apareceu descendo as escadas da parte superior do mercado, e Scott acenou ao pai em sinal de quem queria falar-lhe, ele pediu que esperasse-o e foi até Junior Carter. Pai e filho trocaram frases, e logo que Scott se aproximava de , ela cumprimentou-o com um aceno também.
— Vamos .
— Obrigada Scott.
— Deixe disso, agora me explique o que houve.
Os dois entraram no carro dela e então a mulher começou a explicar a situação.
— O quão você conhece das tradições quileutes, mesmo?
— Se refere à lenda dos lobos? É, eu a conheço.
— Sério?
— O que há de mais? É só uma lenda, não é?
— Er… Não Scott, não é. — comentou arisca, amedrontada de parecer louca ou de estar compartilhando um segredo quileute sem o consentimento deles e iniciou um tagarelar aflito para o rapaz, enquanto dirigia: — Olha você vai me achar uma maluca, mas eu preciso que confie em mim! Não é uma lenda! De fato há uma certa... Sobrenaturalidade em Forks e nos quileutes e... Ai minha nossa, como é difícil dizer tudo isso sem parecer uma surtada! Como é que eu pude considerar a verdade de forma tão fácil quando me contaram?!
Scott sorriu achando graça, pois, entendia a aflição dela, mas não quis deixá-la sofrendo com aquilo por muito tempo e então contou-lhe:
— Tudo bem , minha família sabe da verdade sobre os quileutes. Peter, meu pai e eu, na verdade. Nossas tribos guardam os segredos umas das outras.
— Isso faz a coisa toda ter um pouco mais de sentido... — murmurou nem tão surpresa com a presença da avó de Scott na mata.
— Certo, mas o que há em relação aos lobos desta vez?
— Quil e eu estávamos na mata e recentemente os quileutes têm sofrido uma evolução negativa de suas transformações. Embry foi o primeiro, ele foi levado para a reserva Whitton. Conhece?
— Há histórias, mas não tenho conhecimento tanto quanto sobre os quileutes. Nossas tribos têm uma ligação apenas porque estamos regionalizados.
— Entendo… Bem, na reserva Whitton há mais informações sobre este novo processo dos lobos e por isso conseguimos controlar Embry. Hoje, Quil foi o segundo a dar sinais. E a sua avó surgiu na mata bem na hora em que ele se debatia. Ela arrancou um cantil de dentro da bolsa e deu algo para ele beber que o acalmou, e em seguida Quil desmaiou. Ela também me falou umas coisas e por isso vim até você. Eu não entendo a língua deles, e não faço ideia do que ela disse, mas sei que era importante!
— E o que mais ela fez?
— Nada. Sorriu ao perceber que eu nada compreendia e sumiu pela mata a dentro. Por quê ela estaria nos arredores, você sabe dizer?
— É a época das colheitas de cura. — Esclareceu ele tranquilo: — Colhemos algumas ervas que existem na região para produzir nossos remédios.
— Mas, só ela?
— Não, provavelmente ela estaria com algumas outras mulheres pela mata.
— E o que ela deu para Quil beber poderia ser um destes remédios?
— Não há dúvidas já que surtiu algum efeito.
— Scott, eu preciso da sua ajuda para descobrir o que é! Isso pode ajudar e muito na reserva!
— É claro. Eu vou ajudar no que for possível.
seguiu as indicações de Scott para chegar até a reserva de seu povo, pois, não havia gravado o caminho quando ele a levou. Ao chegarem, já era noite. A senhora indígena, porém, parecia os aguardar. Scott conversou com ela no dialeto deles, e em seguida os três foram até o fundo do bar, onde iniciava-se a cabana da avó dele. Ela sentou-se no chão sobre um tapete, e Scott fizeram o mesmo.
— Saya mengatakan kepadanya bahwa sekarang adalah waktu kebangkitan. Serigala akan terjaga kutukan kuno.
Scott traduzia frase por frase:
— Minha avó diz: “Eu disse a ela que é chegada a época do despertar. Os lobos serão acordados da milenar maldição.” — Dewi Rikhan mengungkapkan dalam tubuh Anda, wanita muda. Dengan tangan Anda binatang akan setuju. Dan Anda akan bisa tidur lagi. Atau tidak. Tergantung pada berapa banyak Anda memiliki kontrol atas Anda.
— “A deusa Rikhan manifesta no seu corpo, minha jovem. Por suas mãos as feras acordarão. E por sua vontade poderão dormir de novo. Ou não. Dependerá de quanto você tem domínio sobre quem você é.”
— O que ela diz... — falou diretamente para Scott, mas sem tirar os olhos da velha anciã — É parecido com o que os anciãos Whitton disseram. Mas… O que eu preciso fazer para parar a maldição? — Dia ingin tahu apakah Anda tahu apa yang dibutuhkan untuk menghentikan kutukan — Scott perguntou-a. — Jawabannya tidak diberikan. Seperti saya katakan, dia akan harus mencari tahu tentang Anda sendiri.
— “A resposta não pode ser dada. Como eu disse, ela terá que descobrir sozinha.” — Ele traduziu.
— Céus... — murmurou e sorriu para a senhora indígena conformando-se com o que ouviu e pediu: — Scott, pergunte a ela o que era a bebida que ela deu ao Quil e se ela pode me mostrar como é preparada, por favor! — Apa adalah minuman yang Anda berikan kepada anak laki-laki? — O neto a perguntou.
— Maserasi herbal.
— Ela diz que é uma maceração de ervas. — Scott respondeu para e continuou a perguntá-la: — Nenek, dapat menunjukkan kepada Anda bagaimana hal ini dilakukan untuk kita?
Ela sorriu e se levantou. Scott se levantou também a acompanhando cômodos a dentro, e indou a Luan que o seguisse.
— Venha. Ela vai mostrar como é feito. — Scott explicou.
Em um cômodo externo à cabana, algo parecido com uma cozinha, mas cheio de plantas, estava um punhado de ervas sobre uma bancada. Ainda havia terra e pareciam recém-colhidas. A anciã fez sinal para que se aproximasse dela para ver as ervas.
— As folhas se parecem com a alga que eu encontrei na encosta de La Push...
Scott traduziu o que havia dito para a sua avó, enquanto a bióloga, concentrada, avaliava as plantas. E logo que a mais velha comentou algo, ele informou à chamando de novo sua atenção:
— Ela disse que são plantas irmãs. A alga do mar é um pouco mais fraca, e aqui é usada como remédio para feridas e doenças respiratórias. A outra, achada nas encostas da mata, é mais forte e usada para diminuir os batimentos cardíacos, cessar febres, é abortiva. E também é chamada de “falsa morte”, porque pode levar o indivíduo que a consumir a um desmaio tão profundo que pode confundir como se ele estivesse morto, dependendo da dose. Isso devido ao ativo que há nela de baixar a pressão arterial.
— Essa é a erva de Romeu e Julieta... — afirmou recordando-se já ter lido a respeito na faculdade e em suas recentes pesquisas com biologia da flora local.
A velha indígena preparava potes e misturas da planta com algumas outras e iniciava o preparo do insumo. Ela ia mostrando para como fazer. Ao terminar virou uma porção em um potinho de cabaça e a entregou. Também deu a ela algumas das folhas utilizadas para ela saber quais usar. pediu para Scott que lhe perguntasse o nome das folhas utilizadas para completar o insumo. E a velha informou os nomes científicos que conhecia por outros nomes: Symphytum, também chamada “Confrei”, Agastache Foeniculum, chamada “Agastache” e Melissa ou “Cidreira”.
e Scott saíram da tribo após se despedirem da senhora com sorrisos e promessas de visitá-los novamente.
— Obrigada pela ajuda hoje, Scott. — A amiga agradeceu assim que deixou ele em casa.
— Sempre que precisar, .
não encontrou Black quando voltou para a reserva. Quil estava acordado, porém, em repouso e Bruh não estava com o irmão. Billy também não estava na reserva, e nem Sam, Seth, Embry ou Paul. Ela encontrou apenas Sue, Emy e Charlie.
— Onde foram todos? — indagou-lhes ao se aproximar deles diante a fogueira.
— É a noite do ritual de preparação do alfa — disse Emily.
— E os que faltam na matilha? Quil e Leah.
— Apenas os antecessores do alfa devem estar na presença do sucessor para o ritual acontecer. Os demais da matilha se apresentam em respeito ao seu novo líder, Quil não foi porque está fraco ainda... — explicou-lhe Sue.
— Quer dizer que Leah está desrespeitando Jacob ao se isentar dessa cerimônia? Bem a cara dela. — brincou e os quatro riram baixo com a ironia, até que ela perguntou: — Eu não posso assistir ao ritual do alfa?
— Desculpe querida, como parceira do alfa é claro que poderia… Mas, o ritual não poderia esperar vocês... Digo, você ainda não é...
Sue estava sem graça de dizer, mas rapidamente compreendeu.
— Tudo bem, ainda não sou a fêmea líder. — comentou com humor.
— Sim... E não podíamos esperar. Era necessário que Jacob tomasse o quanto antes o posto. — Sue respondeu e compreendeu, apesar de esboçar um sorriso decepcionado.
— É uma pena que eu tenha perdido isso, seja lá como for o rito. — Ela falou e sentiu a mão de Charlie apertar seu ombro, sentado ao seu lado, de forma paternal.
— … Podemos conversar? — Mudando o assunto, Emy perguntou a ela, envergonhada.
— Claro, vamos até minha cabana. Até mais, Sue, Charlie.
— Até mais querida. — Charlie respondeu e junto com Sue, eles se aninharam mais embaixo de um chale que os cobria enquanto conversavam próximos, em uma intimidade que não se afetaria pela ausência de e Emy.
— Oras… Você disse quando entrou pela primeira vez em minha cabana que era aconchegante e queria ter um cantinho parecido para deixar com a sua cara... — Emily comentou sorridente enquanto observava à volta da cabana de entrando ali pela primeira vez — E então, conseguiu?
— Ainda faltam alguns toques. A sua cabana é uma boa mistura de Sam e Emy.
— Será que a sua se tornará uma mistura de Jake e ?
— Tenho pensado que é possível Black passar mais tempo aqui, agora…
— Tenho certeza que ele planeja isto. — Emily sorriu maravilhada com a esperança que tilintava nos olhos de .
— Ele disse alguma coisa?
— Não, mas… Jacob sempre quis deixar o pai na cabana e ter a sua própria família.
— Fa-mília? — gaguejou surpresa, arrancando risos de Emy. — Emy, é... Minha nossa, é um pouco cedo certo?
— Calma . Só estou dizendo que é uma possibilidade futura, ou não?
— Não sei Emy, que papo mais precoce!
— Certo, me desculpe. Eu entendo. Não é legal ser pressionada a nada. — Emily sorriu, embora mantivesse uma seriedade em sua face.
— Não me senti pressionada, é só que acabamos de começar uma relação. Não é que eu não queira um futuro com ele, apenas não penso nisso agora.
— Eu sei exatamente como é ... — Emy abaixou a cabeça e suspirou pesado.
— O que queria me dizer? Você parece incomodada com algo.
As duas se aconchegaram melhor no sofá da sala de .
— Sue não para de falar sobre a maternidade. Disse que agora que Sam não é mais o alfa, deveríamos ter filhos.
— Você não quer ter filhos?
— Quero, mas no tempo certo. E não por que Sue acha que está passando da hora!
— Você e Sam pensam em ter filhos quando? E porque não puderam ter enquanto ele era o alfa?
— Nós não falamos sobre isso. Sam quer uma família, mas nunca ficamos tocando neste assunto. E na verdade, ainda não tivemos filhos porque... Ele tinha medo. Por ser o alfa, sabe? Dividir responsabiliades de pai com a matilha.
— Eu compreendo o Sam, ele tinha as obrigações dele. É comum que não planejasse algo que não sabia se teria tempo para viver.
— Sim, mas eu sinto que… Se eu não tiver esse bebê agora, não teremos mais. Estamos juntos há muito tempo . Quando Bella surgiu aqui nós já éramos casados.
— Então, qual é o problema Emy?
— Eu não sei! Depois deste acidente, tudo é novo entre o Sam e eu! São muitas mudanças ao mesmo tempo.
— Faça o seguinte: diga para a Sue que este assunto cabe a você e ao Sam, e que você respeita os conselhos dela, mas se incomoda com a pressão que ela está fazendo. Sei que Sue não faz por mal. E viva os seus novos dias com Sam, um após o outro, no tempo de vocês. Não tem por quê se incomodar com isso, se não quiser.
— Eu sei, mas é que… Para os quileutes... Uma vez juntos, tudo deve seguir no tempo deles! Quando eu quis ter filhos fui obrigada a esperar, e agora, eu sou pressionada a ter filhos no tempo deles!
— Calma Emy... — notou o nervosismo aflito da amiga, e mal as lágrimas desceram do rosto de Emily, a abraçou consolando-lhe: — Não se irrite com isso… Essa decisão cabe somente a você e ao Sam, não deixe os outros se meterem no assunto. Leah não é uma rebelde? Então, seja um pouco como ela se preciso for! E agora que Jake é o alfa, se precisar uivar mais alto a favor de vocês, tenho certeza que ele o faria!
conseguiu com seu humor deixar a amiga mais calma, e as duas ficaram conversando até que Emily se acalmasse e esquecesse aquele papo de maternidade. Um pouco depois, foi ver Quil, saber como ele estava e os dois tmabém conversaram um pouco sobre o acordo. Ela explicou para ele suas dúvidas em relação ao ataque de Sam. E antes que ficasse ainda mais tarde do que já estava, ela seguiu para sua cabana. de volta. Esperou acordada o máximo que pôde, mas não encontrou ao Black naquela noite. Apenas no dia seguinte, após voltar das obras do laboratório que eles se viram, e ela mal podia aguentar tanta saudade e curiosidade para saber de seu ritual.
contou-lhe o quão próxima estava a inauguração do laboratório e o quanto ela gostaria de ter participado do ritual do alfa. Eles jantaram juntos, conversaram e Black voltou para a cabana do pai, mas à meia-noite, ele entrou na cabana de e bateu à porta do seu quarto:
— Black? Achei que não dormiria aqui hoje. — Ela disse sonolenta.
— Eu… Queria perguntar se... — Jacob fitou seu olhar com expressão de dúvida.
— Se?
— Posso ficar aqui hoje... Não consigo mais dormir sozinho, Mani.
A mulher sorrindo, o abraçou e beijou-o. Achou adorável que seu lobo estivesse tão inseguro e entregue ao sentimento por ela. Sem cermônia, puxou Jacob para entrar em seu quarto e de mãos dadas caminharam até a cama dela. Estavam silenciosos e abraçados no colchão, enquanto deitados, e pensava no que Emily havia dito na noite anterior: “Uma vez juntos, tudo deve seguir no tempo deles”. Em seus próprios pensamentos, indagava-se se o seu namoro com Black significava um compromisso além do que ela enxergava. Ela não queria atropelar as fases, embora tenha demorado a chegar onde estavam, entretanto, gostaria de seguir um passo de cada vez. E Black sabia disso.
Após três semanas àquela, Black ainda não sabia que foi a responsável pelo acordo. Billy assumiu a responsabilidade e dissera que Quil foi com ele. Os três sabiam como irritaria ao Jacob descobrir que ela havia sido delegada àquilo. Ele conhecia as condições do acordo e temia que se em algum momento Black decidisse tocar no assunto com Mark, que o frio comentaria que foi com ela que ele fechara um acordo. Por isso, ela até pediu ao Billy para esclarecer as coisas, mas o velho patriarca da matilha acreditava ser melhor deixar tudo como estava.
O laboratório de fora inaugurado na última semana daquele mês, e tudo caminhava calmo. Quil havia voltado às suas atividades normais, no entanto, não estava totalmente melhor. A transformação dava sinais. E a primeira pesquisa que ela daria procedência em seu novo laboratório seria sobre a bebida que aprendeu a fazer com a avó de Scott. Julian e Hernando Vincent estavam felizes pela sua conquista, e ela já havia entregue de volta a eles, a chave do laboratório emprestado pelos irmãos.
Na última noite do mês, enquanto dormia, ela sentia uma fria brisa correndo por seu quarto, e uma sensação estranha a tomava. Enquanto sentia aquela brisa fria da madrugada, seu corpo estremecia e escorria em suor. na sua mente flashes ritualísticos, fogueiras e danças. Uma grande lua e uma mulher em um trono alto abaixo dela. Ambas pareciam uma só: a lua e a mulher. Como se a presença feminina se estendesse até o satélite natural. Ao lado esquerdo da mulher, havia uma multidão das quais os rostos não se faziam visíveis, sentados em círculo numa penumbra sob fracos feixes de luz lunar. Ao lado direito, povos em danças e rituais, rodeados por fogo e iluminados pela lua igualmente pelas chamas. E os dedos da mulher movimentavam-se em suas mãos inclinadas uma para cada lado. Então acordou assustada, quente, e com as roupas molhadas de um sintoma febril.
Black dormia ao seu lado e acordou subitamente.
— Mani? O que houve?
— Apenas um sonho... — Ela respondeu assustada e ofegante.
— Certeza? — Ele perguntava analisando sua feição confusa. — Você parece estar com febre.
— Sim, volte a dormir Jacob. Foi apenas um sonho conturbado. — Ela o beijou e se levantou da cama.
— Aonde você vai?
abriu os braços indicando-lhe seu estado físico, e após Jacob observar seu corpo dos pés à cabeça inteiramente encharcado, como se houvesse pego uma chuva, ela lhe respondeu:
Na manhã que sucedeu a madrugada, acordou muito mais cedo do que o habitual. Não havia conseguido dormir direito após aquele sonho enquanto Jacob, pelo contrário, dormia como pedra. Ela preparou o café, a fumaça aromática subia acima do bule e a mulher se concentrava na vista matutina através da janela de sua cozinha. Pôde notar uma reunião incomum dos mais velhos quileutes à porta da cabana de Billy.
E naquele horário era para Sue estar preparando o café da manhã de sua matilha, o que indicava que havia algo estranho no ar. Emily surgiu correndo até Sue e após as duas trocarem poucas palavras, notou que sua amiga correu de volta à cabana dos Clearwater. Charlie se despedia de sua noiva com um beijo e acenando ao Billy saiu com a viatura. Talvez, não fosse nada. Apenas acordaram mais cedo que o de costume. No entanto, o faro de não a enganava. O clima era suspeito, algo estava para acontecer.
A reserva ainda adormecia naquela luminosidade tímida de manhã. Sue e Billy olhavam atentos para a mata. Trocavam poucos olhares e muitas palavras. pousou sua xícara sobre a pia e esticou o pescoço pela janela a fim de encarar o mesmo ponto fixo na mata pelos quais eles olhavam.
— Eu é que não vou ficar aqui... — Ela sussurrou já pensando em ir até eles.
Entretanto quando ela girou a cabeça para se afastar da janela, rapidamente voltou a observar. Uma movimentação a caminho dos dois patriarcas da reserva se fazia notar. Três indígenas se aproximavam. Peles de lobos cobriam seus ombros. E uma senhora anciã ao meio. Sue aproximou-se deles, a senhora sorriu para ela. já havia reconhecido-a. Era a mesma velha indígena xamã que a recebera na reserva Whitton.
O que eles fariam ali? Teria algo a ver com Black ser o novo alfa? Os questionamentos na mente da recomeçaram. E ela manteve-se a observá-los. Eles ficaram na varanda da cabana de Sue, dialogando: Billy, os Whitton e Sue. A indígena então virou seu olhar para a cabana de e como se soubesse que ela estava a espiá-los, a cumprimentou com um aceno de cabeça e um sorriso franco. Todos os outros olharam na mesma direção. Pega em flagrante a olhar pela janela, sorriu-lhes, tímida. Por mais que eles não soubessem quanto tempo ela estava ali observando-os, foi desconfortável ser pega espionando. A mulher retomou sua xícara que estava sobre a pia, e bebeu o restante de seu café tentando disfarçar.
— Hmm... — Jacob surgiu murmurando baixinho em seu perscoço e a abraçando pelas costas, mas sobressaltou-se em um susto quase derrubando o café sobre os dois, Jacob pediu: — Desculpe Mani, não quis assustá-la.
— Ai Black, como consegue ser tão sorrateiro sendo tão grande?
— Eu não vou encarar como uma ofensa.
— Está mais para uma curiosidade. — Ela comentou deixando um beijo no rosto dele à medida que virou-se para ficar de frente a ele.
— Notei que dormiu pouco… Como você está se sentindo? — Black analisava-a preocupado e levou uma mão até a testa dela a fim de sentir sua temperatura.
— Depois do sonho foi difícil apagar, mas deu para descansar.
Um breve silêncio se instaurou entre eles, e o casal trocou olhares. Ele, curioso e preocupado. Ela, ansiosa para voltar sua atenção ao que ocorria lá fora.
— Me conte o seu sonho. — Ele pediu assim que ela virou seu corpo para a janela mais uma vez.
Notando a curiosidade da mulher ao que ocorria do lado de fora, Black acompanhou seu olhar.
— Tem ideia do que eles vieram fazer aqui? — Ela o perguntou.
— Talvez.
— E…?
— Me conte o sonho. — Ele desconversou.
— Não tem importância, Black! O que eles estão fazendo aqui?
— Você é muito fofoqueira, sabia?
bateu em seu ombro irritada pelo comentário, e Black apenas riu indo se servir de café.
— Sente-se aqui comigo e vamos tomar café, Mani.
A velha indígena acompanhada com os outros dois anciãos Whitton e Sue, seguiram para a cabana de Sam.
— Eu vou é descobrir que confusão é esta! — declarou sem dar tempo de Jacob reagir.
Ela saiu em disparada deixando Black reclamar sozinho. Billy sorria para ela quando a mulher se aproximou apressada até ele.
— Bom dia, .
— Bom dia, Billy... — Um silêncio, o olhar intrigado dela para onde os outros haviam seguido e logo virou-se para o Black mais velho diretiva: — E aí? Você me conhece Billy…
— Sim, curiosa. Eles vieram por causa de Quil.
— Eles vão o levar como fizeram com Embry?
— Não queremos. Ainda temos receio dos métodos deles, mas não temos muito com quem contar.
— Temos sim. Descobri um sedativo para isso. — revelou.
— Como assim?
— Os Carter. Eu conheci a tribo deles, e aprendi algumas coisas que podem funcionar. Inclusive, a avó de Scott ministrou uma bebida em Quil assim que ele começou a transformar.
— Você havia dito… Mas, sabe o que era?
— Eu fui atrás da resposta. Agora, vamos lá? Eu tenho algo a ensinar para os outros.
sorriu presunçosa e Billy a acompanhou. Passando em frente de sua cabana, Black estava encostado à porta com sua xícara, ela mandou um beijo para ele e seguiu seu caminho com Billy observador, analisando a interação entre o casal. O mais velho decidiu comentar:
— Jacob odeia tomar café sozinho.
— E o que ele fez todo este tempo antes de eu surgir?
— Exatamente. Agora você está aqui.
— Billy, foi só um café da manhã.
— Ele não está com uma cara boa, só estou te alertando. — Ele disse rindo.
encarou Billy, descontraída, em seguida observou novamente o local onde Jacob estava. E era verdade, ele continuava lá lançando a ela um olhar tão descontente que ela desfizera o contato visual com certo medo.
— Já até havia me esquecido em como pode ser difícil me relacionar com ele.
— Ele só quer aproveitar todos os minutos com você, querida. Entenda que agora ele tem motivos para aproveitar.
ficou um pouco pensativa sobre o que Billy dissera. Era um ato simples, o de sentarem-se juntos para o desjejum antes de seguirem suas vidas, que ela mal pôde imaginar que aquele singelo momento pudesse representar tanto para Black. Assim que adentraram na cabana de Sam, ele os cumprimentou.
— Onde está Emily? — indagou.
— Preparando o café de Seth, Paul e Bruh na casa de Sue.
— Bruh voltou, então. — Billy perguntou vendo Sam concordar impaciente.
— Onde mesmo, ela esteve este tempo todo? — perguntou de novo.
— Fugindo de você e do Jacob. — Sam respondeu.
revirou os olhos tão impaciente quanto ele. Sam dissera que estavam todos no quarto com Quil, e os dois subiram. Com ajuda de Sue, interpretando a língua nativa dos Whitton, os contou sobre a maceração de ervas que ela aprendeu. E todos decidiram que a velha Whitton ficaria na reserva para cuidar de Quil, e os outros poderiam voltar. Qualquer necessidade de intervir com os rituais dos Whitton, eles levaríamos Quil e ela para a reserva vizinha. Aliviada por saber que Quil ficaria na reserva, e de certo modo, mais seguro, voltou para sua casa.
Subiu as escadas em direção ao banheiro e ouviu o som da água cair do chuveiro e entrou sem qualquer cerimônia. Black estava de costas à porta tomando seu banho. E sorria abertamente em vê-lo. Até que ele se virou e ela sorriu ainda mais. Tomou um susto com a presença repentina dela e ficou a encarando de olhos arregalados. sabia que aquela abordagem desfaria a pirraça dele por ela ter saído o deixando só na cozinha.
— Isto são modos? — Jacob perguntou após recuperar-se da surpresa, ainda ensaboando o próprio corpo.
— Quer ajuda aí?
A mulher sorriu travessa, e ele também sorriu malicioso, a olhando ladino.
— Eu não sei se deveria responder a esta pergunta.
— Tudo bem, eu tenho que ir trabalhar mesmo… Deixa para outra hora. Só vim me despedir.
— Comeu alguma coisa? — Jacob perguntou enquanto esfregava o próprio rosto.
Os gestos bruscos de Jacob o deixavam ainda mais bonito aos olhos da mulher e, se reapaixonava a cada descoberta daquelas. Incontida, ela abriu o box do banheiro e aproximou seu rosto do dele. Puxou Jacob para um beijo tentando não molhar a sua roupa de trabalho, o que não foi possível, uma vez que ele a puxou para si arrebatando-lhe com um beijo como nenhum outro.
— Bom trabalho Black, agora eu vou ter que trocar de roupa.
— Não esqueça de secar os cabelos.
— Hunf… Obrigada mesmo!
— Eu te pego outra hora… — Ele disse vingando-se por sua ousadia de estar ali.
saiu do chuveiro arrancando suas roupas enquanto Jacob ria observando o corpo da namorada, com alegria e desejo. Antes que desistisse de deixá-la sair ilesa, ele fechou os olhos terminando de tirar o sabão do corpo e apressou-se a ir se trocar.
No horário de almoço, Seth passara na farmácia para almoçar com ela, como era o hábito dos dois.
— O que você está dizendo Seth?
— Que ela voltou ainda mais abusada, ou você não acha que foi de uma petulância absurda?
Seth estava estressado contando para a história de que Bruh na noite anterior, invadiu seu quarto e o beijou enquanto dormia.
— Não acho, inclusive vocês tem uma diferença de idade bacana, talvez você possa torná-la mais madura. Quem sabe Bruh não seja uma parceira interessante para você superar certas coisas também?
— Claro que você aprova isso! Assim, ela sai do pé do Jake!
— Seth, por que está tão irritado? — soltou os talheres pacientemente e perguntou: — Não é legal saber que Bruh demonstra interesse em você?
— Não. Não. E não. Eu não confio nela, já te disse isso desde o dia que ela começou a ser legal contigo!
— Oras, se você não está a fim, é só falar para ela! Mas, fale com jeitinho. Vai ser o segundo toco que ela vai ganhar de um quileute.
— Você faz piada…
— O que quer que eu diga? — riu.
— Nada! Eu só estou irritado.
— Vem cá… E a Lili Parker? Alguma novidade?
— Ah Lu, por favor né?
— Eu acho que você precisa dar uma nova chance a este coraçãozinho. — colocou os talheres sobre o prato de novo e se encaminhou até o balcão.
— Nenhuma das opções é válida. — Seth murmurou enquanto terminava de beber seu suco.
Logo, retornou à mesa com dois brownies e entregou um para Seth continuando com seu discurso para motivá-lo a dar uma nova chance à si mesmo:
— Seth… Você é fantástico. Sério, se fosse mais velho eu teria ficado com você facilmente. É sensível, gentil, cavalheiro, muito bonito e divertido e não tem uma bipolaridade que me faz pisar em ovos o tempo todo...
— Está falando de mim, ou do Jake? — O mais novo a interrompeu.
— Comparando os dois, na verdade... — Ela comentou e ele riu — Não conte para ele, senhor “língua solta”! O que eu quero dizer é que você é um partidão, e fica aí reticente em relação a se abrir…
— Eu só não encontrei quem valesse a pena... — Seth declarou mordendo seu brownie e risonho perguntou para : — Você não tem uma irmã?
— Desculpe, eu sou edição única. Mas Jacob foi mais rápido.
— Na verdade não, né?
Ele gargalhava e sujou o rsoto dele com chocolate. Seth, bobo como era, devolveu sujando a bochecha dela com chocolate também.
— Sério? Você vai limpar!
— Quem começou foi você... — Ele afirmou e segurou o rosto de com as duas mãos e lambeu sua bochecha.
— Pirralho, isso é nojento!
exclamou dando um beliscão no braço do amigo que ainda gargalhava como um irmão caçula travesso. Só então, enquanto passava o guardanapo no rosto, notou que Bruh havia chegado em algum momento e estava parada ao balcão encarando aos dois com uma expressão confusa.
— É melhor eu ir, antes que ela ache que eu quero todos os quileutes dela. — comentou baixinho apontando discreta a presença da jovem Ateara.
Assim que ela se levantou, Seth protestou baixo por sua saída estratégica. foi ao caixa pagar e passando por Bruh, a cumprimentou com um aceno. De onde estava até ela sair, a mais velha observou a interação entre os dois mais novos. Seth havia chamado Bruh para se sentar com ele. realmente adoraria que ele encontrasse uma garota legal, ele era tão maduro! Se fosse um moleque, teria saído e deixado Bruh sozinha, mas ao invés disso a chamou para sentar-se com ele e conversarem.
deixou a lanchonete sorrindo até que avistou Mark com uma mulher na praça. Ele a viu de longe e olhava para , apreensivo. Colocou as mãos às costas daquela mulher e falou algo em seguida se retirando ambos na direção oposta à de .
Rapidamente questionava-se: Ele havia trazido alguém para Forks? Ou estava abordando alguém da cidade? A mulher era bem bonita, loira, magra, e alta. Preocupada, precisava saber quem era ela e por que estava com Mark. Contudo, como descobriria? Decidida a não pensar tanto naquilo, dirigiu em direção ao seu laboratório onde passou a tarde trabalhando no remédio de Quil, e pensando em Mark com aquela mulher. Ela parecia alguém inocente. então, começou a se culpar se algo acontecesse a ela. Como se ela pudesse fazer alguma coisa, para defendê-la.
Ao fim da tarde a primeira coisa que fez, foi ver Quil. Embry estava lá com ele. O apoiava como ninguém ali poderia apoiar, pois, Embry sabia o que Quil estava sentindo. Fofoqueira e peralta, escutou parte das conversas deles atrás da porta, e sorriu ao notar o quão maravilhosa pessoa o Embry era. Quil não pareceu revoltado como Embry ficara, muito talvez por ter alguém que compreendesse suas dúvidas e medos ao seu lado. Então Quil perguntou sobre sua irmã. Preocupava-se muito mais com Bruh do que com sua saúde. E o amigo lhe respondia que Bruh parecia amadurecer finalmente. Quil dizia o quanto queria que a irmã se tornasse uma pessoa mais paciente e bondosa, que o gênio difícil de Bruh e às vezes vingativo, o deixava temeroso por ela. “Nada de bom pode surgir de um sentimento ruim”, proferiu Quil e naquele momento, decidiu interromper. Ela bateu à porta e abriu uma brechinha. Os dois sorriram ao vê-la e Quil lhe agradeceu pela ajuda na noite em que ele tivera os primeiros sinais, em seguida, ele a perguntou se ela estava bem com o ocorrido. o tranquilizou e entregou as ampolas para que ele bebesse conforme a sua prescrição.
Um pouco depois, ela encontrou Sam e Emy discutindo amigáveis na cozinha de sua cabana.
— Só vim entregar a vocês estas ampolas para guardarem na geladeira. — Ela interrompeu sem graça.
Explicou-lhes como seria o uso com Quil e eles assentiram, visivelmente constrangidos com ela, ambos. Emy a sorriu cúmplice e já entendia o motivo daquilo.
— ... — Sam proferiu a fim de dissipar a discussão entre ele e Emy — Eu escrevi os sintomas e como me senti fazendo uso do emplastro conforme você pediu. Vou pegar para você, espere um momento.
Sam saiu e deixou e Emily a sós. Emy não tocou no assunto que levou-a a uma branda discussão com Sam, e não seria a fazê-lo.
— Cadê a anciã Whitton?
— Na cabana de Sue.
— E você está bem, Emy?
— Sim, eu acho…
— Se quiser conversar, sabe onde me encontrar.
declarou e Emily sorriu para ela agradecida, então Sam retornou com os papéis e enquanto o lia, ele ergueu a manga curta de sua camiseta para mostrá-la como havia ficado a cicatrização de seu braço decepado.
— Parabéns . — Sam comentou e então ela olhou ao machucado dele — Esse remédio é muito poderoso, as cicatrizes secaram rapidamente.
— Você tem muito talento . — Emily comentou também.
O casal parabenizava-a sorridentes por sua descoberta. Os resultados eram incríveis e rápidos. também saiu de lá orgulhosa, lendo os relatos de Sam e trombou com Seth no caminho.
— Tão cedo? — Ela comentou estranhando a presença do mais novo ali.
— Vamos! — Seth saiu a puxando para dentro da cabana de e subindo direto ao quarto dela, um tanto aflito.
— Sabe que o Black está para chegar, né? — proferiu zombando dele se jogando em sua cama e tirando a camiseta. Hábito próprio de Seth, sempre que se sentia irritado.
— O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O MUNDO? — O mais novo gritou.
— Hey, o que houve? — parou de zombar e se preocupou de verdade.
— A Bruh me beijou no meio da praça, e o Peter viu. E então vieram mais problemas.
— Ai Seth, me deixe ao menos tomar um banho primeiro? — pediu ao notar que se trataria de uma outra conversa sentimental e talvez, longa.
— Vai logo!
Ele estava tão irritado que ela saiu apressada. Ansiosa pelo amigo, voltou ao seu quarto com os cabelos molhados, um short jeans ainda aberto e vestindo a sua camiseta.
— Sabe que o Jake está para chegar, né? — Seth devolveu a piada ao ver a amiga em uma imagem tão bagunçadamente sugestiva.
— A culpa é sua se ele interpretar errado.
— Vem, senta aqui. — Seth pediu a puxando para a cama dela e aninhando sua cabeça no colo de como se precisasse de cafuné — Eu preciso beber, tem alguma coisa aí?
— Não. Estamos no meio da semana e se eu começar não vou parar. Quer um suquinho?
— Peter se declarou. — Seth mencionou de repente, sem dar qualquer outra informação deixando tão confusa quanto ele.
— Peter? Para a Bruh? Espera… Ele não estava de olho na Lili Parker, ou algo assim?
— Agora faz sentido Peter sempre escolher “se apaixonar” pelas minhas garotas! Filho da mãe! — Seth gritou bravo, um tanto revoltado.
— Era uma vez… Você pode começar assim, se quiser. — ironizou por não compreender nada.
Seth respirou pausadamente e iniciou a explicação:
— Conversei com a Bruh aquela hora que você saiu do restaurante sobre não estar preparado para nenhum tipo de relacionamento agora. E que não era nada pessoal, e…
— Mas é…
— Sem interrupções, bonitinha. — Seth olhou feio para o rosto acima do seu — Ela entendeu que havia me pego de surpresa, mas disse que não queria nada sério, apenas curtir. E não era muito a favor de pessoas da reserva se envolvendo com pessoas de fora, e que, se não fosse a obsessão que ela nutria pelo Jake teria prestado mais atenção em mim e tal, blá-blá-blá nada que interesse e coisa e tal. Saímos do restaurante e Peter nos viu andando juntos. Acenei para ele e fui para a farmácia. Na porta da farmácia, antes de vir embora, a Bruh me beijou de novo dizendo que foi apenas para eu não esquecer. Como esta garota me irrita!
— Eu confesso que curto a ousadia dela até certo ponto... — riu.
— Sei… Agora né? Porque até tempo atrás quando ela…
— Prossiga com sua história, bonitinho! — Luan o interrompeu o fuzilando com um olhar cortante, e ele riu.
— Aí, no fim do expediente, eu me despedia de Steve quando a Parker apareceu me perguntando quem era a garota que estava me beijando. Eu já estava irritado, e fiquei ainda mais!
— Chovendo garotinhas no colo dele… — comentou em tom de zombaria gargalhando — Garanhão!
— Lu, só escuta, por favor.
Seth se mostrava sério e confuso e então, a mais velha decidiu parar de fazer gracinhas.
— Eu falei que não era ninguém, e a Parker começou a me irritar mais dizendo que achou que eu não queria nada com ninguém e …
— Precisa parar de dar essa desculpa se toda hora for surgir uma garota beijando a sua boca, Seth!
— Como eu dizia… Peter apareceu dizendo que precisava falar comigo. E me salvou da segunda maluca do dia. E fomos até a lanchonete. Só que aí, quando estávamos lá, notei ele desconfortável.
Flashback...
— Cara, o que tá pegando? Não podemos conversar aqui? — Seth perguntou.
— Seth, mano… Eu não sei nem como dizer, mas eu não posso não dizer.
— Tem a ver com a Lili conversando comigo? Relaxa, eu não tenho mais nada com ela.
— Não.
— E então?
— Você tem sempre uma garota no seu pé, e eu até entendo de verdade. Por isso, acho que é melhor termos esta conversa logo. Se não aliviar agora, vai ser um alívio lá na frente.
— Eu andei pegando alguma garota que você estava a fim, mano?
— Seth, não é isso. Eu que sou a fim de você. Já tem um tempo, mas é isso.
Fim do flashback...
— É O QUÊ?
— Não grita, !
— Mas, mas… Peter Carter é gay!?
— Eu acho que quando um cara diz que é a fim de outro cara, é… Ele é gay ou bissexual, ou sei lá o quê, mas o fato que é eu fui pego desprevenido com essa!
— Céus, que surpresa!
— Surpresa? Você só diz isso? Sabe há quantos anos eu sou amigo dele?
— Mas ele sempre gostou de rapazes? Ou ele descobriu agora? Ele já ficou com outros caras?
— , você realmente acha que eu comecei uma fofoca da vida amorosa dele?
— E o que você fez?
— Falei que não tinha a menor possibilidade daquilo.
Flashback…
— Eu sei Seth, não é como se eu estivesse contando que você ficaria comigo… Mas, somos amigos e eu precisava manter nossa amizade e ser franco.
— Tipo, Peter. Cara, que história absurda é essa?
— Desde que surgiu e começou aquele lance entre ela e Scott, que eu tenho te notado diferente e…
Fim do Flashback…
— ELE ME CULPOU?
— Não, eu também achei que ele faria isso, mas ele explicou que foi mais o lance de ver Scott agir com você, como o próprio Peter agia em relação às Parker. O Pet sempre foi meio obcecado por aquelas irmãs e quando viu o Scott obcecado por você ele começou a buscar os sentimentos próprios. E daí entrou em um papo furado de que repensou a vida dele, e notou o quanto sempre teve uma atração incomum por alguns caras, mas jurou que só começou a “me ver com outros olhos”, depois de observar você e Scott e nós dois acabarmos conversando muito sobre aquilo.
— Você não vai colocar essa na minha conta também, não né? — perguntou para Seth, surpresa.
— Convenhamos que tem um monte de gente saindo da casinha depois que você chegou.. Qual o seu problema garota?
Seth comentou inocente e então atentou-se a algo:
— A deusa Rhikan se manifesta em mim... — Ela murmurou pensativa.
— Quê?
— Foi a avó dele que me contou. Eu preciso saber que poderes são estes!
— , do que você está falando?
— Esquece! E o que você vai fazer em relação a sua amizade com ele?
— Eu gosto dele de verdade. É meu melhor amigo, mas vamos combinar que é estranho…
— Não acho, Seth.
— Você está “não achando” muito hoje.
— Não é como se eu estivesse discordando de você de propósito. É só que, o próprio Peter confessou que sabe que entre vocês não aconteceria nada, e que precisava ser franco com o amigo dele. Eu acho que ele só não quer perder a sua amizade agora que descobriu os verdadeiros sentimentos dele por você.
