Nem acredito que Janeiro está acabando e, junto com ela, minha tão amada férias… ai, ai. Mas tem coluna gostosinha hoje, vamos conferir?
Como trabalhar o passado/presente em sua fanfic/livro?
Oi, oi, gente bonita, tudo bem? Espero que sim, minha vida literária esse ano está bastante movimentada, por isso hoje eu queria escolher um livro por ser o mais recente no assunto que eu li e quero abordar hoje: Império de Paixão e Fúria, da brasileira Tay Ferreira, e você pode encontrá-lo no k.u. (não, isso não é publi).
Falando um pouquinho sobre o livro: conta sobre Ravena e Killian, a primeira sendo a filha da rebelde mais procurada nessa distopia e o segundo sendo o filho mais novo de um bols… desculpe, fanático seguidor do ditador/vilão do livro. Ambos destinados a coisas diferentes, mas que acabam se encontrando quando as almas ainda estão inocentes e puras.
Tá, mas o que isso tem a ver com a coluna de hoje, Raissa?
E eu te respondo: tudinho! Porque se tem uma coisa que muita leitora odeia é ler flashbacks, eles em si, se não tiver um fator MUITO marcante, deixa a história maçante e entediante, dá aquela sensação de “acaba pelo amor de Deus”, sempre que chegamos a um novo flashback.
Dito isso, como podemos fazer o leitor ficar preso e aproveitar essas partes? Primeiro: não crie flashbacks apenas para estarem lá, se tem vontade de contar o antes que não vai ser muito relevante para a história ali, escreva um conto e deixe os flashbacks para algo que realmente vai fazer diferença no que você está desenvolvendo. Dois e um pouco nada simples, mas vou dizer mesmo assim: destrua seus protagonistas.
Isso mesmo que você leu, desça o pau nos traumas deles exatamente como Tay abordou de forma tão mágica. O livro começa no passado, onde podemos ver tanto Ravena quanto Killian tendo um embate mortal que acaba com ele dando sua comida para ela e o irmão e depois ela se sentindo culpada porque achou um papel na bolsa que se não estivesse com ele, ele seria um desertor. Depois dá um pulo para o presente e podemos ver Ravena como líder dos rebeldes, muito mais fria e um pouco amargurada, soltando indiretas sobre uma traição. Ao decorrer do livro, a autora vai fazendo esse jogo de capítulos, mostrando o quanto Killian está cruel e desumano e Ravena raivosa e rancorosa, depois mostrando como eles se encontravam mais novos e o amor deles nasceu de riso, preocupação e uma pitada de inocência.
É aí que está a chave. Você começa a se perguntar: onde eles quebraram?
O que diabos aconteceu com eles que se odeiam tanto, mas também parecem não ter esquecido um do outro? Porque Ravena cita tanto uma traição quando o Killian daquela época não parece capaz apesar do Killian dessa época ser? O que houve? Quando vou descobrir?
E quando você vê, você está lendo sem parar porque você precisa, necessita saber e ter respostas. Quando você se dá conta, não existem mais flashbacks e você não consegue parar de ler. É assim que você dá prazer ao seu leitor e vence o tédio dele, é assim que você consegue fazer um presente X passado interessante. Mexendo com a personalidade do seu personagem e lhe dando dois estados diferentes, completamente divergentes, então você faz ele caminhar para o penhasco no passado, e o faz estender a mão para si mesmo no presente.
Você faz as duas personalidades se encontrarem e mostra, exatamente, quando uma rachou para se tornar a outra.
– Raissa G.