— Eu não consigo lidar com isso agora … Mal estou conseguindo lidar com as mulheres atrás de mim, imagina agora com o meu melhor amigo! — Seth virou-se sobre o colo dela deixando o rosto para cima, e levando as mãos a ele.
encarava o rapaz ruborizado em seu colo e riu, achando fofo ter um irmão mais novo.
— Sabe… Acho que você está precisando transar, Seth.
— É um convite? — Seth levantou-se do colo dela sorrindo brincalhão.
— Nós somos manos, para com isso!
— E daí? Ao que parece, “manos” tem vontade de trepar uns com os outros!
— Você está sendo cruel com o Peter! E preconceituoso, Seth! Eu sei que é difícil, mas não aja desse jeito com Peter. Entendo que está assustado com a revelação, mas não é algo que você precise lidar diretamente. Pior está sendo para seu melhor amigo, garanto!
Seth afundou a cara no colchão da cama de ficando de bruços. A mulher sorriu do pobre garoto cheio de dilemas e desamores. Sentou em suas costas e começou uma massagem em seus ombros.
— Você é a melhor irmã do mundo! Troco a Leah por você sem pensar duas vezes! — Seth sussurrou abafado no colchão.
Enquanto ria do mais novo, Jacob surgiu na porta do quarto os encarando, sério.
— Ei amor!
cumprimentou e Seth deu um pulo da cama a jogando para trás. caiu no chão com as pernas para o alto. Black mantinha-se sério e Seth desesperado a ajudou a se levantar explicando:
— Jake, não é nada disso!
Black arqueava as sobrancelhas se aproximando lentamente de Seth, e massageava seu bumbum pela dor.
— Eu sei. Não tenho porque me preocupar com você Seth… Ou tenho? — Jacob o perguntou encarando próximo demais.
— Claro que não. É só que… Cara eu ando tão enrolado que não ligaria se você duvidasse de mim.
— Mas ele mencionou que transássemos, Black. — disse sorridente.
— LUNA! Jake, não foi nada disso e…
— Sua mãe está te chamando Seth. — Black falou categórico.
gargalhava enquanto Seth saía a fuzilando com o olhar. Black o acompanhou até a porta do quarto e a fechou, e então voltou-se sério para . Ela ainda ria e começou a estranhar a reação de Jake. A mulher arqueou uma sobrancelha e Black a jogou em sua cama, deitando-se sobre ela e a beijou. arfou quando eles se separaram e encarou seus olhos vermelhos, sua pele incendiada.
— Black, você está… — não conseguiu terminar de falar sobre o desejo que transpassava por Jacob, já que ele a interrompeu a beijando de um modo feroz de novo, e começou a arrancar as suas roupas.
As palmas de mão de queimaram ao tocar seus braços. Ele notou e sem parar os toques entre eles, Jacob a puxou em seu colo. Ele os guiou até o banheiro e abrindo o chuveiro colocou ambos sob a água que aos poucos esfriava. Um banho quente não seria recomendado, mesmo. encarou seus olhos, vermelhos, como em uma chama trepidante de tons fogosos. Ela estava com medo do que estava acontecendo a ele, mas não queria parar. Havia uma selvageria incomum nas carícias de Black e por mais medo da besta que se mostrava sob ele, não desejava parar. E de um jeito novo e intenso eles se amaram vorazes.
esfregava seus cabelos com pouca força, afinal, ela já não tinha nenhuma. Black à sua frente mantinha sua testa encostada ao vidro do box, cansado.
— O que foi aquilo, Jacob?
Ele a olhou zombeteiro e os dois riram.
— Eu disse que te pegava outra hora.
— Certo, mas eu estou falando daquela besta que surgiu diante de você... Isso, é normal?
— Você notou? — Jacob perguntou com seu cenho tornando-se preocupado.
— Black… Foi incrível, mas você estava igual ao dia que começou a se descontrolar…
— Eu não sei explicar, mas depois de ver você e o Seth daquele jeito… Eu comecei a “ferver”.
Ele disse fazendo aspas com as mãos. desligou o chuveiro e puxou sua toalha secando seus cabelos. Pediu a ele para sair da entrada do box e ir se enxugar, mas ele a puxou de volta em um beijo. Beleza, gostava e tudo mais, porém, ela precisava descansar. Então saiu dali, antes que um quarto round começasse.
— Quais as chances de você se transformar enquanto nós… — Ela perguntou a ele meio sem graça, e aflita, o olhando pelo espelho do banheiro.
— Nunca aconteceu algo assim antes.
— No geral? — perguntou incerta.
— Comigo.
— E com os outros?
— Acredito que não, se não, eu saberia…
— E a Emy? Digo… A cicatriz.
Black saiu do quarto sacudindo a cabeça negativamente. Então foi atrás dele.
— Black!
— Aquilo não foi enquanto eles transavam, .
— Mas, você não acha estranho que ele ten…
— Mani. — Jacob a chamou de um modo que a interrompia tentando esconder a preocupação em sua voz: — Não precisa ficar com medo de mim, tá? Eu nunca te machucaria.
— Não é isso, é só que…
— Então é o que? — pôde notar sua irritação quando ele ameaçou elevar a voz.
suspirou preocupada com a reação dele. Ela estava vestida apenas com sua lingerie, mas disse altiva para ele o puxando para sentar ao seu lado na cama:
— Black, eu sei que não me machucaria. Mas, não podemos negar que as transformações vem acontecendo e já é a segunda vez que você dá sinais semelhantes aos dos outros. E sabemos também que há alguma coisa na minha relação com vocês que desperta isto. Foi assim com Embry, lembra?
— Eu não vou virar algo pior, ok? — Jacob falou certeiro para ela embora estivesse inseguro.
— Eu só quero ajudar, Black… Manter todas as informações sobre isto no controle para entender como lidaremos com tudo. Você não pensa que a qualquer hora pode ser você?
— Penso... — Ele suspirou de cabeça baixa — … Se eu me transformar, você continuaria ao meu lado?
— Que pergunta mais idiota. Eu por acaso saí correndo em algum momento, desde que cheguei aqui?
— Uma vez.
— Mas eu fugia de você, e não do seu lobo. Porque achava que você estava namorando a Bruh. Não é a mesma coisa.
— Bella… Conseguiu superar as adversidades e ficar com aquele frio. Ela foi até o fim, apesar de tudo.
— Esta é a coisa mais semelhante entre nós duas que disseram até agora, só que eu não escolhi um frio.
Jacob e ela se encararam sorrindo tímidos, havia um fulgor maior nos olhos dele. E o puxou para um beijo tranquilo e saboroso. Subiu em seu colo e ficou ali, depositando beijos calmos em seu homem, como alguém que pétala a pétala desflora uma flor. Os dois escutaram um engasgo da porta, e era Seth. olhou para trás, ainda estava sentada ao colo de Black e os dois perceberam a presença do mais novo. notou o olhar de Jacob mudar.
— Foi mal gente, estou saindo. Só queria falar com a …
— Você anda falando demais com ela, não acha?
Tanto Seth quanto , encararam Jacob, confusos. Seth levantou o queixo de um jeito afrontador e se aproximou do casal a passos calmos. Encarava Jacob.
— Jake, eu não tenho este tipo de interesse na . Ela é como minha irmã. E me ofende você dizer isso, uma vez que eu também sempre o admirei como irmão.
— Black... — completou a fala de Seth: — Você está sendo imaturo.
Jacob abaixou a cabeça num suspiro pesaroso, e olhou de volta ao Seth.
— Desculpe. Não é por você, eu fiquei enciumado porque vi a minha Mani em cima de outro cara que não era eu. E poderia ser qualquer cara, não quer dizer que é por sua causa.
— Tudo bem, mas eu não vou me afastar dela por causa disso, entendeu?
— E nem eu, dele. Isso é ridículo. — concordou com Seth.
— Não quero que façam isso, só estou justificando os meus sentimentos.
Clearwater e se entreolharam surpresos com aquela versão de Jacob que falava dos sentimentos, e ela voltou a observar o namorado com carinho e o beijou. Seth pigarreou dizendo que voltaria outra hora e saiu fechando a porta do quarto que havia ficado aberta. Black a abraçou desabotoando o sutiã dela, mas protestou:
— Ah não, sério. Me dá um descanso? A fera não sou eu.
— Não era o que parecia... — Jacob riu sacana, cheirando o pescoço dela.
— Chega, vamos nos vestir e descer!
declarou mordendo o ombro de Jacob e os dois saíram dali. Quando chegaram na sala, viram que Seth estava esparramado no sofá dela e Black provocou:
— Ainda aqui? Você não tem casa?
— E você está no cio por acaso? Dê um descanso a ela... — Seth devolveu, e Jacob deu-lhe uma almofadada.
— Invejoso. — Jacob comentou e foi para a cozinha preparar um jantar, enquanto Seth e ficaram na sala.
— Fala, big baby o que aconteceu? — comentou com Seth a encarando sentar no outro lado do sofá, risonho e malicioso perguntando:
— Vocês mandaram ver, não é?
— Ele morreu de ciúme do que viu. — riu baixinho.
— Eu posso ouvi-los! — Black gritou para os dois.
Os dois riram e então Seth voltou a seu dilema:
— Lu… Estou pensando em ir embora. Como a minha irmã.
— O quê? — bateu em sua cabeça.
— Outch!
— Que história é esta? Ficou louco?
— Eu só estava pensando… Leah foi fazer faculdade e talvez eu devesse buscar sair daqui um pouco também.
— Isso tudo é por causa da Bruh?
Black se aproximava dos dois, com duas carnes congeladas na mão. Estendeu-as para a fim de que ela escolhesse.
— O que a Bruh fez desta vez? — Ele perguntou olhando ao Seth.
— Beijou o Seth.
— !
— Sério, Seth? O que esta garota tem na cabeça? Até outro dia não saía do meu pé!
— Acaso está com ciúme, Black? — perguntou irônica.
— Não viaja. Mas, é confuso… Como ele vai levar ela a sério? — Jacob comentou — Eu vou preparar o jantar!
Ele saiu com o olhar cortante de sobre si, enquanto Seth ria divertido. se aproximou do ouvido de Seth e sussurrou:
— Provavelmente ele está com o ego ferido por ter sido esquecido tão rápido pela miniloba.
— Você deve ser a namorada perfeita, Lu.
Os dois amigos riram com bom humor.
— Tem razão, mas você não me respondeu.
— Não é por causa dela, se manca! É só que… Eu queria mudar algumas coisas na minha vida, sabe?
— Seth, vou dizer de novo: você está muito sozinho. Apesar de todos nós, eu sei que não é a mesma coisa… Tive uma ideia!
— Hm?
— Que tal, irmos para Silverdale neste fim de semana?
— Eu não vou segurar vela pra você, de novo.
— Se bem me lembro, da outra vez o senhor estava acompanhado da Parker.
— Mas segurei vela por um tempo.
— Só nós dois. Sem Black, sem Parker, sem Bruh.
— Feito!
Eles bateram as palmas das mãos um do outro.
— É... — no entanto olhou em direção à cozinha: — Como dizer isso a ele, é que será o problema.
— Relaxa, eu falo com ele: “Jake, sua garota é minha esta noite”.
— Ah, com certeza que vou deixar você falar isso sim!
Eles começaram a gargalhar e logo mudaram de assunto.
Naquela noite, jantaram os três e como habitualmente, os quileutes se reuniram em uma das cabanas. A velha indígena Whitton estava reunida a eles. Se chamava Mailaka e encarava , risonha, e os observava como se estudasse todos os gestos do povo quileute. Logo, Sue pediu para que se aproximasse das duas. Mailaka perguntou em sua língua, como estava e o que ela estava sentindo de estar entre eles, os quielutes, e ainda perguntou se ela se esquecera do que Mailaka havia dito na tribo dela. respondeu a tudo com sinceridade contando também o que a avó de Scott a dissera. Mailaka se assustou ao ouvir de Sue, o que a outra anciã indígena havia dito, e aflita, falava algo à Sue que acabou por deixar e Sue, aflitas também.
— O que ela disse, Sue?
— Que você corre grande perigo.
Elas encararam-se surpresas e Embry surgiu apressado chamando as duas senhoras para socorrerem Quil. Bruh saiu correndo para o quarto do irmão. ficou ali, apreensiva onde estava refletindo as palavras de Mailaka. Billy, Black, Seth e Paul foram chamados tão logo que Embry voltara. acompanhou a movimentação ainda reflexiva, e de repente, Jacob surgiu ao seu lado.
— Vamos dormir? — Ele a chamou tomando sua atenção de volta.
— E o Quil? Como ele está?
— Parece que o seu remédio está começando a deixar de fazer efeito... — Jacob respondeu preocupado.
abaixou a cabeça tristonha sentindo a mão de Black em seu ombro massageando-o. Ele pegou a mão dela e a guiou para dentro do quarto.
— No seu quarto? — comentou.
— Não quer dormir aqui? — Ele perguntou confuso.
— Achei que você iria para minha cabana.
— Eu terei que sair muito cedo amanhã…
— Ok, por quê? Para onde você vai ou o que você não está dizendo?
— Paul e eu partimos amanhã em uma viagem.
— Que viagem?
— Os Whitton irão nos guiar. Ainda não sei o destino ao certo.
— O quê? Por quanto tempo?
o enchia de perguntas enquanto Black foi lhe colocando em sua cama, como se ela fosse uma criança e logo deitou-se ao seu lado.
— Não sabemos, Mani. É uma busca para ajudar o Quil.
— Então é mais sério do que...
— Do que foi com Embry? — Jacob a interrompeu sutilmente — Sim. E pelo que soubemos a tendência é piorar.
— Black... — Ela se virou de frente para ele tendo a mão de Jacob enlaçada à sua cintura e perguntou de novo, preocupada: — E se acontecer com você enquanto estiver com eles? Não confio neles.
— Não vai acontecer. Se eles estiverem certos, a probabilidade é menor porque você não estará por perto.
— Eles realmente acreditam que eu tenho culpa, não é?
— Não é culpa… É como uma espécie de dom.
— Mailaka disse que eu corro perigo.
— Não é nenhuma novidade, minha Mani… — Jacob sorriu e a beijou de um jeito pacificador.
— Mas, é que são muitas informações para minha cabeça.
— Esquece as preocupações, eu estou aqui. Concentre-se no calor do meu corpo…
Jacob sussurrou aquilo em seus ouvidos e eles se mantiveram abraçados trocando carinhos. apoiou-se em seu peito e logo Black adormeceu. A mulher sorriu fracamente ao constatar que finalmente o cansaço daquele dia batera nele. E não pôde esquecer a cena de Mark com a mulher loira, enquanto a voz de Sue ecoava em sua mente: “Que você corre grande perigo”.
•••
A sexta-feira havia chegado e Seth e estavam a caminho de Silverdale cantando alto uma música qualquer. Convidaram Embry para ir com eles, pois o amigo andava bastante nervoso por Quil. Entretanto, Embry não queria sair do lado do amigo, então restou tirarem no “0” ou “1” para ver quem dirigiria. Afinal, os dois queriam beber aquela noite. Por fim, não conseguiram ninguém para os acompanhar já que todos estavam muito cansados para ir a uma festa e não beber. Clocks começava a tocar no rádio e cantava alto enquanto levava o carro na ida.
— Promete que não vai bater o carro, por causa do Chris Martin? — Seth pediu.
— Eu sou uma excelente motorista! Mas te devo mesmo uma dessas pelo dia do ataque de Embry... — Ela recordou.
— Três dias sem notícias de Jake e Paul… — Seth sibilou preocupado, sem pensar.
— Seth, se me lembrar disto mais uma vez, eu te jogo deste carro.
— Yooooou aaaare… — O amigo dando-se conta da aflição dela, gritou cantando para descontrair.
Eles chegaram ao bar e o movimento era grande. Lá pelos tantos viras de tequila que deram, Seth e dançavam até que um cara se aproximou dela. Seth logo se posicionou a defendê-la da cantada do estranho fingindo ser o namorado de e os dois voltaram à própria mesa, para comer alguma coisa antes de voltar a beber.
— Que cara babaca! — reclamou.
— Pior ainda é eu ter que intervir! Uma mulher não tem mesmo um dia de paz, não é?
— Você é um bom homem Seth, e esperto.
— Deixa isso pra lá, o idiota foi embora do bar. Eu vi quando ele saiu com os amigos dele. Mas agora é sério Lu! Eu não tenho condições de levar o carro… — Seth comentou terminando de empurrar algumas batatas fritas para dentro.
— E nem eu! Combinamos uma coisa e fizemos outra!
comentou batendo a mão na testa e de repente, Seth exclamou alto arrancando risadas dela:
— Eu adoro esta música! “Shut up and let me go! This hurts, I told you so. For the last time you will kiss my lips, now shut up and let me go!”
Ambos haviam levantado os copos e cantaram alto a primeira estrofe da música, e não aguentando ficar ali, levantaram e iniciaram uma dancinha insana de amigos bêbados. Algumas garotas perto deles ficaram os encarando e rindo, e Seth puxou uma por uma beijando-as em selinho. Gritinhos se fizeram ouvir e estava no meio delas dando gritos empolgados para o amigo enquanto a música deles tocava, porque a partir daquele dia, “Shut up and let me go” seria a música de Seth e . E quando a canção acabou eles voltaram para a mesa, caindo sentados em suas poltronas.
— Sério, sério… Eu quero sair com você pra sempre! — gritou para ele que garagalhava.
— Nós somos demais.
— Você saiu beijando todo mundo! E agora? Eu sou a corna, né?
— Ah, aquele cara nem está aqui mais! — Eles gargalhavam.
— Uow, eu estou cansada, mas eu quero beber mais.
— Espera! — Seth gritou antes que virasse seu copo — Vamos resolver: como nós vamos voltar?
— Você quer parar de beber agora para levar o carro mais tarde?
— E ficar sóbrio sozinho? Nem fodendo!
— Ei mocinho, olha o palavreado.
— A Sue ficou em Forks! — Seth zombou.
— Então que tal se nós dormirmos por aqui e sairmos amanhã cedinho?
Seth olhou para com uma cara divertida e pediu ao garçom outra rodada de tequila. Quando “Attention” iniciou, Seth e ela estávamos dançando juntos coladinhos e sensualizando na pista. As meninas que tinham ficado com ele estavam eufóricas. E os dois riam ainda mais por provocá-las. Para , era tão bom ver seu maninho daquele jeito… Tão leve e feliz. Em determinado momento, ele saiu para ir ao banheiro e continuou dançando sozinha até ele voltar. Quando Seth retornou, ele colou-se novamente em e continuaram divertidos e bêbados dançando e atraindo olhares conhecidos para ela.
— Aquele encarando nós dois, é o Peter? — perguntou ao ouvido de Seth.
— É!
— Desde quando ele está aqui?
— Não sei, mas acabei de vê-lo na fila do banheiro.
— E está dançando assim comigo para provocar ou seduzir ele?
sorria abertamente, mas após ouví-la Seth os afastou e segurou o rosto de bem próximo ao seu, encarando-a friamente.
— Brincadeirinha… Que cara é essa Seth?
— , não me faça fazer o que eu não deveria.
— Longe de mim… — Ela sorriu receosa e confusa com a reação do Clearwater.
Eles voltaram para sua mesa e beliscaram a porção de petiscos antes pedida. manteve-se olhando para Peter que os encarava enquanto virava seu copo. E então acenando ela sorriu para ele.
— Para com isso !
— Qual é Seth, por que não chamamos ele?
— É melhor não.
— Hey! Eu estou bêbada, mas o que vou falar agora é muito sério: não comece a ser o babaca que você nunca foi!
— Eu não sei como agir com ele, porra!
— Parece até que foi você que levou o fora! Quem deveria sentir esta insegurança é o Peter. E tenho certeza que ele está sentindo.
Seth abaixou a cabeça e voltou a encarar envergonhado.
— Não exclua as suas lembranças ou as pessoas importantes em sua vida porque elas não são o que você espera. — aconselhou.
Seth virou um gole de sua bebida depois daquilo e foi decidido até Peter falar com o amigo. observou os dois, eles se cumprimentaram como sempre: com uma batida de mãos e ombros. Seth falava e Peter o ouvia de cabeça baixa. E então sorriu, e Seth sorriu o abraçando. Em seguida, os dois caminharam em direção à mesa onde e Seth estavam e, os três beberam juntos, mas Peter não ficou com eles a noite toda, já que estava acompanhado de uma galera desconhecida e iria embora de carona com eles. Se despediu de e Seth, e antes de ir embora se virou para o amigo sentado à frente de e o disse:
— Ei cara, obrigado.
Seth acenou positivo com a cabeça e sorriu. Ficaram sós novamente e ele, e então brindaram sorrindo.
— Eu me orgulho de você. — declarou ao mais novo.
— E eu de você.
— Você merece um prêmio.
— Mereço? Por ser honrado?
— Tem razão, você não merece nada.
— Só de curiosidade… O que eu ganharia?
— O que quisesse. Eu faria o possível para arranjar pra você.
— Droga… Perdi uma grande chance de deixar o alfa na minha mão então!
O público da balada interiorana de Silverdale ao invés de diminuir à medida que a madrugada avançava, só aumentava. Seth e concordaram que era momento de irem atrás de um pensionato ou albergue para dormirem. Então, Seth que àquela altura já era amigo do garçom o perguntou onde poderiam encontrar algum lugar para pernoite.
— Vocês vão ter que dirigir bastante até encontrar o mais próximo.
— E aí, Lu? O que quer fazer? — Seth perguntou.
— E se dormirmos no carro?
— E aí cara, sabe onde podemos ficar estacionados numa boa?
— Se não se importarem com o barulho podem ficar no estacionamento daqui mesmo. Não é como se tivesse algo mais próximo.
Eles agradeceram e pagaram a conta, saindo abraçados e cambaleantes até o carro de .
— Obrigado. — Seth sussurrou no ouvido dela, grato por toda a sua amizade e cumplicidade. Há muito tempo ele não se divertia daquela forma.
Depois de acomodados no carro, ficou encarando a lua até pegar no sono. Seth por estar muito cansado adormeceu rápido. Ela não parava de pensar em Jacob. Onde ele estaria? Como se sentia? Então, seu celular tocou. Era uma chamada de Black, mas, infelizmente a ligação estava tão ruim que ela só pôde ouvir sua voz dizendo seu nome. iniciou um choro aflito e adormeceu com a luz da lua em seu rosto. Como um abraço consolador, por saber que aquela saudade ainda a levaria ao fundo do poço um dia.
Seth e ela acordaram ao mesmo tempo por culpa dos raios solares em seus olhos. Eles se encararam confusos e envim, começaram a gargalhar.
— Cara, o Jake já sabe que você é louca assim?
— Não. Black e eu nunca fizemos programas como este.
— Vocês são como um casal de velhos, namorando.
— Ainda bem que eu tenho meu “mano barra namorado falso” para me divertir, não é?
— Enquanto eu estiver aqui, gatinha, não lhe faltaram noites como essa!
Os dois riam e enquanto se espreguiçava, Seth bocejava.
— Vamos! Vamos tomar um café, e comer algo antes de ir. — Ela declarou.
— Muito café. Eu ainda estou cheio de sono.
Eles desceram do carro e o trancaram, então notou três papéis cor de rosa escrito à caneta que estavam grudados no para-brisa do seu carro. Ela pegou e os leu, eram nomes de garotas e números de telefone. Gargalhando, os estendeu ao Seth, que riu abafado os colocando no bolso.
— Garanhão. — A amiga zombou.
O mesmo garçom da noite anterior saía de seu turno quando eles entraram e o lugar nem de longe parecia a balada badernosa em que eles estavam. Pessoas tomavam café da mnhã tranquilas, como se fosse aquele um posto de conveniência.
— Céus, olha o nosso estado. Que vergonha, Seth.
— Vamos comer logo e ir embora. — Ele disse rindo.
Na volta, Seth levou o carro até Forks. De novo, colocou o rádio para tocar a fim de não pegarem no sono e eles foram conversando sobre a noite anterior, sobre os sentimentos em relação à reaproximação de Peter e sobre a saudade que sentia de Jacob. Quando chegaram na reserva, Sue estava sentada na varanda e sorriu negando com a cabeça ao ver os dois. Ela só não repreenderia Seth porque ele estava com . Mailaka estava a seu lado balançando em outra cadeira. Emy chegava de algum lugar com Sam, e Bruh com cara de poucos amigos encarava aos dois que dentro do carro, ainda estavam sorridentes.
— Eu passo a noite fora com você e minha mãe nem dá sinal de surto! — Seth constatou ainda dentro do automóvel.
— É porque ela confia mais em mim do que em você.
— Vá te catar… — Ele comentou e então notou a expressão de Bruh — Mas podemos ficar aqui?
— Por quê?
— Bruh… A Ateara parece que vai atacar se eu sair desse carro agora.
— Céus, a cara dela é de alguém que vai me devorar e não a você… Ela deve achar que é provocação minha, sabia?
— Deixa disso! Eu não tenho nada com ela!
Os dois desceram do carro e antes que pudesse responder algo que Seth dizia, o garoto estava à sua frente de braços abertos. Bruh realmente havia se transformado e furiosa jogou Seth em uma árvore próxima. No mesmo momento, o garoto bateu com a cabeça e desmaiou. A loba avançou então sobre e se colocou sobre ela, rosnando próxima ao rosto da . ficou trêmula e furiosa também, e surpreendentemente, deu um soco em Bruh e a afastou de si, com um chute conseguindo se desvencilhar dela. Sue começara a gritar e Sam e Emy surgiram para ajudar. Logo, Billy surgiu na porta de sua cabana também.
Bruh Ateara, avançou até e abocanhou seu pé arrastando-a. Naquela hora, não sabia de onde vinha aquele ímpeto selvagem, mas com uma força que ela desconhecia, ela chutou a cara da loba e avançou sobre ela enlaçando suas pernas em seu pescoço, então mordeu sua orelha e uma luta corpo a corpo que se iniciara. Lobo contra mulher. Bruh era muito maior do que e a própria mulher não conseguia explicar o ímpeto que a acometia, mas ao ver Seth desmaiado ela sentia um ódio enorme de Bruh. As roupas de rasgaram-se pelas garras da loba jovem que sacudiu-se a jogando pra longe e em posição de ataque e ofegante, correu na direção de Bruh e lhe deferiu chutes, socos, cotoveladas e mordidas.
Ao tempo que todos gritavam para que elas parassem, tudo acontecia muito rápido. E Sam se aproximara de a fim de tirá-la dali, mas ela o empurrou tão forte que ele bateu, assim como Seth, em uma árvore embora não tivesse caído desacordado.
estava estranha, com uma força descomunal. Os dentes dela se sobressaltaram em presas afiadas, e o ar começou a lhe faltar. Ela baixou sua guarda, e Bruh foi em sua direção e então, mordeu-a em seu pescoço animal. Outro lobo havia se transformado e puxou o corpo da loba para longe de , fazendo com que seus dentes rasgassem um pouco da pele da menina. Bruh caiu ao chão sangrando muito e em forma humana. Seth voltara ao normal ainda sobre e a encarava amendrontado e confuso. Sam e Emy foram até Bruh, enquanto Sue e Mailaka vieram até mim.
— Lu? Você está bem? — Seth perguntava aflito analisando o corpo da amiga.
sentiu de repente, uma falta de ar e ao passar a língua em seus dentes eles estavam normais.
— Aquilo foi ilusão minha? — Ela perguntou ao Seth.
— Não.
Eles ouviram as vozes de Sue e Billy os perguntando como os dois estavam. Sue abaixou-se até para verificar se ela estava bem e Mailaka saiu em direção à Bruh.
— Eu estou bem, mas acho que machuquei a Bruh.
Todos voltaram suas atenções a ela, e Seth pegou no colo a levando para dentro. Ao passarem pela garota, pôde ver seu pescoço ferido e ela desacordada. encarou confusa, aos olhos também confusos de Seth.
— Você bateu a cabeça. — falou para ele.
— O que foi aquilo ?
— Eu não sei. Foi tão instintivo…
— Presas! Saíram presas de você, e… O que foi aquela força?
— Seth! Eu não sei!
— Tome um banho e descanse, eu vou lá fora ver a Bruh.
— Mas e a sua cabeça?
— Estou bem. Relaxe. — Seth a acalmou baijando a testa dela e saiu.
limpava os ferimentos que Bruh causou a ela no embate, enquanto todos estavam auxiliando a jovem Ateara em cuidados mais precisos. Sam achou melhor que Quil não soubesse do ocorrido e que, a loba adolescente fosse levada imediatamente a um hospital. Então Charlie foi chamado por Sue para prestar o socorro em levá-la. Quando Seth contou para que segundo os médicos, por muito pouco a artéria carótida de Bruh não foi atingida levando-a ao óbito, um mal súbito tomou a . sentiu-se zonza e com uma ânsia impossível de controlar tamanho o enjoo que sentia. Ficou ao encargo de Embry evitar que a notícia chegasse ao irmão da jovem Ateara. Ele visitou em sua cabana, e a encontrou escorada ao vaso sanitário de seu banheiro. Havia recém recebido a notícia por Seth ao telefone. Embry apressou-se em prestar ajuda à amiga a colocando em repouso e continuando a lhe fazer os curativos. Emy, chamada por ele, cozinhava uma sopa para que comesse depois que seu estômago estivesse melhor. Acreditando ser causa de gastrite nervosa, a Mani os despreocupou de seu mal estar. Haviam questões mais preocupantes, tais como: o que a era ou havia se tornado?
Billy, não demorou a manifestar sua preocupação com aquilo e como o senhor prudente que era, reuniu os quileutes presentes — com exceção de Bruh e Quil — para esclarecerem o fato. Novamente, lá estava rodeada de indígenas curiosos, inclusive, alguns da reserva Whitton que decidiram a analisar e, conforme desejo de Malaika, realizar outro ritual como o anterior que havia sido feito sobre ela.
Nada adiantava perguntar à Billy ou Sue sobre o que acontecia consigo, porque ninguém ali sabia esclarecer. Ao voltar do hospital para a reserva, Bruh permaneceu em repouso na casa de Sue e quis vê-la e se desculpar. No entanto, a mulher foi surpreendida pela menina implorando desculpas pelo ataque. Bruh alegou que outra vez seu ciúme falou mais alto, porém, deixou-lhe com sequelas daquela luta que jamais pensaria ela ser derrotada por Luna. Em todos os sentidos. As duas não estabeleceram uma amizade ou tranquilidade, mas, a tolerância e o respeito pareciam surgir em prol do bem da reserva, do bem de quem amavam e delas próprias. Bruh perguntou para o que a “mulher comum” havia feito para ficar daquele jeito, e a outra, sem resposta, negou com a cabeça em um sorriso doloroso.
Jacob também não dava notícias há dias e algumas noites, podia escutá-lo perto de si. Era como se ele sussurrasse em seus ouvidos enquanto ela dormia. Como se os seus pensamentos fossem dela. E era assustador. Por mais distante que o homem estivesse não estava desesperada, porque sentia saber exatamente como ele estava e o que ele fazia.
A rotina de todos seguiu sem maiores eventos, pós Bruh x Luna. Alguns pensamentos, porém, ainda causavam perturbação em Luna, por exemplo, a mulher loira que ela avistou dias atrás com Mark, ainda era uma incógnita para ela. E um desejo suicida de encontrar Mark para perguntar a ele diretamente perambulava minha cabeça. E foi pensando naquilo que em um dia ameno e tranquilo, Seth surgiu batendo no balcão da farmácia chamando a amiga para almoçar e afastando suas ideias estranhas. Mas, não queria comer, e declarou aquilo. Seth, achando que teria algo a ver com Black soltou para ela que ele tinha notícias. então o olhou apreensiva e saiu de trás do balcão o mais rápido possível.
— Ele voltou?
— Não, mas eu consegui falar rapidamente com ele por telefone. Ele está bem, e esperarão mais alguns dias antes de decidir se devem ou não voltar.
— Droga!
— Fique calma, está tudo bem. Agora que tem notícias dele, vamos almoçar?
— Não. Eu estou sem fome.
— O que está havendo com você? Não me parece bem. Achei que estaria preocupada com o Jake.
— Eu sei exatamente o que está acontecendo com o Jacob, não estou preocupada com isso.
— Como assim?
— Não sei explicar, mas eu posso senti-lo quando quero.
Seth encarava-a curioso.
— Desde quando isso começou?
— Dias depois do ataque de Bruh... — comentou e apesar de muito curioso, Seth elencou aquilo na “lista de mistérios sem respostas” que ultimamente permeavam a vida dos quileutes.
— E o que te preocupa, então?
A mulher olhou para ele sem saber se deveria dizer a verdade, ou se deveria esconder. Entretanto, as conexões estavam mudadas também, e Seth era capaz de pressentí-la pelo visto:
— Não, você não vai atrás daquele frio!
— Como você sabe que... — suspirou — Enfim, esquece.
— O que você pode querer com ele agora, Luna?!
— Eu o vi semanas atrás acompanhado de uma mulher.
— E daí?
— Ou ele trouxe alguém para Forks, ou ele estava abordando alguém daqui. E depois não o vi mais e nem a mulher.
— Quem era ela?
— Eu não sei e por isso fico aflita! Me sentirei muito culpada se aquela fosse mais uma… presa de Mark ou Darak.
— Não os vejo e nem temos notícias deles, há muito tempo.
— Então concorda comigo que temos que averiguar se tudo ocorre bem com o acordo?
— Sim, eu irei até o esconderijo deles. — Seth declarou.
— Não! São dois contra um e agora podem ser três!
— E quem fará isso? Você? Jacob me mata se souber que deixei você se aproximar do frio.
— Vamos combinar assim: ninguém faz nada por enquanto. Pensaremos juntos numa maneira de investigá-los. Certo?
— Certo. — Seth respondeu desconfiado e se despediu: — Trarei uma marmita para você.
— Não quero.
Com a teimosia de o irritando mais que o normal, Seth acenou a cabeça contrariado e foi embora. telefonou para saber como estavam Quil e Bruh, e Sue dissera que o mais velho Ateara recuperava-se bem. Parece que Quil desejava sair daquela o mais rápido possível, antes mesmo de Jacob retornar com a solução. Já Bruh, não apresentava bons sintomas. Tinha febres altíssimas, e embora cicatrizados os ferimentos graças aos ataques de Luna, ela ainda estava muito fraca para tomar a forma de loba.
Naquele dia, passou mais tempo em seu laboratório entre pesquisas incessantes sobre como ajudar os quileutes. Não encontrava nada muito promissor nos artigos, e, uma das universidades em que ela entrou em contato, a trouxera um atrativo material. Ela lia e relia as páginas da pesquisa enviada pela Università di Bologna, seus olhos cansados começavam a deixar as palavras turvas e letras embaralhadas. Olhando no relógio percebeu que ele já marcava oito horas da noite. Havia perdido a noção do tempo e em seu celular constavam inúmeras chamadas do pessoal da reserva. Ela retornou a ligação para Sue avisando o que aconteceu e que já voltaria para casa.
A noite estava bastante fria, e com um fino suéter que mal conseguia aquecer-se reuniu suas coisas pronta para ir embora. Trancou o laboratório e caminhou até seu carro. Ao tocar a maçaneta, um vento rápido e perfumado passou por ela. Assustada, ela olhou para trás e nada viu. Aquela era a sensação estranha, mas comum, de quando Mark se aproximava…
— Mark? — encarou o seu redor o chamando, mas não enxergava ninguém. — Mark, você está aí? Pare de palhaçada e fale logo o que quer…
Nada ainda.
— Darak, é você? — Ela continuou falando sozinha para a penumbra da noite.
julgou que estava enlouquecendo mais rápido do que imaginou que aconteceria desde que chegou à Forks. Ela entrou em seu carro e deu partida de volta à casa um pouco mais confortável pela temperatura mais quentinha no automóvel. E um pouco mais segura por estar trancada dentro dele.
Na altura do seu antigo bairro, o Kalil, ela se assustou com algo parado no meio da estrada e freiou bruscamente. Havia alguém no meio da estrada. Ao olhar para os lados, ela constatou que estava de frente para a sua antiga casa. O agora entendido por ela, mausoléu, que a mesma vendeu para Mark, e havia uma única luz acesa dentro dela. Depois de esmiuçar atenta aquele cenário conhecida, retornou seu olhar à frente para a estrada novamente, e gritou de susto ao ver uma pessoa tão perto. Ela caminhou calma e risonha até a lateral da janela do motorista. estava muito, muito, eufórica, mas não demonstraria aquilo nem que estivesse com as mãos da morte sobre seu pescoço.
A mulher loira, a mulher que avistara com Mark bateu no vidro do carro pedindo para falar com ela. Tinha um sorriso plácido e um olhar mortal. observou novamente a casa e nada diferente da única luz acesa estava ali. Encarou aquela mulher com a coragem que aprendera a ter em Forks. “Se fosse para me matar, eu já estaria morta”, foi o que pensou. Contudo, mesmo quase certa de que não morreria naquele momento, o fascínio que enxergou nos olhos dela era horrendo. retirou o cinto de segurança e manteve seu carro ligado. No mesmo instanto seu celular tocou denunciando uma chamada de Embry. As duas encararam o aparelho juntas — Luna, de dentro do carro com o telefone em mãos, e a mulher loira, do lado de fora observando-a. não atendeu a chamada, apenas abaixou o vidro da janela.
— Então você é a Luna?
— Quem é você, e o que quer comigo parada como uma assombração na estrada?
Ela gargalhou fino e assustadora.
— Eles disseram mesmo que você era corajosa e ousada!
— E não socializo muito com tipos como vocês, fale logo quem é você!
— Tipo como nós? Mas, o que acha que eu sou?
— Diga você.
falou ríspida e seca, a fim de acabar logo com aquilo. A mulher, claramente uma criatura da espécie de Mark e Darak, arqueou uma sobrancelha e estendeu sua mão com unhas perfeitamente feitas na direção de nossa heroína.
— Muito prazer. Eu sou Valerie. — apresentou-se em tom irônico.
— O que você é? — perguntou pegando sua mão em cumprimento, e notando o quão gelada estava, tivera certeza: era uma vampira — Ou melhor, há quanto tempo você é um frio?
Irritada com a petulância, mas sem demonstrar alterações de humor Valerie aproximou seu rosto ao de Luna, e sorrindo respondeu-lhe a centímetros de distância. A respiração da humana, porém, dava sinais de falha.
— Há muito mais tempo do que você sonhava nascer, humana.
— E o que quer comigo, Valerie?
— Apenas queria me apresentar… Conhecer a mulher que foi poupada da sede de Mark e Darak... Porque será que eles não beberam? Já pensou nisso?
— Não tenho o menor interesse em saber o que eles pensam sobre mim, na verdade, não existe qualquer ligação entre nós. E vocês três deveriam ir embora de Forks o quanto antes, tão silenciosos quanto chegaram.
deu indícios de partir com seu carro, deixando a vampira com aquela provocativa palhaçada para trás, mas Valerie segurou o volante fazendo-a encará-la.
— Eu vim ajudar você Luna. As suas respostas estão bem guardadinhas comigo, e mais rápido do que pensa você poderá tê-las. Acredite, tudo pode mudar para você e para melhor.
— Do que você está falando?
— Tudo tem um preço, você sabe. E o meu preço… Bom, se quiser mesmo continuar esta conversa, sabe onde me encontrar. — Valerie disse apontando a antiga casa da mulher e com sarcasmo: — Está muito friozinho para continuar conversando aqui fora agora, não é?
Ela abraçou os braços e fingindo uma ingenuidade que já notara não existir nela, sorriu esfregando-os. Valerie deu meia-volta ao carro caminhando de volta para a casa, acenou sorrindo em despedida.
Frio definitivamente era a última coisa que ela sentia, quis dizer a ela. Porém não daria mais chances para um cenário pior. deu partida no carro, respirando fundo e longamente. Assim que chegou à reserva, ela fechou as janelas de seu carro, desceu do mesmo, encontrando Embry sentado ao sofá da cabana dela, e preocupado.
— Por quê não me atendeu? — O rapaz perguntou à amiga logo que ela entrou em casa.
— Boa noite, e desculpe… Eu estava dirigindo.
— Hm… Tem certeza? — Embry pôs-se de pé a analisando.
— O que houve?
— Estou preocupado com você! Seth disse que você estava estranha, e não quis nem comer.
— Em compensação eu comeria um carneiro inteiro agora.
— Já preparei o seu jantar.
manteve a calma e olhou com ternura para Embry. Estava feliz por tê-lo como amigo, e andando até ele o abraçou forte.
— A gente se afastou tanto, não foi?
— Não acho… — Ele riu suspiroso — E já acendi a lareira para te aquecer, suba para tomar um banho, eu te espero aqui.
Beijou o topo da cabeça e afagou os cabelos dela. Ao entrar em seu quarto, notou que havia uma blusa de moletom sobre a cama. A blusa era de Embry e ela se lembrava perfeitamente daquele dia. O dia em que ela foi para a reserva pela primeira vez e por conta da chuva molhou suas roupas. Sorriu saudosa àquele tempo onde ela não passava de uma querida estranha intrusa na reserva. E depois, no banho, sorriu divertida ao lembrar de Embry e ela como um casal. Quem diria que tanta coisa mudaria entre os dois. Contudo, chegar em casa e notar a preocupação e cuidados dele apenas reforçava que Embry nunca deixaria de ser o primeiro amigo quileute que ela fizera, e se colocava cada vez mais como um irmão mais velho.
Ela desceu as escadas, Seth já havia invadido sua casa e comia seu jantar sentado em frente à lareira ao lado de Embry.
— Ele invadiu e roubou sua comida, eu tentei impedir.
— Tudo bem, Embry. Eu já estou me acostumando em como reagem os irmãos caçulas.
Sorriram os três e após montar seu prato de fetuccine de cenoura ao molho pesto, se reuniu com eles.
— O que fez hoje, Lu? — Embry perguntou.
— Trabalhei como uma escrava.
— Estava até agora no laboratório?
— Sim, Embry… Recebi alguns artigos de Bologna, perdi a noção do tempo os lendo… Aliás, Seth, conseguiu falar com Jacob de novo?
— Não, não consegui.
Suspiraram pesadamente. Seth recordando-se da conversa mais cedo de repente iniciou um diálogo investigativo. Embry não entendia nada, mas o contou o mesmo que dissera ao Clearwater mais novo a respeito de investigar os frios em Forks. E quando Seth iniciou seu “eu tenho um plano”, Luan o interrompeu contando de Valerie.
— Encontrei-me com a mulher loira. É uma vampira, seu nome é Valerie.
— Luna! Nós combinamos que ninguém faria nada até decidirmos juntos! — Ele protestou.
— Ela que veio até mim! O que queria que eu fizesse? “Só um momento, que eu vou ver com meu sócio se posso falar com você”!
— Você correu risco demais, Luna! Deveria ter atendido a minha ligação. — Embry também reclamou.
— Exatamente Embry, eu corri risco! Já pensaram se eu a ignoro ou atendo a sua ligação? Ela poderia resolver atacar!
— Afinal! Ela é uma transformada recente, ou não?
— O que isto importa Embry? O tal Mark quebrou o acordo que a estabeleceu com ele de qualquer jeito! Vamos, vamos nos reunir e ir atrás dele!
Seth se levantou impetuoso, mas Embry o segurou pelo punho revirando o olhar.
— Cale a boca garoto, senta aqui.
— Você dois, me ouçam! Ela veio propor algo a mim, pelo menos foi o que pareceu.
repetiu as palavras dela e os meninos refletiam sem entender nada. Seth coçava a cabeça, pirracento por toda a nova confusão que começava. Parecia que um problema nunca teria fim para outro começar. Ou na pior hipótese — a que acreditava — todos os problemas eram apenas um interligados como uma grande bomba programada.
Embry, mais maduro a cada dia controlou o nervosismo de Seth, e decidiu que não agiriam por impulso. O que significava que a não deveria teimar em agir igual. Lembrou-os de que ela era o “meio de comunicação” entre os lados, e que sabia como agir com Mark se fosse preciso dialogar. Mesmo assim, preocupados, os dois disseram que vigiariam os passos dela. Antes de irem embora, Seth abriu a porta da cabana na saída, e olhando para ordenou:
— E vigiar seus passos também engloba controlar a sua alimentação, ouviu garota!?
Ela sorriu afirmando cansada e logo depois que saíram, foi dormir.
No meio da madrugada outro pesadelo a assolou. Diferentemente do anterior, andava à frente de um imenso túnel escuro. Ao seu lado estava Mark e atrás deles, pessoas encapuzadas. Parecia adentrar uma caverna e quando a imensa porta se abrira, ela ouviu uma voz lhe chamando. Luan acordou assustada. Sua lombar formigava, então ela se sentou na cama e sacudis os cabelos nervosamente. Não entendia nada do que vinha acontecendo consigo e aquele formigamento muscular só poderia ser o cansaço extremo de horas sentada no laboratório. A fim de espreguiçar-se, ela se levantou e tocou em sua lombar esticando-se para frente, mas ela sentiu uma queimação local incomum. caminhou até a caixa de medicamentos no banheiro para procurar um relaxante muscular, e a dor e queimação aumentavam. Quando tocou o local sintomático do corpo com a mão direita, sentiu um reflexo branco em seu olhos e uma espécie de visão do momento em que ela tocou na mão de Valerie, surgiu. puxou sua mão que havia cumprimentado Valerie e que era a mesma sobre sua lombar e viu que ela estava suja com sangue. Ainda sentia dor e estava assustada, apavorada na verdade, de costas ao espelho foi averiguar. E qual surpresa horrenda não foi, ao ver uma marca surgindo aos poucos sob sua tez rasgando-a e ferindo, deixando uma linha fina e mais clara que sua pele, como um sinal natural, uma tatuagem sem cor. Ela se aproximou mais do espelho e devido ao sangue, pela marca em aparente queimadura — como aquelas feitas a ferro quente — não podia entender o que era o desenho. Reuniu seus itens de primeiros socorros e tentou limpar com dificuldade o local, mas não conseguia sozinha. Telefonou ao celular de Seth na esperança de que ele acordasse e atendesse e ele atendeu. Surgiu eufórico, batendo apressado na porta da cabana da amiga.
— O que houve, Lu!?
— Venha, suba comigo!
Seth se preocupou ainda mais ao notar a feição de horror estampada no rosto de Luna. Ao entrar no banheiro, ele bateu os olhos nos preparos de primeiros socorros e antes que perguntasse qualquer coisa, a mulher retirou a própria blusa de seu corpo e se virou de costas a ele.
— O que você fez? — Seth deixou o queixo cair em descrença e ora encarava os olhos da amiga, ora a marca em suas costas.
— Eu não fiz nada, Seth! Juro!
— Como isso aconteceu?
Ele tocou na ferida, e como se o gesto despertasse algo, outra visão forte e clara veio à frente dos olhos de Luna, como uma espécie de premonição. Era Jacob correndo pela mata densa e atrás dele a matilha, em seguida Seth ao meu lado dela, e os dois iam a algum lugar desconhecido.
— Luna?
— Outra visão! Acabei de ter outra visão quando você tocou a marca! — confessou apavorada.
— Pelos céus, o que está acontecendo aqui? — Seth cruzou os braços a encarando tão assustado quanto a amiga.
Então contou ao Seth tudo que ocorrera naquela madrugada. Seth tocou novamente na ferida, mas a mulher não sentiu mais nada além da dor do ferimento. Ele limpou e fez os curativos. Apesar do horário, para Luna, outra vez já não havia mais sono. Os amigos desceram para a cozinha, ela preparou um café quente e Seth disse que estava exausto demais para se dopar com cafeína. Se jogou no sofá da sala e adormeceu rápido. Sua feição confusa e séria, denunciava o sono conturbado pelos inúmeros ocorridos de dias. se sentou no banco da pequena ilha de sua cozinha, e ficou de frente à janela daquele cômodo observando a neblina lá fora. Quando finalmente notou os sinais do amanhecer, a saiu antes de Seth acordar deixando-o apenas com um bilhete:
“Fui atrás de respostas, e não se preocupe, não irei até Valerie.”
Ela estava parada encostada ao capô do seu Mustang de frente para a mansão de vidro. A placa “Residência Cullen” sob a neblina fraca que se dissipava naquela manhã, mostrava fracamente um risco sobre as palavras, e que parecia recém-feito.
— Eu estou pensando mesmo em arrancar esta placa daí.
escutou ele dizer e já imaginava o sorriso sacana que estaria em seu rosto. Ela já sabia que Mark estava chegando, afinal, agora, ela podia pressenti-lo. O vampiro saiu de trás do carro dela e parou encostado ao lado de Luna, sorridente.
— Ah que devo a honra?
— Onde estava, Mark?
— Sou seu namoradinho, agora, por acaso, para lhe dar alguma satisfação?
— Nunca, apenas queria saber porque não saiu pela porta da frente da sua casa.
o encarou de maneira desafiadora, e o olhar de Mark sobre ela mudou. Era sempre tão ameaçador, mas naquele momento, ao cruzar de seus olhares, a mulher pôde notá-lo desarmado.
— Há algo diferente com você…
— Há mesmo, e você vai me responder algumas questões.
— E se eu não quiser? — virou-se apoiando-se sobre seu cotovelo e a desafiou.
— Não estou lhe dando escolhas.
— Uau… O que fizeram com você?
— Quem é Valerie, e por que ela está aqui?
— Ela já te encontrou?
Mark ficou surpreso e alarmado, tudo, claro, dentro de suas atitudes sempre muito concisas. assentiu afirmativamente e ele se levantou ajeitando sua impecável vestimenta. Andou em direção ao interior da casa e após um tempo observando em volta, entendeu que era para o seguir. Marl encarou-a levemente sobre seu ombro e sorriu de lado afirmando:
— Estamos sós, não se preocupe.
— Isto nunca foi razão para não me preocupar.
Ele deu uma risada fraca e abriu a porta para que ela entrasse. Era a segunda vez que pisava ali, e a sensação não se tornara melhor. Aquele lugar era sombrio, mesmo com tanta luz adentrando-o.
— Valerie te assustou, foi?
— Não. Talvez um pouco, mas, me deixou muito mais curiosa do que com medo.
— Claro… E aonde ela te encontrou?
— Ao que parece você cedeu à minha antiga casa aos seus amigos monstrinhos. — esclareceu um tanto ofendida.
— Outch! Monstrinhos? E os seus amigos são o quê? — Mark zombou dramático.
— Certamente não são monstros, mas não vim discutir quais seres sobrenaturais são mais assustadores, ok?
— Até porque ganharíamos.
— Não seja infantil, Mark. Não faz o seu estilo.
Ele riu debochado e ofereceu que ela se sentasse. observou ao redor e não recordava se havia móveis naquela casa a última vez que estivera ali. Mas, agora havia.
— O que quer saber? Já adianto que não garanto responder nada. — O frio perguntou um tanto desconfiado.
— Você vai responder. E para começar, quem é Valerie e porque ela está aqui?
— Não é minha namorada se quer saber.
— Não perguntei isso.
— Aquele dia na praça, você me pareceu bem enciumadinha… — Mark rodeava o assunto com piadas inadequadas e estava sem paciência.
— Mark! Não faça piadas, eu não estou com esta paciência.
Com a altivez da mulher, a expressão brincalhona do vampiro modificou-se à séria.
— Sua ousadia é irritante. Vale lembrar que você está no meu território.
engoliu seco. Ela interpretava um excelente papel despreocupada, embora estivesse uma pilha de nervos. O que faria se por acaso outros deles chegassem?
— Apenas me responda, sem mais piadas, por favor.
— Melhor assim… Valerie é uma de nós, e está aqui por sua causa.
— Ela disse que veio me dar respostas, sob um preço. Do que ela estava falando?
— Ela estava falando o que você queria ouvir, não significa que ela veio para isso. Ela pode manipular você, se você não acordar antes disso.
— Sem piadas e sem metáforas, Mark.
— Já deve ter notado que há algo diferente em você.
suspirou e percebeu que o frio sabia talvez, das informações que ela precisava e que serviram como isca de Valerie para atiçar a curiosidade de Luna, outrora.
— Sim. Eu notei.
— Você, por incrível que pareça, pode representar um risco para nós, Lunazinha.
— Sentenças de diálogo maiores, serão apreciadas, Markzinho. — Ironizou ela de volta, impaciente pela fala dele carregada de mistério e poucas linhas.
— Antes de mais nada… Quero que saiba que… — Ele parou de falar e se mover, como se congelasse, e girou a sua cervical como se buscasse algum controle: — Droga!
— O que houve Mark?
— Você não tem dimensão do que faz comigo.
— Do que você está falando?
— Pare!
— Eu não estou fazendo nada.
— Este seu… desejo de saber a verdade… é perigoso.
Mark se afastou e ficou de costas para Luna. Como um estalo na mente dela, notou que algo em si o fazia reagir aos seus comandos… Ele não queria falar nada, mas, estava ali. Algo nela parecia controlar as reações dele, e imediatamente se recordou das várias vezes em que ele poderia tê-la assassinado e não o fez, e as outras tantas vezes que ele indicara sentir uma atração a estar com ela assim como ela, a ele. Como um ímã.
— Meu desejo de saber a verdade? — se levantou aproximando e refletindo sobre aquilo. Sua sede pelas respostas o fazia falar? Era isso? Ela não sabia, mas usaria a seu favor. — Olhe para mim Mark.
Ele virou-se após relutar um pouco se deveria ou não, mas na aposta de que tinha o poder de controlá-lo, acreditava que desejando fortemente ele obedeceria.
— Fale o que sabe sobre mim, Mark.
— Você tem poderes sobrenaturais e já sabe disso, Valerie foi enviada para detê-la. E a melhor forma é transformar você, então fuja de Valerie.
— Como eu represento um risco para vocês?
— Vai descobrir quando se despertar para o que você é. — Mark relutava em falar, mas era como se estivesse sendo torturado, imóvel e dolorosamente pela presença de Luna.
— Seja mais claro, por favor, despertar para o quê?
— Valerie é quem sabe e por isso está aqui. Mas, não pense que conseguirá as respostas dela tão fácil como está sendo comigo. Desde o nosso primeiro contato, você estabeleceu um controle que me afetou, e eu já estava envolvido sem que fosse minha vontade.
— Valerie pretende me transformar e Darak e você vieram para ajudá-la?
— Não, nós viemos por outra razão, mas ao descobrir você, outros descobriram.
Aos poucos, Mark foi retomando o controle do que queria e deveria dizer, no entanto, colaborou de bom grado. Afinal, ele não era o inimigo que pensava. Nunca foi.
— Como outros descobriram que eu estava aqui? Vocês disseram?
— Sim, inicialmente, Valerie estava envolvida com as mesmas questões de Darak e eu, mas… Foi designada a cuidar de você.
— Então, a Valerie sabe mais ao meu respeito, e há alguém que não me quer por perto. Certo?
— Sim.
— Então, Valerie terá que me explicar direitinho o que está acontecendo!
— Não, não faria isso se fosse você! — Mark alertou, nitidamente preocupado — No estágio em que você está, Valerie concluiria seu objetivo rapidamente.
— Por que está me ajudando, Mark? — Foi então que percebeu que a postura dele para com ela, era protetiva desde que o conheceu.
— Porque você está me obrigando. — Ele mentiu.
— Quanto mais eu posso te obrigar? — A fim de testar, perguntou-o enquanto se aproximava lentamente dele.
— Você terá que descobrir essa, sozinha, mi amore.
Seus olhos eram desafiadoramente atraentes. Como em toda vez que eles estavam próximos, percebia um sentimento de sedução entre eles, e aleatoriamente ela começava a gostar bastante daquilo.
— Outra coisa, Mark: Darak não precisa saber desta conversa, certo? Até porque, eu não sei qual é a dele.
— E nem a minha. — Mark advertiu como se tornasse a tentar soar ameaçador para ela.
— Mas, acho que eu consigo colocar você todo na palma da minha mão, logo, logo.
— Veremos! — O vampiro suspirou ao sentir o corpo retomar o controle próprio. Luan fazia de propósito ou ainda não havia percebido o quanto estava poderosa? — Mas, fique tranquila, se você me pegar, pega o Darak também.
— Vou providenciar as duas jaulas o mais rápido possível.
Assim que ela terminou de falar, Mark relaxou como se aquela fosse a primeira vez que respirava durante todo aquele diálogo. sorriu vitoriosa saindo dali e acenando-o de costas. Ela não sabia a razão para aquilo, mas descobriu que não tinha mais medo de Mark. E naquele momento em que saía de perto dele, sua marca ardia ainda mais forte.
No caminho de volta à reserva, ela telefonou para Seth.
— Garota! Onde você está? Luna, você perdeu o juízo?
— Estou bem Seth, fica calmo. Já foi trabalhar?
— Não! Como iria sem saber o que te aconteceu?
— Malaika está aí, não está?
— Sim, mas o que…
— Você lembra o caminho para a reserva Whitton? — o interrompeu.
— Lembro, mas o que…
— Prepare algumas roupas, vamos sair e pode ser que não voltemos hoje. — Novamente ela ordenou sem deixá-lo terminar.
— O que está tramando, Luna?
— Tente arrancar informações sobre mim com a Malaika, não acho que ela vá me falar mais alguma coisa…
— E nem eu a mim, mas tentarei.
— Certo, estou quase chegando!
— Espera! É segredo que vamos sair?
— Não, eu não te chamaria se fosse… Como se você soubesse manter segredo. — Zombou a amiga dando um pouco de humor à conversa entre eles que parecia um tanto tensa.
— Você vai me contar direitinho o que foi que te deixou atrevida assim, esta manhã!
— Atrevimento, é minha mais nova qualidade… Você não sabe o quanto!
desligou a chamada e não demorou para que ela e Seth saíssem em direção à reserva Whitton.
dirigia atenciosa e ansiosa, enquanto Seth a ensinava o caminho à reserva Whitton. Ele não havia perguntado nada sobre o que havia acontecido porque sabia que alguma hora, ela mesma faria. Mas, como sua curiosidade era característica principal, não segurou por muito tempo:
— Você não vai me contar nada?
— Este é o Seth. Seth não sabe esperar. Seth é impaciente e fofoqueiro. Acalme-se Seth, estou colocando as ideias no lugar.
— Esta é a . quer tudo no tempo dela. deixa os amigos aflitos. na verdade, está selecionando o que vai me contar ou não. Oras , fale logo.
Os dois se olharam zombeteiros e começaram a rir.
— Está certo… Eu estive com Mark.
— Eu sabia! — Seth falou e suspirou insatisfeito.
— Ele me revelou fatos curiosos e estamos a caminho da verdade.
— Sobre você? Na reserva Whitton? Mal sabem sobre nós…
— É verdade, mas, Malaika já provou conhecer alguma história, não é?
— Conte, o que ele disse?
— Antes de falar o que eu ouvi, preciso te contar como eu me senti. — encarou Seth com espanto recordando-se das sensações, e ele desligou o rádio do carro para se atentar ao que escutaria: — Seth, assim que cheguei… Não, na verdade, dias atrás. Quando encontrei Valerie. Eu senti o habitual temor e calafrios de quando eles se aproximam. Mas, hoje com Mark, eu pressenti que ele chegava, mas não com a sensação de antes. Era como se eu não tivesse medo. Como se eu soubesse exatamente quando ele chegaria. E aí, enquanto conversávamos, eu descobri que posso estabelecer um controle sobre ele.
— Como assim?
— Eu não sei explicar ainda, mas, Mark foi respondendo minhas perguntas “meio obrigado”, era o meu desejo de saber a verdade que o fazia responder. E ele lutava contra aquilo.
— Já vi algo parecido antes… — Seth afirmou apertando os pequenos olhos a fim de revolver as lembranças do passado enquanto contava: — Havia uma deles, quando Bella ainda estava aqui. Na verdade, nada exatamente igual, mas havia uma vampira que podia torturar os outros com dor. E outra podia eletrificar quem quisesse com um simples toque… Bem, mas por mais que eu pense, não me recordo de nenhum ser parecido com o que você diz.
— Não é físico. O que eu pude fazer com Mark, é psíquico!
— Edward lia pensamentos. E a Alice podia prever o futuro. Até onde me lembro, eles estão mais perto do que você diz conseguir ter feito.
— É mas, eu não sei como fiz isso. Eu só deduzi, pelas reações de Mark.
— Quando você lutou com a Bruh, não se transformou em nada, mas, eu vi. E você sabe que é verdade: presas saíram de sua boca! — Seth tentava buscar alguma ordem e relação nos fatos trazido pela amiga.
— O que está insinuando? Que eu sou um tipo de vampira agora?
— Bem… Você lutava como eles… Com força sobre-humana, em um corpo de mulher e tinha dentes afiados. Eu diria que foi um embate muito parecido.
— Não! Não viaja Seth! Eu não sou uma deles!
— Não estou dizendo que é. Só estou buscando pistas de onde começar a procurar.
— Espera… Mark disse que Valerie sabe sobre mim, e ela também disse que tinha respostas… Ele disse também que ela veio para cá, para me deter e que eu deveria ficar longe dela porque sua intenção é me transformar em uma deles, pois, eu represento alguma ameaça a eles.
— Mas, se você fosse como eles, por que te deter? E te transformar? E como você é uma ameaça?
— Droga Seth… Está tudo tão confuso, eu nem sei por onde começar! — bufou batendo no volante impaciente.
— Calma, vamos passo a passo, tudo bem? — Seth suspirou e pegou na mão da amiga a confortando.
— Certo! Primeiro, vamos descobrir o que os Whitton podem saber a meu respeito.
— Malaika não me contou nada diferente do que já havia dito a você.
— Pegue um papel e caneta na minha bolsa. Vamos criar um roteiro.
Seth seguiu seus comandos, e a medida que eles viajavam e se aproximavam, o “roteiro” ia ficando grande. Tão grande quanto o a quantidade de dúvidas naquilo tudo:
Quem é ?
Tem descendência indígena, e possível proximidade com os quileutes;
Malaika diz que é responsável por despertar algo nos quileutes, que guarda o espírito de um lobo e que é uma presença perigosa;
Os pesadelos de demonstram duas espécies sob o controle de uma mulher;
pressente os frios e possivelmente pode os controlar;
Surge em uma marca, e ela sente-a queimar quando está com os frios;
teve visões possíveis do futuro;
Mark disse que Valerie tem interesse particular em , e que ela é uma ameaça aos frios.
não é um frio, pois segundo Mark, Valerie ainda tem que transformá-la;
Mark revela que realmente tem poderes sobrenaturais;
Seth leu item a item. Em seguida, a encarou aguardando a sua posição sobre tudo.
— Ainda está confuso, mas… Vamos começar pela minha ligação indígena com vocês? Quer dizer… Tentar descobrir que lenda é esta que faz os Whitton “me selarem” com aquele ritual.
— Eu já te previno que eles não são muitos adeptos a compartilhar segredos.
— AH! E agora você diz isso? Por que não trouxe Malaika, então?
— Porque eu mal sabia o que estava acontecendo!
Os amigos chegaram na reserva “vizinha”, e se olharam incrédulos um com o outro por não pensar na resistência que encontrariam. Não poderiam perder aquela viagem. Então disse ao amigo que, se nada ali os ajudasse ela procuraria a avó de Scott. Ela parecia saber muita coisa também.
Seth assentiu e desceu do carro antes, foi caminhando até o líder da reserva que já os espreitava. Apresentou-se, mas antes disso, havia sido reconhecido e com isso, eles foram bem recebidos, entretanto, como Seth imaginava, os Whitton não facilitaram. Após insistir respeitosamente no assunto, os convenceu a compartilharem algo. Ela lhes contou o que Malaika havia dito a ela, mas esperava conseguir compreender melhor. Logicamente, Seth a auxiliou com o dialeto deles.
O ancião da tribo chamou-a para dentro de uma das cabanas. Os anciãos estavam acima dos líderes, e foi com a ajuda dele que ela conseguiu saber algumas coisas. Entre elas, a lenda da deusa Rhikan, que a avó de Scott havia lhe contado. encarou Seth, um pouco apreensiva. Apesar do receio, o velho lhe passou confiança e então os dois o seguiram o ancião, cujo nome Seth a informara: Taekhi.
A cabana dos Whitton pouco se diferenciavam das quileutes. E já havia estado numa delas, antes, mas, não havia se atentado aos detalhes: eles tinham demasiadas imagens talhadas espalhadas por suas cabanas. Acreditavam ou cultuavam mais os espíritos do que os quileutes. Foram convidados a sentar sobre um grande tapete, após entrarem em um cômodo que julgava ser “o oratório” do ancião. O velho sorriu amigável para os dois, e Seth comunicou-se com ele. Algo que talvez fosse um “pode começar”, uma vez que assim que o falou, Taekhi começou a história.
“Em um tempo muito antigo, antes mesmo de homens caminharem pelas matas conscientes do que eram, e de todas as coisas terem nome, existia uma deusa. Rhikan. Detentora do conhecimento sobre as matas, e sobre magia. Rhikan era a própria Lua e o Sol. Ela podia controlar os ventos, as águas, mas principalmente o nascer da noite e do dia. Conta-se que nada mais vivia sob o universo. Então, Rhikan manifestou-se num corpo humano e desceu à Terra, no desejo de saber o que havia aqui. Ela peregrinou por todo o canto, onde o olho humano possa ver. E chegou a infinitos onde nem mesmo nossa cabeça poderia criar. Não havia outros como ela, e nem figuras como as que ela havia se materializado. Apenas animais. Rhikan passou muito tempo sozinha na Terra, descobrindo-as. Lobos a acompanhavam durante o dia. E os morcegos, faziam da noite, um evento mais vivo. Um dia, Rhikan notou que quando ela invocava o anoitecer, os lobos adormeciam, e ao invocar o dia, eram os morcegos que adormeciam. Nomeou-os criaturas do dia, e da noite. Até que chegou o tempo em que, lobos e morcegos não satisfaziam mais a companhia da deusa, e ela criou um ser idêntico ao que ela havia materializado-se. Contudo, os animais antes fiéis a ela, se aproximaram daquele novo ser. E Rhikan enciumada decidiu retomar sua forma divina e voltar à dimensão do universo ao qual pertencia. A nova criatura então, se apaixonou pelos lobos. E originou outros iguais a ela, mas também iguais aos lobos. Foram os primeiros de nós a existir. Rhikan enfurecida, tomou a noite fazendo todos adormecerem, e com sua magia fez com que os morcegos transformassem alguns deles, em seres como eles. Não exatamente iguais, assim nasceram os frios. A primeira criatura, chorou a perda de seus filhos, que deixaram de ser o que eram. E Rhikan ressurgiu após sua maldade, separando as espécies e lançando a maldição: um não pode viver com o outro. A noite é inimiga dos cães, e o dia inimigo dos frios. A deusa era a única que podia controlar a noite e o dia, e por isso, controlar os frios e os cães, assim como seus descendentes. E àquela primeira criatura que criara, ela proferiu: darás a luz a uma criança que será minha e entre os dois mundos poderá trazer a paz ou o caos. Nunca mais ouvira-se falar na deusa, que sumira da Terra deixando-os, e apenas voltara a controlar o nascer da noite e do dia.”
Seth traduzia cada frase de Taekhi e ao terminar, os amigos olharam um para o outro, curiosos e confusos. Taekhi sorriu e os perguntou:
— Suponho que não é o suficiente para compreender?
Seth traduziu a pergunta do ancião. , em resposta, negou com um aceno de cabeça. E então, o ancião levantou-se, e saiu retornando com um livro velho em mãos.
“Há muitos anos, é aguardada a profecia. Os frios buscam a criança de Rhikan, para que tomem o poder da deusa para si e dizimem aqueles que os destroem. Contudo, a profecia é clara. A criança, cuja a deusa disse que nasceria daquela que deu à luz e apaixonou-se pelos lobos, é irmã dos lobos. E por isso, eles se encontrarão em algum tempo. E juntos formarão uma forte aliança.”
Taekhi mostrava as páginas do livro, cheia de frases em dialetos desconhecidos que Seth avidamente os lia. Enquanto , apenas se atentava às figuras. Poucas ela compreendia. E então, em uma das páginas ela viu o selo que Malaika havia colocado em si e apontou para ele olhando o ancião em dúvida. Ele compreendera o que ela queria dizer, mas nada dissera. Então a amiga pediu a Seth que o perguntasse, se ela era a criança de Rhikan.
“Não é algo que devemos assumir. E nem negar. A única pessoa que pode descobrir a criança, é ela mesma. Que despertará no tempo certo. Tudo o que sabemos sobre a lenda de Rhikan é isto. E por isso, controlamos os ataques com o selo de Rhikan. Acreditamos ter funcionado em você, e por isso Malaika o utilizou. Mas, não podemos dizer que é você a criança da profecia. Isso só você pode descobrir, ou não.”
se deu por satisfeita após tudo aquilo e disse ao Seth que podiam partir. Eles se levantaram e agradeceram ao ancião. Saíram da cabana e o líder da tribo estava do lado de fora aguardando. Taekhi sorriu para os dois jovens e pegando na mão de , encarou seus olhos por alguns minutos, sério e silencioso. E depois sorridente lhe disse: “não se preocupe com as respostas, elas virão até você”. assentiu silenciosa e saiu em direção ao carro.
No caminho de volta, Seth e ela pareciam ter descoberto a cura de um câncer raro. Estavam pensativos e silenciosos. Só quebraram o silêncio até a metade do caminho de volta, quando ela decidiu falar:
— E então? — perguntou — O que achou disso tudo?
— Muita coisa indica que a profecia pode ser sobre você.
— Muita. Pegue aquele papel, e me acompanhe…
Seth pegou o “roteiro” em seu bolso e acompanhou os pensamentos da amiga.
— Segundo a lenda… A deusa detém conhecimento das plantas… Uma coincidência, mas…
— Você cria remédios e emplastros com maestria.
— A criatura se apaixonou por um lobo.
— Você por vários.
— E então, uma criança nasce dela que também não é nem lobo, nem frio, e nem criatura. Mas transita entre os três mundos.
— Você de novo. Humana esquisita, herança indígena com nosso sangue, e intermediária dos frios. E não esqueça, que a deusa tem poderes mágicos que controlam os mundos.
— O que me remete ao que aconteceu com Mark. E meus “poderes” sobrenaturais. Na profecia também, os frios estarão atrás da criança.
— Confere.
— Mas os lobos se encontrarão a ela, por serem descendentes indiretos.
— Você veio até nós.
— E não posso esquecer jamais, do meu pesadelo Seth: a mulher sob a lua controlando lobos e seres sombrios, um sob a noite e o outro sob o fogo. Só pode ser isso: a criança da profecia.
— … Eu não acho que tenha alguma coisa que não deixe claro que é você. E teve o lance da avó de Scott afirmar que a deusa se manifesta no seu corpo.
— Supondo a realidade ser justamente a da profecia… Qual o nosso próximo passo?
— Descobrir o interesse dos frios em você?
— A profecia já diz: destruir-me para dominar esse dito… “Poder”.
— Sim, mas… Será mesmo só isso? O Mark não havia dito que a razão de terem vindo para cá primeiramente não era você?
— Verdade… Vieram por outros motivos, mas ao me descobrirem… Na verdade, ao me descobrirem só Valerie foi encarregada de me deter. Mark e Darak ainda estão aqui, pelo mesmo motivo que de certo modo, não parece ter ligação com essa lenda.
— O que me faz pensar que o ataque ao Sam foi mesmo proposital e nada teve a ver contigo. — Seth concluiu tentando entender o que motivava Darak e Mark, os primeiros vampiros a chegarem ali, a terem ido até Forks.
Ao voltarem para a reserva, Seth e combinaram que nada seria comentado sobre aquilo. O foco se fazia necessário e deixar todos cientes colocariam mais pessoas a “comandar” a situação. E não era o que ela queria.
Aquela noite, a mal pôde dormir. Não conseguia parar de pensar no que acontecia. E depois, começou a pensar em Jacob. Até escutá-lo lhe chamando. acordou assustada. Estava sonhando, mas a sua presença se fazia sentir, como se estivesse ao seu lado. Seria mais uma novidade da sua recém-descoberta paranormalidade?
Amanheceu e ela se preparava para o trabalho, quando abriu a porta da sua cabana e encontrou Malaika parada diante da mesma, como se fosse bater ali. Ela não havia dito nada, apenas pegou em sua mão e entregou à um pacotinho. Ao abrir, a bióloga descobriu que dentro dele haviam sementes vermelhas. Ela não recordava o nome, mas reconheceu a espécie pelo cheiro. Aquilo era veneno. não entendeu aquilo, mas Malaika sorriu-lhe e voltou à cabana de Sue. Como se estivesse dando para algo que ela precisava guardar, a muher colocou o embrulho em seu bolso.
Charlie estava chegando do trabalho noturno e a abraçou caminhando com ela até Sue, depois de abraçar a mais velha, também entrou na casa dela e subiu para o quarto onde estava Quil. Ele estava em pé, com Embry e Seth ao seu lado. Não o visitava há alguns dias.
— Quil! — exclamou feliz ao vê-lo de pé — Que bom vê-lo recuperando-se bem!
— ! — Ele encarou surpreso à chegada da mulher afirmando: — Estou bem melhor!
— Eu fico muito contente com isso, de verdade. — abraçou-o e ouviu o irmão da caçula Ateara comentar ingênuo:
— Agora, quero ver a Bruh. Estranhei ela não ter me visitado mais.
— Ahn… Quil… — começou a falar sem graça, se sentia culpada, mas Embry lhe interrompeu.
— Ela andou doente Quil, mas está melhor e está na cabana de Emy, foi buscar o emplastro da .
A verdade dita por Embry pegou de surpresa, ela não sabia que Bruh estava melhor tão rapidamente e que já caminhava pela reserva. Quil assentiu e saiu do quarto apressado para ver a irmã, ele parecia revigorado.
— O que foi essa melhora repentina de Bruh?
— Foi o seu remédio. Sam, nos contou da recuperação dele e nós entupimos Bruh daquela bruxaria sua.
Embry disse brincalhão, e Seth e ela se entreolharam de modo cúmplices. Disfarçaram antes que Embry percebesse que eles escondiam algo.
— E quanto ao Quil? Ficou bem, tão de repente…
— O Quil na verdade foi uma surpresa mesmo. De ontem para hoje, teve uma melhora significativa.
Assentiram silenciosos, Seth e ela e em seguida, Embry se despediu apressado para tomar o café da manhã.
— Vamos Seth?
— Vamos, já faltei ao trabalho ontem por sua causa! — O mais novo a abraçou culpando-a pela falta e os dois desceram as escadas lado a lado, abraçados e conversando coisas cotidianas.
deu carona ao Seth e combinaram de voltar dos seus trabalhos, também juntos. O dia na farmácia foi como todos os outros. E a tarde no laboratório tão cansativa e cheia de fórmulas como todas as outras. As pesquisas de avançavam em teoria, mas não em prática. Ainda faltava algo para ela descobrir exatamente como parar as transformações quileutes. Antes de ir encontrar Seth, ele já estava parado ao lado do carro dela no fim do dia.
— Veio andando?
— Correndo. Percebi que estou ficando um lobo muito fraco então pratiquei um pouco de corrida.
— Vai dizer que a culpa disso é minha também?
— Não tenho dúvidas. — Ele zombou a irritando.
Eles entraram no carro e seguiam para a reserva até serem abordados na estrada, por Mark, poucos metros depois do laboratório, muitos metros antes do bairro Kalil. Seth desceu do carro nervoso, e o pediu para ter calma. Os dois caminharam até Mark, que parecia apressado.
— O que houve? Que abordagem é essa agora, Mark? — disse séria para ele, já tentando estabelecer o controle sobre o vampiro e sentindo a sua marca queimar nas costas. Devia significar que aquilo estava funcionando.
— Você tem que vir comigo, antes que Valerie a encontre.
— Ir contigo para onde? Está louco? não vai com você a canto algum… — Seth avançou na direção dele, mas o segurou.
— Calma Seth! Mark, me diga o que aconteceu.
Mark não parecia estar contra a discreta ordem dela, tampouco, sentia-se controlado pela mulher.
— Eu vou te levar a um lugar que pode fazer você achar as respostas que precisa. E de quebra ficará protegida de Valerie por um tempo, seu amiguinho lobo aí que me desculpe, — apontou para Seth — Mas, vocês não são capazes de defendê-la da Valerie.
— E por quê… — Seth proferia com ódio aproximando-se mais e mais de Mark — logo você quer ajudá-la?
Mark sorriu desafiador ao Seth, e olhando para os disse:
— e eu temos um lance… Ela sabe. E, para ser sincero eu preciso da sua ajuda, . Então não posso deixar nada te acontecer, ainda.
— Seth… — puxu o amigo distanciando-o de Mark discretamente e falou mais baixo: — Eu vou com ele. Pressinto que o Mark não mente, inclusive porque eu não quero que ele minta. Entende?
— Você descobriu ontem que é um tipo de bruxa e já está achando que pode montar numa vassoura e sair voando?
— Seth… Eu sei que parece imprudente, mas, eu tenho que ir. É uma boa chance de descobrir o quê além de mim os trouxe aqui.
— Eu vou com vocês.
— Não Seth! Eu preciso que você me dê cobertura aqui, e controle as coisas para mim…
— Não concordo com nada disso.
Mark se aproximou dos dois, como uma rajada de vento e revirando os olhos disse para o jovem Clearwater:
— Ei garoto! Eu não vou acabar com ela, fique tranquilo. Tem a minha palavra.
— O que faz você pensar que isso valha algo para mim? — Seth o desafiou com raiva.
— Eu já disse: eu não quero que ela seja pega. E você também não. Então, por enquanto, vamos colaborar um com o outro?
— Tudo bem Seth. Só, faz o que eu pedir. — declarou ao amigo, e a muito contragosto, mais uma vez, Seth cedeu aos seus pedidos.
combinou com Mark de a encontrar na saída da cidade. Pediu ao Seth para a acompanhar até a reserva e depois deixá-la no ponto de encontro. Seth, com razão e revoltado, bradava broncas a ela no caminho de volta. Ele não estava errado quando dizia que era uma loucura absurda que acompanhasse um frio a algum lugar que ela não fazia ideia, por um motivo que não havia sido exposto. Mas, além do seu ímpeto a correr riscos, a intuição de lhe dizia que ela o deveria seguir.
— E como faremos com Jacob? Essa manhã ele já reclamou por telefone horrores na minha cabeça por nós dois termos desaparecido ontem! — Seth indagou preocupado à amiga.
— Diremos a ele e aos outros na reserva que Julian e Hernando precisavam que eu viajasse para resolver um problema para eles. Não acho que teremos algum problema com isso já que os gêmeos mal aparecem em Forks. E se eles aparecerem não é como se alguém os fosse perguntar algo. De todo modo, por isso você deve ficar também e me dar cobertura. Eu não sei por quanto tempo ficarei fora, você precisa ser convicente de que tudo isso foi do nada, e principalmente com o Jacob. Se Black voltar antes de mim, não deixe que ele encontre os irmãos Vincent, e me avise imediatamente.
— Ele deveria ter voltado dessa expedição muito antes, isso sim. Assim ele a impediria melhor!
Seth embora desgostoso de tudo aquilo, se deixou ser convencido por ela. Ele seria a única ajuda que ela teria.
Os dois chegaram na reserva e deu as explicações aos presentes, que por mais desconfiados que pudessem estar, acharam uma urgência normal na sua rotina sempre fantástica que: “a funcionária fora solicitada pela empresa”. Já em sua cabana, preparava as malas quando Seth chegou dizendo que Sue insistiu que ela jantasse antes de partir, e perguntou a ele aonde eu iria, mas, o amigo sabia ser discreto quando queria. Fingiu não saber de nada. Seth a ajudava a separar algumas peças de roupas, quando ouviram um barulho no andar de baixo, mas não avistaram ninguém e nem obtiveram resposta quando perguntaram.
— Vamos combinar que assim que chegar lá sabe-se onde, você vai me dizer qual é o lugar. E se for perigoso vai me enviar a sua localização via GPS!
— Certo Seth.
— E tem mais, dependendo do local, eu vou calcular uma média de dias para você demorar e se passar o tempo, irei atrás de você.
— Ok.
— E você, assim que possível vai me contar o motivo de Mark levá-la, nem que seja por mensagem, ou alguma telepatia das suas novas bruxarias.
— Eu não sou uma bruxa.
— Você não sabe. E tem mais uma coisinha.
estava ansiosa, e Seth não parava de falar. Entendendo a preocupação dele, ela respirou fundo e largou a sua jaqueta sobre a cama.
— Fala, Seth.
— Já usou essa aqui com o Jake?
Assim que ela se virou, lá estava Seth com uma cara atrevida segurando uma das suas calcinhas de renda azul-turquesa das mais bonitas que ela tinha. sorriu sem graça e ele gargalhou correndo para a abraçar.
— Foi só pra descontrair! — Ele mencionou a acalmando e provocou: — Mas ele já viu?
— Não! E devolve isso!
— Promete que me deixa vê-la vestindo um dia?
— Seth!
— Sem maldade, juro. É só curiosidade.
— Deixa o Black saber.
— Ei! Ele não precisa saber, me mataria! Quer que eu morra?
— Quero que me solte.
— Promete primeiro!
— Você é um pervertido, eu não prometo nada e vamos logo!
Ele a soltou do abraço, gargalhando. Lógico que era apenas uma brincadeira para a descontrair e Seth havia conseguido, mas, eles precisavam ser rápidos. Finalizaram as bagagens que não foram muitas além de uma mala pequena, e a bolsa carteiro dela.
Depois que desceram ela se despediu com falsa calma de todos os moradores da reserva. Sue reclamou por ela não jantar, mas, mentiu que já havia comido. No caminho para a saída da cidade Seth parou no mercado dos Carter, para que ela retirasse um dinheiro emergencial, e também comprou um sanduíche e suco. Ela foi comendo no banco do carona e ouvindo mais recomendações de Seth. Antes de chegar ao posto, ele parou novamente na estrada para anotar os dados bancários da amiga, caso ela precisasse de mais dinheiro. Não seria necessário recorrer às poupanças de Seth, mas ele ficaria mais tranquilo se ela apenas concordasse em ceder aquelas informações. Surpreendentemente, assim que ele estacionou no ponto de encontro marcado, Seth se atirou sobre ela em um abraço de irmão aflito.
— Eu estou lutando contra minhas próprias convicções em te ajudar nisso, então por favor, volte para nós. E rápido! Eu não conseguirei seguir se algo de ruim acontecer a você.
— Que isso Seth! — o abraçou ainda mais apertado e ela se afastou. Ele colocou a mão no rosto dela e a acariciou encarando-a os olhos.
— Eu falo sério, . Eu não me perdoaria, mesmo que todos me perdoassem. Volte inteira para nós.
Ela sorriu envergonhada e um pouco preocupada com o que eu ouvira. Seth a demonstrava o desespero real daquela situação, o desespero que ela não alimentava até aquele momento. Beijando o rosto dele, pegou suas coisas para sair do carro. Descemos juntos, Seth retirou a mala dela na traseira do carro. Mark já a aguardava dentro de uma Ferrari, e se por algum segundo ela pudesse se permitir animar: era por saber que estaria dentro daquela Ferrari.
— Cuide bem do meu bebê. — falou ao Seth o dando um último abraço, se referindo ao seu Mustang. Ele assentiu sorrindo, e mais uma vez, antes que o desse as costas puxou o punho da amiga advertindo:
— Já sabe: se demorar, eu vou atrás de você.
— Relaxe, Seth.
Caminhou até o carro de Mark que estava a lhe aguardar. Ele encarava Seth, quando ela chegou ao lado da porta do carona e bateu no vidro indicando a mala para guardar na traseira. Mark a encarou, por fim, sorrindo como uma criança indo ao parque, e com um botão pressionado por ele, a porta traseira abriu. colocou a mala lá dentro e antes que ela pensasse em sentar atrás, Mark proferiu: “não sou o seu choffer”. Ela respondeu no mesmo tom: “achei que fosse” e se dirigiu contrariada, ao banco da frente. Após afivelar o cinto, notou que ele e Seth ainda travavam um duelo por olhares então ela pigarreou tirando a atenção de Mark sobre Seth.
— Achei que o seu namoradinho fosse outro cachorro. — O vampiro declarou.
— Eu não namoro cães. E Seth não é meu namorado.
— Não é o que parece.
— Por que diz isso? — Ela mencionou confusa com o que quer que aquilo significaria.
— Pronta para se divertir comigo, na nossa primeira viagem?
Mark ignorou a sua pergunta e deu partida. O carro deles passou ao lado de Seth, e ele entrava no Mustang lançando à amiga um último olhar aflito. O coração de apertou-se. Ela começava a se arrepender do que havia feito. Quanta imprudência ela ainda seria capaz de cometer?
Mark estava calado observando os retrovisores e a mulher notou a preocupação em sua face, assim como notou a ausência de Darak. Não que ela quisesse estar na presença dos dois, indo sabe-se Deus para onde, mas, aquilo era algo a ser considerado. Ela já tinha as minhas muitas perguntas, e nenhuma resposta, e se concentrou em fazê-lo falar, até que…
— Não precisa se esforçar me obrigando a dizer nada, certo? Eu disse que precisava de você, e não pretendo negar as respostas. — Mark afirmou surpreendendo-a.
— Quem disse que me esforçarei?
— Que bom, porque… Não sei se sabe, mas é doloroso quando faz isso.
— Mark… Aqui estou eu, no seu carro, indo para qualquer lugar desconhecido com você e sabe-se lá por quê, então, julgando que me faria mal… Eu já teria facilitado muito, não é?
— Eu sei também que não está com medo, se não, não teria vindo. Quando eu disse pro seu namoradinho que nós temos um lance, eu não menti, . Nós temos. Ou, a minha boa vontade em colaborar com você não pode ser considerada?
— Ok. Temos uma parceria.
— Era o que eu precisava saber. — Ele concordou satisfeito apesar das entrelinhas do que ele dissera e ela sequer imaginaria.
— Mas… Não se anime. Toda parceria exige o mínimo de trocas e informações, e por enquanto, não temos nenhuma.
— Você é muito, muito ansiosa. Espere sairmos deste perímetro e eu falarei.
observou que Mark continuava nervoso ao tentar sair rápido da cidade e perguntou, curiosa:
— Está fugindo de quem? Darak ou Valerie?
— Qual dos dois está atrás de você?
Ela não respondeu. Seu celular vibrou e ao pegá-lo em sua bolsa, em seu colo, a mensagem de Seth piscava.
— Nossa! Seu namoradinho é realmente possessivo.
Mark riu. estava sem humor, e não foi necessário dá-lo atenção uma vez que, após soltar sua piadinha imediatamente voltou-se a observar a estrada.
“Não deixe de dar notícias. Eu estou realmente preocupado após encará-lo daquele jeito. Tivemos uma troca telepática. Acho que esse é o poder especial dele… Como Edward. Só que ele pode não só ler como partilhar os próprios pensamentos”.
Então Mark podia se comunicar por telepatia com outros? Mas, com lobos também? se recordou de Seth comentando sobre o assunto, e nada ele havia esclarecido sobre os frios terem efeito com estes poderes sobre os lobos. Mas, se havia acontecido minutos antes, então era verdade. Pelo menos com Mark.
“Confie em mim, você saberá cada passo nosso”.
Respondeu a Seth. Queria perguntar sobre o que falaram, mas, se sentiu insegura pela companhia ao seu lado. Já estavam bastante afastados do perímetro da saída de Forks, e entrando na autoestrada. guardou o telefone na bolsa e pelo canto de seus olhos analisou a postura de Mark. Não estava mais tão focado ao seu redor, estava até com uma expressão menos rugosa. Embora ainda mantivesse-se concentrado em seus pensamentos. E tratando de pensamentos, tivera cuidado com os seus, afinal, quantas vezes ele não teria lido-os? E mais uma vez, ela se indagou se Mark já havia premeditado todos os seus passos. Olhando para ele, discreta, ela o viu sorrir de canto. Será que ele estava lendo sua mente naquele momento? O melhor era não pensar em nada. percorreu o olhar rapidamente sobre as mãos dele e viu o anel com as iniciais KM. Recordando a primeira vez que eles se viram, ela não tinha até então, reparado se ele sempre usava aquele anel.
Verdadeiramente, a mulher estava nervosa por toda aquela situação que havia se metido e ainda mais por desconfiar que sua mente não era mais segura. A única maneira de se ocupar e se livrar da interação mental com ele, seria fazer Mark abrir a boca.
— E então, Mark? Vai começar a falar?
— Como pode viajar com alguém que não consegue confiar?
— Como poderia confiar em você?
— Certo , eu sou um vampiro, perigoso, você uma humana vulnerável, eu morro de vontade de te chupar…
— Argh! — resmundou em negativa pelo comentário dele. — Que idiota!
— Ok, escolha errada de palavras… — Ele fez uma pausa divertida e procovou: — Ou talvez não.
— Mark!
— O fato é que, eu sou perigoso desde o início. E quando foi que realmente te ofereci algum risco?
— Não é como se tivesse deixado de ser um risco para mim, porque somos bons amigos, mas sim, porque por alguma razão você precisa de mim.
— Boa percepção, mas está errada. Quando eu cheguei aqui você não era nada interessante. — Ele mentiu de novo.
— Ah é? E por que me deixou livre então?
— Porque eu gosto de brincar com a comida.
— Você é detestável. Fale logo, por favor, qual a razão disso tudo?
— Bem… Anteontem, eu descobri por Darak uma coisa sobre você. Você tem algo que pode me ajudar. Mas, eu não sei ao certo se pode realmente.
— E o que é?
— Liga o aparelho de som e dê o play.
Ela fez o que ele pediu. Ligou o aparelho de som do carro, o número 01 apareceu e deu o play. Os primeiros acordes de um piano começaram, e em seguida uma canção instrumental. Ela achava que haveria alguma gravação ou coisa do tipo, e o olhou irritada e incrédula.
— O quê? Eu gosto de uma musiquinha embalando minhas histórias.
— Idiota… — sussurrou e ele riu continuando.
— Eu venho de uma província ao Sul da Bélgica, nasci em 1647 e me chamo Killiam Mark.
— Killiam? — perguntou interessada e olhou para o anel enfim compreendendo as iniciais — Gosto desse nome.
— Pois eu não, era o nome do meu pai.
— Hm… Problemas familiares.
— Fui transformado aos dezoito anos de idade, por Killiam Ruskt depois de presenciar um ataque dele a uma mulher. Eu fui criado por meu pai e por minha mãe até os doze anos de idade. Ela faleceu naquela época da peste negra que havia assolado nossa região, e eu fui mandado para um colégio interno bem antes dela morrer, para evitar que eu fosse infestado. Quando reencontrei o meu pai, aos dezoito anos, ele já era um vampiro. Havia sido salvo da doença desta forma. Se é que pode-se dizer que foi salvo...
Mark fez uma pausa da história para observar a reação da mulher, e como ela o encarava paciente e curiosa, ele continuou:
— Após minha transformação continuamos a viver juntos, saímos da Bélgica em direção a outros países, a procura de outros como nós. E encontramos. Àquela altura, meu pai tinha mais conhecimento e tempo como vampiro do que eu, obviamente, o que me fez o seguir. Ele se tornara pouco a pouco um caçador de recompensas. Caçava crianças vampiras, mas, não transformadas como nós, e sim… Que nasceram, já vampiros.
Ao ouvir aquilo, se recordou de Emy, Lia e Embry lhe contando sobre Renesmée, a filha de Bella e Edward.
— Crianças nascidas… É possível?
Ele ignorou a pergunta retórica e continuou sua história.
— E eu continuei fazendo as mesmas coisas que ele. Foram longos tempos de matança… O que me levou a me separar do meu pai, foi que ele passou a me caçar. Descobriu algo valioso, algo pelo qual ele poderia se tornar importante, mas, era preciso que me entregasse a um grupo de vampiros poderosos.
— O que ele descobriu?
— A lenda de Rhikan.
fez o que pôde para não demonstrar surpresa, mas, Mark já sabia que ela tinha informações sobre aquilo.
— É … A mesma lenda da qual você vem.
— Como sabe se eu venho mesmo da lenda?
Mark a ignorou novamente, e esboçou um falso riso pelo nariz.
— Os Volturi são um grupo de caças talentos. Uma família antiga e poderosa entre nós, e certamente você já ouviu falar deles por causa do seu namoradinho. Enfim… Eles buscavam a criança. E meu pai tinha algo valioso para que eles a encontrassem.
— Que coisa valiosa?
— Eu. E acreditando que se os ajudasse ele seria recompensado no meio disso tudo, ele começou a trabalhar para eles e me enganou. Azar o dele eu ter um talento escondido.
— Vo-cê?
— É, ! Achou que era a única com poderes sobrenaturais? Eu sou um poderoso telepata e radar!
— Não Mark! Não é disso que estou falando! Você… Você e a lenda… O que poderia…?
— Eu falei que nós temos um lance, antes. Não falei? Você não queria acreditar… — Mark zombava rindo. — E pelo visto você não soube uma parte da profecia: a criança será encontrada pelos lobos, mas, terá um frio que nascerá designado a dominá-la. Quando Rhikan lançou a maldição, ela lançou também outra maldição oculta. Um ser da noite nascerá muito antes da criança, para que em sua vida seja preparado a encontrar no futuro a criança, e assim despertar a Deusa dentro dela. Ele será o sacrifício para Rhikan despertar, ou aquele que a dominará primeiro. Entende?
— Você é o caminho para encontrar a criança…
— Não só isso. Eu passei muito tempo, depois de descobrir os planos de meu pai e dos Volturi, me escondendo. Os Volturi nunca souberam que eu era o ser da profecia porque assassinei o meu pai antes que descobrissem, e quando estive cara a cara com um deles, meu poder de telepatia preservou a verdade. Mas, não sei quanto tempo mais isso poderá ser evitado agora que você foi descoberta.
— Mas, eu posso não ser a criança! — se alarmou começando a compreender o que trouxera Mark até ela.
— Não seja ingênua! Como não percebeu que foi depois da minha chegada que seus poderes começaram a despertar?
— Não foi não!
— O quê? Acha que os lobos são responsáveis por isso? , … Você não entendeu a profecia ainda? Rhikan dentro de você pode despertar o que os lobos têm dentro deles, mas, só depois que o frio liberar a deusa dentro de você, é que você pode se tornar uma ameaça para nós. Se não, porque todos estariam buscando você antes que a Rhikan desperte?
— Eu estou zonza com toda esta informação…
Mark a olhou um pouco preocupado e os dois ficaram em silêncio. Ela assimilava tudo o que eu ouviu e estava mais uma vez, como tantas outras, confusa e surpresa.
— Durma. Você está cansada do dia longo e de todas as coisas que eu disse.
— Não, eu estou bem.
— Durma! Vai precisar estar bem disposta para tudo que ainda virá.
— Não, eu estou bem.
— Céus, como é teimosa. Durma, ! Eu não vou fazer nada contra você! E depois, eu quero chegar logo e para isso, preciso correr a uma velocidade que pode te dar enjoo, então… Apenas durma.
— Certo… Mas, antes me diga: para onde estamos indo?
— Para minha casa, na Bélgica.
Depois que Mark disse para onde estavam indo, queria contar ao Seth, entretanto não achou prudente. Não sabia ainda o que o Mark – exatamente – queria com ela. E acabaria por preocupar Seth sem ter todas as respostas. Apenas digitou: “Estou bem, e assim que souber tudo, eu te conto o que está acontecendo” e enviou a mensagem. Seth não respondera, e apesar dela saber que ele deveria estar muito ansioso, também soube que ele procurava confiar nela.
virou o seu rosto para a janela e fechou os olhos. Não conseguiria dormir, principalmente por estar com Mark, mas, tentaria ao menos fingir. Alguns minutos depois de fechá-los, ela sentiu um grande impacto sobre seu corpo, como se ela afundasse no banco e abriu levemente os olhos. Não enxergou nada além de borrões na paisagem da janela, e o motor do carro embora silencioso, “ronronava” mais forte. Era a aceleração que Mark havia avisado.
De fato, ela não estava acostumada a correr daquela forma numa estrada tão sinuosa, e sentiu o início dos enjoos. Se mexeu no banco e voltou a fechar os olhos. Mark por perceber o desconforto da mulher, parou a música que tocava no rádio e assim ela acabou adormecendo sem notar. Seu corpo estava muito cansado, e alguma hora cederia aos próprios limites. Quando acordou não sabia onde estava e Mark abastecia a Ferrari. Ela então pegou o seu celular a fim de ver, novas mensagens. Havia muitas mensagens de Seth, preocupado com ela das quais respondeu com apenas: “estou mesmo bem, não se preocupe Seth”. Àquela altura, ela deveria ao menos dizer para onde estava indo, então desceu do carro e Mark sorriu para ela.
— E você não queria dormir!
— Onde estamos?
— Ainda na América. Já passamos de Washington, e levaremos mais ou menos, meia hora para pegar o avião. Pretendo chegar antes disso, se você aguentar a corrida.
— Por que não pegamos o voo do aeroporto de Washington?
— Porque eu não gosto de voos apertados, gatinha. Não combina muito comigo, sabe? — Ele ironizou. Era óbvio que um vampiro não passaria muito tempo trancado em um voo com tanto sangue fresco abaixo do nariz — Iremos em um voo particular.
— Não gosto dessa ideia.
Mark pagou o combustível na bomba, e caminhou lentamente até a zombando sorridente:
— Não gosta de ficar a sós comigo, ?
Aquele tom de voz provocativo era de fato perigoso. Em outras ocasiões ela perderia seu autocontrole facilmente, para Mark. Contudo, ela já não se atraía mais pelo olhar profundo e charme viril dele. Então rolou os olhos de maneira entediada.
— Não é um fato desconhecido a você que não gosto, mesmo, de ficar muito perto de vampiros. — respondi.
— Até o fim desta viagem, mudaremos isso.
— Estou com fome. Pegue algumas coisas naquela máquina de lanches que eu vou ao banheiro.
— E sou seu empregado?
— Não, mas é o anfitrião da viagem. Aja como tal.
Ele riu e notou que Mark estava muito bem-humorado com tudo aquilo. Ela entrou à porta do banheiro feminino daquela parada conferindo se não havia ninguém dentro dele. Puxou seu telefone e discou o número de Seth, que atendeu muito rápido. Com certeza, o aparelho estava em suas mãos.
— Pelo amor de Deus, até que enfim! Sabe o quanto estou desesperado? As pessoas estão começando a notar que tem algo errado.
— Pelo amor de Deus, digo eu, Seth! Não deixe o nosso disfarce ser descoberto! Tome uns calmantes, se preciso for!
— Fala logo, Lu: onde você está, como está e o que ele quer?
— Calma, eu estou muito bem. Mark está sendo até cuidadoso comigo, o que não me deixa muito confortável, admito, mas, estou bem! Estamos indo para a Bélgica, e agora exatamente estamos num posto de gasolina em um lugar que eu não conheço. Mas, já passamos de Washington e pegaremos um voo particular dentro de meia hora, em algum lugar.
— Moral da história: ele está levando você para a Bélgica com um saco preto na cabeça! Por Deus! Como pode não saber onde está?
— Eu dormi, Seth!
— Como pode dormir ao lado desse cara!? Você confia demais!
— Ei, olha só, para de julgar. Eu não quero levantar suspeitas desse telefonema, e até saber o quê realmente ele quer comigo, eu não vou demonstrar que estamos em contato. Mas, o que já sei é que estamos indo à Bélgica, porque eu realmente sou a criança da lenda de Rhikan, e Mark está ligado à lenda também.
— O quê? Argh! ! Assim que puder me falar, conte tudo! E mande agora sua localização!
— Está bem, beijo e se cuide.
— Se cuide você!
Desligou a chamada e ouviu a porta do banheiro se abrir. Uma mulher com itens de limpeza adentrou. sorriu e a mulher a olhou desconfiada. Enviou a localização ao Seth e saiu do banheiro encontrando Mark escorado à porta do carro, com os braços cheios de coisas.
— Vamos.
— Você demorou.
— Uma mulher não pode ter um pouco de privacidade?
— Para quê privacidade em um banheiro de posto?
— Ok… Eu estava tentando telefonar para meu namorado. Ele viajou muito antes de mim, e pelo visto não vai me encontrar quando chegar… Preciso justificar essa viagem repentina que fiz.
Os dois entraram no carro e Mark despejou as muitas guloseimas no colo dela.
— O que é isso?
— Você não está com fome? Eu não sabia o que pegar.
— Não precisava pegar isso tudo. Eu não sou uma draga.
— Como eu disse, eu não sabia. Você está sendo mal agradecida.
— Ok, obrigada. E você não está com fome?
— Estou.
— Não vai comer?
Mark olhou para ela com cara de tédio e riu da inocência repentina e até fofa de . Levantou um copo tampado com canudinho e o sacudiu, indicando que aquele era o alimento dele.
— Só um suco?
— Quer um pouco? — Ele a estendeu o copo e ela recusou.
Ele levou o canudo aos lábios e pôde ver o líquido grosso e vermelho forte subindo pelo canudo. Arregalou os olhos, se dando conta de novo de que estava ao lado de um vampiro. Apesar do quão macabro era aquilo, ela ficou aliviada por saber que ele providenciara o próprio alimento, mas, extremamente enojada.
— O que foi? Eu não poderia viajar com você sem o meu lanchinho, não é?
— Mark… Quanto tempo esta… dose vai te alimentar?
Ele gargalhava do apavoramento dela e abriu um compartimento entre os bancos do carona e motorista. Era uma geladeira com outros copos como aquele. então levou a mão à boca, enjoada.
— Ei! Nada de vomitar dentro do meu carro!
— Fecha isso.
— É só sangue, garota…
— É nojento!
— Não é não, ainda mais o tipo O negativo, que tem um sabor inigualável. A melhor safra.
— Para, por favor.
— Qual o seu tipo sanguíneo, ?
— Não sei! — Ela encerrou a brincadeira dele com uma resposta mentirosa.
— Hm.... — E então, Mark aproximou seu rosto ao rosto dela rapidamente, sorrindo maquiavélico. Seus olhos eram de um brilho vívido e sedutor. O frio aproximou o nariz de pescoço de e aspirou. Ela sentiu a ponta gelada de seu nariz sobre sua pele, arrepiando-se. Mark fez tudo isso, enquanto dirigia, numa agilidade apavorante. Se ele decidisse a destruir, ela não teria tempo sequer de gritar. — Ora, ora! Você é deliciosa…
Disse e se afastou dela ainda rindo do susto dado à mulher que esbravejou enquanto ele a encarava entre um olhar e outro para a estrada com evidente cobiça:
— Nunca mais faça isso!
— Seu tipo é O, negativo! Sorte sua eu ter me alimentado agora, pois, se eu fizesse isso com fome… Certamente não resistiria.
— Quer um bolinho? Você deveria experimentar novas dietas. — falou estendendo o bolo de chocolate na sua mão para ele, ironizando.
Ela não sabia se funcionaria, mas, assustada, queria dispersar o seu cheiro que ele havia acabado de sentir só por garantia, e abriu o pacote de bolo de chocolate. E parece ter funcionado, pois, o olhar dele deixara de ser predador, o tom de vermelho vivo ia se tornando mais opaco à medida que Mark voltou a sugar o canudo de seu copo. Feliz por ter causado nela aquela reação de predador, Mark riu e desconversou:
— Então, aquele que a levou até mim, não é o seu namorado?
— Eu já havia dito que não, e você conhece o Jacob.
— Isso, isso… Jacob Black. O seu namorado.
— Por que achou que Seth era meu namorado?
— Porque ele te deseja de um jeito nada casto. — Mark confessou o que havia visto telepaticamente.
— Não diga absurdos!
— Você não sabia? — Mark riu colocando a verdade à frente dela: — Não se preocupe com isso, é só o poder de Rhikan. Todos os lobos sentirão uma espécie de desejo por você. Não é algo voluntário.
— Como pode saber tanto?
— Gatinha, eu tenho só 370 anos, sem contar o tempo como humano… Como poderia não saber tanto?
— Três séculos de maldição… — decidiu perguntar, por mais que aquilo poderia ser rude: — Quando ou como vocês morrem?
— Não é como você pensa, com estacas, alho e aquelas bobagens. E lógico que não vou te contar como é. Não que você pudesse me matar se quisesse…
— Eu posso. Esqueceu?
— Uma pena que você não sabe como.
— Uma sorte que meus poderes surgem cada vez mais, quando estou perto de você, não é?
E de repente, Mark entendeu o que ela já havia compreendido: cada minuto perto de Mark despertava Rhikan, o que significava que ele precisava dominá-la o mais rápido possível, ou também poderia morrer.
— Você se finge de boba, não é mesmo?
— Talvez você que não saiba tanto quanto demonstra.
— Coma as suas balinhas e fique quieta.
— Mark, não fique irritado. Ainda passaremos muito tempo, juntos.
— Não estou irritado.
— O que me remete a uma pergunta, e você disse que não negaria as respostas.
— O que é?
— Por que disse que esta seria nossa primeira viagem?
— Porque certamente, você vai amar e querer outra.
— Idiota… Você diz que os lobos me desejam, mas, você é muito mais pervertido. — finalmente sorriu como se estivesse lidando com algum amigo infantil e provocador. Mark gostou daquele sorriso embora, não admitiria para ela.
— Natural, você tem os sentimentos castos dos lobos… Lealdade, amor, admiração… Mas quanto aos frios, você desperta os sentimentos mais impuros… Cobiça, ambição, luxúria… Eu diria até, sentimentos carnais. Coisa de humano.
— Eu só não entendo… — decidiu partilhar mais de suas curiosidades — Por que a deusa teve este tipo de fidelidade dos vampiros?
— Os frios são mais independentes do que os lobos. Os lobos, eles precisam de um líder… Como eles chamam mesmo?
— Um alfa.
— Exato. O papel do seu namoradinho.
— Como sabe disso? — perguntou preocupada com a segurança de Jacob.
— Um lobo sem pata não pode lutar.
— Sam… — E então ela se deu conta do ato: — Foi de propósito. Não é?! Vocês o atacaram para fazer Black assumir a matilha!
— Como eu dizia, nós vampiros não temos isso. — Mark desconversou. — Então é muito mais fácil que mudemos de ideais e de lado. Os frios não eram leais à Rhikan, mas, comparado aos lobos, mais fáceis de ceder aos interesses dela. Por isso, eu sou o sacrifício colocado para despertá-la e você a coisa que a hospeda.
— Mark, porquê atacaram o Sam de propósito? — retomou o assunto mais importante daquele instante, com raiva.
— Não foi.
— Não minta.
A marca em suas costas queimava, e ela não sabia se poderia ter o controle de Mark como imaginou, mas, tentou. Infelizmente, aquele tempo todo, Mark fingia que obedecia “aos seus comandos” e ela só descobriu aquilo dentro do carro:
— Certo , vamos esclarecer: você não tem domínio sobre mim, ok? Não sinto nada além de cócegas quando você faz isso. E desgasta suas energias à toa. Guarde para vampiros mais fracos. Você vai precisar. — Ele riu passando a língua nos lábios — Eu só precisei que você achasse que me tinha em controle para estar aqui agora, gracinha. Não fique com raiva, ok?
ficou ainda mais brava e percebeu que à medida que a raiva crescia em si, também crescia a queimação em sua marca.
— Mark, se quiser a minha ajuda, como diz, conte agora toda a verdade. Desde a sua vinda para Forks, quanto ao tipo de ajuda que pode querer de mim!
Ele a encarou sério, e notou o quanto ela estava decidida. O carro freou bruscamente. E só então se dera conta de que haviam chegado a um aeroporto particular. E ali estava somente um homem os aguardando. E um que ela conhecia.
Mark estacionou o carro em um galpão, e desceu sem falar nada. Receosa, pegou sua bolsa e o seguiu calada. Darak estava parado próximo à aeronave no mesmo galpão.
— Prepare-se para entrar no avião.
Mark lhe disse e depois foi ao seu lado do carro, e carregou seus “lanchinhos” para dentro da aeronave. Darak encarava sério à mulher e, agora sim, ela havia ficado reocupada. Observou ao seu redor e viu um banheiro.
— Aonde vai?
A voz de Darak trovejou, e sem demonstrar medo, ela empinou o nariz e o respondendo secamente:
— Ao banheiro.
Deu as costas a ele, e dentro do reservado, de novo ela enviou a sua localização para Seth.
“Não me responda, só leia: estou num aeroporto particular, vamos partir para a Bélgica agora. Darak também está aqui. Não sei o motivo. Mas, descobri que o ataque a Sam foi de propósito para Black assumir-se como alfa. Estou bem, até agora. Fique atento, assim que puder enviar mais notícias o farei.”
Ao sair do banheiro, Darak não estava mais lá, e Mark carregava as guloseimas que havia comprado para ela em uma sacola e trancava a Ferrari com o alarme. A esperou aproximar dele, para subirem à aeronave.
— Quantas vezes por dia você precisa de “privacidade no banheiro”? Foi ligar para o seu namoradinho, de novo? — Ele Perguntou subindo as escadas atrás dela.
— Eu tomei uma lata inteira de refrigerante, esqueceu?
— O quê? Você não aguenta nem um litro sem ir ao banheiro?
— Por que o Darak está aqui?
— Qual o seu problema com ele? Ele te mete mais medo do que eu?
Os dois entraram no avião, e ela não avistou Darak ali.
— Só quero saber o motivo.
— Sente-se, e ponha o cinto.
Mark deixou a sacola de guloseimas perto dela e entrou à cabine do piloto. Demorou um tempo ali, até o avião decolar. E ao alcançarem altitude, olhou pela janela percebendo que estavam estabilizados no voo, e retirou seu cinto. Mark surgiu pela porta que dava para a cabine e caminhou até ela, sentando-se à sua frente.
— Darak está aqui para me ajudar também.
— Ele é o piloto?
— O principal. — Mark encarou o celular na mão dela — Conseguiu falar com o Jacob?
— Não.
— Quando ele retorna?
— Não sei ao certo. — As repostas evasivas dela eram uma forma de proteger Jacob ou quem quer que fosse. Ainda não estavam claras as intenções de Mark, mas ele, certamente sabia o que se passava na mente dela.
— Tentaremos voltar antes dele, até porque não quero problemas com ele agora.
— Agora? Quando arrumará problemas com ele?
— Vamos falar de nós. Esquece seu namorado.
— Nós? — deu de ombros e comentou indiferente: — Pode começar.
— , eu te trouxe para a Bélgica, porque… Há uma maneira de eu me livrar da responsabilidade em ser o seu dominador. Não que eu queira me livrar, mas, estando ligado a você que é uma caça, eu me torno uma caça também. Já te expliquei isso. E preciso saber como me defender. O problema é que Darak descobriu isso, e também descobriu que a criança já deveria ter sido encontrada para que eu consiga me livrar disso. Então, estamos indo à Bélgica, atrás das respostas de como faremos isso. Não quero que os Volturi me encontrem e descubram tudo agora que sabem sobre você.
— Eles sabem sobre mim?
— Lógico, foram eles que mandaram Valerie atrás de você.
— E mandaram vocês três para outra coisa, também. Afinal, até onde havia me dito, vocês tinham uma missão e depois que me acharam, foram divididos em duas missões. O que me remete a: porque atacaram Sam de propósito a fim de que Jacob fosse o novo alfa?
— Eu digo que os Volturi estão atrás de você, e Valerie é perigosa o suficiente para isso uma vez que enviaram ela, e você está preocupada em por que arrancamos o braço do irmãozinho do seu namorado? Como pode se preocupar mais com ele do que com você?
— Primeiramente porque amar é isto.
— Own… que romântica! — Mark zombou-a um tanto enciumado.
— E depois, porque confio o suficiente em mim e nos quileutes para saber que vou me livrar deste problema.
— Você não sabe o que está prestes a enfrentar.
— Então me diga!
Vampiro e mulher se encararam analisando os gestos um do outro. Por fim, Mark suspirou contando mais um pouco do que julgava “ok” ela saber por hora.
— Os Volturi dominam grande parte dos clãs dos frios. E os Cullen foram um deles. E só estão vivos porque Alice previu que a aliança entre os lobos e os Cullen derrotaria os Volturi. Mas, não significa que os lobos venceriam os Volturi sozinhos.
— Então, quem fez nova aliança com os Volturi e veio atrás dos quileutes agora, Mark?
— Como? — Ele estava assustado com a compreensão tão rápida dela. Ela percebeu com esperteza o que estava acontecendo.
— Os Cullen, não é? Ou melhor… Isabella Cullen.
— Eu não vim aqui para dizer o que fui designado a fazer, ou Darak. Eu vim me livrar do compromisso profético com esta maldita Rhikan dentro de você.
— O que não percebeu é que, você depende de mim para isto. E se eu não quiser, você não se livrará da sua responsabilidade.
— Acha mesmo que tem poder para dar as cartas aqui? Somos dois contra uma. Dois vampiros contra uma humana.
— Eu não acho que tenho o poder de dar as cartas. Eu simplesmente, tenho.
— Sabe que se você fosse uma vampira seria uma muito forte? — Ele comentou sorrindo ladino e cheio de prepotência e certa admiração nos olhos, ao encará-la: — É confiante, assume riscos e bastante arrogante!
— Não é com a Bella que você está falando.
— Achei que fossem amigas.
— Fomos. Não sei se poderíamos continuar sendo agora.
— Confesso que, seria interessante um reencontro entre vocês.
— Então você a conhece mesmo!
Mark ficou mudo. Não percebia o quanto ela conseguia arrancar de informações dele em entrelinhas. continuava a mesma mulher inteligente e sagaz que sempre foi e ele não deixaria de notar aquilo.
— O que foi Mark? Não entendeu que eu já descobri o motivo de você e Darak terem ido à Forks?
— Você acha que sabe.
Mark se levantou, e o bom humor havia ido embora. Foi em direção à cabine do piloto e deixou-a na poltrona sozinha. Enquanto estava só, pensava em como ela havia conseguido manipular as informações daquele jeito, já que Mark era um telepata. E então notou nele uma fraqueza: ele não conseguia controlar todo o tempo a telepatia dele. Ou, não fosse uma fraqueza, mas os seus poderes se revelando mais fortes. Ela aceitaria colaborar com aquela “missão” que Mark havia a trazido apenas por uma razão, precisava descobrir mais a respeito da criança da profecia, se é que ela realmente fosse ela. Porém àquela altura, ela não desconfiava do contrário. Então teria que descobrir sobre si e deter Mark de descobrir qualquer coisa que a deixasse nas mãos dele.
Aproveitou o tempo sozinha para enviar ao Seth as mensagens contando tudo aquilo, quando aterrisassem ele as veria. E ele também a enviou uma mensagem de apoio, dizendo que estava preparando tudo para viajar se preciso fosse, e infelizmente, dissera algo mais que ela não gostaria de saber quando o sinal de seu telefone retornasse: Bruh Ateara descobriu que ela viajou com Mark, mas ele prometeu que ficaria de olho na Bruh. No momento, Bruh era a última das preocupações de , e ela diria isso assim que visse a notícia.
O tempo que levou para chegarem à Bélgica ela não calculou, embora tivesse o achado muito longo. Principalmente por ter estado o voo inteiro sozinha. se permitiu cochilar algumas vezes no fundo da aeronave, pois, queria evitar dormir durante a noite agora que havia dois vampiros ao seu lado.
Eles chegaram no local, já em noite alta. O céu era nublado e ela não pôde observar abaixo dele. Não demorou muito tempo sobre as densas nuvens, logo, o avião começou a baixar voo e pousou numa pista aberta. ainda não conseguia enxergar nada. Escutou o barulho das turbinas diminuir, e se levantou para espiar mais pelas janelas. Darak apareceu junto ao Mark, ele abriu a porta da aeronave, enquanto Mark a encarava.
— Chegamos.
Darak desceu na frente, e pegou sua bolsa. Colocou-a sobre o ombro e esperou Mark sair, no entanto, ele lhe deu passagem primeiro. Por uma razão desconhecida ela não queria sair na frente de Mark. Ainda mais depois de perceber a maneira como ele a olhava cheio de malícia. odiou-se naquele momento por não ter aproveitado para mandar a localização ao Seth enquanto o avião baixava voo. Então ela desceu à frente de Mark e não viu mais ao Darak.
— Onde está o Darak?
— Indo para o mesmo lugar que nós.
Uma chuva fina caía, e o caminho era muito escuro. De repente, os postes de luzes da pista de pouso começaram a acender e iluminar o caminho. Ela ainda não havia descoberto para onde estavam indo, mas, o caminho era longo. Mark andava calmo sob a chuva fria, e embora estivesse com um sobretudo grosso de couro não era como se não sentisse o gelo das gotículas por causa dele. Ele realmente, não sentia incômodo com o vento frio cortando o rosto, e a água gelada tocando a pele. Ela, por sua vez, apertava-se em sua jaqueta.
— Logo poderá se aquecer. — Ele disse.
— Para onde estamos indo?
— Para a minha casa.
— Por que Darak foi na frente?
— Não se preocupe, ele só foi adiantar as coisas para você.
— Que coisas?
— Não tenha medo, eu já disse que nada vai te acontecer.
— Que coisas, Mark?
— Agora que chega aqui é que se preocupa? Ele foi acender a lareira, preparar o quarto de hóspedes, estas coisas…
o encarou, desconfiada. Por que tratá-la como uma hóspede? E pedir para Darak fazer tudo?
— O que você e Darak são um do outro?
— Que pergunta é esta?
— Parece que ele faz tudo para você.
— Não é assim, ele só está me ajudando.
— São parentes?
— Talvez parceiros.
— A palavra amigo não existe no seu vocabulário, ou está tentando esconder que vocês são um casal?
— Ok, chame como amigos se preferir. Eu vou fingir que não ouvi a sua ofensa.
depois de um longo tempo, sorriu zombando pela reação ofendida de Mark. Seria engraçado se Mark e Darak fossem mesmo um casal. Mas, não era algo evidente. De repente uma grande mansão, na verdade, um castelo antigo, se iluminou. Aquela era a casa de Mark. Darak havia acendido as luzes. encarava aquilo, imaginando o próprio castelo do Drácula. Era amedrontador. Mark não pode evitar rir. E ela se recordou de que tudo o que ela pensava não estava protegido dele.
— Eu sei que você está se comunicando com Seth desde que saímos, e enviando a ele nossa localização. — Mark confessou-lhe.
— Como?
— Eu sei que você também já sabe que não há segredos da sua mente, para mim.
parou de caminha e Mark ao notar parou também, ele se virou para ela com uma expressão confusa.
— Eu não darei nem um passo a mais, se você não me contar tudo Mark.
— Tudo o que você precisa saber, é que… Não há um passo seu, que eu já não saiba.
— Eu quero saber a verdade, Killiam. Desde a sua vinda para Forks.
Ele não gostou que ela o tenha o chamado pelo primeiro nome. Uma rajada de vento, e Mark já estava colado à sua frente e os dois se encaravam desafiantes. não poderia negar: coragem era algo que ela tinha. As mãos de Mark, passaram lentamente por sua cintura e ao sentir a pegada forte dele, apertou ainda mais o olhar na direção do campiro como se dissesse: “continue e eu te matarei”. Algo que ainda não era possível, mas a postura de confiança fazia na percepção dela toda diferença. De repente, Mark a colocara sobre seus ombros e correu até a mansão. Tudo em um movimento explosivo, como uma bala que sai do revólver. una estava molhada, e gritava contra o gesto dele. Quando ele a colocou no chão, os dois estavam em uma grandiosa sala daquele castelo. A estava brava, mas, não falou mais nada além de reparar o local. Totalmente diferente do que havia imaginado. Era moderno, bem mobiliado e muito elegante. Não se parecia em nada com o castelo mal assombrado, por fora. Darak, encostado à parede e de braços cruzados a frente do tórax, encarava aos dois, entediado.
— E então, o que achou da minha casa?
— Diferente do que eu imaginei, mas, que se dane a casa! Eu disse que quero saber tudo, ou eu não vou colaborar em nada com você, Mark!
— Eu avisei para não contar nada a ela. — Darak se pronunciou irritado.
— Acho melhor você não nos irritar , e dançar conforme a nossa música.
— Acho bom vocês não me irritarem também, e contarem tudo o que eu quiser saber!
— Argh! Ela é muito mais irritante do que eu pensava! — Darak reclamou novamente.
— Darak, pode nos dar licença? — Mark pediu.
— Deveria? Você amolece fácil perto dela.
— Darak. Por favor. — O vampiro repetiu como se fosse uma ordem, discreto e cortês como um Lord e o outro saiu.
Mark caminhou na direção de , e cara a cara, ele desfez a postura rígida. Respirou fundo e com as mãos na cintura, sorriu:
— , eu vou te falar o que for preciso saber, mas por favor, se concentre no motivo pelo qual eu a trouxe. Depois, eu te conto tudo. Tem a minha palavra. E antes que teime em discordar: eu farei um pacto com você.
— Pacto?
— Só tem que confiar em mim, até porque você não tem muitas escolhas, por mais que finja ter o controle sabemos que você não o tem. Estou um passo à frente de você.
Ela ponderou sobre o que ele dizia e sentiu a necessidade de concordar com ele.
— Por hora… Eu vou me concentrar nisso. — se referiu ao motivo de estarem ali.
— Obrigado. Será bom para você também.
Naquele instante, ela sentiu como se Mark estivesse a protegendo ou ajudando em algo que ainda não havia acontecido. Ele chamou Darak e o outro, apareceu diante deles.
— Pode ir primeiro. — Ordenou Mark para o outro — Não se preocupe em voltar até estar saciado.
— Mas e você?
— Tenho as minhas reservas.
— Certo. A papinha do seu bebezinho aí, está na geladeira.
Eles riram e Darak saiu.
— Que babaca! Odeio ele! — disse.
— É recíproco, ele também a odeia. Mas, como eu disse antes… Se você me tiver nas mãos, terá o Darak.
— Ele foi fazer o que eu acho que foi?
— Caçar? Sim. Digamos que Darak tem menos controle quanto às suas necessidades, do que eu, o que o faz ser um pouco mais perigoso.
— Que horror… E onde exatamente, estamos na Bélgica?
— Bruxelas.
— Que ironia. — Ela murmurou soltando um “bufar” pelo nariz ainda encarando a decoração do castelo — E você quando vai caçar?
— Quando minhas reservas acabarem. Ainda passaremos um tempinho, juntos.
Ele disse sedutor e passou as costas da mão no rosto da mulher, de um jeito delicado e sedutor. olhou séria para ele afastando sua mão. Mark deu-lhe as costas e seguiu para uma escadaria larga, parou no terceiro degrau e convidou ela a subir.
— Mostrarei seus aposentos. Vamos. — disse.
o seguiu com sua bolsa em mãos e ao chegar no quarto, sua mala já estava lá. Darak havia a carregado até ali. Mark dissera que no closet do quarto, havia roupas de cama para ela se aquecer e agasalhos também. Despediu-se e saiu falando para ela ficar à vontade.
caminhou até a janela grande do quarto, e ao chegar no vidro, um raio grotesco se mostrou no céu, fazendo a cena se tornar um clássico de filme de terror. Ela olhou para baixo e notou o quão alto estavam os quartos daquele castelo. se sentia uma prisioneira na torre. Afastou-se das janelas devido à chuva perigosa, e as grandes cortinas grossas azul-marinho davam um toque gótico ao estilo moderno do quarto. Abriu sua mala e quando pensou em colocar as roupas no closet, ela encarou aquela ação com mais calma e desistiu, porque não desejava ficar por ali muito tempo, por isso, não faria nada para acomodar-se àquela situação.
Decidida a dar notícias a seu amigo, ela pegou o celular em seu bolso, mas não havia sinal naquele lugar, estava incomunicável. Depois de trocar sua roupa, vestindo algo mais confortável e se aquecendo bem, inclusive com um dos agasalhos do guarda-roupas do quarto, deitou-se na cama olhando para o teto.
Black. Era tudo o que se passava em sua mente. fechou os olhos e recordou-se do beijo dele, dos toques dele sobre ela, e das suas memórias juntos. Onde e como estaria o seu amor? O que ele pensaria se voltasse e não a encontrasse? Ela sentia tanto a sua falta, que chegava a doer. E de repente, como se seus lábios estivessem sobre os dela, sentiu o toque quente deles. Abriu os olhos assustada e não havia ninguém ali. Fechou-os novamente se concentrando em Jacob. O sorriso dele surgira em sua mente como um borrão. franziu as sobrancelhas em claro esforço para conseguir se concentrar. E foi aí que um grande clarão em sua mente se fez nítido. Era outra visão surgindo… Ela viu o sorriso de quem desaprendeu a sorrir: o primeiro gesto dele em que ela se apegou. Depois, o olhar marcante, os traços do rosto em suas expressões próprias e por fim, o sorriso solar: aquele sorriso de quem havia tido o brilho devolvido.
E ao lembrar do seu primeiro beijo, reviu mentalmente aquela cena, porém, ela foi mudando aos poucos: os dois giravam e tudo ao seu redor ficava turvo. Eles giravam até se verem em uma praia de ondas fortes e muito sol. Black estava vestido todo de branco. Pela primeira vez, inteiramente vestido. Havia uma cicatriz nova em seu pescoço. Mas, não conseguia ver a si naquela visão, porém, toda a reserva estava ali. Olhando-os admirados. A sensação daquela visão de era de que ela e Black, estavam felizes. Aquela cena, que mais parecia uma visão do futuro, fora interrompida infelizmente por toques na porta do quarto em que ela estava hospedada.
despertou assustada, levantando da cama e indo até a porta, confusa. Ao abri-la não havia ninguém. A mulher achou aquilo estranho já que o som era muito real e se recusava a pensar que o que esava tendo era um sonho, e não uma premonição enquanto estava acordada. Ela saiu da porta de seu quarto em busca de outros cômodos. Muitos passos depois, encontrou uma porta entreaberta e era outro quarto. Muito maior do que aquele em que ela estava. não entrou, mas, achou estranho que os dormitórios fossem tão distantes um do outro. Desceu as escadas e caiu em novo corredor, com algumas outras portas distantes, cujas quais não precisou passar por elas.
A escada continuava a descer à sua frente, e ela seguiu. E então, o último corredor ao qual encontrou tinha uma luz ao fundo e ao seguí-la, se viu saindo pela lateral esquerda da grandiosa escadaria da entrada. Desceu e observou novamente o lugar. Grandes sofás, um piano e uma harpa, poltronas e mesas decorativas. Dois ambientes montados: de um lado, o direito à escadaria, uma antessala sisuda, como se fosse para conversas sérias, e no outro lado, o esquerdo à escadaria, uma sala confortável como se fosse para relaxar. A mulher seguiu pelo lado direito, adentrando novo corredor e ao fim dele deparou-se com a cozinha. Mark estava com roupa mais confortável também e preparava algo em um fogão moderno sobre a bancada. Ele notou-a chegar e olhou para ela com travessura.
— Vejo que está mais confortável.
— Sim.
— E agasalhada.
— Você está fazendo o quê, exatamente? — Ela o perguntou estranhando um vampiro cozinhar.
— O seu jantar.
— Está muito tarde para isso.
— Agora você vai comer. Não fiz tudo isto à toa.
— Por que você não come?
Ele fez uma pausa a encarando e ao notar que ela, realmente, tinha dúvidas do motivo pelo qual não se alimentavam, mudou sua face em uma expressão envergonhada. Abaixou a cabeça e continuou a picar as cebolas e sorriu de lado, respondendo óbvio:
— Porque minha alimentação é outra.
— E daí? Qual o problema em me fazer companhia e experimentar coisas novas? — falou se sentando à bancada.
— … Vampiros não tem sistema digestivo.
— O quê? Como não? Vocês não eram humanos antes?
— Desde que fui transformado, nunca mais pude sentir o gosto disso. — Ele falou apontando para o fogão — Somos, como você disse uma vez: monstros. E nos alimentamos de sangue. E só.
encarou Mark com espanto. Não pelo o quê ouviu, mas, por sentir pela primeira vez a tristeza dele em falar aquilo. Ele não gostava de ser vampiro?
— Você é um bom anfitrião. Cozinhando o que não come para suas visitas. Mas, como sabe cozinhar?
— Você não é a primeira humana para quem cozinho. — Ele a encarou com expressão maléfica — Afinal, as mulheres se encantam por caras que dominam a culinária, pelo que eu pude perceber em meus 300 anos.
— Você atrai as suas presas pelo estômago?
— Claro! É eficaz.
se levantou para sair dali, contrariada e irritada, por saber que ele utilizava aquele truque para acabar com a vida de outras mulheres. Agir daquela forma, as iludindo para depois matar era muito mais cruel do que se ele apenas as atacasse. Antes que ela conseguisse sair, Mark surgiu em sua frente, prendendo-a entre a bancada e ele. Foi então que um clarão veio novamente na mente dela, recordando um momento como aquele. O dia em que Black fizera a mesma coisa, prendendo-a entre ele e a bancada, o dia em que pela primeira vez Jacob dormiu na casa de .
— ? — Mark olhava-a curioso.
— Saia.
Ele se distanciou ainda confuso, e a encarava com seus olhos apertados, analíticos.
— O que houve?
— Você não sabe? — Ela perguntou surpresa, pois, uma memória daquela, tão forte, deveria ser fortemente perceptível a ele também.
— Você ficou como uma estátua.
Então ela acabava de descobrir algo novo: Mark não podia ler as suas visões e memórias. Apenas os pensamentos superficiais. sorriu para ele, relaxando o próprio corpo.
— Está me escondendo algo. — Mark declarou ao notar a reação de alívio da mulher.
— Não, não estou. Só que pelo visto, você não é tão telepata assim.
— Como?
— Esqueça Mark. — E concentrando-se em mudar o foco do assunto, elatocou o corpo dele a fim de afastá-lo, estava perto demais: — Deixe eu te avisar uma coisa: eu nunca prepararei uma refeição para você, se algum dia os papéis inverterem.
Ele ainda confuso, retornou às panelas, observando-a pela visão periférica com uma sobrancelha arqueada.
— Nem poderia. A menos que você fosse a refeição.
— Bem, isso não acontecerá.
— Por que diz que não sou tão telepata assim?
— Se fosse, teria esta resposta.
Mark estava irritado. Ela já sabia identificar por seus gestos, o vampiro empurrou o prato com a refeição em direção a ela. Estava bonito, mas, na verdade a mulher não estava com fome e jamais comeria qualquer coisa preparada por ele. Afinal, ele ainda era o inimigo.
— Coma. Não faça esta desfeita depois do trabalho que eu tive.
Ele disse sério e saiu da cozinha, deixando-a sozinha. De novo, ela pegou seu telefone checando que ainda estava incomunicável. Estava nervosa por aquilo. O prato ainda cheio com a massa de talharim, perfeitamente apresentável e cheirosa à sua frente, demonstrava a falta de perigo. Mas, ela não comeria nada feito por ele. Não mesmo! jogou a comida no lixo e colocou o prato na lava-louças, junto com as panelas que ele utilizou para preparar o jantar. Aquela era uma cozinha fictícia, então ela a manteria limpa sempre que a utilizasse.
Depois de tudo lavado, secado e guardado retornou ao seu quarto, subiu a escadaria e no segundo corredor decidiu ver aqueles cômodos. Acendeu as luzes e caminhou cautelosa até a porta, eram apenas mais dois quartos de hóspedes vazios. Retornou à escada e subiu até o corredor dos seus aposentos passando pela porta daquele outro quarto que ainda tinha a porta semiaberta, então ela decidiu espionar daquela vez. Qaundo entrou, a gostou do que viu: uma enorme cama king size em uma decoração rústica monárquica. A cama era do estilo antiga, com quatro grandes pilares com um tecido escuro fechando-a por cima. Impecável. O guarda-roupas também antigo, todo em pedra mármore com portas de madeira talhadas à mão em toques dourados. Pouca mobília, mas uma poltrona de apoio ao pé da cama, abajures em mesas de cabeceira e estátuas decorativas. Cortinas cobrindo as grandes janelas, muito antigas em vermelho-sangue com dourado.
caminhou até a janela e observou a vista: dava para ver toda a entrada do castelo. Suntuoso e apavorante. O dono daquele quarto só poderia ser o dono da casa, a julgar pela visão. Ela preparou-se para sair rapidamente dali, pois, já sentia calafrios perturbadores e deu de cara com Mark às suas costas assim que se virou. O vampiro a olhava novamente, com olhos de predador.
— Gostou do meu quarto?
— Desculpe entrar assim, mas, sabe que sou curiosa.
— Gostou do meu quarto?
— É muito bonito.
— Gostou do meu quarto?
Por que ele repetia aquela pergunta?
— Eu já disse que é muito bonito.
— E não foi isso que eu perguntei.
e Mark se encaravam um analisando o outro.
— Gostei.
Ele sorriu satisfeito. Havia algo estranho naquela pergunta.
— Que bom que a decoração te agrada.
— Bem, eu vou indo… — Ela falou estranhando e muito o comentário, mas Mark lhe segurou pela mão impedindo-a de sair.
— E do seu quarto, . Você gostou?
— Aquele não é o meu quarto. Mas, estou bem acomodada se esta é a sua dúvida.
— Claro… Vá dormir. Amanhã iniciaremos as buscas.
Killiam a soltou e ela saiu dali bem rápido. Queria perguntá-lo se ele dormia naquela cama, ou em um caixão, mas, também já sabia quando Mark indicava um perigo a ela e naquele momento, ele agia como se ludibriasse sua presa. A mulher entrou no quarto e tomou uma segunda cápsula de cafeína visando passar a noite em claro, trancada no quarto e pensando em La Push. Sua vontade era de explorar aquele castelo em busca de respostas, para que pudesse estar à frente dos vampiros, no entanto, ela não teve coragem. Aquela noite Darak ainda estava caçando e não queria ser surpreendida por ele ao voltar, por isso, deixaria a expedição para o dia seguinte.
ouviu um barulho de caminhada no corredor e supôs serem os dois: Killiam e Darak. Ela estava realmente cansada, mas não conseguiu dormir. Abriu a porta do quarto já vestida para sair e deu de cara com os dois vampiros sérios a encarando.
— Eu acordo cedo. — disse.
— Ótimo! — disse Darak saindo na frente.
saiu para o corredor e Mark caminhava ao seu lado a olhando discreto.
— Dormiu bem? — Ele perguntou.
— Não.
Mark sorriu convencido e ao chegarem nas escadas, desceu à frente de se virando rapidamente para ela:
— Pena você não ser como nós. Ter ficado acordada a noite toda deve ter sido difícil para você.
Ela não respondeu nada, havia entendido. Eles não dormem e por isso, Mark sabia que ela também não havia dormido. Ele continuou descendo as escadas e mais uma vez falou com ela, desta vez, sem a olhar:
— Você prepara o seu café da manhã, já que vai jogar fora tudo o que eu fizer.
— Nada contra a sua comida, só que eu prefiro me prevenir.
Então, ele se virou para ela, já estavam na escadaria do saguão, e impedindo-a de passar à sua frente disse:
— Não estou chateado, pelo contrário, estou orgulhoso em saber que ainda me teme, apesar do nosso “lance”… Nos encontre na biblioteca quando acabar.
Ele apontou a direção de outro corredor e saiu. foi em direção à cozinha, não queria comer na verdade, mas, tinha fome. Preparou waffles e um suco rápido. Mark havia sido cuidadoso em equipar a casa com variedade de alimentos para ela. Após terminar, limpou tudo na cozinha de mentirinha do Mark e direcionou-se ao local que ele a mostrara. Ele e Darak estavam sentados em poltronas opostas, com livros em mãos.
— E então? — Ela perguntei.
— Vê os livros sobre a mesa? Pode pegar um deles e investigar.
Mark falou de sua poltrona, e se aproximou da tal mesa, mas, ficou de frente para eles, um pudor que era uma tremenda idiotice, na verdade. E atenta ela espiou as capas dos livros. Ela não sabia o que procurar nos livros, e não entendia nada daquela linguagem que lia.
— Será que podem me dizer, exatamente o quê, eu devo procurar?
— Apenas folheie e veja se identifica-se com algo. Você não tem ajuda nenhuma para nós nisso, mas, parece que o Mark não anda mais sem o brinquedinho dele.
— Darak... — o chamou com falsa amizade, irritada pela grosseria: — Não precisa ter ciúmes, meu interesse no Mark é estritamente profissional.
Darak olhou-a com raiva e respirou fundo, encarou o outro vampiro de esguelha como se o avisasse que perderia a paciência e Mark o pediu que a ignorasse, e depois trocou olhares com , divertido. Já que não havia opções, ela sentou-se à cadeira da mesa, e folheou dez livros sem ter nenhum sucesso. Até que em um dos livros, que mais parecia um diário, encontrou algo. Ao vê-lo, ela se recordou do livro de Taekhi, porque a figura era muito parecida. Porém, enquanto no livro do indígena ela avistara o selo utilizado por Malaika, no “diário” de Mark, o mesmo selo vinha acompanhado de uma espécie de “contrasselo”. A mesma figura, com alguns elementos diferentes, e espelho da outra. Na página seguinte, algumas palavras ininteligíveis para ela e o esboço de uma mulher. Muito parecida com a mulher de seu sonho.
estava um tanto quanto confusa, e ao decidir fingir que não havia encontrado nada, Mark foi mais rápido em notar a reação dela. Ela desejava descobrir aquilo antes dele, mas, Darak e ele apareceram cada um ao lado da mulher. Mark retirou o livro de sua mão sorrindo falsamente e o leu. Depois o entregou a Darak, que leu e confirmou, risonho, alguma coisa em um aceno de cabeça para Mark. Os dois deram as costas para ela e então, curiosa ela perguntou-lhes:
— Ei! Qual é? O que está escrito aí?
— Não é da sua conta. — Darak respondeu.
— , você encontrou o que eu procurava. — Mark interrompeu os xingamentos que ela estava prestes a dizer ao outro.
— O quê? Assim? Vim de tão longe para vasculhar a sua biblioteca? Não poderia fazer isto sozinho?
— Sinceramente? Não. Por que acha que ele quis trazê-la? Embora eu tenha dito que eu daria conta de encontrar sozinho.
— Darak… Só para que você saiba: eu não suporto você. Então estamos quites. Não fala comigo e eu não falo com você.
— Vocês dois parecem duas crianças. — Mark rosnou e em seguida ordenou: — Darak, por favor, dê o próximo passo.
Ele saiu, deixando-a novamente a sós com Mark sem falar nada.
— Mark? Qual é? Vai ficar de segredinhos?
— Você é tão desesperada.
Ele voltou a aproximar-se dela. Puxou a cadeira em que ela estava sentada, dando espaço para que ele passasse e se recostasse na mesa, à sua frente. Apoiou os pés nos braços da cadeira e os seus braços sobre os próprios joelhos fazendo com que, assim, estivesse presa entre a cadeira e ele. E de novo, ambos muito próximos.
— Estou desconfortável. — Ela afirmou encarando a posição invasiva dele.
— Eu sei.
Ele sorriu irônico, e ela suspirou pesarosa.
— Vamos lá: qual o próximo passo?
— Vai saber quando eu quiser que saiba.
— Vai tentar extrair o espírito da Deusa de mim, não é?
— O que lhe faz pensar isso?
— Sem boomerang de perguntas, Killiam.
— Não me chame assim. E eu já disse que saberá dos meus planos quando eu quiser.
— Mas, se extrair o espírito precisará de outro receptor. Ou acha que vai libertar Rhikan e conseguir domá-la facilmente? Não se esqueça que a sua morte faz parte do processo de libertação.
— Não adianta tentar arrancar informações de mim com esse seu pingue-pongue, .
— Darak será seu novo receptor, não é?
— Calada! — Mark começou a se estressar com a esperteza dela. Aquilo não era algo que ele gostaria que ela descobrisse naquele momento.
— E se vocês não conseguirem, Mark? Se despertá-la, você conhece os riscos, como escapará?
Ele irritou-se e pressionou o pescoço da mulher com certa força. No entanto, não desviou de seus olhos em momento algum. Pelo contrário, continuou o encarando e sentia tanta fúria que seu desejo de matá-lo tornava-se forte a cada instante. Sua cicatriz começou a queimar e seus olhos ardiam também. E então, Mark, ainda a estrangulando foi perdendo as forças sem soltá-la e seu olhar se tornou mais opaco e vazio. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas, pouco a pouco, o vampiro parecia ficar mais “desfalecido” e então, como se reunisse as poucas forças em si, ele atirou-se sobre ela. A cadeira em que estava, deslizou batendo à parede com a ação de Mark.
assustou-se ao sentir os lábios dele nos seus. E as mãos que antes estavam em seu pescoço migraram para sua nuca. Mark tentava invadir sua boca com a própria língua e então, o empurrou chocada. Mark entendera que era para se afastar, e calmamente, saiu de perto dela. Ao mesmo tempo em que a olhava furioso, ofegante, ele também mostrou-se aliviado.
— O que você pensa que está fazendo? — gritou contra ele.
— Quem é você para tentar me matar? — Mark rebateu mais do que furioso com ela.
Gritou para a mulher e de novo se aproximou ameaçador. Apontava o dedo à face de segurando a cadeira com a mão livre. Ela ainda não entendia o que ele dizia e foi ali que ele notou.
— Você não sabe o que fez? — Ele a perguntou, e ela, calada, negou — Ótimo! Você se torna uma bomba atômica a cada instante e não percebe nada que acontece com o seu corpo!
— Eu… Estava mesmo o deixando fraco?
— Fui obrigado a beijar você! Uma sensação anula outra, e esta é a sua fraqueza. Não pode dominar todos os sentimentos ao mesmo tempo!
— Eu… Posso sugar você, até a morte?
— Acho melhor você ir para o seu quarto até que Darak volte.
Mark mencionou raivoso e saiu deixando-a só. , apesar de surpresa, aproveitou o tempo na biblioteca para fazer as pesquisas que queria. Certamente, à noite, com eles ali não seria tão fácil espionar. Vasculhou todos os livros que podia e por mais que não entendesse muita coisa, ela sentiu que algumas das páginas podiam ser importantes e então as fotografou. Entre algumas delas, encontrou uma imagem das sementes que Malaika a entregara. Ela havia levado-as consigo, no bolso da jaqueta. Quase esqueceu-se daquilo! tentou ler aquele idioma estranho, mas, não conseguiu. Estava concentrada, quando Darak surgiu na entrada da biblioteca como um sopro.
— Que susto! — Ela gritou.
— Onde está o Mark?
— Eu não sei.
— Saia daqui. Não deve ficar sozinha diante dos livros dele.
— Por que?
— Saia daqui! — O vampiro gritou com ela, em tom de ameaça.
Ela não queria, mas, por mais raiva que sentisse dele, era melhor se afastar. subiu ao quarto e não viu nenhum dos dois novamente. Enquanto estava trancava no cômodo, ela buscou por sinal de telefone. Não tivera muito sucesso, porém, mesmo assim enviou uma mensagem ao Seth. Pediu que pesquisasse tudo o que ele pudesse sobre as fotografias das páginas que ela lhe mandava. Na hora que o sinal de telefone voltasse, Seth receberia a mensagem. Não suportando ficar trancafiada entre aquelas cortinas azuis, ela saiu de seu quarto, e sorrateiramente desceu as escadas. Espionar os dois vampiros poderia ser uma burrice, mas, a mulher estava curiosa para saber o que eles fariam. Quando chegou ao topo da escadaria do saguão, ela ouviu a porta da biblioteca fechando.
— Droga, eles sabem que estou aqui, óbvio! — sussurrou para si.
Caminhou até a cozinha e bebeu água. Não podia escutá-los e nem se aproximar, pois saberiam. E não poderia pensar muito sobre o assunto porque Mark também descobriria. Então, decidiu voltar ao quarto. No caminho, ao lado da escadaria do saguão, havia um móvel, como um aparador com gavetas, e ali ela avistou ao diário que eles tomaram de suas mãos. o pegou, e o folheou de novo, rapidamente. Fotografou mais páginas e em uma, viu um desenho de uma planta que pareciam ser a mesma semente avistada há pouco no livro, ou seja, as sementes que Malaika lhe dera. Ao lado do desenho, haviam escrituras no mesmo idioma que ela não sabia, porém, no desenho setas levavam para uma lua e um sol riscados com um “x”. Certamente, Darak deixara o livro ali por saber que ela não entenderia a linguagem. E embora não entendesse, realmente, a mulher gravou aquela informação.
Subiu rapidamente ao quarto e deitu-se na cama. Passaram-se dez minutos e Darak surgiu batendo à porta, a qual ela atendeu ansiosa. Ele avisou para que ela se arrumasse para partirem. O coração de acelerava de ansiedade. Ela pegou a sua jaqueta e a vestiu, guardou suas poucas roupas na bagagem e continuou com a roupa de frio que já vestia, em seguida desceu com a mala em mãos. Mark dissera que não era necessário reunir suas bagagens, pois, eles apenas dariam um passeio. Mesmo assim, carregou suas coisas para onde que que eles iriam. Os vampiros guiaram a mulher para fora do castelo, e entraram em um carro que Darak dirigia. Mark foi atrás sentado junto a ela e nenhum dos dois, dissera nada o caminho inteiro.
Chegaram em um local, totalmente esmo, e começou a temer por sua morte. Adentraram em uma mata densa, fria, e escura, apesar do horário matutino e Darak entrou em uma caverna. o seguia com Mark atrás dela quase a forçando a andar. Ao chegar ali, havia um lobo morto sobre uma pedra. O coração dela dilacerou e quis vomitar. Aproximou-se correndo do animal, e ao notar que não era nenhum dos quileutes, pois, era um lobo de tamanho normal, ela ficou mais calma. Entretanto, triste da mesma forma por ser um animal inocente. sentiu ódio dos dois vampiros e os encarou ameaçadora enquanto ambos a olhavam com escárnio. Logo, Mark tirou-a de perto do cadáver jogando-a para trás. Na frente de ele se aproximou do bicho e bebeu o sangue dele. Ela se sentiu ainda mais enojada pela cena, quis fugir. Darak segurou o braço dela a forçando a ficar ali, e fechou os olhos, não admitiria assistir àquela cena.
Quando Mark acabou, Darak sujou as mãos com o sangue que escorria através do pelo do pobre animal e Mark tirou a camisa. Darak fazia inscrições no peito de Mark. A olhou para trás, e pensou em correr, mas, eles a alcançariam e poderia ser bem pior. Ao mesmo tempo que ela queria correr, tmabém queria ficar e matar sua curiosidade. Depois que Darak terminou de inscrever aquelas figuras sobre o corpo de Killiam, ele se virou para o lobo morto.
o perguntou o que ele estava fazendo, mas, não obteve respostas. Enquanto os dois vampiros estavam concentrados no ritual, ela se recordou das sementes em seu bolso. Por mais que soubesse que eram veneno, soube que haveria um motivo para Malaika a entregá-las e se por acaso, ela morresse ali, ao menos teria impedido-os de realizar o que quer que fosse. Com lágrimas nos olhos, por imaginar que não veria seus amigos de novo, pegou as sementes no bolso da sua jaqueta, mastigou-as e as engoliu. Acreditava que o efeito viria logo. Darak e Mark não perceberam, e o primeiro se aproximou dela com um cálice de sangue do animal. Ele ordenou que ela tirasse a blusa. A mulher negou e então Mark se aproximou calmo e disse:
— Não vamos lhe fazer nenhum mal, pelo contrário, lhe faremos um favor. Tire.
negou novamente, e Mark impaciente, atirou-se sobre ela retirando sua jaqueta e puxando seu suéter, de modo brusco. sentiu-se invadida, e principalmente ameaçada ao ver o sorriso satisfeito e irônico no rosto de Mark ao encarar o sutiã dela. Darak se aproximou o mandando segurá-la e enquanto Mark a imobilizava, Darak despejava à força em sua boca o sangue do animal. Por mais que o cuspisse, não impediu alguns goles daquele líquido viscoso e tão ruim de passar por sua garganta. A mulher chorava de ódio, de tristeza, e como não dizer também, de medo. Darak fez umas inscrições no corpo dela, e as reconheceu. O selo inverso escrito no livro. Depois, Mark segurou-a de frente para ele, e então Darak proferiu palavras estranhas na direção dos dois. Eles executavam algum tipo de ritual que sabia para quê servia: libertar Rikhan.
Enquanto Darak falava, não entendia por quê o veneno não fazia efeito. E Mark sorria alegre falando para ela:
— Me agradeça depois por te livrar desta maldição. Você é bem inteligente , nós vamos tirar isso de dentro de você, sem precisar que eu morra.
Quanto mais Darak falava, mais enjoada ela ficava, e zonza. Sua cicatriz queimava muito, e seus olhos ardiam também. Novamente, sentiu os braços de Mark se enfraquecerem enquanto ele a segurava. Ela suava muito e Mark lutava para soltar-se dela. Notou algo errado então a mordeu no braço, e ela, relutante, sentiu as suas presas adentrarem a sua pele e a região queimar tanto quanto a cicatriz. Foi através daquela mordida, que Mark novamente se salvou de . Darak continuava falando e se aproximou dele, embora estivesse fraca. O vampiro não entendia porquê Mark a soltou e também não parava de falar as palavras descritas no livro. Por causa daquilo, ele não pode ouvir seu amigo desmaiando no chão a dizer-lhe: “afaste-se dela”.
tocou o braço de Darak e com um ânimo maior do que qualquer outra vez, observou o vampiro sendo sugado por ela. Ela se sentiu ainda mais forte enquanto ele secava. Seu corpo tremia ainda mais, assim como queimava, e ela suava, ficava zonza e cada vez mais enjoada. Quando o corpo de Darak, seco como uma múmia, caiu ao chão, retrocedeu alguns passos e caiu de joelhos. Vomitou um líquido branco, espumoso e ácido. Era o veneno, ela havia conseguido. Se livrou de Darak e do perigo que aquele ritual poderia oferecer, e ainda estava viva. Sentou-se ao chão recuperando as suas forças e olhou o corpo de Mark estendido ao chão. Ele ainda estava vivo, embora fraco. rastejou-se até o cadáver de Darak e procurou a chave do carro nos bolsos do paletó dele. Ela também pegou o diário que continha o ritual, depois se vestiu e encarou a chave em suas mãos, pensando se deixaria Mark ali ou não. Infelizmente, ela ainda precisaria dele. E diante daquele momento em que sabia o que ela era capaz de fazer, Killiam Mark estava em suas mãos. Seria matar, ou morrer.
Por mais que ela estivesse certa em tentar manipular o Mark, decidiu não ficar ali para aguardá-lo despertar. Com as chaves em mãos, saiu daquela caverna o mais rápido que pôde. Estava exausta, mas graças à Darak, ela se sentia forte. correu pela mata tentando lembrar o caminho feito antes, e encontrou uma trilha que decidiu seguir. Por sorte achou o carro. Entrou dentro dele, sua mala e sua bolsa estavam no banco de trás. Colocou o diário dentro dela e deu partida. Não tivera certeza se o caminho que fazia seria o correto, mas, arriscou fazendo um retorno oposto à direção em que o automóvel estava estacionado. Dirigiu cerca de trinta minutos e uma placa descrevia a entrada para uma cidade.
chegou até uma cidade pequena, mas, moderna. Estacionou o carro em frente a uma lanchonete, e pegou sua bolsa. Quando entrou no lugar que não estava cheio, os funcionários a olharam com expressões assustadas. os cumprimentou em um aceno de cabeça e foi ao banheiro. A faxineira lá dentro, já estava de saída quando elas se esbarraram e a mais velha a encarou assustada. foi até a pia e pelo espelho viu o que os assustava: ela estava despenteada, um pouco suja de poeira, e em seu rosto havia vestígios do sangue que escorrera. se limpou, tentou se ajeitar e decidiu não passar tanto tempo ali naquele estabelecimento. Antes ainda de partir ela aproveitou a civilidade para telefonar ao Seth.
— Seth! Seth! Consegue me ouvir?
— ! Graças aos céus! Estou muito aflito por você, você precisa voltar imediatamente!
— O que houve? Esquece! Eu preciso ser rápida. Caí em uma armadilha do Mark, mas, estou bem e consegui fugir. Buscarei uma forma de voltar para casa.
— Eu irei até aí, se você puder me encontre no aeroporto da capital. Sairei o quanto antes daqui, para chegar a tempo.
— Seth! Escuta! Eu estou em uma estrada qualquer, de uma cidade pequena na Bélgica. Mark está desacordado, e eu o abandonei na mata. Darak está morto. Eu peguei o carro dele e fugi. Preciso que me envie imediatamente o caminho até o aeroporto mais próximo, de acordo com a localização que irei enviar!
— Certo, me envie. Vou te encontrar em Washington!
— Preciso desligar agora, Seth, até mais!
desligou a chamada, enviou a sua localização ao Seth e saiu daquele banheiro partindo imediatamente para dentro do carro. Aguardaria a resposta de Seth ali, por medo de não ter sinal para onde quer que ela fosse. Repassou em sua mente se as suas coisas estavam naquele carro, e alegrou-se por ter colocado tudo ali. E mais ainda, por ter pego o diário. Em alguns minutos, a resposta de Seth ainda que mais atrasada que o habitual, chegou ao seu celular. E assim, ela decidiu partir diretamente para o aeroporto. Mark não era tolo, e embora conseguisse o atrasar, não confiava em tê-lo afastado por muito tempo. Então, ele que conhecia melhor aquele lugar do que ela, facilmente chegaria ao seu alcance. No caminho, se mantinha atenta à estrada e dirigia no máximo de velocidade que podia.
Depois de quatro horas dirigindo, o tanque do carro denunciava a reserva. pegou sua bolsa no banco ao lado, e tateou sua carteira lá dentro. Depois que a alcançou, com auxílio da sua boca, para não diminuir a velocidade e nem soltar o volante, ela a abriu encontrando seu cartão de crédito. Encontrou um posto de gasolina, e abasteceu o carro. O fato de ser um “autoabastecimento” a deixou receosa, pois, o cenário era deserto e perigoso. Após encher o tanque até a quantia referida, ela passou o cartão na máquina. O dinheiro que estava em sua bolsa, continuou ali intacto. Mais uma hora e meia de estrada e ela chegou à capital próxima, onde imediatamente abandonou o carro numa rua qualquer e pegando suas coisas foi atrás de um táxi. Assim que o motorista parou, o pediu que a levasse ao aeroporto e com dificuldade, por que o homem não falava inglês tão bem, ele a compreendeu. Ela o entregou alguns dólares, de maneira tão apressada que não soube a quantia correta, mas, a julgar pela feição satisfeita do homem o prejuízo teria sido dela.
Ela desceu correndo em direção à entrada do lugar e procurou atenta e eufórica ao guichê da companhia aérea necessária, e enquanto esteve na fila, procurou seus documentos. Mas, não encontrou seu passaporte. Onde estava? Não seria possível que ela deixara o passaporte em Forks! olhava para todos os lados, como se soubesse da presença de Mark. Revirou a bolsa com ainda mais pressa, e as pessoas começavam a notar seus atos. Logo chegou a sua vez no guichê, e a senhorita que a atendeu olhava para ela, curiosa e preocupada. Perguntou três vezes à se havia algo errado. Na terceira, respondeu que não achava seu documento.“Lamento senhorita, sem o passaporte não será possível embarcar” ela falou em um inglês não natural. compreendeu e assentiu, estressada, afinal, ela pensava que ela não sabia daquilo? Resmungou odiosa e quando pensava estar tudo perdido, ela encontrou o que procurava. Com força desmedida, bateu no balcão do guichê com os documentos sob sua palma. Se fosse ela a atendente, teria chamado a segurança por causa das atitudes tão suspeitas.
— Uma passagem para Washington, EUA. O próximo voo, mais rápido possível. É uma emergência familiar! — justificou mentindo a fim de não causar mais suspeitas.
— O voo sairá em dez minutos, a senhorita terá de se apressar para o embarque.
— Então seja rápida!
respondeu grosseiramente e estendeu para ela o dinheiro da passagem. A atendente pôs-se nervosamente a cumprir seu dever. A quileute puxou o bolo de papéis em suas mãos e correu em direção ao embarque. Havia três pessoas na fila, e o local era um pouco afastado, pegou sua mala pequena de mãos pela alça e correu o mais rápido que pôde. Alcançou a fila e quando respirou mais calma, ela olhou para trás e o avistou. Mark andava em sua direção com expressão raivosa e passos ágeis. A funcionário do embarque pegou os papéis das mãos de e mais uma vez, ela pediu pressa por urgência familiar. Ela, menos paciente do que a outra, olhou descontente para e continuou lentamente o seu dever. Mark estava a quinze passos, dez, oito, cinco passos…
— Aqui está senhora, tenha uma boa viagem.
Quando ouviu a voz da atendente e ela liberou a catraca, passou como se escapasse da foice da morte pela segunda vez naquele dia. O longo e iluminado corredor até o local de embarque também lhe parecia mais longo que o normal. Dentro de poucos minutos ela estava no avião, enviando a última mensagem à Seth antes de decolar. E quando a aeronave levantou voo, finalmente a mulher pôde respirar aliviada. Obserava à sua volta, ainda paranoica e com medo, mas, felizmente Mark não estava ali. Por pouco tempo, já que ela sabia que em Forks a realidade seria outra.
Horas de voo, e o avião pousava. Embora estivesse aliviada enquanto vinha embora, naquele momento, sentia calafrios em imaginar a hipótese de Mark com seu jatinho ter conseguido alcançá-la e estar ali, na plataforma de desembarque à sua espera. Qual não foi o seu desesperador alívio em ver a figura de Seth! correu até ele, o abraçando forte e foi impossível não chorar. Ele a abraçava e tateava pelos braços dela investigando cicatrizes ou qualquer sinal de maldade que haviam feito. Os dois saíram dali imediatamente. Embora paradoxal, ela se sentiria apenas totalmente segura ao chegar em casa. No mesmo lugar onde o seu assassino também estaria. Seth puxou-a em direção ao estacionamento, e com Munstang levou-a o mais rápido possível de volta. No caminho, explicou-lhe tudo o que havia ocorrido e o silêncio dele a deixava ainda mais nervosa.
— Eu te contei tantos absurdos e você não reage, Seth?
— Eu sabia que você não deveria ir!
— Você estava certo, mas, eu precisei ir! E nada adiantará reclamar agora!
— Ele vai te encontrar . E não será nada, nada fácil!
— Eu sei! — Ela declarou assustada e suspirou ao perguntar: — E como estão as coisas na reserva?
— Nada bem para você. Bruh descobriu tudo. Não sei como! Jacob já voltou e ela contou tudo para ele. Eu saí escondido da reserva para te encontrar aqui, assim que os vi conversando.
— Eu vou matar aquela estúpida!
— Não, não vai. Você vai lidar com as suas consequências. E depois, de nada adiantaria agora… Tentei ao máximo contê-la.
Os dois chegaram à reserva e todos estavam parados na varanda de Sue. Discutiam algo, com exceção de Billy que estava parado e sério em sua varanda. Ele os viu chegando e gritou:
— Ali está ele! — indicando Seth.
Pela primeira vez, viu Seth agir com força, ao invés de abaixar a cabeça, constrangido por seu erro. Ele estufou o peito, respirou fundo puxando a mala de e disse à amiga:
— Prepare-se.
Como em um relâmpago, as vistas de escureceram à medida que ela avistava lentamente, todas aquelas pessoas virem em sua direção. Seus olhos ardiam, e de repente todos pararam a olhando, assustados. Malaika surgiu no meio da mata, e ao lado dela estava Jacob. pôde ver tudo muito devagar e em poucos segundos, como se ela estivesse vivendo o tempo rápido demais, mas as coisas acontecendo em câmera lenta. Sua cicatriz também queimava, sua pele esfriava, e o suor lhe escorria frio. Seth, também devagar, olhou para trás e gritou o nome dela. Tudo acontecia muito lento. Ela se sentiu fraca e antes que fosse ao chão, os braços fortes de Jacob a seguraram. não enxergava nada.
— ! ! — Imóvel ela apenas ouvia a gritarem.
Abriu os olhos, e as imagens iam voltando aos poucos. Todos a olhavam espantados, e Malaika segurava uma de suas mãos com um semblante preocupado. Ela sorriu para a jovem, assim que a encarou. Ela respirou profundamente e se levantou rápida. Como se nada tivesse acontecido. Todos continuavam encarnado-a curiosos. Mas, o pior olhar era o de Jacob: havia decepção ali.
— Sei que preocupei a todos. E causei problemas, mas preciso descansar, comer, e contar muitas coisas a vocês.
Ela disse não suportando aquela pressão no rosto de todos. Encarou Jacob e abaixou o olhar, preocupada e envergonhada com ele, logo, lhes deu as costas saindo rumo à própria cabana. Seth chamou-a, mas ela apenas acenou informando a ele que depois se falariam. achou que se livraria das perguntas por hora, mas assim que adentrou a sua cabana e jogou a bolsa no sofá seguindo para a cozinha, Jacob surgiu batendo a porta da sala. Ela olhou na direção dele, assustada pelo barulho estrondoso.
— Você não vai ao menos falar com o seu namorado? — Ele perguntou irônico e com raiva.
— Sei que quer discutir, então achei melhor deixar para depois.
— Você está péssima. — Jacob atestou caminhando até ela e a olhando de cima a baixo.
— Eu sei. — respondeu largando o copo de água que bebera, na pia.
Ela não tivera tempo de encarar Jacob, imediatamente as mãos dele a puxaram para si. Estavam os dois com os corpos colados e encarando o olhar um do outro. O dele, com ódio. O dela, com saudades.
— Senti sua falta. — disse.
— Não foi o que pareceu. — Black respondeu e atacou a boca da namorada em um beijo quente e brusco.
Ele puxava os cabelos dela com tanta força, que temeu por sair do beijo sem os fios. Uma das suas mãos adentrou à camisa de e rapidamente ele puxou-a, observando o corpo manchado de sangue, com as inscrições estranhas. Black sabia que ela havia corrido perigo e olhou para ela com mais raiva do que curiosidade. Em imaginar quem havia feito aquilo com ela, Jacob começou a se descontrolar, mas aprendeu que era importante substituir sentimentos. A luxúria falava tão alto quanto a ira e a maneira que encontrou de não passar por uma crise metamórfica, foi agarrar a namorada como ele desejava desde que soube do que ela havia feito. Ele apertou ao seio de , enquanto ainda a beijava e tirou seu sutiã com facilidade. Seus lábios se direcionaram ao pescoço dela e suas mãos a ergueram para seu colo. agarrou-se em seus braços, mordeu o ombro dele enquanto ele beijava seu pescoço. A mulher cruzou suas pernas em sua cintura e ele subia as escadas até o quarto, carregando-a. Já lá em cima, Jacob a colocou deitada na própria cama e continuou os carinhos e afagos, selvagens, como só Jacob sabia ser. Ele pegou nas mãos dela e ergueu seus braços sobre a cabeça da mulher, e voltou a encará-la. lhe sorriu, em uma expressão promíscua e então ele a beijou sem sorrir para ela. Jacob estava com ciúme e raiva da namorada, mas não poderia resistir ao quanto a desejava e amava. Ele passeou as mãos de um jeito delicado pela lateral de tronco de e antes de continuar, encarou ao corpo dela novamente. E o punho mordido por Mark não passou despercebido. Ele ergueu o próprio corpo, pegou à mão dela e olhando a ferida, perguntou com ainda mais ódio no olhar:
— O que é isso?
— Não foi nada.
— Eu sei exatamente o que é isto, !
— Foi só…
— QUEM FOI? — Ele interrompeu, gritando rude como ela nunca tinha visto.
— Mark.
Jacob levantou-se da cama irado e deu as costas, à , ofegante.
— Temos todo o cuidado de não deixar você se ferir...
— Jacob...
— EU tenho todo o cuidado de não ferir você... — O tom de voz dele aumentava.
— Jacob...
— Para você fazer isso, !? Deixar que um vampiro te morda e toque no seu corpo fazendo… Sabe-se lá o quê com você!
o encarou gritando e se calou.
— Você viajou com um...
— Não é como se eu tivesse escolhido a eles. Não sou a Isabella Swan, e nunca mais ouse imaginar que eu faria a mesma escolha que ela ao te abandonar.
respondeu para ele, calma e tão dura quanto ele.
— Não estou te comparando, o que sinto é muito pior do que a decepção por Bella!
— Conversamos lá embaixo, Black. Eu preciso tomar um banho.
Black saiu batendo a porta do quarto dela, e foi fazer a única coisa que não poderiam fazer por ela: tomar um longo e delicioso banho. Retirar os vestígios de Mark, e as provas visíveis do seu erro, em seu corpo.
Quando ela desceu pensativa e com medo pela conversa que teria com Jake, ele estava na cozinha. Cozinhava para ela e aquilo não a aliviou como deveria. Soava como dar um abraço antes de apunhalar as costas de alguém. Ao mesmo tempo, sentia ódio de si por tê-lo feito aquilo. Mas, que outras opções ela teria?
— Coma primeiro. — Jacob lhe disse sério ao notar sua presença recém chegada.
— Não. Eu não sei se terei indigestão com a conversa, melhor esclarecermos tudo logo.
— Coma! E vomite depois se precisar, mas antes, coma! Ou Mark tratou você bem o suficiente para lhe servir um jantar?
O ciúme nítido na voz dele, a fizera sorrir e Jacob ficou ainda mais bravo:
— Você está toda errada, e ainda tem a coragem de debochar desse jeito?
— Jake, não estou debochando. Desculpe, é só que... É bom saber que você sentiu ciúme...
— Foi por isso que foi com ele? Para colocar nossa relação num fio frágil sob uma navalha? — Ele não sorriu e com aquela frase, temeu pelo fim de seu namoro.
— Vamos conversar Black...
— Coma. — Ele disse e sentou-se à mesa da cozinha, de frente para ela.
apenas o obedeceu. Não estava em cargo de exigir nada. E assim que terminou de comer em silêncio com Jacob a encarando sem a menor expressão, ele pôs-se a falar antes mesmo que ela pusesse o prato à pia.
— Comece.
— Não tive alternativas Jacob. Ou eu ficava aqui, sem descobrir as respostas, ou eu acompanhava Mark. E eu não preciso de ninguém me julgando. As consequências são minhas e só minhas.
— Só suas? Toda a reserva pode estar envolvida nisto!
— Eu sei. Tem razão. E por isso, que enquanto eu tomava banho eu pensei que... Vou precisar ir embora.
— Ir embora? — Ele falou como se concluísse o que estava pensando: — Não vai ao menos disfarçar?
— Eu não estou fugindo com o Mark, Jacob! Eu estou fugindo dele.
— Fugindo dele? Agora? Depois de uma viagem romântica? Parece que ele realmente caprichou nas marcas não é? — Black acusou bravo apontando o punho dela com os olhos.
— Larga a mão de ser babaca! Eu não te traí com ele. Eu errei em aceitar acompanhá-lo para um lugar desconhecido sim, mas, também acertei. Mesmo quase tendo morrido!
— É difícil acreditar, ... — Ele abaixou a cabeça, triste e insatisfeito.
— Ótimo, porque também é difícil acreditar que as palavras de uma estúpida pré-adolescente sejam mais confiáveis pra você, do que as minhas!
— O que a Bruh tem a ver? Só porque ela descobriu a sua mentira e contou para todo mundo?
— Não. Não é por isso, porque a verdade Jacob é que eu não devo satisfações da minha vida para ninguém aqui. Faço isso porque considero a todos, e compartilho minha vida com todos, e não porque tenho alguma obrigação disso. A Bruh tem a ver quando, por causa dela, você não confia no que eu estou dizendo.
— Não venha se vitimar. Assuma o que você fez!
— Eu assumi! — gritou ela: — Mas você não acredita, não é?
Ele ficou em silêncio, com o semblante fechado.
— Você confia em mim, Jacob Black?
— Eu não sei.
— Ótimo. Obrigada por responder. — falou ultrajada e já chorando por ele pensar que ela havia o traído.
Deu as costas a ele e se direcionou para fora da cabana. E antes de sair ela virou-se em sua direção. Jacob seguia lento atrás dela e com a mão na maçaneta da porta, lhe disse:
— Só gostaria de lembrá-lo que eu confiei em estranhos, confiei nas suas mentiras, e em tudo o que vocês me escondiam até o momento que vocês achavam que eu deveria saber de tudo. Vocês podem mandar uns nos outros, mas, não em mim e nas minhas ações. Não pense que manda, porque esperar as suas verdades e o seu tempo, foi uma escolha.
Ela bateu a porta e saiu. Já na parte de fora da reserva, todos prestaram atenção nela quando se aproximou.
— Eu sei que estão todos chateados. Confesso que isso me entristece, mas, me chateia mais saber que estão irritados com o Seth por ter me ajudado. E peço que não o julguem. Ele fez o que qualquer amigo de verdade faria. E eu teria feito o mesmo por ele.
falou aquilo e sentiu Jacob segurando sua mão atrás dela. Ela olhou para ele ainda magoada com a conversa que acabavam de ter tido.
— . — Ele pronunciou seu nome como se pedisse para ela não falar.
Mani soltou a mão dele, o ignorando e olhando para todos, voltou ao seu discurso:
— Eu sei que todos aqui estiveram preocupados comigo, e com o que eu fiz. E instantes atrás, após conversar com o Jacob, eu percebi que não precisava ter mentido para ninguém. Eu não estava fazendo nada errado. Eu não precisava ter mentido ou escondido o que eu fui fazer. Mas, eu sabia que haveria uma retaliação por parte de vocês. Vocês tentariam me impedir! Mas, saibam que eu jamais revelaria os segredos, quaisquer que fossem sobre os quileutes. E por isso, eu gostaria de pedir desculpas, primeiramente por ter mentido e os decepcionado, e também por preocupar vocês. Em momento algum nesta minha viagem, os quileutes foram assunto, eu não faria nada que pudesse os prejudicar. Não ofereci nenhum risco, pelo menos, diretamente a vocês. A única a correr riscos, fui eu. Eu fui atrás das respostas sobre mim, que são direitos meus. O que me remete a…
— . — Billy a interrompeu: — Em momento algum nós nos sentimos ameaçados pelo que você fez, e nem desconfiamos de você. Apenas nos preocupamos, por sua escolha. Pois, não é a primeira vez que vemos uma jovem escolher…
— Billy!
Antes que Billy falasse, o interrompeu incisiva. Ele estava com raiva, dava para perceber:
— Eu não sou Isabella Swan! Eu não sou a filha do delegado Swan. Eu não sou a garota que se casou com um vampiro, viveu e escolheu os vampiros e bagunçou a vida de muita gente nesta cidade. Não me comparem! Eu fui amiga da Bella há muitos, muitos anos atrás, mas, sempre que lembro que ela escolheu a vida que tem, eu não consigo compreender. Não sei se ela se tornou uma má pessoa ou não, mas, não acho que poderíamos ser amigas. Porque assim como ela escolheu os vampiros, eu também escolhi seres sobrenaturais. Eu escolhi vocês, e não que esteja comparando-os com os vampiros porque não há comparação, mas… Eu também fugi à regra! Principalmente, eu sou algo sobrenatural também. Então não venham falar das minhas escolhas. Porque se um dia disserem que eu escolhi algo errado, não foi a viagem com o Mark e o Darak, mas sim, me intrometer ainda mais nesse mundo de homens e lobos.
Todos olhavam assustados para ela e o Billy respirou fundo olhando para Jacob.
— E eu sei Billy, que você está decepcionado por seu filho, mas, eu nunca tive a intenção de magoar Jacob, ou qualquer um de vocês. Eu só fui atrás das minhas respostas. E lembro-lhes que eu esperei pelo tempo de vocês, e pelas respostas de vocês o quanto quiseram. E só vocês tinham o poder de me afastar de me envolver nisso tudo! Tinham as respostas para me dar a chance de escolher me afastar, mas, fizeram segredo até chegar ao ponto de “eu saber toda a verdade”. Entretanto, eu já estava envolvida demais para me afastar. E por isso chegamos até aqui. E como eu ia dizendo…
Jacob novamente segurou em sua mão e de maneira apertada a puxou até ele. não teve reação, ele a abraçou e afagou seus cabelos em seu abraço. Enxugou suas lágrimas e sussurrou para ela:
— Pare…
negou com a cabeça e se afastou, voltando a falar para todos que prestavam atenção nela:
— Como eu dizia… Eu vou deixar claro aqui, que… Vocês não mandam em mim. Eu não sou uma loba que deve seguir a um alfa ou às ordens dos anciãos da matilha. Eu não tenho obrigação alguma com isso. Tudo se trata de escolhas. Eu escolhi o tempo de vocês. Os segredos de vocês. Os costumes. Os hábitos e a vida ao lado de vocês. Então respeitem as minhas escolhas, principalmente, quando elas não tiverem a menor ligação com o que vocês acham certo ou não. Não pensem que está sendo fácil dizer tudo isto. Mas, eu acho que devemos esclarecer tudo antes de…
parou de falar, e começou a chorar. Estava vindo de um nível tão alto de exaustão, depois de tudo que tinha passado que aquilo ali era ainda mais doloroso.
— Eu tenho algumas coisas a contar… A primeira, é que… Eu vou precisar partir da reserva.
O burburinho começou imediatamente. Jacob negou e todos os outros reclamavam e falavam ao mesmo tempo também.
— Por favor, escutem! Eu matei Darak. E Mark, infelizmente ficou vivo. Ele vai vir atrás de mim. E muitos outros. Eu descobri coisas. Muitas coisas sérias e, eu não posso ficar aqui…
Jacob a puxou ainda mais brusco que da outra vez, e segurou seus ombros encarando-a firme, e então ela pôde ver que ele chorava:
— Nunca diga que vai se afastar de mim, está entendendo ? Eu não aceito te perder, principalmente porque eu sei que não é o que você quer. Ou é? Você quer me deixar? — Ele a perguntou mais baixo que no início.
— Não. — Ela o respondeu baixinho.
— Ótimo. Porque nem eu, e ninguém aqui deseja que você se vá. E só por isso ficamos tão chateados. Porque te proteger é o nosso dever. Então que venham quantos quiserem, eu não vou deixar tocarem em você, como ele fez aqui.
Jacob ergueu o braço, ferido por Mark, que ninguém antes tinha notado. viu as expressões de preocupação e raiva no olhar da maioria.
— Nós não vamos deixar nada te acontecer, nunca. — Jacob encerrou a conversa e a beijou.
Quando se separaram, Sam começou a falar:
— . Você é uma de nós também porque, nós escolhemos que você fosse. Está certa quando diz que tudo é uma questão de escolhas e peço desculpas em nome de todos se agimos com você de maneira invasiva ou autoritária. Mas, por te considerarmos uma quileute, agimos como tal. Preocupamos igualmente como irmãos de matilha, e exigimos igualmente. Perdoe-nos por ter mentido e escondido informações importantes. Mas, saiba que não desejamos que você vá embora, mas, se essa for a sua vontade, nunca nos oporemos a ela.
— Ela não quer ir embora Sam! — Jacob disse bravo, segurando as mãos dela.
— Só estou esclarecendo que ela pode, se quiser, Jake. Ela não é obrigada a nada.
— Olha… — disse interrompendo aquilo tudo: — Eu sei que fui dura agora no meu posicionamento, e agi errado também por esconder da minha família o que acontecia, mas, acho que já entendemos ambos os lados, não é? Eu peço desculpas pelas minhas duras palavras, e agradeço todo o carinho e preocupação, mas… — Olhou para a entrada da reserva, aflita: — Eu preciso contar o que houve…
— Não precisa ter medo, Lu. Ele sabe que aqui dentro ele não pode entrar. Pelo menos não em minoria. — Seth a acalmou parcialmente, sabendo da sua aflição.
Ela concordou e Sue pediu que todos entrassem à sua casa para falarem sobre o que ocorrera. Foram todos para lá, com ânimos mais calmos, e assim ela explicou tudo para eles. Cada descoberta sobre ela ser a criança de Rhikan. E depois contou sobre o diário, seus poderes e por fim o ritual. Todos estavam surpresos demais para assimilar a tudo, Malaika aproximou-se dela e abriu a mão com as sementes.
— Claro… — sorri para ela e olhou para a Sue a fim de que traduzisse a ela: — Muito obrigada Malaika, você salvou a minha vida quando me deu as sementes. Elas impediram que eles conseguissem.
Em seguida ela sorriu e respondeu no idioma dela, que Sue também traduzia:
— É veneno. Mas é cura também. Veneno que anula veneno vira cura.
entendeu tudo o que ela disse quando se recordou do ritual. Ela se envenenou com as ervas para se livrar do veneno posto no sangue daquele animal, na taça para ela beber. O mesmo veneno que Mark permitiu passar em sua corrente sanguínea ao lhe morder. O veneno dos vampiros.
— Agora que sabe tudo, até mais que nós… — Malaika continuou: — Mostre as inscrições. E cuidado, você está vulnerável. Eles não completaram o ritual, mas, iniciaram. E isso… — Malaika pegou o braço da garota apontando a ferida: — Isso já começou.
— Eu vou me tornar uma vampira?
— Não. — Ela respondeu: — Pelo menos foi pouco aqui. Mas, é o que eles querem não é? Libertar Rhikan.
— Eu não vou deixar. Se eles tirarem ela de mim, não só eu morro como eles terão a arma que querem. — se aproximou dela segurando suas mãos: — Preciso ajudar os lobos, Malaika. Parar as transformações permanentes.
— Você não pode. É por sua causa que estão se libertando.
— Então devo me afastar.
Novamente todos reclamaram e negaram. Jacob a abraçava ainda mais forte, de modo possessivo. E Malaika se silenciou. Não negou que ela devesse ir, mas também, não falou sobre ela ficar.
— Querida… — Sue lhe disse calma, como sempre: — Nós acharemos uma resposta sem que você tenha de partir. Já passou todo este tempo aqui. O que fará diferença agora?
Ela sorria confiante, mas, os olhos de transmitiam dor e preocupação:
— O tempo. Não temos tempo. Eu não terminei de contar tudo, então, preciso que entendam que… É muito mais sério. Não sou a única a ser perseguida. Os Volturi se uniram aos Cullen, para voltar e destruir o clã quileute.
Charlie abaixou a cabeça, tristonho, e Sue segurou firme em sua mão.
— Foi ela, não foi? — disse Charlie chateado, com lágrimas nos olhos.
— Creio que ela não é a mesma Bella. Não é mais a sua garotinha, Charlie. Ao mesmo tempo em que ficar é arriscado a vocês e a mim, partir também. Eles querem a mim, para apreender o poder que tenho, domá-lo e usá-lo contra vocês e contra todos. Mas, eu não sei exatamente como e quando. Mark, Darak e Valerie foram enviados para descobrir as fraquezas atuais de vocês, a fim de que os Cullen retornassem com a ajuda dos Volturi e iniciassem a guerra que anos antes fora impedida. Mas, dessa vez com vocês em desvantagem. Quando me descobriram… Por causa de Rhikan eles, atrasaram a vingança. E Valerie foi enviada com novo propósito: matar-me e libertar a deusa para dominá-la.
Todos estavam bem surpresos com as descobertas. Sem muita opção de soluções, naquele momento, eles continuaram as suas vidas. estava exausta, precisava dormir, então se levantou e foi para a sua cabana. Seth veio logo atrás, em seguida Black.
— Ei, Lu!
— Seth! — Ela parou se lembrando de agradecê-lo. Caminhou ao encontro dele, metros antes de chegar em sua cabana e o abraçou bem apertado.
— Ei, nossa! Está tudo bem? — Ele disse surpreso.
— Eu quero agradecer você, maninho. Eu nunca vou poder agradecer como você merece, por cuidar de mim e me ajudar nisso tudo, e por aparecer para me buscar tão prontamente! — Ela ainda estava abraçada forte com ele, e queria chorar.
— Ei… Não precisa agradecer. Somos um só, tá legal? Você sempre me ajuda e… — Ele se separou dela fazendo-a olhá-lo, e ao vê-la chorando ele franziu a testa dizendo: — Lu… Não chora princesa. A gente está com você nessa. Não pensa em nada daquilo agora, tá? Só me abraça e… Vai dormir. Você não dorme e nem descansa ou come há dias.
— Jacob já preparou comida para mim. — Ela afirmou abraçando-o de novo, e ouviu a risada abafada de Seth.
— Ele te ama, como um verdadeiro imprinting. Ainda que não tenha sido você.
— Não sei Seth. Apesar de tudo, a nossa discussão ainda me deixa mal.
— Falaremos disso depois, ‘tá bem? — Seth começou a sussurrar: — Ele está um pouco atrás de nós, esperando eu te soltar e morrendo de ciúmes. Acho que vai sobrar pra mim, então, o agarre logo.
bateu de leve no ombro de Seth e sorria enquanto o via se afastar. Jacob a olhava e então ela sorriu também para ele. O namorado aproximou-se calmo e ao alcançá-la, a colocou em seu abraço. Eles entraram à cabana de e foram direto ao quarto. estava bem cansada, então puxou as cobertas da cama, pediu para ele fechar as cortinas escurecendo o quarto e logo ela se deitou. Jacob ao seu lado recostou-a em seu peito.
— Desculpa.
Depois de alguns minutos a sua voz soou arrependida e forte.
— Vamos esquecer tudo. — afirmou na tentativa de romper com aquele assunto.
— Não dá.
— Jacob…
— Eu sei que você não vai esquecer Mani…
Ela sorriu ao ouvir aquele apelido que há tanto ela não ouvia. Se ergueu, apoiando-se pelo cotovelo a fim de encarar os olhos dele:
— Sabe Jacob… Eu sei que você me ama e imagino que foi péssimo chegar aqui, louco para me ver e descobrir que eu estava com outro em sabe-se lá onde. Eu teria agido igual a você, ou pior. Então, eu prometo que vou esquecer de verdade o seu ciúme de hoje e as suas palavras. Vou acreditar que foram da boca pra fora.
— Eu confio em você. Não confio é neles.
— Black… — pronunciou como há muito não fazia, e ele sorriu ao ouvir aquilo — Como vai reagir se a Bella reaparecer?
Confuso e surpreso com a pergunta, ele a encarou.
— Terei vontade de matá-la, por querer fazer mal a você.
— Ela talvez nem saiba que eu sou eu…
— Tenho muitos motivos para querer matá-la.
— Teria coragem mesmo? A mulher que amou um dia?
— Ela não é a garota por quem me apaixonei na adolescência há anos, e se, nem mesmo o meu imprinting pode me impedir de fazer o certo, por que a Bella me pararia?
— Sabe… Se um imprinting é algo tão forte assim… Tenho receios que um dia você não me ame mais, principalmente porque eu sei que foi só pela Rhikan que você acabou se apaixonando e…
— Ei, ei! Que história é essa? Eu não vou deixar de amar você, porque você está acima até mesmo do imprinting de um lobo… Nem sei mais o que é isso, se existe, se é real… Só sei que… Você é tudo para mim! E não foi por causa do que há dentro de você que me apaixonei. Eu te amei pouco a pouco, a cada dia mais. Até você me preencher por completo.
Jacob calou-a com um beijo apaixonado, e depois de algum tempo conversando bobagens, fazendo carinho um no outro e rindo, ela pegou no sono. E dormiu por dois dias. A falta da cafeína no seu corpo serviu como uma válvula do sono, e felizmente ela pôde se desintoxicar por completo das substâncias, das sensações e das memórias.
Naquela semana, ela não pôde sair da reserva. Nenhum deles a permitiu arriscar se expondo pela cidade com Mark atrás de si. Ela mal sabia se Mark ainda estaria em Forks. Acreditou que ele se reuniria aos outros vampiros e retornaria por vingança, mas, a verdade que ninguém soubera, apenas Seth, é que ele havia voltado no mesmo dia que ela e havia lhe mandado uma mensagem por telefone dizendo: “você não vai me evitar por muito tempo, aguarde”.
Ela estava muito marcada para uma comum garota de Phoenix que só quis rever a amiga se mudando para a mesma cidade que ela. Onde foi que Isabella Swan a metera? E será que, por ventura, Bella já soubesse de sua ligação mística com aquele lugar anos atrás quando a enviava aqueles e-mails, ou foi tudo coincidência, destino?
Malaika, Sue, Billy, outros anciãos e ela, estudavam uma maneira de compreender melhor aquele diário. Eles já sabiam muito sobre e se concentravam agora em como romper com as transformações definitivas dos lobisomens. Embry manifestara até ali, duas vezes a sua transformação. Eles sabiam que na terceira, seria definitivo. Quil, uma vez. Jacob, uma vez. Os demais, não manifestaram, e imaginavam que não manifestariam devido às suas linhagens afastadas do tronco principal. Quem mais os preocupava na verdade, era o herdeiro direto da matilha: Black.
destrinchou-se em estudos infinitos sobre o seu emplastro. Havia dado resultados positivos com Sam e os demais, mas, estava longe de se tornar um antídoto. Concentrou-se numa combinação das sementes que Malaika a entregara e o emplastro. Mas, ainda estava longe do que ela pretendia. Leah havia retornado para Forks. tivera de pedir sua ajuda e imediatamente ela pausou seus estudos e voltou, ao saber que a urgência era tanta. Ficou revoltada com a amiga por ter ido à Bélgica, irada com o que eles tentaram lhe fazer e muito, muito mais irada por saber que tinha dedo dos Cullen naquela história.
Estavam todos reunidos ali, na sala da cabana de buscando maneiras de associar uma cura.
— Se pode conter os poderes dos vampiros, e é a criança da profecia, porque ela não pode salvar os lobos? — perguntou Charlie de um modo tímido.
— Porque enquanto ela detém os vampiros por efeito de uma maldição, aos lobos ela desperta-os seus instintos. — respondeu Billy.
— Bom, eu testei três novas fórmulas químicas e fitoterápicas, mas, creio que para o que falamos tudo seja paleativo… Mas, Leah teve outra linha de raciocínio muito mais válida do que a minha. — sorriu para ela, e agradeceu: — E por isso muito obrigada, novamente por ter vindo me ajudar.
— Não tem que agradecer, também se trata de mim.
Sue, ansiosa perguntou:
— E então, minha filha? O que você descobriu?
— Na verdade, eu não descobri nada extraordinário. Malaika me ajudou muito. — Ela sorriu para a anciã simpática que a correspondeu: — Nossos ancestrais pararam isto por um tempo se envenenando, o que nos associou às sementes que salvaram . Depois, nós entendemos que o emplastro da acelera a capacidade regenerativa dos lobos. Em terceiro, não podemos negar que tem o poder de despertar isso. Então, vamos unir tudo. Entretanto, se aquilo que na natureza pode matar, também pode curar ou vice-versa… Então que desperta o monstro, também pode adormecê-los.
— Faz todo sentido. — disse Sue.
— Então, temos que investigar onde, na genética dela que se encontra a válvula que nos desperta.
— Genético? Não acredito que haja “magia” no meio dos meus genes, Leah… — falou descontente.
— , você precisa aceitar que não é uma humana. Você é um ser sobrenatural, como nós. E por isso que há essa… “magia”, se assim posso dizer, na sua genética. — Billy falou convincente.
— Tem razão, desculpem. Eu ainda não me compreendi direito.
— Tudo bem, querida. — Charlie pegou em sua mão condolente.
— Bom! — Leah falou alto e suspirou pesado: — A minha aposta são as células-tronco. Tudo na medicina moderna tem a ver com elas, e acho que essas coleguinhas podem nos trazer o que precisamos.
De repente, Malaika que não compreendia muito daquela conversa, apenas transcrevia as informações daquele diário, na sua língua nativa a fim de que outros da tribo pudessem compreender aquilo no futuro, olhou na direção deles e os estendeu uma folha. A mesma folha do ritual feito por Mark e Darak.
— Eles sabem. — afirmou.
Aproximou-se dela e olhou melhor as figuras. Ela tinha razão, começou a falar em seu idioma, como sempre traduzido por Billy ou Sue, e explicou a chave que eles ainda não encontrado: os vampiros sabiam como deter os lobos através de Rhikan. Do contrário, não teriam motivos para querê-la.
— Porque eles desesperaram-se tanto quando viram que eu sabia deter o poder deles em mim? — perguntou sussurrando.
— Porque você pode matá-los? — Leah concluiu.
— Não. Tem mais coisa aí… E eu sei quem vai me contar.
— ! — Billy afirmou rígido: — Você não vai atrás dele.
— Então que ele venha até nós. — respondeu.
Todos se entreolharam curiosos e pensativos.
Cinco dias se passaram, e eles haviam conseguido preparar a armadilha de Mark. Estavam fora do território quileute, no meio da mata, mas, ele concordou em a encontrar ali acreditando que ela estava sendo vigiada de não se afastar muito. Ele agora estava cercado, mas, não se preocupava. Estava sozinho, e seus olhos apenas a encaravam.
— Vocês não vão me matar, porque precisam de mim. — Ele disse.
— Depende, Mark. Com quem você está? Comigo, que posso te livrar da maldição de Rhikan, ou com eles? — perguntou.
— Será que pode mesmo?
— Façamos um pacto. — Ela disse se aproximando: — Um pacto de vampiro.
Todos a olharam assustados, com exceção de Leah que sabia dos planos de por trás dos planos dos quileutes. Sim, aquela era ela novamente escondendo fatos para eles.
— II bacio del vampiro? — Mark perguntou surpreso.
— Exatamente.
pôde ver Seth sussurrar para Jacob:
— Jake, o beijo do vampiro!
— O quê? Ela está louca?
E Jacob surgir próximo a ela:
— Não vou permitir que cometa esta loucura!
— Black, eu sei o que estou fazendo!
— Hm… Conflitos amorosos… — ironizou Mark.
Ao ver Jacob tentar avançar sobre ele, ela segurou a sua mão o impedindo. Leah olhou para Seth, e Seth aproximou-se falando para Jake apenas confiar nela. Afirmou que nenhum mal aconteceria, uma vez que estavam todos ali. Relutante e aflito, Jacob se afastou. Mark e retomaram o assunto.
— Você me deve isto, pelo que me fez semanas atrás. — Ele sorria com escárnio e suas vistas já estavam escurecidas de desejo.
— Eu faço este pacto contigo: te liberto da profecia, concedo-lhe poder e você deverá ser leal a mim até a morte, do contrário, eu mesma o matarei.
— Apenas pelo fato de provar teu precioso, saboroso e cheiroso sangue eu já me contentaria… Entretanto, sabemos que a oferta é bastante alta e também sabemos que você não tem ideia de como cumprir o que promete.
— Mark, Mark... Você continua subestimando a garota da profecia.
— Não sei se quero servir-te até a morte, Rhikan. Na verdade, estou em busca de cortar os laços com este demônio a quem chamam Deusa. E quanto à … É evidente que está mais forte, mas, se esquece de que sou telepata? Ainda estou à sua frente e sei exatamente que não dominou por completo o seu poder.
— Eu sei de tudo isto Mark, mas, você também não sabe algumas coisas… Como por exemplo, que meus pensamentos podem ser enganosos. Recorda-se de nossa viagem, onde em determinado momento eu descobri que você não pode saber tudo?
— Você descobriu. — Ele respondeu com mais raiva do que antes.
— E eu preciso lhe agradecer também. Não nota nada diferente em mim?
Ele olhou para com atenção e pôde ler em seus olhos o orgulho próprio, em admitir fracasso. Entretanto, ele admitiu numa única frase:
— Eu de fato a subestimei.
— Esta noite Mark, na casa dos Cullen. E todos irão.
— No território rival? Os quileutes andam inocentes, não acham? — Ele andou ao redor dela falando e provocando os presentes.
— É contra as nossas leis, permitir algo tão nojento dentro de nossas terras! — gritou Leah para ele.
Depois de encarar um a um, Mark reverenciou à e se aproximou encarando-a olho a olho. Segurou sua face para si, como se fosse beijá-la. Jacob a esta altura era segurado por Paul e Embry. As presas de Mark sobressaltaram como uma ameaça, e sorrindo ele se afastou:
— Até a noite, mia signoria!
Depois que ele afastou-se suficientemente, retornaram todos à reserva.
— Qual o lance desse cara, com o italiano? Ele não é belga? — Seth aproximou-se distraindo com aquela piada, à medida que todos estavam a olhando ainda mais sérios e Black, se afastava furioso.
— Eu explico pra eles, vá descansar. — Leah passou ao lado deles dizendo e ela concordou.
— Embry aceitou ser cobaia. Mas, vou logo adiantando que eu não estou muito tranquila com isso!
— Leah! Isso foi praticamente ideia sua. Se acalme, nós não faremos nada sem ter certeza de que é seguro.
— Vou preparar as coisas para o exame. — Leah comentou e saiu um pouco nervosa.
e ela estavam no laboratório pessoal da Befingfield. Após toda a confusão do pacto, elas dariam prosseguimento ao plano de buscar a cura das transformações através do DNA de . Embry havia aceitado ajudar e assim que desligou a chamada telefônica, Leah veio em direção à amiga bastante preocupada por seu namorado. tentou reconfortá-la, pois, em hipótese alguma ela permitiria usar Embry como teste se não soubesse o quão seguro fosse para ele. E Leah se acalmou em saber que era verdade: ambas pensavam primeiramente no bem-estar dele, do que em alcançar uma cura a qualquer custo.
Enquanto Leah preparava as seringas para coletar o sangue de Mani e fazer os testes, pensava no que seria possível fazer caso sua hipótese estivesse errada. Brincava com o vidrinho do seu próprio emplastro cicatrizante, quando Leah lhe chamou para iniciar os exames. Jacob ligou no momento em que ela preparava o braço para a coleta.
— Fala sério! Essa conexão mental de vocês dois está deixando a todos cansados, sabia? — Leah reclamou assim que pegou o próprio celular.
— Não fui eu quem pediu para ele ligar.
— Este é o problema. Fala ao Jake para dar um tempo. Eu preciso respirar sabia? Nossos pensamentos se cruzam tanto que eu nem sei mais quando é coisa da minha cabeça ou de outro!
Leah parecia realmente estressada e riu. Assim que atendeu ao telefone, ela passou o recado ao namorado que pediu desculpas e concordou que os dois andavam inconscientemente atingindo ao elo mental de toda a alcateia. Mas não era proposital, era como uma ligação nova e forte, difícil no início para se adaptar e levaria um tempinho a mais para “calibrarem” suas psiques. Jacob desejou sorte para as duas e assim que desligou a chamada, Leah coletou o sangue dela. Tanto a médica quanto a farmacêutica e bióloga, ficaram um pouco assustadas ao ver o líquido encher o tubo. O sangue da humana havia se modificado consideravelmente. Ainda era vermelho, e espesso como sangue humano, mas brilhava. Tinha uma mescla magnética.
— Você tem muita sorte, garota.
— É, eu não sei o que houve de fato, mas, pelo que vejo acho que... Na verdade não acho nada. O que aconteceu com meu sangue, Leah?
— Isso é o veneno dele no seu sangue, mas… Incrivelmente não se fundiu totalmente. Vi uma vez o veneno deles. É um líquido viscoso e prateado, como prata derretida. E seu sangue apresenta a mesma viscosidade agora, pelo que vejo há um elemento brilhante nele. Provavelmente é o veneno de Mark. Por muito pouco você não se transformou totalmente. Mas, vamos ter que fazer os testes de composição. E torcer para que ele não tenha atingido tanto o seu DNA.
deixou nas mãos de Leah toda a análise sanguínea, ela não conseguia pensar direito. Afinal, mais uma vez, havia escapado por muito, muito pouco.
•••
Dois dias após a coleta os resultados já haviam ficado prontos. O sangue de foi minimamente modificado, os componentes “naturais” dele, ou melhor, aqueles que pertenciam a Rhikan, eram mais fortes. Não permitiram uma incorporação eficiente do veneno de Mark. Logo, elas tinham em mãos uma fórmula bioquímica que torciam para dar certo.
Todos os quileutes estavam reunidos na reserva aguardando o resultado. Embry ao lado de , de mãos dadas com ela e tão nervoso quanto a amiga, para saber se o teste havia funcionado. Os outros parados à varanda de Billy igualmente ansiosos. Leah pegou o papel em suas mãos e leu o resultado recém-impresso no laboratório. não tivera coragem de ler os resultados que ela coletou, e nem Leah teve coragem de ler sozinha, ainda que já soubesse o resultado, após os dois dias de trabalho duro.
— A incorporação hematopoiética ao elemento zircônio ultra reativo foi negativa. Entende-se que as quantidades mínimas não foram atingidas. — Leah terminou a leitura e olhou desanimada para Embry e , concluindo: — Ou seja, não houve reação. A quantidade mínima de elementos reagentes nem foram alcançadas. O sangue da é altamente resistente ao veneno, e cerca de 0,001% do veneno de Mark foi o que restou. Seu corpo elimina o veneno , as sequelas que ficaram em você se formaram na primeira hora de contaminação, e depois... Seu sangue desintoxicou.
deixou os ombros caírem em desânimo. Ela havia entendido, mas, algumas faces mantinham-se confusas.
— Eu não sou o único leigo, então explica melhor Leah. Por favor. — Jacob pediu, confuso.
— Funciona como se o corpo da fosse atingido pelo veneno apenas na primeira hora de contaminação, e depois seus anticorpos combatem ao mal. Ela fica com sequelas, mas o sangue dela volta ao normal. Ela não tem como “contaminar” outros.
— Então... Em um exemplo tosco... Ela se torna uma vampira que não pode transformar outros, porque volta a ser humana? — Seth perguntou de modo ingênuo.
— Basicamente isto, Seth. Ela fica com o bônus de ter os poderes dos vampiros, dependendo do nível de veneno no sangue. Como Mark não finalizou, não há como saber. Entretanto comparando ao que ocorreu à Bella por ser humana, e tendo claro que não soubemos quanto de veneno foi exposto à sua corrente sanguínea posso afirmar que foi uma quantidade muito mínima, capaz de ser expelida por seu organismo, mas igualmente potente para deixar as alterações.
Enquanto todos comemoravam o fato de não ter se tornado em parte uma vampira, e nem existir esta possibilidade, ela se levantava desanimada.
— Não está feliz de saber que é inatingível a eles, ?
— Não é isso, Black... É que agora sabemos que eu não posso ajudar Embry ou Quil que já manifestaram as transformações em lobisomens.
Todos a olharam atentos e preocupados.
— Use o Mark. Não foi para isso que você deixou ele te morder? Ele não é seu escravinho apaixonado, agora?
A resposta arrogante e talvez, mais certeira, veio de onde menos todos esperavam. Bruh que estava mais afastada soltou sua frase e saiu de perto deles. observou ela dar as costas enquanto Quil desculpava-se pela irmã. Segundo ele, ela estava apenas preocupada com o irmão, mas eles não entenderam que havia possibilidade dela estar certa.
— É isso! — afirmou enquanto via Bruh entrar na cabana de Sue — Ela está certa. Se os níveis de veneno não foram suficientes temos que aplicar mais, e uma parcela muito, muito menor do meu. Por exemplo: se o “sangue” de Mark é ácido, e o meu básico a ponto de neutralizá-lo, então temos que aplicar mais ácido até que o meu sangue possa reagir, mas sem permitir uma neutralização.
— Você está certa , mas teremos que fazer vários testes até encontrar a porcentagem ideal do seu sangue para que ocorra a reação.
— Não vejo problema, Leah.
— Eu vejo. — Jacob se pronunciou — Primeiramente Mark teria que aceitar ajudar vocês, e em segundo... Eu teria que aceitar Mark a ajudando.
Todos olharam em direção ao casal, constrangidos. Àquela altura não havia como manter segredos, certamente todos sabiam da “confissão de amor” de Mark.
— Jake... — Paul, o único que nunca falava muito se manifestou: — Temos que pensar em como ajudar a todos. Embry e Quil tiveram sorte até agora. Eles ainda podem ter seus quadros revertidos, mas, até quando? Leah e precisam de nosso apoio, de toda a ajuda necessária. Até porque sabemos que não irá parar em Quil. Essas transformações também podem afetar ao alfa. Vamos parar sem ao menos tentar? Por orgulho? Existe uma possibilidade, afinal.
não sabia o que estava acontecendo: Bruh foi pontual, Paul foi pontual e só faltava Charlie para completar o círculo de “os calados que nunca opinam”, trazerem as respostas certas. Todos olharam-se cientes de que Paul estava certo. E foi Billy quem mais uma vez deu a palavra final. Ele pediu a todos, que tentassem convencer o Mark. Infelizmente, todos ali podiam se encarregar daquilo, mas, sabia-se que só poderia alcançar a ajuda dele.
•••
Jake e desceram do carro e deram as mãos em direção à sua antiga casa no bairro Kalil. O descontentamento era visível no rosto de Jacob. Mark, porém, abriu a porta antes que os dois chegassem à varanda.
— Benvenuta, il mio tesoro! — gritou Mark para os dois parado à porta.
— Sem palhaçadas Mark. — Jacob o dissera direto.
Ele passou à sua frente a fim de que ela entrasse primeiro e ficou encarando Mark ao lado da porta, quando entrou.
— Eu estava ansioso para revê-la, depois de nosso Bacio.
— Eu acho que você não entendeu, não é Mark? — Jacob tentou avançar na direção dele, mas o segurou.
— Black!
— Amigo, amigo... — Mark zombou Jacob referindo-se como se ele fosse um cão.
— Mark. Sem gracinhas! Não torne tudo mais complicado, por favor. — também o repreendeu arrancando-lhe um sorriso de zombaria.
— Como se sente, ? — Curioso, Mark perguntou dando uma encarada nela dos pés à cabeça.
— Como pode ver, você deixou algumas sequelas.
abri os braços se olhando, como se as mudanças em seu corpo fossem visíveis demais.
— Não. Não deixei. Há um realce diferente em sua aparência... Como a sua pele mais clara... Ah! — Mark suspirou pesadamente com ar de pena — Que droga! Eu adorava o seu bronzeado natural... Mas, creio que para uma moradora da praia, logo isso voltará ao normal.
Jacob bufava enquanto o vampiro conversava com e lançava provocações.
— Mark, algumas alterações foram feitas, mas a verdade é que eu sou imune ao seu veneno.
A feição de Mark pareceu conformada, como se ele já soubesse daquilo.
— Eu sei. Desde que feri teu punho eu descobri que por mais que a ferisse, não ia adiantar. E fico confuso com isso desde então. Estudei cada linha de meus escritos sobre como libertaria Rhikan já que não faria efeito transformá-la. Então reli as descobertas de Darak, e de fato, o ritual poderia dar certo. Mas, com essa sua maldita ligação com os lobos…
— Você descobriu mais alguma coisa? — o perguntou mais curiosa se aproximando dele, e Jacob revirou os olhos ao ver a namorada tratar o vampiro como um parceiro de investigações.
— Você anda transformando seus lobinhos, não é? Acho que por isso está aqui.
— Como esse cara, sabe tanta coisa? — Jacob sussurrou, contrariado.
— Trezentos anos de sabedoria meu caro, lobo! E lamento que prefira os atletas, aos inteligentes. — Mark escutou e respondeu a ele, de forma provocante.
Jacob novamente tentou avançar sobre ele, mas o segurou.
— Temos um pacto, Mark. E você tem que me ajudar.
— Não , eu não tenho. Mas, eu vou porque eu ainda acho que posso tirar o Jacob do meu caminho. Afinal, Edward conseguiu e ele é um banana por que eu não conseguiria?
tentou de novo segurar Jacob, mas, com aquela provocação ela não teria como. Black foi muito mais rápido e forte e lá estava ele segurando Mark pelo pescoço contra a parede. O vampiro ria zombando.
— Oras Jacob, supere isso! E me solte porque é você quem precisa de mim.
— Black... — Ao ouvir a voz de , ele soltou Mark e lhe deu as costas, mas logo girou o corpo e de surpresa, deu um soco no rosto de Killiam.
revirou os olhos e estendeu a mão para que Black a pegasse se juntando a ela no sofá de Mark.
— Estressadinho o seu namorado. — Já Mark continuou zombando. — Diga logo, antes que eu quem perca a compostura e revide a ele. O que quer de mim agora, ?
— Vamos precisar do seu veneno. Muitas vezes. E, das respostas que já tem.
— Uma coisa de cada vez, . Eu não sou idiota. Vou querer algo em troca...
— Eu não vou hesitar de novo, Mark. Ou você para com as gracinhas ou eu te mato sem pensar duas vezes se precisarei ou não de você vivo! — Jacob esbravejou.
— Jacob, acalme-se! Mark só quer te provocar.
— Eu realmente adoro provocá-lo. — Mark respondeu rindo e caminhou até a antiga escrivaninha de , puxando um livro da gaveta — , eu te ajudo com seu “antídoto”. É isso o que está tentando fazer, não é? Mas, pelo que li aqui... Não vai funcionar...
— O que é isso?
— Darak era um exímio matador, mas também estudioso. Este é o diário dele com tudo o que havia descoberto. E essas transformações não podem ser contidas, muito menos enquanto você estiver por perto. É você que as causa. Aliás, Rhikan.
— Então, por quê vocês contavam que meus poderes aliados aos poderes dos vampiros seriam capazes de conter os quileutes?
— Darak não teve tempo de contar isso aos outros. Afinal, ele era meu aliado. O nosso plano era me livrar da maldição e levar a garota. Os outros ainda acham que podem contar com isso.
— Que outros? — Jacob perguntou eufórico.
— Os Volturi. E seus velhos amigos, Jacob.
— Malditos! — grunhiu Black enquanto Mark ria.
— Ainda assim tentaremos Mark. Você, por favor, nos acompanhe ao laboratório. Eu quero tentar todas as possibilidades.
— É perda de tempo, mas, se quer tentar...
Mark respondeu e subiu as escadas. e Jacob ficaram confusos o aguardando. Quando desceu, ele estendeu uma caixa para .
— E eu ainda estarei esperando-a , como eu disse... Sua única chance de salvar os quileutes é se afastando deles, porque Rhikan só pode ser extraída de você com a minha morte e eu não pretendo morrer.
— O que é isso? — abriu a caixa e haviam ali três vidros com um líquido parecido com o que Leah lhe informou.
— É o veneno dele. — respondeu Jacob com a cara fechada.
Provavelmente as dolorosas lembranças que ele não contava para , deveriam ter surgido.
— Como sabia?
— Depois de nossa viagem à Bélgica achei que tinha entendido que não pode me esconder nada.
— Odeio o fato de que você ainda consegue estar um passo à minha frente!
— Nossa ligação está ainda mais forte agora, gracinha. Não achou que Rhikan influenciaria apenas a eles, não é?
Mark ria e decidiu esquecer a tal “ligação” que tinha também com o Mark. Era menor do que a sua com Jacob, mas, também importante por dar a ele informações preciosas.
— Uma última coisa Mark... Me diga, por que o ritual não deu certo? — o perguntou se levantando após fechar a caixa que ele a entregou.
— Porque não basta tudo aquilo... O lobo presente no ritual, não pode ser qualquer um.
Killiam sorriu com maldade então se arrepiou com aquilo. Black perguntou-a do que ele estava falando, mas não respondia. Fitava os olhos cruéis de Mark e quando ele lançou um olhar de cobiça ao Jacob, a o entendeu. Pegou a mão de Black e o guiou para fora dali. Mark os acompanhou calmo e acenou falsamente da varanda. Enquanto os dois entravam de volta ao carro, Jacob perguntava para ela, o que o vampiro queria dizer, e apenas pediu para que ele fosse em direção ao laboratório porque Leah estava esperando.
Ao chegarem no laboratório, Jacob não insitiu naquelas perguntas. Ele conseguiu entender o que Mark quis dizer quando percebeu a grande preocupação da namorada com o assunto e, claro, depois de ouvir os pensamentos de . Ela abriu a porta de entrada do laboratório e foi até a parte de trás do balcão da recepção deixando sua bolsa ali. Antes que entrasse à porta do laboratório em si, Black segurou a mão dela a impedindo.
— Eu teria que morrer, não é? Não adianta mentir, seus pensamentos… Eu já entendi.
— Não tenho certeza se foi isso que ele quis dizer.
— Mas, se não for eu, certamente é um de nós. O tal lobo que ele falou não poder ser “qualquer lobo”.
— Ninguém vai ter que morrer, porque eu tenho isso! — falou enérgica para Black mostrando a caixa com as porções de veneno de Mark.
— Mani... Apenas não fique alarmada com as palavras de Mark. Ele mente, não é confiável. Tenho certeza que seja qual for a saída, todos ficaremos bem.
— Não me venha com este tom de morte, Black!
soltou a mão da dele, e Leah abriu a porta da sala saindo de dentro do laboratório e os encarando curiosa. Black e ela não deixaram de se olhar nos olhos, e nem de terminar o assunto mesmo com a presença dela.
— Eu não vou deixar ninguém morrer por causa disso!
— Mani, eu só quero dizer que algumas coisas podem estar fora do seu controle. Eu também acredito que há outro modo. Mark não é confiável como eu disse, então, não se preocupe a ponto de se maltratar em fazer isso… — Ele pegou a caixa da mão dela concluindo: — Dar certo a qualquer custo, por medo do que ele disse.
— Eu sei, Black. Vai dar certo, sem que ninguém se sacrifique por isso... Desculpa.
— Desculpa, pelo quê?
— Por ter feito todo este mal a vocês, desde que cheguei aqui.
— Você não tem culpa de nada!
Black estava exaltado. Na verdade, os dois estavam. também vivia um misto de controvérsias. Não sabia se acreditava ou não em Mark.
— Sempre soubemos que eu tenho influência nisso tudo. E hoje, Mark confirmou tudo o que vinham me dizendo sobre eu ser a responsável por…
— Para! — Black a interrompeu — Pare de se culpar, eu já disse que não devemos acreditar em tudo o que aquele maldito frio diz.
— Acontece Black, que eu devo a ele tudo o que descobri até agora. Como não acreditar? Se Mark estivesse mentindo eu já teria descoberto há muito tempo. E no entanto tudo o que ele disse fez as peças e encaixarem.
— Er... Pessoal, eu... O que está acontecendo? — Leah os tirou de sua discussão a dois.
— Black, pode passar na farmácia e ajudar Steve com todas as burocracias do dia? É só pegar tudo o que ele vai lhe entregar, eu confiro depois.
— Claro. Fique bem, e não esquece que eu te amo.
Ele abraçou a sua Mani apertadamente e beijou-a a testa. Se despediu silencioso de Leah e quando as duas mulheres ficaram sozinhas, contou tudo o que havia acontecido. Leah estava tão assustada quanto eles, mas concordava piamente com Jacob sobre não acreditar em tudo o que Mark dizia. Decidiram que a melhor coisa a fazer no momento, era focar nos trabalhos com as fórmulas.
Passaram pouco mais de uma semana trabalhando na fórmula. Os resultados estavam cada vez mais perto, entretanto, todo pequeno erro culminava na perda de material. E tempo. Quando restou o último frasco de veneno, Leah adotou uma postura tão animada para alcançar um resultado positivo que não conseguia ter. Estava cansada de furar suas veias coletando sangue, cansada de chegar ao quase, cansada de pensar o que faria se não desse certo, cansada de pensar que Mark mais uma vez poderia dizer a verdade. Cansada, apenas.
Na tarde de sexta-feira, ela saía da farmácia após verificar os trabalhos da semana com Steve, quando viu a motocicleta de Leah aproximar. Ela tirou o capacete revelando um sorriso largo.
— Consegui!
— Não brinca.
— Consegui ! Vamos para casa.
Luan correu apressada ao seu carro estacionado do outro lado da praça e Leah partiu rápida. Chegaram quase juntas à reserva, e quando ela desceu da moto gritou a todos. foi ao encontro dela no meio do pátio enquanto pouco a pouco os quileutes se aproximavam.
— Leah! Não faça rodeios! — estava tão preocupada e ansiosa que mal podia esperar todos chegarem para saber.
— Calma , deixe que todos cheguem então eu digo.
Saíram apressadas para reunir todos, e se direcionou até a cabana de Billy, o encontrou dormindo em sua poltrona e acordou-o, ansiosa.
— Desculpe Billy! Leah tem um recado urgente, onde está Black?
— Na marcenaria.
— Por favor, se apresse.
— Pedir a um velho para correr já é um insulto. Pedir a um velho para correr em uma cadeira de rodas ainda mais, .
Ele resmungou e se colocou a empurrar a cadeira dele rapidamente. Billy se assustou e reclamou um pouco, depois ela foi correndo até Black. Jacob estava concentrando em um totem que talhava e não a percebeu chegando.
— Black! Venha rápido!
Ele olhou assustado e antes que perguntasse algo, ela saiu correndo de novo. Logo Jacob a seguia apressado e todos aguardavam em um grande círculo no meio do pátio.
— Pronto Leah, fale de uma vez! — disse ansiosa e ela sorria encarando todos.
— e eu trabalhamos com muito foco no antídoto estes dias. E foram muitas as falhas, mas estivemos próximas dos resultados. Há alguns dias, eu consegui atingir o percentual exato de hemácias da reagentes ao veneno de Mark.
— O quê?! Como você não me diz isso? — perguntou revoltada e chateada com Leah.
— Eu não queria que todos tivéssemos falsas expectativas, . Por isso eu menti para você. Mas, a verdade é que eu consegui o resultado.
Todos sorriam e comemoravam.
— Então agora é só testar!? — Seth perguntou sorridente fazendo com que todos encarassem novamente Leah.
— Não necessariamente.
— Como não!? — bradou .
— Eu já testei.
— O quê? — todos perguntaram confusos.
encarou aos olhos negros de Leah com curiosidade, confusão e medo. O que ela teria feito para chegar à conclusão que parecia ter chegado?
— Eu não podia criar expectativas em mais ninguém. E de acordo com os estudos que a desenvolveu ao longo de nossos dias de pesquisa, a probabilidade de dar certo resultaria num antídoto potente a ponto de curar os lobos inclusive de sua forma natural. Se um de nós deixasse de ser lobo, então a probabilidade de anular o avanço das transformações é muito maior.
— Leah... — Sue pronunciou o nome da filha com certo pesar e preocupação, mas a jovem continuou sem deixar Sue dizer mais nada.
— O que quero dizer é que, se um de nós deixasse de ser um lobo comum, logo, um de nós ao chegar ao estágio de lobisomem voltaria apenas a ser lobo. Não só retardaríamos, como anularíamos o avanço.
— Leah o que você fez? — Embry perguntou preocupado.
estava certa. Ela sentia que Leah havia feito o que ela imaginava, e se sentia muito culpada por aquilo.
— Quando descobri os resultados positivos da fórmula, eu me fiz de cobaia. E já se passaram os dias necessários para saber se a fórmula funcionou em mim. E antes que qualquer um me recrimine por isso... Eu quero dizer que foi minha escolha. E se isso der certo, eu vou ter realizado um sonho.
Ela olhou para Embry com os olhos marejados, para sua mãe, seu irmão e para Sam. Sam de certa forma estava chateado com aquilo. Ele abaixou a cabeça sem encará-la.
— Eu passei anos me sentindo perdida, me sentindo sem uma identidade porque tudo envolvia a todos. A vida de um, era a vida de todos. Meus pensamentos eram compartilhados contra a minha vontade. Eu não podia fazer muitas coisas, como as garotas normais. Eu sofri com um imprinting maldito. E depois que encontrei o meu verdadeiro amor... — Ela olhou para Embry — Eu tive que lidar com a chance de perdê-lo, com a falta de paz por estar distante... Este elo quileute que não nos permite nos afastar, e nos maltrata quando perdemo-nos da alcateia. O rompimento que nunca é permitido... Enfim... Tudo isso me fazia sofrer estudando longe de todos, como se uma corrente amarrada aos meus pés me impedisse de seguir. Minha mãe sabe da minha dor, e sempre soube que eu escolhi a Medicina, para tentar me livrar disso.
Todos os quileutes estavam de certa forma confusos. Os sentimento de Leah deviam ser conhecidos por alguns, mas o rompimento com a tradição sempre foi um tabu. Algo quase proibido.
— A vida é mesmo injusta. Enquanto eu fui forçado a não ser mais um lobo ativo, você Leah escolheu isso, matar quem você é. — Sam proferiu com mágoa e Emily segurou a mão dele.
— O que você diz ser uma benção, Sam... — Leah tinha um tom de choro com raiva, em sua voz — Eu vejo como um maldição tão grande quanto a de um frio!
Todos se espantaram com a fala dela. Sue abaixou a cabeça em um choro contido. Ela sempre soubera as razões de Leah, e a compreendia. Mas, também sentia-se ferida por não poder fazer nada.
— Ter a vida roubada por um fardo, geração após geração. Um fardo que agora se torna maior e pior! Isso não é uma benção! Jake tentou fugir de ser o alfa, e não pôde escolher! Você feriu a mulher que ama e perdeu um de seus braços por isso que você diz ser uma benção! Malaika nos comprovou quantos de nossos antepassados tiveram que se matar aos poucos por causa dessas transformações! E nós, passamos a nossa vida a vigiar e defender um território de seres tão repugnantes. Mas, quem disse que não somos repugnantes como eles? Só porque protegemos os cidadãos de Forks? Eles não tem outra condição de sobrevida, Sam. São seres selvagens, malditos, assim como nós que os caçamos. A única diferença é que nós podemos nos camuflar melhor entre humanos. Ou melhor... Podíamos.
Sam escutou todas aquelas palavras calado. Assim como todos ali. Leah conseguiu transformar uma condição em que todos se orgulhavam, em uma ponta de dúvida. Ele pegou Emy pela mão e saiu dali. Os outros permaneceram, quietos, assustados, alguns compreensivos e outros não.
— Eu concordo com ela. — Bruh respondera chamando atenção de todos. — Mas, não sei se é melhor ser um monstro, ou um ser vulnerável e indefeso.
A jovem Ateara saiu e o único que disse algo, no meio daquele silêncio constrangedor foi o patriarca da reserva.
— Leah. O que está feito, está feito. Como saberemos se você agora é uma humana apenas, ou não?
Billy retornou a atenção para o fato de eles não saberem ainda se deu certo.
— É por isso que os reuni. Eu preciso testar... Se ainda tenho alguma ligação com os outros.
Leah limpou as lágrimas e se fez forte. Era claro que ela sentia-se atingida pelos outros. Não era a revolta o que ela esperava. Achou realmente que iriam entende-la, mas todos pareciam desapontados demais. não achava que o discurso dela estava errado, aliás, sempre enxergou uma hipocrisia quileute em não compreender que suas tradições feriam também. Não diretamente, mas, indiretamente. Como Emily que ultimamente vinha sendo cobrada de uma maternidade que não queria ainda. E Sam, que quando deixou de “ser útil” deixou de fazer parte do escalão de frente da alcateia. Ou de Black que por mais escolhas de fugir das responsabilidades no passado, não conseguiu atingi-las, fora o peso de ser um Black. Considerado líder e exemplo para o povo quileute. E para além dos sentimentos deles, colocou também os seus. Ela ainda não havia esquecido o quanto sofreu quando chegou e foi limitada por ser “uma intrusa” com pouco conhecimento de questões importantes. Logicamente, uma coisa não se comparava à outra, mas ela conseguia compreender Leah.
— Então vamos começar. — disse Jacob tomando a frente do círculo.
Ele sorriu para Leah na tentativa de dar-lhe apoio. Ela sorriu de volta e acenou levemente a cabeça agradecendo. Paul, Quil, Embry e Seth se colocaram ao centro junto ao Black. Leah aproximou-se mais deles. Passaram um tempo se olhando silenciosos.
— Não ouviu nada?
— Não. — Ela respondeu.
Todos se olharam novamente, Billy abaixou o olhar e Sue o encarou preocupada.
— Então vamos direto ao que nos garantirá se você perdeu ou não seus poderes, Leah.
Black disse e foi o primeiro a se afastar dos outros correndo e transformou-se. Em seguida Seth, Quil, Paul, Embry. já havia os visto em forma de lobo, mas, sempre era espantoso presenciar aquilo: a transformação em si. Leah se afastou um pouco e correu de olhos fechados. Quando os abriu, encarou a todos novamente em suas formas humanas. Ela pôde perceber pela altura que os via, que nada havia acontecido. Era isso. Ela havia se tornado humana, apenas humana.
— Estou até aliviado. Nunca mais você vai se meter nos meus pensamentos e correr para contar qualquer coisa à mamãe! — Seth foi o primeiro a falar, e o único a fazer alguns deles sorrirem.
No meio do clima fúnebre, ele se compadeceu da alegria da irmã e a abraçou, e Sue se juntou aos filhos.
— Não nos cabe julgar a Leah, mas, agradecê-la. Por causa dela sabemos que temos uma chance de salvar outros de nós. Eu fico feliz também que você pôde ter a sua própria escolha, Leah. — Black falou como um líder. Abraçou Leah. Em seguida, Quil, Paul e Embry vieram abraçá-la.
Ela estava muito sorridente e alegre. Aos poucos os outros aceitariam aquilo. No momento, eles sentiam-se divididos e aquilo era natural. saiu dali em direção à sua cabana após abraçar Leah, em um misto de felicidade e culpa. Ela se sentia extremamente culpada por tudo o que vinha acontecendo, e embora soubesse que não teria como evitar chegar até onde chegaram, pensava se deveria continuar entre os quileutes.
— Pode tirar essa ideia absurda da sua cabeça.
— Black... Não faça mais isso! É invasivo.
— Desculpe amor, força do hábito.
Ele a abraçou carinhoso e ela o puxou para sentar-se com ela ao sofá.
— Tem acontecido tanta coisa, e eu sinto que estamos longe do fim.
— Não pense assim, meu amor. Agora que sabemos a cura estamos próximos de finalizar isso tudo.
— Embry foi o primeiro, você o segundo, Quil o terceiro... Será que vai dar certo? Eu não consigo parar de pensar no que Mark disse.
— Já deu certo, Mani! Leah é a prova.
— Leah foi topetuda de testar nela, o antídoto! Meus estudos eram apena hipóteses prováveis de dar certo, com o caso dos lobisomens. É como uma ferida, quanto mais raso o corte, mais fácil cicatrizar.
— Então, pode não dar certo?
— Pois é... Temo que ela tenha feito tudo à toa.
— Não. Não. Ela estava muito confiante, e à toa não foi. Ela está feliz.
— Verdade... A próposito... — virou-se de frente a ele e colocou suas pernas em seu colo — Estou orgulhosa pela forma como a tratou.
— Não foi nada. Ela merece a compreensão de todos. Ela teve coragem de dizer e agir como muitos de nós nunca conseguimos.
O casal de namorados sorriu um para o outro, e ficaram pensativos.
— Vai seguir a ordem para aplicar o antídoto?
— É o certo. Devido ao tempo que cada um foi exposto às mudanças, mas é estranho o fato de você ser o único que não teve sintomas tão significativos quanto os outros.
— Não me recordo quando diz que ocorreu comigo.
— Voltando do passeio de moto, na estrada quando nós dois discutimos… — mencionou tentando fazê-lo lembrar.
— Verdade! Lembrei. Mas, não foi uma transformação, só um momento de fúria.
— Segundo Malaika e tantos outros, eu posso ter despertado seus primeiros sinais. Lembra-se quando ela contou o motivo para acontecer ao Embry? E ele sentir-se ligado a mim, ao ponto de vocês precisarem me salvar dele?
— É, tem razão. Pode ser. Mas, porque não manifestou mais?
— É o que eu não sei. Desde que você se tornou o alfa, eu tenho me preocupado muito com isso, mas até hoje nada mais aconteceu. Já os outros, me parecem mais vulneráveis.
— Hm... Sabe o que está vulnerável?
— O que?
— Meu corpo tão perto assim de você e minha boca tão longe da sua...
Jacob sorriu travesso a puxando em um abraço para mais perto de si. não poderia discordar daquele fato. Há algum tempo eles não curtiam um ao outro com tranquilidade.
— Sabe do que precisamos? — perguntou depois de beijá-lo.
— Subir para o quarto?
— Também... — Ela o respondeu rindo — Mas, eu estava falando de passar um dia sozinhos trancados na cabana…
— Ótima ideia... Mas, do jeito que as coisas andam, eu acho que não duraria um minuto a sós. Podíamos ficar sozinhos longe daqui.
— Alguma ideia nova, Jacob? — perguntou animada.
— Sim! Nós vamos para o quarto agora!
Jacob a ergueu em seus braços, e enchendo-a de beijos guiou-os ao quarto de que, risonha, desceu do colo dele o empurrando levemente até a cama. Antes que Jacob caísse nela, ele a virou abraçada em seu corpo e quem caiu na cama foi ela. ficou encarando seu olhar firme que analisava cada linha do rosto dela.
— Você é tão linda, Mani.
Ela sorriu e ruborizou. Ouvir qualquer elogio por parte de Black a deixava constrangida. Aquele homem lhe amava tão verdadeiramente, que ela mal podia acreditar. Contornou as linhas de seus lábios com a ponta dos seus dedos, e ele passou o braço por baixo das costas de , puxando-a para perto e a beijando apaixonadamente. sentiu a mão quente de Black acariciar sua cicatriz, e imediatamente ela queimou. Não pela temperatura dele, mas pela dela. atacou-o voraz com um beijo forte e um abraço entregue e dali o casal seguiu com suas carícias até o amanhecer.
Ela sentiu o Sol bater em seu rosto e como se houvesse sonhado com a noite sórdida que tivera com Black, levantou subitamente se sentando na cama. Abriu os olhos assustada e lá estava ele ao seu lado deitado e igualmente surpreso.
— O que houve?
— Achei que tinha sonhado.
— Como?
Ele apoiou-se sob os cotovelos a olhando confuso. E avançou novamente sobre ele, o abraçando firme.
— Em hipótese alguma saia de nossa cama sem que eu acorde. Ouviu?
Jacob riu baixo e se ergueu sentada em seu colo. O vidro da janela que tinha sombra da árvore do lado de fora, permitiu a ela ver o seu reflexo, mesmo com o Sol invandindo o espaço. Ela estava descabelada como nunca estivera.
— Céus... Olha o meu cabelo!
— Está lindo.
— Estamos cada vez mais selvagens, Black.
— Somos lobos. O que você queria? — Ele riu a beijando.
saiu da cama e foi ao banheiro, logo Jacob a seguiu e enquanto escovavam os dentes, eles não paravam de olhar um para o outro. A cada dia que passava se sentia mais, e mais apaixonada. E Jacob também.
Ela desceu antes dele para preparar o café da manhã, e ele chegou um tempo depois. O casal comeu juntos, abraçados na varanda da cabana. Alguns amigos acenavam e os convidavam para tomar café na cabana de Sue. Mas, eles só queriam ficar sós um pouco.
— Eu não disse que está ficando difícil ficar a sós?
— Como faremos quanto a isso? — Mani o perguntou, suspirosa.
— Se arrume. Vamos passar o dia na oficina.
— Sério Jacob? Que romântico... — disse sarcástica.
— Quero mostrar uma coisa a você.
— Na oficina?
Ele a empurrou para dentro de casa, rindo e fazendo voto de silêncio e mesmo sob protestos de curiosidade dela, Black não contou nada até chegarem lá.
O lugar estava organizado, muito bonito e havia uma mesa central coberta com algo grande.
— Confesso que nem me lembro direito da oficina…
— Você deveria vir mais vezes ao trabalho do seu namorado.
— O que é isso?
Perguntou tentando espionar o que tinha abaixo do lençol que cobria algo na mesa central. Aquela era a mesa onde Jacob deixava a peças mecânicas que consertava, montava ou desmontava. Ele surgiu ao seu lado batendo de leve em sua mão.
— É surpresa!
— Não foi para isso que me trouxe aqui?
— Sim, mas não agora. Primeiro vamos passear. Eu só vim pegar a moto.
— Então eu quero pilotar!
— Ahn... Eu planejei pilotar com você na minha garupa... — Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e sussurrou: — Bem coladinha em mim...
— Tudo bem, eu deixo passar dessa vez.
Eles se prepararam para sair e olhou mais uma vez para o lençol coberto tentando imaginar o que havia ali. Não se aguentava de curiosidade. Black parou em um posto de gasolina alguns quilômetros à frente da oficina e encheu o tanque.
Seguiram pelas estradas o dia todo. Ele havia preparado um dia de circuito viajante. Foram de cidade em cidade das proximidades de Forks com a moto. não podia acreditar naquela loucura! O dia inteiro tiraram fotos, conheceram lugares — a maioria ele já estivera —, e por fim pararam em um restaurante de uma das cidades para jantar.
— Black! Estou destruída! Olha para mim, não vai me fazer entrar aí para jantar, não é?
— Você está linda, e a fachada é só uma fachada! Vamos! Você vai gostar daqui, o dono é meu amigo.
Assim que eles entraram, ficou abismada. O lugar que parecia elegante ao lado de fora, por dentro recriava um bar de motociclistas. Ela começou a gargalhar assim que entrou e Black ria junto, perguntando “o que havia de errado”. A risada de atraiu olhares das mais diversas figuras ali: motoqueiros charmosos, dos clássicos aos modernos, motoqueiros mal encarados e até a um grupo de motoqueiros idosos.
Black a abraçou guiando a namorada até o balcão e logo ouviram a voz de um homem o chamando.
— Jake!
— Carl! Como você está cara? — Black sorriu largo estendendo a mão em cumprimento e um meio abraço carinhoso ao homem.
— Jake! Seu idiota, por que não veio mais aqui?
— Andei ocupado nos últimos tempos. Mas, senti saudades do melhor hambúrguer da região!
O homem que o cumprimentara observava , atento.
— E eu trouxe uma pessoa para conhecer a toca.
— Estou vendo... — Ele respondeu olhando surpreso de para Jacob.
— Esta é , minha namorada.
A voz orgulhosa de Black ao apresentá-la, a deixara encantada. Ela nunca havia o visto se referir a ela como sua namorada daquela forma.
— Eu sou o Carl. — O homem estendeu a mão em cumprimento para : — Seja bem-vinda à Toca dos Desviados, . E parabéns por conquistar esse cara.
— É um prazer conhecê-lo, Carl. Estou muito feliz em descobrir outros lugares da convivência do Black.
Ele sorriu, e logo foi direcionando-se ao balcão. Jacob pediu a ele “o de sempre” para os dois.
— Trouxe sua namorada para comer hambúrguer, em um bar de motoqueiros chamado “Toca dos Desviados” como programa romântico, Black? — perguntou risonha.
— Não gostou? — perguntou preocupado.
— Adorei. Nunca outra pessoa poderia pensar em algo tão... Próprio.
Ele sorriu. O mesmo sorriso solar que ela amava. beijou tranquilamente o seu namorado, e assim que avistou uma vitrola correu até ela. Jacob observava sorrindo. Ela pegou uma moeda em seu bolso e inseriu na máquina, procurou pela música que tinha em mente. E logo que encontrou, deu o “play” se virando para Black, e dali onde eu estava, começou a fingir tocar uma guitarra imaginária. Aos poucos, as pessoas ali a olhavam curiosas, satisfeitas com a música, e Black começou a rir desacreditando que sua namorada pagaria tamanho mico. Ela puxou um dos tacos de sinuca da mão de um dos caras que jogava e que a olhou sem entender nada, e continuou tocando sua guitarra imaginária que logo se transformou em um microfone.
A galera do local começou a bater palmas no compasso da música e logo chamou por Black. Ele deu um salto do banco onde estava e começou a cantar alto com ela, a segunda estrofe de “Dream On”. A música dos dois. A música que tocava quando deram seu primeiro beijo. Jacob a puxou pela cintura e de corpos colados continuaram cantando, como se não existisse mais ninguém ali. Ouviram o coro de alguns cantando com eles, o refrão. dançou colada ao Black e ele pegou o taco de sinuca fazendo-o de guitarra. Ela deixou-o tocando e subiu na sinuca incorporando o próprio vocalista do Aerosmith. Jogou os cabelos de um lado ao outro, e todos batiam palmas junto com a música e cantavam em coro.
e Jacob fizeram um verdadeiro estardalhaço ali, Black devolveu o taco ao dono, e se jogou em seu colo sendo abraçada e beijada por ele. Todos gritavam e assobiavam, aos poucos iam retornando às suas diversões no bar, enquanto Black e ela continuaram rodopiando, beijando e curtindo o seu rock’in roll.
Quando voltaram ao balcão, Carl já estava lá com seus pedidos. Ele ria com a visão dos dois e lhes servia as bebidas. , mais do que faminta pegou o hambúrguer e antes de dar a primeira mordida, se desculpou com Carl.
— Me desculpe pela bagunça na Toca, Carl.
— Que nada! Jake! Case-se com essa garota! — Ele disse ao casal que se entreolharam risonhos.
— Uau Carl! Este hambúrguer é coisa de outro mundo!
— Fico feliz que tenha gostado . E você! — Ele apontou para Jacob: — É sério, case-se com essa garota!
— Pode deixar. — Black respondeu sorrindo ao Carl e piscando para .
Eles pegaram novamente a estrada um pouco depois de conversarem mais com Carl, e terminarem de comer. Voltaram à oficina pelas duas horas da manhã, estacionaram a motocicleta e antes que saísse da oficina após pendurar o capacete, Black a segurou pela mão.
— Não está esquecendo de nada? — Ele perguntou apontado com o olhar, o lençol coberto.
— Céus! Eu havia esquecido!
Ela começou a rir e correu até lá retirando o lençol e dando de cara com uma maquete linda. Toda talhada e montada em madeira. Era uma casa. Uma espécie de cabana muito maior. E quando se girava a base dela podia-se ver toda a maquete de outros ângulos, a parte de trás mostrava cômodo por cômodo. E dois bonequinhos lá dentro deitados em frente à uma lareira.
— O que é isso Black? — perguntou enquanto observava a maquete minunciosamente.
— Eu construí enquanto você estava na Bélgica.
se virou para encará-lo, espantada. Mas, o que viu a deixou ainda mais espantada. Black recostado à moto, com um braço cruzado e na outra mão uma caixinha de joia aberta.
— O que significa isso?
— A maquete é a nossa casa, e isso — Ele balançou a caixinha aberta em sua mão — Digamos que estou seguindo o conselho de Carl.
— Black... — sussurrou com a voz falha.
Ela se apoiou na mesa atrás de si e o encarava surpresa. Black se desencostou da moto e caminhou lentamente até ela. Segurou a mão de e a beijou, em um ritmo calmo. Encarou os olhos marejados da mulher, secando as lágrimas que se formavam.
— Você quer que eu ajoelhe? — Ele perguntou e ela acenou negativo — Mani... Você me devolveu a alegria de estar vivo. E eu quero ser feliz contigo, para o resto da minha vida. Aceita se casar comigo?
— Não brinca, Black. Isso não tem graça!
— Eu sei que dissemos para “deixar as coisas acontecerem”, mas elas aconteceram Mani. Eu não posso viver sem você.
não sabia se os últimos acontecimentos com Mark ou se o risco da morte surgindo tantas vezes entre eles, foram os motivos para Black tomar aquela atitude, mas ela estava extremamente feliz. Pulou em seu corpo enlaçando-se em sua cintura. Ele cheirou o pescoço dela e ela, mordeu o ombro dele. Afinal, era o ritual dos dois. O seu gesto de mostrar o quanto pertenciam um ao outro.
— Isto é um “sim”?
— Para sempre!
desceu de seu colo chorando e sorrindo. Eufórica e letárgica. Todos os paradoxos possíveis. Ele enxugou suas lágrimas e selou seus lábios. Pegou o anel dentro da caixinha e o colocou na mão dela, e ela sorria largamente, e novamente o abraçou.
No caminho de volta à reserva, não conseguia parar de olhar a própria mão com o anel de compromisso. Black ria hora ou outra quando a pegava sorrindo e admirando a joia. Por volta das duas e quarenta e cinco da manhã, eles terminavam de chegar no patio da reserva pela trilha que surgia na mata, onde a oficina ficava mais afastada. E estranharam a movimentação àquela hora. Luzes acesas nas cabanas e um burburinho na casa de Sue. Os dois se entreolharam curiosos e bateram à porta. Quando Leah a abriu, imediatamente ela começou a reclamar:
— Onde é que vocês se meteram, hein? Passamos horas tentando falar com vocês, e eu o dia todo os procurando!
— Precisamos fugir um pouco, ter um dia só nosso. — Black falou encarando a todos — O que houve, pai?
— Paul. Ele sumiu esta tarde e não o encontramos até agora.
— Quem foi atrás dele?
— Embry, Sam, Emily e Bruh.
— Sam e Emily voltaram no início da noite. Seth e Quil foram procurar. Já Embry e Bruh estão desde cedo.
— Eu vou também! Para que lado seguiram? O que Paul fazia quando sumiu? — Black perguntou a caminho da porta.
— Não sabemos, Jake. Ele simplesmente desapareceu.
— Eu vou com o Black!
— Não, . Você fica aqui com Sue, meu pai, Leah e os outros.
— Eu vou sim! Não me venha com essa agora, Black! Sabe que posso ser útil.
— Infelizmente não sabemos em que direção os outros estão, Jake. Eu não tenho mais como me comunicar... — Leah disse preocupada.
— Não se preocupem, nós daremos um jeito. — disse abraçando-a.
Jacob seguiu direto ao carro, já seguiu até sua própria cabana. Preparou uma bolsa de viagem emergencial, pegou carregador de celular e quando chegou ao carro exigiu ao Jacob que lhe permitisse dirigir. E ele aceitou, afinal, estava exausto de dia de passeio com ela e soubera que teimar contra naquele momento, nada adiantaria.
— Embry aceitou ser cobaia. Mas, vou logo adiantando que eu não estou muito tranquila com isso!
— Leah! Isso foi praticamente ideia sua. Se acalme, nós não faremos nada sem ter certeza de que é seguro.
— Vou preparar as coisas para o exame. — Leah comentou e saiu um pouco nervosa.
e ela estavam no laboratório pessoal da Befingfield. Após toda a confusão do pacto, elas dariam prosseguimento ao plano de buscar a cura das transformações através do DNA de . Embry havia aceitado ajudar e assim que desligou a chamada telefônica, Leah veio em direção à amiga bastante preocupada por seu namorado. tentou reconfortá-la, pois, em hipótese alguma ela permitiria usar Embry como teste se não soubesse o quão seguro fosse para ele. E Leah se acalmou em saber que era verdade: ambas pensavam primeiramente no bem-estar dele, do que em alcançar uma cura a qualquer custo.
Enquanto Leah preparava as seringas para coletar o sangue de Mani e fazer os testes, pensava no que seria possível fazer caso sua hipótese estivesse errada. Brincava com o vidrinho do seu próprio emplastro cicatrizante, quando Leah lhe chamou para iniciar os exames. Jacob ligou no momento em que ela preparava o braço para a coleta.
— Fala sério! Essa conexão mental de vocês dois está deixando a todos cansados, sabia? — Leah reclamou assim que pegou o próprio celular.
— Não fui eu quem pediu para ele ligar.
— Este é o problema. Fala ao Jake para dar um tempo. Eu preciso respirar sabia? Nossos pensamentos se cruzam tanto que eu nem sei mais quando é coisa da minha cabeça ou de outro!
Leah parecia realmente estressada e riu. Assim que atendeu ao telefone, ela passou o recado ao namorado que pediu desculpas e concordou que os dois andavam inconscientemente atingindo ao elo mental de toda a alcateia. Mas não era proposital, era como uma ligação nova e forte, difícil no início para se adaptar e levaria um tempinho a mais para “calibrarem” suas psiques. Jacob desejou sorte para as duas e assim que desligou a chamada, Leah coletou o sangue dela. Tanto a médica quanto a farmacêutica e bióloga, ficaram um pouco assustadas ao ver o líquido encher o tubo. O sangue da humana havia se modificado consideravelmente. Ainda era vermelho, e espesso como sangue humano, mas brilhava. Tinha uma mescla magnética.
— Você tem muita sorte, garota.
— É, eu não sei o que houve de fato, mas, pelo que vejo acho que... Na verdade não acho nada. O que aconteceu com meu sangue, Leah?
— Isso é o veneno dele no seu sangue, mas… Incrivelmente não se fundiu totalmente. Vi uma vez o veneno deles. É um líquido viscoso e prateado, como prata derretida. E seu sangue apresenta a mesma viscosidade agora, pelo que vejo há um elemento brilhante nele. Provavelmente é o veneno de Mark. Por muito pouco você não se transformou totalmente. Mas, vamos ter que fazer os testes de composição. E torcer para que ele não tenha atingido tanto o seu DNA.
deixou nas mãos de Leah toda a análise sanguínea, ela não conseguia pensar direito. Afinal, mais uma vez, havia escapado por muito, muito pouco.
•••
Dois dias após a coleta os resultados já haviam ficado prontos. O sangue de foi minimamente modificado, os componentes “naturais” dele, ou melhor, aqueles que pertenciam a Rhikan, eram mais fortes. Não permitiram uma incorporação eficiente do veneno de Mark. Logo, elas tinham em mãos uma fórmula bioquímica que torciam para dar certo.
Todos os quileutes estavam reunidos na reserva aguardando o resultado. Embry ao lado de , de mãos dadas com ela e tão nervoso quanto a amiga, para saber se o teste havia funcionado. Os outros parados à varanda de Billy igualmente ansiosos. Leah pegou o papel em suas mãos e leu o resultado recém-impresso no laboratório. não tivera coragem de ler os resultados que ela coletou, e nem Leah teve coragem de ler sozinha, ainda que já soubesse o resultado, após os dois dias de trabalho duro.
— A incorporação hematopoiética ao elemento zircônio ultra reativo foi negativa. Entende-se que as quantidades mínimas não foram atingidas. — Leah terminou a leitura e olhou desanimada para Embry e , concluindo: — Ou seja, não houve reação. A quantidade mínima de elementos reagentes nem foram alcançadas. O sangue da é altamente resistente ao veneno, e cerca de 0,001% do veneno de Mark foi o que restou. Seu corpo elimina o veneno , as sequelas que ficaram em você se formaram na primeira hora de contaminação, e depois... Seu sangue desintoxicou.
deixou os ombros caírem em desânimo. Ela havia entendido, mas, algumas faces mantinham-se confusas.
— Eu não sou o único leigo, então explica melhor Leah. Por favor. — Jacob pediu, confuso.
— Funciona como se o corpo da fosse atingido pelo veneno apenas na primeira hora de contaminação, e depois seus anticorpos combatem ao mal. Ela fica com sequelas, mas o sangue dela volta ao normal. Ela não tem como “contaminar” outros.
— Então... Em um exemplo tosco... Ela se torna uma vampira que não pode transformar outros, porque volta a ser humana? — Seth perguntou de modo ingênuo.
— Basicamente isto, Seth. Ela fica com o bônus de ter os poderes dos vampiros, dependendo do nível de veneno no sangue. Como Mark não finalizou, não há como saber. Entretanto comparando ao que ocorreu à Bella por ser humana, e tendo claro que não soubemos quanto de veneno foi exposto à sua corrente sanguínea posso afirmar que foi uma quantidade muito mínima, capaz de ser expelida por seu organismo, mas igualmente potente para deixar as alterações.
Enquanto todos comemoravam o fato de não ter se tornado em parte uma vampira, e nem existir esta possibilidade, ela se levantava desanimada.
— Não está feliz de saber que é inatingível a eles, ?
— Não é isso, Black... É que agora sabemos que eu não posso ajudar Embry ou Quil que já manifestaram as transformações em lobisomens.
Todos a olharam atentos e preocupados.
— Use o Mark. Não foi para isso que você deixou ele te morder? Ele não é seu escravinho apaixonado, agora?
A resposta arrogante e talvez, mais certeira, veio de onde menos todos esperavam. Bruh que estava mais afastada soltou sua frase e saiu de perto deles. observou ela dar as costas enquanto Quil desculpava-se pela irmã. Segundo ele, ela estava apenas preocupada com o irmão, mas eles não entenderam que havia possibilidade dela estar certa.
— É isso! — afirmou enquanto via Bruh entrar na cabana de Sue — Ela está certa. Se os níveis de veneno não foram suficientes temos que aplicar mais, e uma parcela muito, muito menor do meu. Por exemplo: se o “sangue” de Mark é ácido, e o meu básico a ponto de neutralizá-lo, então temos que aplicar mais ácido até que o meu sangue possa reagir, mas sem permitir uma neutralização.
— Você está certa , mas teremos que fazer vários testes até encontrar a porcentagem ideal do seu sangue para que ocorra a reação.
— Não vejo problema, Leah.
— Eu vejo. — Jacob se pronunciou — Primeiramente Mark teria que aceitar ajudar vocês, e em segundo... Eu teria que aceitar Mark a ajudando.
Todos olharam em direção ao casal, constrangidos. Àquela altura não havia como manter segredos, certamente todos sabiam da “confissão de amor” de Mark.
— Jake... — Paul, o único que nunca falava muito se manifestou: — Temos que pensar em como ajudar a todos. Embry e Quil tiveram sorte até agora. Eles ainda podem ter seus quadros revertidos, mas, até quando? Leah e precisam de nosso apoio, de toda a ajuda necessária. Até porque sabemos que não irá parar em Quil. Essas transformações também podem afetar ao alfa. Vamos parar sem ao menos tentar? Por orgulho? Existe uma possibilidade, afinal.
não sabia o que estava acontecendo: Bruh foi pontual, Paul foi pontual e só faltava Charlie para completar o círculo de “os calados que nunca opinam”, trazerem as respostas certas. Todos olharam-se cientes de que Paul estava certo. E foi Billy quem mais uma vez deu a palavra final. Ele pediu a todos, que tentassem convencer o Mark. Infelizmente, todos ali podiam se encarregar daquilo, mas, sabia-se que só poderia alcançar a ajuda dele.
•••
Jake e desceram do carro e deram as mãos em direção à sua antiga casa no bairro Kalil. O descontentamento era visível no rosto de Jacob. Mark, porém, abriu a porta antes que os dois chegassem à varanda.
— Benvenuta, il mio tesoro! — gritou Mark para os dois parado à porta.
— Sem palhaçadas Mark. — Jacob o dissera direto.
Ele passou à sua frente a fim de que ela entrasse primeiro e ficou encarando Mark ao lado da porta, quando entrou.
— Eu estava ansioso para revê-la, depois de nosso Bacio.
— Eu acho que você não entendeu, não é Mark? — Jacob tentou avançar na direção dele, mas o segurou.
— Black!
— Amigo, amigo... — Mark zombou Jacob referindo-se como se ele fosse um cão.
— Mark. Sem gracinhas! Não torne tudo mais complicado, por favor. — também o repreendeu arrancando-lhe um sorriso de zombaria.
— Como se sente, ? — Curioso, Mark perguntou dando uma encarada nela dos pés à cabeça.
— Como pode ver, você deixou algumas sequelas.
abri os braços se olhando, como se as mudanças em seu corpo fossem visíveis demais.
— Não. Não deixei. Há um realce diferente em sua aparência... Como a sua pele mais clara... Ah! — Mark suspirou pesadamente com ar de pena — Que droga! Eu adorava o seu bronzeado natural... Mas, creio que para uma moradora da praia, logo isso voltará ao normal.
Jacob bufava enquanto o vampiro conversava com e lançava provocações.
— Mark, algumas alterações foram feitas, mas a verdade é que eu sou imune ao seu veneno.
A feição de Mark pareceu conformada, como se ele já soubesse daquilo.
— Eu sei. Desde que feri teu punho eu descobri que por mais que a ferisse, não ia adiantar. E fico confuso com isso desde então. Estudei cada linha de meus escritos sobre como libertaria Rhikan já que não faria efeito transformá-la. Então reli as descobertas de Darak, e de fato, o ritual poderia dar certo. Mas, com essa sua maldita ligação com os lobos…
— Você descobriu mais alguma coisa? — o perguntou mais curiosa se aproximando dele, e Jacob revirou os olhos ao ver a namorada tratar o vampiro como um parceiro de investigações.
— Você anda transformando seus lobinhos, não é? Acho que por isso está aqui.
— Como esse cara, sabe tanta coisa? — Jacob sussurrou, contrariado.
— Trezentos anos de sabedoria meu caro, lobo! E lamento que prefira os atletas, aos inteligentes. — Mark escutou e respondeu a ele, de forma provocante.
Jacob novamente tentou avançar sobre ele, mas o segurou.
— Temos um pacto, Mark. E você tem que me ajudar.
— Não , eu não tenho. Mas, eu vou porque eu ainda acho que posso tirar o Jacob do meu caminho. Afinal, Edward conseguiu e ele é um banana por que eu não conseguiria?
tentou de novo segurar Jacob, mas, com aquela provocação ela não teria como. Black foi muito mais rápido e forte e lá estava ele segurando Mark pelo pescoço contra a parede. O vampiro ria zombando.
— Oras Jacob, supere isso! E me solte porque é você quem precisa de mim.
— Black... — Ao ouvir a voz de , ele soltou Mark e lhe deu as costas, mas logo girou o corpo e de surpresa, deu um soco no rosto de Killiam.
revirou os olhos e estendeu a mão para que Black a pegasse se juntando a ela no sofá de Mark.
— Estressadinho o seu namorado. — Já Mark continuou zombando. — Diga logo, antes que eu quem perca a compostura e revide a ele. O que quer de mim agora, ?
— Vamos precisar do seu veneno. Muitas vezes. E, das respostas que já tem.
— Uma coisa de cada vez, . Eu não sou idiota. Vou querer algo em troca...
— Eu não vou hesitar de novo, Mark. Ou você para com as gracinhas ou eu te mato sem pensar duas vezes se precisarei ou não de você vivo! — Jacob esbravejou.
— Jacob, acalme-se! Mark só quer te provocar.
— Eu realmente adoro provocá-lo. — Mark respondeu rindo e caminhou até a antiga escrivaninha de , puxando um livro da gaveta — , eu te ajudo com seu “antídoto”. É isso o que está tentando fazer, não é? Mas, pelo que li aqui... Não vai funcionar...
— O que é isso?
— Darak era um exímio matador, mas também estudioso. Este é o diário dele com tudo o que havia descoberto. E essas transformações não podem ser contidas, muito menos enquanto você estiver por perto. É você que as causa. Aliás, Rhikan.
— Então, por quê vocês contavam que meus poderes aliados aos poderes dos vampiros seriam capazes de conter os quileutes?
— Darak não teve tempo de contar isso aos outros. Afinal, ele era meu aliado. O nosso plano era me livrar da maldição e levar a garota. Os outros ainda acham que podem contar com isso.
— Que outros? — Jacob perguntou eufórico.
— Os Volturi. E seus velhos amigos, Jacob.
— Malditos! — grunhiu Black enquanto Mark ria.
— Ainda assim tentaremos Mark. Você, por favor, nos acompanhe ao laboratório. Eu quero tentar todas as possibilidades.
— É perda de tempo, mas, se quer tentar...
Mark respondeu e subiu as escadas. e Jacob ficaram confusos o aguardando. Quando desceu, ele estendeu uma caixa para .
— E eu ainda estarei esperando-a , como eu disse... Sua única chance de salvar os quileutes é se afastando deles, porque Rhikan só pode ser extraída de você com a minha morte e eu não pretendo morrer.
— O que é isso? — abriu a caixa e haviam ali três vidros com um líquido parecido com o que Leah lhe informou.
— É o veneno dele. — respondeu Jacob com a cara fechada.
Provavelmente as dolorosas lembranças que ele não contava para , deveriam ter surgido.
— Como sabia?
— Depois de nossa viagem à Bélgica achei que tinha entendido que não pode me esconder nada.
— Odeio o fato de que você ainda consegue estar um passo à minha frente!
— Nossa ligação está ainda mais forte agora, gracinha. Não achou que Rhikan influenciaria apenas a eles, não é?
Mark ria e decidiu esquecer a tal “ligação” que tinha também com o Mark. Era menor do que a sua com Jacob, mas, também importante por dar a ele informações preciosas.
— Uma última coisa Mark... Me diga, por que o ritual não deu certo? — o perguntou se levantando após fechar a caixa que ele a entregou.
— Porque não basta tudo aquilo... O lobo presente no ritual, não pode ser qualquer um.
Killiam sorriu com maldade então se arrepiou com aquilo. Black perguntou-a do que ele estava falando, mas não respondia. Fitava os olhos cruéis de Mark e quando ele lançou um olhar de cobiça ao Jacob, a o entendeu. Pegou a mão de Black e o guiou para fora dali. Mark os acompanhou calmo e acenou falsamente da varanda. Enquanto os dois entravam de volta ao carro, Jacob perguntava para ela, o que o vampiro queria dizer, e apenas pediu para que ele fosse em direção ao laboratório porque Leah estava esperando.
Ao chegarem no laboratório, Jacob não insitiu naquelas perguntas. Ele conseguiu entender o que Mark quis dizer quando percebeu a grande preocupação da namorada com o assunto e, claro, depois de ouvir os pensamentos de . Ela abriu a porta de entrada do laboratório e foi até a parte de trás do balcão da recepção deixando sua bolsa ali. Antes que entrasse à porta do laboratório em si, Black segurou a mão dela a impedindo.
— Eu teria que morrer, não é? Não adianta mentir, seus pensamentos… Eu já entendi.
— Não tenho certeza se foi isso que ele quis dizer.
— Mas, se não for eu, certamente é um de nós. O tal lobo que ele falou não poder ser “qualquer lobo”.
— Ninguém vai ter que morrer, porque eu tenho isso! — falou enérgica para Black mostrando a caixa com as porções de veneno de Mark.
— Mani... Apenas não fique alarmada com as palavras de Mark. Ele mente, não é confiável. Tenho certeza que seja qual for a saída, todos ficaremos bem.
— Não me venha com este tom de morte, Black!
soltou a mão da dele, e Leah abriu a porta da sala saindo de dentro do laboratório e os encarando curiosa. Black e ela não deixaram de se olhar nos olhos, e nem de terminar o assunto mesmo com a presença dela.
— Eu não vou deixar ninguém morrer por causa disso!
— Mani, eu só quero dizer que algumas coisas podem estar fora do seu controle. Eu também acredito que há outro modo. Mark não é confiável como eu disse, então, não se preocupe a ponto de se maltratar em fazer isso… — Ele pegou a caixa da mão dela concluindo: — Dar certo a qualquer custo, por medo do que ele disse.
— Eu sei, Black. Vai dar certo, sem que ninguém se sacrifique por isso... Desculpa.
— Desculpa, pelo quê?
— Por ter feito todo este mal a vocês, desde que cheguei aqui.
— Você não tem culpa de nada!
Black estava exaltado. Na verdade, os dois estavam. também vivia um misto de controvérsias. Não sabia se acreditava ou não em Mark.
— Sempre soubemos que eu tenho influência nisso tudo. E hoje, Mark confirmou tudo o que vinham me dizendo sobre eu ser a responsável por…
— Para! — Black a interrompeu — Pare de se culpar, eu já disse que não devemos acreditar em tudo o que aquele maldito frio diz.
— Acontece Black, que eu devo a ele tudo o que descobri até agora. Como não acreditar? Se Mark estivesse mentindo eu já teria descoberto há muito tempo. E no entanto tudo o que ele disse fez as peças e encaixarem.
— Er... Pessoal, eu... O que está acontecendo? — Leah os tirou de sua discussão a dois.
— Black, pode passar na farmácia e ajudar Steve com todas as burocracias do dia? É só pegar tudo o que ele vai lhe entregar, eu confiro depois.
— Claro. Fique bem, e não esquece que eu te amo.
Ele abraçou a sua Mani apertadamente e beijou-a a testa. Se despediu silencioso de Leah e quando as duas mulheres ficaram sozinhas, contou tudo o que havia acontecido. Leah estava tão assustada quanto eles, mas concordava piamente com Jacob sobre não acreditar em tudo o que Mark dizia. Decidiram que a melhor coisa a fazer no momento, era focar nos trabalhos com as fórmulas.
Passaram pouco mais de uma semana trabalhando na fórmula. Os resultados estavam cada vez mais perto, entretanto, todo pequeno erro culminava na perda de material. E tempo. Quando restou o último frasco de veneno, Leah adotou uma postura tão animada para alcançar um resultado positivo que não conseguia ter. Estava cansada de furar suas veias coletando sangue, cansada de chegar ao quase, cansada de pensar o que faria se não desse certo, cansada de pensar que Mark mais uma vez poderia dizer a verdade. Cansada, apenas.
Na tarde de sexta-feira, ela saía da farmácia após verificar os trabalhos da semana com Steve, quando viu a motocicleta de Leah aproximar. Ela tirou o capacete revelando um sorriso largo.
— Consegui!
— Não brinca.
— Consegui ! Vamos para casa.
Luan correu apressada ao seu carro estacionado do outro lado da praça e Leah partiu rápida. Chegaram quase juntas à reserva, e quando ela desceu da moto gritou a todos. foi ao encontro dela no meio do pátio enquanto pouco a pouco os quileutes se aproximavam.
— Leah! Não faça rodeios! — estava tão preocupada e ansiosa que mal podia esperar todos chegarem para saber.
— Calma , deixe que todos cheguem então eu digo.
Saíram apressadas para reunir todos, e se direcionou até a cabana de Billy, o encontrou dormindo em sua poltrona e acordou-o, ansiosa.
— Desculpe Billy! Leah tem um recado urgente, onde está Black?
— Na marcenaria.
— Por favor, se apresse.
— Pedir a um velho para correr já é um insulto. Pedir a um velho para correr em uma cadeira de rodas ainda mais, .
Ele resmungou e se colocou a empurrar a cadeira dele rapidamente. Billy se assustou e reclamou um pouco, depois ela foi correndo até Black. Jacob estava concentrando em um totem que talhava e não a percebeu chegando.
— Black! Venha rápido!
Ele olhou assustado e antes que perguntasse algo, ela saiu correndo de novo. Logo Jacob a seguia apressado e todos aguardavam em um grande círculo no meio do pátio.
— Pronto Leah, fale de uma vez! — disse ansiosa e ela sorria encarando todos.
— e eu trabalhamos com muito foco no antídoto estes dias. E foram muitas as falhas, mas estivemos próximas dos resultados. Há alguns dias, eu consegui atingir o percentual exato de hemácias da reagentes ao veneno de Mark.
— O quê?! Como você não me diz isso? — perguntou revoltada e chateada com Leah.
— Eu não queria que todos tivéssemos falsas expectativas, . Por isso eu menti para você. Mas, a verdade é que eu consegui o resultado.
Todos sorriam e comemoravam.
— Então agora é só testar!? — Seth perguntou sorridente fazendo com que todos encarassem novamente Leah.
— Não necessariamente.
— Como não!? — bradou .
— Eu já testei.
— O quê? — todos perguntaram confusos.
encarou aos olhos negros de Leah com curiosidade, confusão e medo. O que ela teria feito para chegar à conclusão que parecia ter chegado?
— Eu não podia criar expectativas em mais ninguém. E de acordo com os estudos que a desenvolveu ao longo de nossos dias de pesquisa, a probabilidade de dar certo resultaria num antídoto potente a ponto de curar os lobos inclusive de sua forma natural. Se um de nós deixasse de ser lobo, então a probabilidade de anular o avanço das transformações é muito maior.
— Leah... — Sue pronunciou o nome da filha com certo pesar e preocupação, mas a jovem continuou sem deixar Sue dizer mais nada.
— O que quero dizer é que, se um de nós deixasse de ser um lobo comum, logo, um de nós ao chegar ao estágio de lobisomem voltaria apenas a ser lobo. Não só retardaríamos, como anularíamos o avanço.
— Leah o que você fez? — Embry perguntou preocupado.
estava certa. Ela sentia que Leah havia feito o que ela imaginava, e se sentia muito culpada por aquilo.
— Quando descobri os resultados positivos da fórmula, eu me fiz de cobaia. E já se passaram os dias necessários para saber se a fórmula funcionou em mim. E antes que qualquer um me recrimine por isso... Eu quero dizer que foi minha escolha. E se isso der certo, eu vou ter realizado um sonho.
Ela olhou para Embry com os olhos marejados, para sua mãe, seu irmão e para Sam. Sam de certa forma estava chateado com aquilo. Ele abaixou a cabeça sem encará-la.
— Eu passei anos me sentindo perdida, me sentindo sem uma identidade porque tudo envolvia a todos. A vida de um, era a vida de todos. Meus pensamentos eram compartilhados contra a minha vontade. Eu não podia fazer muitas coisas, como as garotas normais. Eu sofri com um imprinting maldito. E depois que encontrei o meu verdadeiro amor... — Ela olhou para Embry — Eu tive que lidar com a chance de perdê-lo, com a falta de paz por estar distante... Este elo quileute que não nos permite nos afastar, e nos maltrata quando perdemo-nos da alcateia. O rompimento que nunca é permitido... Enfim... Tudo isso me fazia sofrer estudando longe de todos, como se uma corrente amarrada aos meus pés me impedisse de seguir. Minha mãe sabe da minha dor, e sempre soube que eu escolhi a Medicina, para tentar me livrar disso.
Todos os quileutes estavam de certa forma confusos. Os sentimento de Leah deviam ser conhecidos por alguns, mas o rompimento com a tradição sempre foi um tabu. Algo quase proibido.
— A vida é mesmo injusta. Enquanto eu fui forçado a não ser mais um lobo ativo, você Leah escolheu isso, matar quem você é. — Sam proferiu com mágoa e Emily segurou a mão dele.
— O que você diz ser uma benção, Sam... — Leah tinha um tom de choro com raiva, em sua voz — Eu vejo como um maldição tão grande quanto a de um frio!
Todos se espantaram com a fala dela. Sue abaixou a cabeça em um choro contido. Ela sempre soubera as razões de Leah, e a compreendia. Mas, também sentia-se ferida por não poder fazer nada.
— Ter a vida roubada por um fardo, geração após geração. Um fardo que agora se torna maior e pior! Isso não é uma benção! Jake tentou fugir de ser o alfa, e não pôde escolher! Você feriu a mulher que ama e perdeu um de seus braços por isso que você diz ser uma benção! Malaika nos comprovou quantos de nossos antepassados tiveram que se matar aos poucos por causa dessas transformações! E nós, passamos a nossa vida a vigiar e defender um território de seres tão repugnantes. Mas, quem disse que não somos repugnantes como eles? Só porque protegemos os cidadãos de Forks? Eles não tem outra condição de sobrevida, Sam. São seres selvagens, malditos, assim como nós que os caçamos. A única diferença é que nós podemos nos camuflar melhor entre humanos. Ou melhor... Podíamos.
Sam escutou todas aquelas palavras calado. Assim como todos ali. Leah conseguiu transformar uma condição em que todos se orgulhavam, em uma ponta de dúvida. Ele pegou Emy pela mão e saiu dali. Os outros permaneceram, quietos, assustados, alguns compreensivos e outros não.
— Eu concordo com ela. — Bruh respondera chamando atenção de todos. — Mas, não sei se é melhor ser um monstro, ou um ser vulnerável e indefeso.
A jovem Ateara saiu e o único que disse algo, no meio daquele silêncio constrangedor foi o patriarca da reserva.
— Leah. O que está feito, está feito. Como saberemos se você agora é uma humana apenas, ou não?
Billy retornou a atenção para o fato de eles não saberem ainda se deu certo.
— É por isso que os reuni. Eu preciso testar... Se ainda tenho alguma ligação com os outros.
Leah limpou as lágrimas e se fez forte. Era claro que ela sentia-se atingida pelos outros. Não era a revolta o que ela esperava. Achou realmente que iriam entende-la, mas todos pareciam desapontados demais. não achava que o discurso dela estava errado, aliás, sempre enxergou uma hipocrisia quileute em não compreender que suas tradições feriam também. Não diretamente, mas, indiretamente. Como Emily que ultimamente vinha sendo cobrada de uma maternidade que não queria ainda. E Sam, que quando deixou de “ser útil” deixou de fazer parte do escalão de frente da alcateia. Ou de Black que por mais escolhas de fugir das responsabilidades no passado, não conseguiu atingi-las, fora o peso de ser um Black. Considerado líder e exemplo para o povo quileute. E para além dos sentimentos deles, colocou também os seus. Ela ainda não havia esquecido o quanto sofreu quando chegou e foi limitada por ser “uma intrusa” com pouco conhecimento de questões importantes. Logicamente, uma coisa não se comparava à outra, mas ela conseguia compreender Leah.
— Então vamos começar. — disse Jacob tomando a frente do círculo.
Ele sorriu para Leah na tentativa de dar-lhe apoio. Ela sorriu de volta e acenou levemente a cabeça agradecendo. Paul, Quil, Embry e Seth se colocaram ao centro junto ao Black. Leah aproximou-se mais deles. Passaram um tempo se olhando silenciosos.
— Não ouviu nada?
— Não. — Ela respondeu.
Todos se olharam novamente, Billy abaixou o olhar e Sue o encarou preocupada.
— Então vamos direto ao que nos garantirá se você perdeu ou não seus poderes, Leah.
Black disse e foi o primeiro a se afastar dos outros correndo e transformou-se. Em seguida Seth, Quil, Paul, Embry. já havia os visto em forma de lobo, mas, sempre era espantoso presenciar aquilo: a transformação em si. Leah se afastou um pouco e correu de olhos fechados. Quando os abriu, encarou a todos novamente em suas formas humanas. Ela pôde perceber pela altura que os via, que nada havia acontecido. Era isso. Ela havia se tornado humana, apenas humana.
— Estou até aliviado. Nunca mais você vai se meter nos meus pensamentos e correr para contar qualquer coisa à mamãe! — Seth foi o primeiro a falar, e o único a fazer alguns deles sorrirem.
No meio do clima fúnebre, ele se compadeceu da alegria da irmã e a abraçou, e Sue se juntou aos filhos.
— Não nos cabe julgar a Leah, mas, agradecê-la. Por causa dela sabemos que temos uma chance de salvar outros de nós. Eu fico feliz também que você pôde ter a sua própria escolha, Leah. — Black falou como um líder. Abraçou Leah. Em seguida, Quil, Paul e Embry vieram abraçá-la.
Ela estava muito sorridente e alegre. Aos poucos os outros aceitariam aquilo. No momento, eles sentiam-se divididos e aquilo era natural. saiu dali em direção à sua cabana após abraçar Leah, em um misto de felicidade e culpa. Ela se sentia extremamente culpada por tudo o que vinha acontecendo, e embora soubesse que não teria como evitar chegar até onde chegaram, pensava se deveria continuar entre os quileutes.
— Pode tirar essa ideia absurda da sua cabeça.
— Black... Não faça mais isso! É invasivo.
— Desculpe amor, força do hábito.
Ele a abraçou carinhoso e ela o puxou para sentar-se com ela ao sofá.
— Tem acontecido tanta coisa, e eu sinto que estamos longe do fim.
— Não pense assim, meu amor. Agora que sabemos a cura estamos próximos de finalizar isso tudo.
— Embry foi o primeiro, você o segundo, Quil o terceiro... Será que vai dar certo? Eu não consigo parar de pensar no que Mark disse.
— Já deu certo, Mani! Leah é a prova.
— Leah foi topetuda de testar nela, o antídoto! Meus estudos eram apena hipóteses prováveis de dar certo, com o caso dos lobisomens. É como uma ferida, quanto mais raso o corte, mais fácil cicatrizar.
— Então, pode não dar certo?
— Pois é... Temo que ela tenha feito tudo à toa.
— Não. Não. Ela estava muito confiante, e à toa não foi. Ela está feliz.
— Verdade... A próposito... — virou-se de frente a ele e colocou suas pernas em seu colo — Estou orgulhosa pela forma como a tratou.
— Não foi nada. Ela merece a compreensão de todos. Ela teve coragem de dizer e agir como muitos de nós nunca conseguimos.
O casal de namorados sorriu um para o outro, e ficaram pensativos.
— Vai seguir a ordem para aplicar o antídoto?
— É o certo. Devido ao tempo que cada um foi exposto às mudanças, mas é estranho o fato de você ser o único que não teve sintomas tão significativos quanto os outros.
— Não me recordo quando diz que ocorreu comigo.
— Voltando do passeio de moto, na estrada quando nós dois discutimos… — mencionou tentando fazê-lo lembrar.
— Verdade! Lembrei. Mas, não foi uma transformação, só um momento de fúria.
— Segundo Malaika e tantos outros, eu posso ter despertado seus primeiros sinais. Lembra-se quando ela contou o motivo para acontecer ao Embry? E ele sentir-se ligado a mim, ao ponto de vocês precisarem me salvar dele?
— É, tem razão. Pode ser. Mas, porque não manifestou mais?
— É o que eu não sei. Desde que você se tornou o alfa, eu tenho me preocupado muito com isso, mas até hoje nada mais aconteceu. Já os outros, me parecem mais vulneráveis.
— Hm... Sabe o que está vulnerável?
— O que?
— Meu corpo tão perto assim de você e minha boca tão longe da sua...
Jacob sorriu travesso a puxando em um abraço para mais perto de si. não poderia discordar daquele fato. Há algum tempo eles não curtiam um ao outro com tranquilidade.
— Sabe do que precisamos? — perguntou depois de beijá-lo.
— Subir para o quarto?
— Também... — Ela o respondeu rindo — Mas, eu estava falando de passar um dia sozinhos trancados na cabana…
— Ótima ideia... Mas, do jeito que as coisas andam, eu acho que não duraria um minuto a sós. Podíamos ficar sozinhos longe daqui.
— Alguma ideia nova, Jacob? — perguntou animada.
— Sim! Nós vamos para o quarto agora!
Jacob a ergueu em seus braços, e enchendo-a de beijos guiou-os ao quarto de que, risonha, desceu do colo dele o empurrando levemente até a cama. Antes que Jacob caísse nela, ele a virou abraçada em seu corpo e quem caiu na cama foi ela. ficou encarando seu olhar firme que analisava cada linha do rosto dela.
— Você é tão linda, Mani.
Ela sorriu e ruborizou. Ouvir qualquer elogio por parte de Black a deixava constrangida. Aquele homem lhe amava tão verdadeiramente, que ela mal podia acreditar. Contornou as linhas de seus lábios com a ponta dos seus dedos, e ele passou o braço por baixo das costas de , puxando-a para perto e a beijando apaixonadamente. sentiu a mão quente de Black acariciar sua cicatriz, e imediatamente ela queimou. Não pela temperatura dele, mas pela dela. atacou-o voraz com um beijo forte e um abraço entregue e dali o casal seguiu com suas carícias até o amanhecer.
Ela sentiu o Sol bater em seu rosto e como se houvesse sonhado com a noite sórdida que tivera com Black, levantou subitamente se sentando na cama. Abriu os olhos assustada e lá estava ele ao seu lado deitado e igualmente surpreso.
— O que houve?
— Achei que tinha sonhado.
— Como?
Ele apoiou-se sob os cotovelos a olhando confuso. E avançou novamente sobre ele, o abraçando firme.
— Em hipótese alguma saia de nossa cama sem que eu acorde. Ouviu?
Jacob riu baixo e se ergueu sentada em seu colo. O vidro da janela que tinha sombra da árvore do lado de fora, permitiu a ela ver o seu reflexo, mesmo com o Sol invandindo o espaço. Ela estava descabelada como nunca estivera.
— Céus... Olha o meu cabelo!
— Está lindo.
— Estamos cada vez mais selvagens, Black.
— Somos lobos. O que você queria? — Ele riu a beijando.
saiu da cama e foi ao banheiro, logo Jacob a seguiu e enquanto escovavam os dentes, eles não paravam de olhar um para o outro. A cada dia que passava se sentia mais, e mais apaixonada. E Jacob também.
Ela desceu antes dele para preparar o café da manhã, e ele chegou um tempo depois. O casal comeu juntos, abraçados na varanda da cabana. Alguns amigos acenavam e os convidavam para tomar café na cabana de Sue. Mas, eles só queriam ficar sós um pouco.
— Eu não disse que está ficando difícil ficar a sós?
— Como faremos quanto a isso? — Mani o perguntou, suspirosa.
— Se arrume. Vamos passar o dia na oficina.
— Sério Jacob? Que romântico... — disse sarcástica.
— Quero mostrar uma coisa a você.
— Na oficina?
Ele a empurrou para dentro de casa, rindo e fazendo voto de silêncio e mesmo sob protestos de curiosidade dela, Black não contou nada até chegarem lá.
O lugar estava organizado, muito bonito e havia uma mesa central coberta com algo grande.
— Confesso que nem me lembro direito da oficina…
— Você deveria vir mais vezes ao trabalho do seu namorado.
— O que é isso?
Perguntou tentando espionar o que tinha abaixo do lençol que cobria algo na mesa central. Aquela era a mesa onde Jacob deixava a peças mecânicas que consertava, montava ou desmontava. Ele surgiu ao seu lado batendo de leve em sua mão.
— É surpresa!
— Não foi para isso que me trouxe aqui?
— Sim, mas não agora. Primeiro vamos passear. Eu só vim pegar a moto.
— Então eu quero pilotar!
— Ahn... Eu planejei pilotar com você na minha garupa... — Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e sussurrou: — Bem coladinha em mim...
— Tudo bem, eu deixo passar dessa vez.
Eles se prepararam para sair e olhou mais uma vez para o lençol coberto tentando imaginar o que havia ali. Não se aguentava de curiosidade. Black parou em um posto de gasolina alguns quilômetros à frente da oficina e encheu o tanque.
Seguiram pelas estradas o dia todo. Ele havia preparado um dia de circuito viajante. Foram de cidade em cidade das proximidades de Forks com a moto. não podia acreditar naquela loucura! O dia inteiro tiraram fotos, conheceram lugares — a maioria ele já estivera —, e por fim pararam em um restaurante de uma das cidades para jantar.
— Black! Estou destruída! Olha para mim, não vai me fazer entrar aí para jantar, não é?
— Você está linda, e a fachada é só uma fachada! Vamos! Você vai gostar daqui, o dono é meu amigo.
Assim que eles entraram, ficou abismada. O lugar que parecia elegante ao lado de fora, por dentro recriava um bar de motociclistas. Ela começou a gargalhar assim que entrou e Black ria junto, perguntando “o que havia de errado”. A risada de atraiu olhares das mais diversas figuras ali: motoqueiros charmosos, dos clássicos aos modernos, motoqueiros mal encarados e até a um grupo de motoqueiros idosos.
Black a abraçou guiando a namorada até o balcão e logo ouviram a voz de um homem o chamando.
— Jake!
— Carl! Como você está cara? — Black sorriu largo estendendo a mão em cumprimento e um meio abraço carinhoso ao homem.
— Jake! Seu idiota, por que não veio mais aqui?
— Andei ocupado nos últimos tempos. Mas, senti saudades do melhor hambúrguer da região!
O homem que o cumprimentara observava , atento.
— E eu trouxe uma pessoa para conhecer a toca.
— Estou vendo... — Ele respondeu olhando surpreso de para Jacob.
— Esta é , minha namorada.
A voz orgulhosa de Black ao apresentá-la, a deixara encantada. Ela nunca havia o visto se referir a ela como sua namorada daquela forma.
— Eu sou o Carl. — O homem estendeu a mão em cumprimento para : — Seja bem-vinda à Toca dos Desviados, . E parabéns por conquistar esse cara.
— É um prazer conhecê-lo, Carl. Estou muito feliz em descobrir outros lugares da convivência do Black.
Ele sorriu, e logo foi direcionando-se ao balcão. Jacob pediu a ele “o de sempre” para os dois.
— Trouxe sua namorada para comer hambúrguer, em um bar de motoqueiros chamado “Toca dos Desviados” como programa romântico, Black? — perguntou risonha.
— Não gostou? — perguntou preocupado.
— Adorei. Nunca outra pessoa poderia pensar em algo tão... Próprio.
Ele sorriu. O mesmo sorriso solar que ela amava. beijou tranquilamente o seu namorado, e assim que avistou uma vitrola correu até ela. Jacob observava sorrindo. Ela pegou uma moeda em seu bolso e inseriu na máquina, procurou pela música que tinha em mente. E logo que encontrou, deu o “play” se virando para Black, e dali onde eu estava, começou a fingir tocar uma guitarra imaginária. Aos poucos, as pessoas ali a olhavam curiosas, satisfeitas com a música, e Black começou a rir desacreditando que sua namorada pagaria tamanho mico. Ela puxou um dos tacos de sinuca da mão de um dos caras que jogava e que a olhou sem entender nada, e continuou tocando sua guitarra imaginária que logo se transformou em um microfone.
A galera do local começou a bater palmas no compasso da música e logo chamou por Black. Ele deu um salto do banco onde estava e começou a cantar alto com ela, a segunda estrofe de “Dream On”. A música dos dois. A música que tocava quando deram seu primeiro beijo. Jacob a puxou pela cintura e de corpos colados continuaram cantando, como se não existisse mais ninguém ali. Ouviram o coro de alguns cantando com eles, o refrão. dançou colada ao Black e ele pegou o taco de sinuca fazendo-o de guitarra. Ela deixou-o tocando e subiu na sinuca incorporando o próprio vocalista do Aerosmith. Jogou os cabelos de um lado ao outro, e todos batiam palmas junto com a música e cantavam em coro.
e Jacob fizeram um verdadeiro estardalhaço ali, Black devolveu o taco ao dono, e se jogou em seu colo sendo abraçada e beijada por ele. Todos gritavam e assobiavam, aos poucos iam retornando às suas diversões no bar, enquanto Black e ela continuaram rodopiando, beijando e curtindo o seu rock’in roll.
Quando voltaram ao balcão, Carl já estava lá com seus pedidos. Ele ria com a visão dos dois e lhes servia as bebidas. , mais do que faminta pegou o hambúrguer e antes de dar a primeira mordida, se desculpou com Carl.
— Me desculpe pela bagunça na Toca, Carl.
— Que nada! Jake! Case-se com essa garota! — Ele disse ao casal que se entreolharam risonhos.
— Uau Carl! Este hambúrguer é coisa de outro mundo!
— Fico feliz que tenha gostado . E você! — Ele apontou para Jacob: — É sério, case-se com essa garota!
— Pode deixar. — Black respondeu sorrindo ao Carl e piscando para .
Eles pegaram novamente a estrada um pouco depois de conversarem mais com Carl, e terminarem de comer. Voltaram à oficina pelas duas horas da manhã, estacionaram a motocicleta e antes que saísse da oficina após pendurar o capacete, Black a segurou pela mão.
— Não está esquecendo de nada? — Ele perguntou apontado com o olhar, o lençol coberto.
— Céus! Eu havia esquecido!
Ela começou a rir e correu até lá retirando o lençol e dando de cara com uma maquete linda. Toda talhada e montada em madeira. Era uma casa. Uma espécie de cabana muito maior. E quando se girava a base dela podia-se ver toda a maquete de outros ângulos, a parte de trás mostrava cômodo por cômodo. E dois bonequinhos lá dentro deitados em frente à uma lareira.
— O que é isso Black? — perguntou enquanto observava a maquete minunciosamente.
— Eu construí enquanto você estava na Bélgica.
se virou para encará-lo, espantada. Mas, o que viu a deixou ainda mais espantada. Black recostado à moto, com um braço cruzado e na outra mão uma caixinha de joia aberta.
— O que significa isso?
— A maquete é a nossa casa, e isso — Ele balançou a caixinha aberta em sua mão — Digamos que estou seguindo o conselho de Carl.
— Black... — sussurrou com a voz falha.
Ela se apoiou na mesa atrás de si e o encarava surpresa. Black se desencostou da moto e caminhou lentamente até ela. Segurou a mão de e a beijou, em um ritmo calmo. Encarou os olhos marejados da mulher, secando as lágrimas que se formavam.
— Você quer que eu ajoelhe? — Ele perguntou e ela acenou negativo — Mani... Você me devolveu a alegria de estar vivo. E eu quero ser feliz contigo, para o resto da minha vida. Aceita se casar comigo?
— Não brinca, Black. Isso não tem graça!
— Eu sei que dissemos para “deixar as coisas acontecerem”, mas elas aconteceram Mani. Eu não posso viver sem você.
não sabia se os últimos acontecimentos com Mark ou se o risco da morte surgindo tantas vezes entre eles, foram os motivos para Black tomar aquela atitude, mas ela estava extremamente feliz. Pulou em seu corpo enlaçando-se em sua cintura. Ele cheirou o pescoço dela e ela, mordeu o ombro dele. Afinal, era o ritual dos dois. O seu gesto de mostrar o quanto pertenciam um ao outro.
— Isto é um “sim”?
— Para sempre!
desceu de seu colo chorando e sorrindo. Eufórica e letárgica. Todos os paradoxos possíveis. Ele enxugou suas lágrimas e selou seus lábios. Pegou o anel dentro da caixinha e o colocou na mão dela, e ela sorria largamente, e novamente o abraçou.
No caminho de volta à reserva, não conseguia parar de olhar a própria mão com o anel de compromisso. Black ria hora ou outra quando a pegava sorrindo e admirando a joia. Por volta das duas e quarenta e cinco da manhã, eles terminavam de chegar no patio da reserva pela trilha que surgia na mata, onde a oficina ficava mais afastada. E estranharam a movimentação àquela hora. Luzes acesas nas cabanas e um burburinho na casa de Sue. Os dois se entreolharam curiosos e bateram à porta. Quando Leah a abriu, imediatamente ela começou a reclamar:
— Onde é que vocês se meteram, hein? Passamos horas tentando falar com vocês, e eu o dia todo os procurando!
— Precisamos fugir um pouco, ter um dia só nosso. — Black falou encarando a todos — O que houve, pai?
— Paul. Ele sumiu esta tarde e não o encontramos até agora.
— Quem foi atrás dele?
— Embry, Sam, Emily e Bruh.
— Sam e Emily voltaram no início da noite. Seth e Quil foram procurar. Já Embry e Bruh estão desde cedo.
— Eu vou também! Para que lado seguiram? O que Paul fazia quando sumiu? — Black perguntou a caminho da porta.
— Não sabemos, Jake. Ele simplesmente desapareceu.
— Eu vou com o Black!
— Não, . Você fica aqui com Sue, meu pai, Leah e os outros.
— Eu vou sim! Não me venha com essa agora, Black! Sabe que posso ser útil.
— Infelizmente não sabemos em que direção os outros estão, Jake. Eu não tenho mais como me comunicar... — Leah disse preocupada.
— Não se preocupem, nós daremos um jeito. — disse abraçando-a.
Jacob seguiu direto ao carro, já seguiu até sua própria cabana. Preparou uma bolsa de viagem emergencial, pegou carregador de celular e quando chegou ao carro exigiu ao Jacob que lhe permitisse dirigir. E ele aceitou, afinal, estava exausto de dia de passeio com ela e soubera que teimar contra naquele momento, nada adiantaria.
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